Treta da semana (passada): a ciência segundo Braga.
Orlando Braga dedicou três posts a mim e à ideia que Braga tem daquilo que é ciência. Entre os três, aproveita-se algumas frases que, apesar de erradas, erram de forma interessante. No primeiro post, Braga afirma que «a ciência não explica: em vez disso, descreve» (1). É uma afirmação curiosa porque uma explicação também descreve e o que a ciência faz é precisamente procurar as melhores explicações que, por o serem, são também a melhor forma de descrever a realidade. Consideremos, por exemplo, estas duas afirmações:
A: Todos os pedaços de cobre que existem neste universo conduzem electricidade.
B: Os pedaços de cobre conduzem electricidade porque, no cobre, os electrões deslocam-se facilmente quando sujeitos a um campo eléctrico.
Ambas descrevem aspectos da realidade e dizem a mesma coisa acerca dos pedaços de cobre existentes. No entanto, B é uma explicação melhor. Por um lado, porque integra numa narrativa consistente aspectos adicionais como os electrões e o campo eléctrico e, por outro lado, porque conjectura um mecanismo causal que nos informa acerca de situações hipotéticas ou contrafactuais. Por exemplo, que o meu nariz conduziria electricidade se fosse feito de cobre. A afirmação A não diz nada acerca disto porque se refere apenas ao que já é realmente de cobre e isso não inclui o meu nariz. Ao contrário do que Braga propõe, em ciência procura-se as descrições que sejam as melhores explicações e a ciência é a forma mais fiável de as encontrar.
No segundo post desta série, Braga defende que «A filosofia será sempre necessária para controlar a ciência» porque «existem relações dedutíveis (a lógica) entre teorias e leis empíricas» e «existem numerosas leis empíricas que são “relativamente estáveis e aproximadamente precisas”». Consigo perceber as premissas mas não percebo como a filosofia vai “controlar a ciência” nem o que isso tem que ver com o resto. Assim, foco antes a parte em que me acusa de algo que nunca defendi: «A ciência é feita por homens — e não por semi-deuses, como implicitamente pretende o Ludwig Krippahl. O cientista não está acima da condição humana, por mais que o Ludwig Krippahl pretenda que esteja.»
A ciência é feita por humanos que, mais do que falíveis, não evoluíram para resolver estes problemas. Nós somos dotados de sentidos muito apurados para coisas como detectar animais perigosos, encontrar frutos maduros, evitar venenos e escolher parceiros sexuais. Mas para saber de que é feita a matéria, a que distância está a Lua ou como surgiu a vida na Terra as nossas capacidades naturais são inadequadas. Só após dezenas de milhares de anos de construções simbólicas artificiais – linguagem, escrita, álgebra, lógica – e de inovações tecnológicas é que, nos últimos dois ou três séculos, finalmente começámos a responder a este tipo de perguntas com um mínimo de fiabilidade. E, mesmo assim, só graças ao método que desenrascámos, a que chamamos ciência, mitigar as falhas nas nossas capacidades naturais. A falibilidade não é uma característica da ciência. É uma característica humana. A teologia é falível, a fé é falível, a tradição, a intuição e tudo o que fazemos é falível porque nós somos falíveis. Muito falíveis. O que a ciência tem que essas outras não têm é reconhecer a nossa falibilidade e compensá-la evitando o subjectivo sempre que possível. Em vez de ver cores medimos comprimentos de onda. Em vez de cheirar medimos concentrações. Em vez de desenhar ou recordar fotografamos. E em vez de dar palpites testamos e fazemos contas. Continua a ser falível mas é muito menos falível do que qualquer alternativa.
Finalmente, Braga conclui que «a ciência é uma crença, embora de grau superior; mas não deixa de ser crença.» Não sei o que é uma crença de grau superior mas o termo “crença” tem dois sentidos. No sentido mais trivial, de mera aceitação de algo como verdadeiro, praticamente tudo o que fazemos envolve crenças. Até quando andamos de bicicleta acreditamos que andamos de bicicleta. Mas a crença no sentido usual de confiança na verdade de uma proposição não tem nada que ver com ciência. Primeiro, porque a ciência é o método de explorar e seleccionar proposições e não as proposições em si, acredite-se nelas ou não. E, em segundo lugar, porque o que é preciso para fazer e usar ciência é compreender. Acreditar ou não acreditar tanto faz porque o resultado é o mesmo. Não é preciso pensamento positivo para andar de elevador nem adianta ter fé para resolver equações.
Braga julga que «a ciência assume à partida que é possível resolver problemas e descobrir a verdade». Nem por isso. A ciência não precisa de assumir nada à partida porque a ciência não é um dogma, nem um argumento dedutivo nem uma demonstração matemática. A ciência é o resultado de centenas de milhões de pessoas, ao longo de dezenas de milhares de anos, terem tentado resolver milhões de problemas da melhor forma que conseguiram. Com o acumular de resultados, técnicas, conceitos e outros truques foi-se aperfeiçoando este método. Talvez nunca se possa descobrir a verdade. Talvez haja problemas que não se consegue resolver. Ou talvez não. Seja como for, até agora tem compensado tentar resolver e descobrir e, até agora, esta abordagem a que chamamos ciência demonstrou funcionar muito melhor do que qualquer outra. Para quem acredita em seres omniscientes, milagres, verdades reveladas e histórias da carochinha este “talvez” pode parecer pouco. Mas é o melhor que temos e, para quem é realista, as incertezas da ciência têm muito mais valor do que a forte convicção num disparate qualquer.
1- Orlando Braga, Ludwig Krippahl, a ciência e a moral, Parte 1, Parte 2 e Parte 3.
Gabo-te a paciencia para responderes a estas idiotices.... livra.....
ResponderEliminarMesmo!...
EliminarJá começa a ser um lugar comum, essa coisa de colocar a ciência como mais uma crença!
Há gente que não aprende porque deseja permanecer na ignorância. Todos têm, pelos vistos, direito a permanecer na caverna, a contemplar as sombras, sem se aperceber que existe um mundo de luz, mesmo ali ao lado.
Por falar em ciência, veja-se um interssante artigo científico que corrobora o que os criacionistas há décadas vêem dizendo: as mutações são evidência de corrupção, doenças e morte, nada tendo a ver com a imaginada (e nunca observada nem observável) evolução de partículas para pessoas em que o Ludwig acredita pela sua grande fé (cega!).
ResponderEliminarO que eles dizem.
"Mutations come in many forms. For example, in the most common type of mutation, variations may exist among individual people—or cells—at a single position in a DNA sequence.
Another common mutation is a copy number variation (CNV), in which large chunks of DNA are either deleted from or added to the genome.
When there are too many or too few copies of a given gene or genes, due to CNVs, disease can occur.
Such mutations have been linked not only with cancer but a host of other illnesses, including autism and schizophrenia."
Os criacionistas nada têm contra a ciência! Pelo contrário!
Apenas dizem que é sempre necessário distinguir entre factos realmente observados e especulações naturalistas, ateístas e evolucionistas.
Compreendender a diferença é o primeiro passo para o pensamento crítico.
http://medicalxpress.com/news/2015-09-mathematical-gingko-trees-reveal-mutations.html : "Mutations come in many forms. For example, in the most common type of mutation, variations may exist among individual people—or cells—at a single position in a DNA sequence."
Eliminarhttp://learn.genetics.utah.edu/content/variation/mutation/ :
1) "As a cell copies its DNA before dividing, a "typo" occurs every 100,000 or so nucleotides. That's about 120,000 typos each time one of our cells divides."
2) "Most DNA changes fall in the large areas of the genome that sit between genes, and usually they have no effect. When variations occur within genes, there is more often a consequence, but even then mutation only rarely causes death or disease."
3) "Genetic variation is useful because it helps populations change over time. Variations that help an organism survive and reproduce are passed on to the next generation. Variations that hinder survival and reproduction are eliminated from the population."
Criacionista,
EliminarPara admitir que "as mutações são evidência de corrupção" seria necessário uma comparação, neste caso, com o que poderia ser chamado de ADN puro primordial. Onde está tal coisa? Como é que se pode decidir se existe ou não corrupção?
A solução simples e correta, é admitir que as mutações são simples acasos, coisas que acontecem, sem motivo e sem objectivo particular.
Pelos vistos, ainda lhe faz confusão que o mundo possa simplesmente existir!...
António Carvalho,
EliminarO seu médico, mesmo inconscientemente, opera com o esquema bíblico criação/corrupção.
Quando ele se apercebe de um problema de visão (corrupção) procura curar e restaurar a função inicial para a qual o olho foi concebido (criação). Ele não tenterá por o olho a ouvir ou o ouvido a ver.
Existe literatura científica (não criacionista) que acaba por corrborar o modelo bíblico de criação e corrupção, até em matéria de cronologia.
Quer umn exemplo?
Aqui vai:
"A study dating the age of more than 1 million single-letter variations in the human DNA code reveals that most of these mutations are of recent origin, evolutionarily speaking.
These kinds of mutations change one nucleotide -- an A, C, T or G -- in the DNA sequence.
Over 86 percent of the harmful protein-coding mutations of this type arose in humans just during the past 5,000 to 10,000 years.
The study team also observed that the older the genetic variant, the less likely it was to be deleterious.
In addition, certain genes, they learned, harbored only younger, more damaging, mutations that surfaced less than 5,000 years ago.
These include 12 genes linked to such diseases as premature ovarian failure, Alzheimer's, hardening of the heart arteries, and an inherited form of paralysis."
Apesar de os autores do estudo serem evolucionistas e procurarem interpretar os resultados à luz da evolução e da sua crononoliga, a verdade é que alguém que conheça bem a Bíblia não tem qualquer dificultade em compreender e enquadrar os resultados deste estudo.
Eles fazem todo o sentido à luz do modelo "criação/corrupção recente".
Fonte:
.Wenqing Fu, Timothy D. O’Connor, Goo Jun, Hyun Min Kang, Goncalo Abecasis, Suzanne M. Leal, Stacey Gabriel, David Altshuler, Jay Shendure, Deborah A. Nickerson, Michael J. Bamshad, NHLBI Exome Sequencing Project, Joshua M. Akey. Analysis of 6,515 exomes reveals the recent origin of most human protein-coding variants. Nature, 2012; DOI: 10.1038/nature11690
MODELO BÍBLICO DE CRIAÇÃO/CORRUPÇÃO: MUTAÇÕES PROVAM CORRUPÇÃO E NÃO EVOLUÇÃO!
EliminarOs criacionistas não ignoram as mutações. Pelo contrário, elas são evidência da corrupção de que a Bíblia fala. Foi para provar o poder de Deus sobre a corrupção que Jesus morreu e ressuscitou com um corpor incorruptível.
Vejamos o que se encontra na literatura científica acerca das mutações e da corrupção que elas representam:
" By this measure, two-thirds of adult cancer incidence across tissues can be explained primarily by “bad luck,” when these random mutations occur in genes that can drive cancer growth, while the remaining third are due to environmental factors and inherited genes."
"A rare, deadly form of skin cancer known as desmoplasmic melanoma (DM) may possess the highest burden of gene mutations of any cancer,"
"For patients with an often-deadly form of leukemia, new research suggests that lingering cancer-related mutations -- detected after initial treatment with chemotherapy -- are associated with an increased risk of relapse and poor survival."
"This new study focused instead on rare coding mutations that affect protein function. It found that patients with schizophrenia have a higher-than-normal share of these mutations."
"Aging is characterized by a decrease in regenerative capacity and organ maintenance as well as an increasing risk of cancer which coincide with mutations in stem and progenitor cells."
"Researchers have identified two new genes in which mutations can interfere with a cell's ability to remove misplaced links between DNA strands, and, as a result, cause a rare genetic disorder known as Fanconi anemia."
"Cancer DNA circulating in the bloodstream of lung cancer patients can provide doctors with vital mutation information that can help optimize treatment when tumor tissue is not available, an international group of researchers has reported"
"In the study, the researchers identified four genomic subtypes of melanoma based on mutations. Two subgroups were defined by mutations that have already been shown to be common in melanoma -- mutations in the BRAF and RAS genes."
"Prostate cells that look normal under the microscope may be hiding genetic mutations that could develop into cancer, prompting new ways to improve treatment for the disease"
"For the first time, researchers have shown why protein mutations lead to the familial form of Parkinson's disease."
"Humans carry an average of one to two mutations per person that can cause severe genetic disorders or prenatal death when two copies of the same mutation are inherited, according to new estimates"
"Since December, an outbreak of swine flu in India has killed more than 1,200 people, and a new study suggests that the strain has acquired mutations that make it more dangerous than previously circulating strains of H1N1 influenza."
"In addition to DNA damage, cancer depends on the slow degradation of tissue that allows cancer cells to out-compete healthy cells, a new study shows"
"Mutations in the genes that defend the body against cancer-related viruses and other infections may play a larger role in breast cancer than previously thought, according to a study."
"At least 2 percent of people over age 40 and 5 percent of people over 70 have mutations linked to leukemia and lymphoma in their blood cells, according to new research"
Fonte:
Artigos, Science Daily, quem quiser os artigos originais apenas tem que colocar os segmentos no Google.
Criacionista,
EliminarEis uma parte interessante do artigo que ficou esquecida:
«While each specific mutation is rare, the findings suggest that the human population acquired an abundance of these single-nucleotide genetic variants in a relatively short time.»
Ou seja, o que o estudo verifica é que as mutações ocorrem em pouco tempo. Nada a ver com degradação.
«To place this discovery in the context of the prehistory and ancient history of people, humans have been around for roughly 100,000 years. In the Middle East, cities formed nearly 8,500 years ago, and writing was used in Mesopotamia at least 5,500 years ago.»
Onde é que neste artigo se diz que a espécie humana é recente? Pelo menos 100 mil anos, para a nossa espécie, que é mais de 10 vezes a idade estimada pela Bíblia.
«On average, each person has about 150 new mutations not found in either of their parents,” Akey said.»
Quer isto dizer que cada um é uma versão 150x mais reles que os respectivos pais? Hum... acho difícil alguém acreditar tal coisa.
«During the Out of Africa migration of some early humans into Europe and beyond some 50,000 years past, a population bottleneck occurred: The number of humans plummeted, and the shrinking remnant became more genetically similar. Back then, mutations that were only slightly damaging had a greater probability of being carried from one generation to the next»
Ou seja, a diversidade genética baixou durante este período. Curioso que tal nunca tenha ocorrido na época do dilúvio, quando passaram a existir apenas 8 pessoas no mundo. Ou quando Deus criou Adão e Eva em que existiam apenas 2 pessoas: mas que grande variedade genética!
fonte: http://www.washington.edu/news/2012/11/28/harmful-protein-coding-mutations-in-people-arose-largely-in-the-past-5000-to-10000-years
Ainda não tive tempo de ver todos os artigos, mas sem dúvida que é mais do mesmo: tiram-se as conclusões que dão jeito, ignoram-se as conclusões e sobretudo, removem-se as referências a idades antigas e questões complicadas para o criacionismo.
Entretanto, volto à minha questão: onde está o ADN original para dizer que esse é o ADN puro? A resposta é simples: tal não existe porque todos somos mutantes. Como é que se compara um mutante com outro?
Por falar em ciência, um artigo científico recente fala de um mapa da extremamente complexa, precisa, especificada e integrada interação entre proteínas, corroborando inteiramente o design inteligente da vida.
ResponderEliminarO se observa e como os criacionistas interpretam:
"Protein assemblies in humans were often identical to those in other species."
(corrobora um Criador comum)
"Proteins work in teams by sticking to each other to carry out their jobs. Many proteins come together to form so called molecular machines that play key roles"
(corrobora a criação inteligente e racional)
"When even a single one of these interactions is lost it can lead to disease"
(corrobora a complexidade irredutível e a tendência para a corrupção)
Também neste artigo há que distinguir entre factos e explicações evolucionistas dos factos.
"Protein assemblies in humans were often identical to those in other species."
ResponderEliminarO que corrobora um ancestral comum (escrevi isso antes de ler o artigo).
Os teus comentários não são factos, são interpretações sem fundamento.
"Proteins work in teams by sticking to each other to carry out their jobs. Many proteins come together to form so called molecular machines that play key roles"
Há uma experiência recente com corantes alimentares que podem explicar essas interacções, de forma simples: http://news.stanford.edu/news/2015/march/dancing-droplets-prakash-031115.html
"When even a single one of these interactions is lost it can lead to disease"
A questão da complexidade irredutível já foi refutada até em tribunal, por exemplo nos flagelos bacterianos, em resposta a Behe.
Se os seres dão origem a seres doentes, sem manutenção artificial, extinguem-se. Por exemplo, se as gazelas e as chitas são boas corredoras, mas há uma gazela que nasce mais fraca, sendo menos rápida, o mais provável é ser caçada com mais facilidade, porque fica para trás, o que coloca em causa a tese da corrupção ... Ainda por cima, se há proteínas tão importantes nos animais contemporâneos, que em geral são iguais entre espécies diferentes, isso quer dizer que não se corromperam.
No artigo:
"Protein assemblies in humans were often identical to those in other species. This not only reinforces what we already know about our common evolutionary ancestry, it also has practical implications, providing the ability to study the genetic basis for a wide variety of diseases and how they present in different species"
"Protein assemblies in humans were often identical to those in other species."
EliminarTambém corrobora um Criador comum que criou todos os serres vivos na mesma semana para viverem e se reproduzirem no mesmo ambiente...
Se assim fosse, porque é que os vertebrados por exemplo, têm tantas soluções diferentes para os olhos? A base é a mesma, mas o problema... O Diabo está nos pormenores!
EliminarOutra questão: porque é que os mamíferos não placentários (marsupiais) existem? Porque é que são tão diferentes dos placentários? Porque é que estão distribuídos geograficamente da forma que estão? Porque é que a mesma solução, quer seja marsupiais quer seja placentários, não foi usada sempre? Porque é que se muda a meio de uma construção? Não faz qualquer sentido esta argumentação, e repare que só estou a aplicar a uma ínfima parte das espécies.
Uma pequena correcção: nem todos os mamíferos não placentários são marsupiais, embora estes representem a maioria das espécies. Embora, não seja relevante para o caso que apresentei, fica a correcção.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarComo se fosse necessário dar mais exemplos do típico "cherry picking"...
ResponderEliminarSó que Behe não foi refutado:
ResponderEliminarhttp://pos-darwinista.blogspot.com.br/2012/03/michael-behe-nao-foi-refutado-sobre-o.html
Pelo contrário, Johnny Mnemonic: http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(07)01338-3?_returnURL=http%3A%2F%2Flinkinghub.elsevier.com%2Fretrieve%2Fpii%2FS0960982207013383%3Fshowall%3Dtrue
EliminarRepara que tu enviaste apenas um artigo de um blog e eu acabei de mencionar um "paper" revisto. E posso dar muitos mais justificações para que Behe tenha sido claramente refutado:
1) Para o flagelo dos E. Coli existem 40 proteínas diferentes, mas apenas 23 são comuns entre as bactérias flageladas.
2) Entre essas 23 proteínas, penas duas proteínas são únicas nas bactérias flageladas, ou seja, a imensa maior parte dessas proteínas já existe noutras bactérias sem flagelo.
3) O motor, propulsor e o sistema de direcção podem ter outras funções, nomeadamente o transporte de proteínas, sendo que os antecessores das bactérias flageladas podem ter usado essas partes com essa função ( https://www.youtube.com/watch?v=SdwTwNPyR9w , http://www.talkdesign.org/faqs/flagellum.html ).
4) No artigo que mencionaste, está referido a "Classe III", que existe em células sem flagelo. Esse componente pode existir e ter uma função sem um flagelo.
5) A bactéria da peste bubónica, Yersinia pestis, tem uma estrutura semelhante a um flagelo complexo do E. Coli, mas sem algumas partes, como a "agulha" para injectar toxinas.
7) Numa experiência foi removido um gene do flagelo de uma bactéria, que reapareceu em 96 horas ( https://www.sciencenews.org/blog/science-ticker/superfast-evolution-observed-soil-bacteria )
8) Foi produzido um flagelo complexo funcional em bactérias Rhodobacter sphaeroides ( http://jb.asm.org/content/189/8/3208.full )
Mesmo assim, eu sei que acham que não foi refutado. Aliás, no artigo está citado: "A minha queixa principal com os proponentes do Design Inteligente é que eles parecem nunca desistir." O homem tem razão e não precisa exemplificar com o seu caso.
Johnny,
EliminarOs documentos da transcrição dos depoimentos de Behe e outros podem ser vistos em http://ncse.com/creationism/legal/expert-witness-materials.
É só ver e ler.
Existe ainda um documentário sobre o julgamento: https://www.youtube.com/watch?v=E1rkCR8_664
Posso ainda sugerir uma palestra de Ken Miller (um dos especialistas que testemunhou) sobre esse mesmo julgamento: https://www.youtube.com/watch?v=AK0CYZvaJLw
Os tribunais não foram pensados para definir ciência ou decidir acerca do mérito de teorias científicas, a menos que alguém acredite que os estudantes de direito estudam essa matéria nas Faculdades.
EliminarSe a teoria da evolução precisa de "gfanhar na secretaria" no confronto com a oposição, é porque não está muito segura do seu próprio mérito...
E na verdade, não pode estar. Darwin observou tentilhões a "evoluir" para tentilhões e iguanas a "evoluir" para iguanas. E de facto é isso que todos observamos e é isso que a Bíblia ensina quando diz que os seres vivos se reproduzem dentro do seu género...
A evolução de peixes para pescadores ou de bactérias para bactgeriologistas tem que ser imaginada...
Criacionismo Bíblico,
Eliminareu não invoquei casos de tribunal e António Carvalho não defendeu que os tribunais servem para "definir ciência ou decidir acerca do mérito de teorias científicas". Se fosse assim, em vez de ele dizer para ler a transcrição, simplesmente mencionaria a decisão como argumento.
A CIÊNCIA VISTA À LUZ DA BÍBLIA
ResponderEliminarPor vezes diz-se neste bloque a ciência tem um método neutro de obtenção de conhecimento que lhe permite estabelecer a verdade infalível e definitiva sobre o Universo, a vida e o homem.
Mas hoje sabemos que nem a ciência é neutra e objetiva, nem infalível nem definitiva.
A seleção de dados e a sua interpretação está sujeita a pré-compreensões, ideologias, paradigmas, modelos e hipóteses. A sua recolha e análise está sujeita a falhas intelectuais e técnicas.
Como as observações são limitadas, os resultados são provisórios e não definitivos.
Ainda assim, quando todas as observações apontam no mesmo sentido é possível induzir algumas leis científicas (v.g. conservação da energia, entropia, biogénese). Por sinal, todas elas corroboram o que a Bíblia ensina.
A Bíblia fornece algumas indicações importantes acerca da ciência. Em primeiro lugar, ela começa por estabelecer e justificar as pressuposições de que a ciência depende para ser viável.
Antes mesmo de começar as suas investigações, o cientista tem que postular a inteligibilidade racional do Universo e a sua própria capacidade racional para o compreender.
Ele tem que postular a validade universal das leis da lógica e da matemática.
A Bíblia, ao afirmar que o Universo foi criado de forma racional por um Deus racional, eterno e omnipresente que se revela como LOGOS, e que o Homem foi criado à imagem e semelhança de Deus, com criatividade e capacidade racional de pensamento abstrato e lógico, estabelece as pressuposições de que a ciência depende.
Mesmo quem não acredita na Bíblia tem que ir pedir emprestadas essas pressuposições à visão bíblica do mundo para poder fazer ciência, porque elas não se deduzem da premissa de que o Universo, a vida e o homem, incluindo o cérebro humano, são o resultado de processos cegos, aleatórios e irracionais.
Como Deus é um ser moral e racional e o homem foi criado à Sua imagem e semelhança, o cientista está sujeito a deveres de racionalidade e moralidade ao fazer ciência.
Estes deveres também não se deduzem da ideia de que o Universo e a vida surgiram por acaso e o homem é o resultado de milhões de anos de crueldade predatória, violência, doenças e morte.
Como Deus é verdadeiro, a ciência está sujeita a um dever de verdade acima de tudo. Essa verdade deve ser, logicamente, construída a partir da Verdade da revelação divina.
Como Deus criou o Homem à sua imagem e a natureza com a sua imagem, cheia de evidência de design e propósito, a ciência tem certamente que respeitar a dignidade humana e a integridade da natureza.
Como o Homem está corrompido e pecaminoso a ciência necessita de mecanismos de discussão, debate e correção que permitam refutar afirmações falsas e impedir a utilização do conhecimento para fazer o mal.
O astrofísico Johannes Kepler dizia que a ciência consiste em “pensar os pensamentos de Deus depois de Deus”-
A biomimética mostra que muita da ciência hoje consiste em fazer engenharia reversa daquilo que Deus criou.
Se a Bíblia é realmente a Palavra de Deus, segue-se logicamente que ela é o padrão pelo qual a ciência humana e o método científico desenvolvido pelo homem devem ser avaliados e não o contrário.
A Ciência moderna triunfou depois da Reforma Protestante e da redescoberta da Bíblia, por sinal nos países mais influenciados por este movimento.
Não existe qualquer incompatibilidade entre a ciência e a Bíblia. Esta afirma que “o temor de Deus é o princípio de toda a sabedoria”.
A visão bíblica da ciência é, na realidade, a mais científica, na medida em que, edificando o Universo, a vida e o homem sobre o LOGOS, ela é a mais lógica e racional.
Criacionismo Bíblico,
Eliminarescreveste que "Por vezes diz-se neste bloque a ciência tem um método neutro de obtenção de conhecimento que lhe permite estabelecer a verdade infalível e definitiva sobre o Universo, a vida e o homem".
Se não apresentares uma citação, acompanhada com um link, que corrobore essa tua alegação, ou não admitires que erraste, então é evidente que mentiste. Que eu saiba, ninguém disse aqui que a ciência é infalível, e seria especialmente estranho entre cépticos e por quem aceita algo como foi postulado por Karl Popper.
Criacionista,
EliminarDiz: «A Bíblia, ao afirmar que o Universo foi criado de forma racional por um Deus racional»
A questão é: de acordo com a Bíblia, quantos deuses foram necessários para criar o Universo? A resposta pode ser vista em: http://skepticsannotatedbible.com/contra/gods.html