Universo de Plástico
Desta vez vou pôr a ciência de parte. Isto não é um argumento contra o criacionismo. É apenas uma opinião: o universo criacionista é foleiro. É feio. É piroso, bárbaro, e de mau gosto. Ainda bem que o criacionismo é falso, senão seria como viver numa caneca das Caldas. Ora vejam.
A gazela e a chita são animais nascidos para a velocidade. A gazela tem que ser rápida para não ser comida pela chita, e a chita para não morrer à fome. Compreendendo a evolução destas espécies podemos imaginar o longo conflito que moldou as duas linhagens. Algo terrível mas ao mesmo tempo belo e fascinante por ser um processo natural, sem plano, sem intenção nem maldade. Mas a chita e a gazela como criações de um ser inteligente são uma barbaridade. O seu conflito é um castigo, uma tortura com requintes de malvadez. A sua velocidade é uma ferramenta concebida para infligir o máximo sofrimento. Um acidente infeliz de um processo natural e inconsciente torna-se num mal evitável e intencional.
E a lesma. Como produto de evolução é um exemplo interessante de um processo que explora todas as possibilidades acessíveis, das mais simples às mais complexas. Mas como concepção inteligente é apenas testemunho de incompetência infantil e falta de imaginação. «Já sei! Vai ser assim tipo macaco do nariz, mas deste tamanho, e a deitar ranho! He he he.»
Outro exemplo, que me ficou na memória desde criança, é o dos peixes pulmunados africanos. Para sobreviver à seca enterram-se na lama, fechados num casulo, e podem ficar assim até dois anos à espera da chuva. Quando chove, passam umas poucas semanas a alimentar-se e a reproduzir-se freneticamente, e depois lá voltam para o buraco para mais um ano ou dois de seca (literalmente). Nem têm tempo para gozar devidamente os intervalos. Como produto de um processo natural demonstram a capacidade de adaptação das espécies. Mas é preocupante que o ser supremo tenha criado existências tão fúteis e sem sentido.
Os desastres naturais, as doenças, as 350 mil espécies de escaravelho, os parasitas intestinais e o cóccix são outros exemplos do muito que não faz sentido como criação inteligente. Ás vezes (raramente) até me dá pena dos criacionistas. Vivem num universo de plástico, kitsch, cheio de aberrações e disparates incompreensíveis. Não admira que precisem de um amigo imaginário...
Todos os exemplos que deste têm uma explicação à luz do desenho inteligente.
ResponderEliminarExemplo 1:
Se deus não tivesse criado a chita e a gazela num processo de eterna competição, que é que ias ver no National Geographic? Moda para cortinados?
Exemplo 2:
A lesma é apenas um exemplo que até as criaturas mais nojentas e asquerosas são amadas por deus.
Exemplo 3:
Desmonstração de como será o inferno para aqueles que não seguirem os ensinamentos de deus.
Não há indicação nenhuma na bíblia de que deus ame lesmas. Na verdade, a única coisa que esse déspota lunático parece amar são as suas maçãs, tanto que castigou severamente os próprios filhos para toda a eternidade por lhe terem comido uma.
ResponderEliminarConsta que também tem queda para o sal, ao ponto de transformar pessoas religiosas em estátuas do mesmo só por olhar para trás.
ResponderEliminarAliás, ocorre-me agora uma revelação digna de Dan Brown!
Deus ama sal.
Deus odeia lesmas.
Logo, o sal destroi as lesmas.
Ainda não descobri a relação entre as maçãs e o sal, mas lá chegaremos...
É óbvio. A maçã, o sal e as lesmas são (é?) a santíssima trindade.
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