quarta-feira, fevereiro 04, 2015

Não é por ser científico...

Na semana passada, o David Marçal esteve no “A Tarde é Sua” para debater homeopatia com José dos Santos Lopes, o presidente da Associação Portuguesa de Homeopatia (1). É difícil debater naquele formato, com interrupções constantes e sem tempo para explicar ou desmontar adequadamente alegações falsas, mas, tendo em conta as dificuldades, acho que o David se safou bem. Só que penso que há uma forma melhor de abordar estas coisas.

O David começou por afirmar que «o que eu discuto é simplesmente se a homeopatia tem uma fundamentação científica ou não» e, alegando que não tem, afirmou então que o fundamento científico são «as provas experimentais, reprodutíveis e verificáveis por grupos de investigação independentes». Apesar de o David ter razão, esta não é a abordagem ideal. Primeiro, quando restringe a discussão à ciência expõe-se à alegação de que a ciência não é tudo e não explica tudo. O que é verdade mas é irrelevante porque a ciência continua a ser o melhor método para decidir se afirmações correspondem ou não à realidade e é precisamente isso que está em causa em coisas como a homeopatia. Mas o pior é que, para a maioria das pessoas, o argumento do David parece ser um argumento falacioso de autoridade porque não é claro que só a ciência possa estipular como se avalia a homeopatia ou outra treta qualquer.

Eu proponho que se pense nisto ao contrário. Não é por ser científica que uma investigação é mais legítima. É por ser o mais rigorosa e fiável que conseguirmos que merece o rótulo de “científica”. Mas não é o rótulo que importa. O que importa é que a forma como se aborda o problema seja adequada. No caso das doenças e terapias, importa ter em conta a complexidade e diversidade das pessoas e que as doenças, e o seu tratamento, sofrem influências de muitos factores como genética, alimentação, repouso, stress e assim por diante. Portanto, se a pessoa que tomou um medicamento se curou mais depressa do que a outra que não o tomou, tanto pode ter sido pelo medicamento como por outra coisa qualquer. Mesmo testando o medicamento num grupo de pessoas de forma controlada há o risco de deixar escapar algum factor importante que afecte os resultados. Idade, peso, horas de sono, muita coisa pode ter influência. Por isso, o que precisamos é de considerar o padrão que surge quando os testes são repetidos por investigadores diferentes, de forma cuidadosa e sistemática. Se o medicamento é eficaz, nesse padrão será visível uma tendência para que se cure mais depressa quem o tomar. Não será em todos os casos, pois há mais factores envolvidos, mas haverá uma tendência tão mais saliente quanto mais eficaz for o tratamento. Por outro lado, se o medicamento não for eficaz, iremos à mesma obter alguns resultados positivos. Mas serão esporádicos, pontuais, e apenas dentro do que se espera pela imprevisibilidade devida aos outros factores, muitos dos quais não podemos controlar. É por isto que é importante considerar o padrão todo, todos os resultados, todos os estudos conforme a sua qualidade, em vez de escolher uns como exemplo. Haverá sempre exemplos positivos ou negativos, conforme se queira escolher.

Isto é exactamente o que o David referiu como «provas experimentais, reprodutíveis e verificáveis por grupos de investigação independentes». Só que não se apresenta como uma regra arbitrária e autoritária que é assim porque a ciência manda. Nem é preciso dizer que é ciência, até porque o rótulo não importa. Assim, deixa de parecer um argumento de autoridade e deixa de poder ser falaciosamente atacado com a tal afirmação de que a ciência não é tudo. O que importa é que a natureza do problema de averiguar se um medicamento é eficaz obriga a experimentar várias vezes, com vários grupos, de várias maneiras e de forma sistemática para se poder tirar uma conclusão fiável do conjunto total de resultados.

O mesmo problema surge no artigo que o David escreveu com Carlos Fiolhais, no Público. Por exemplo, «No caso das ciências médicas, o padrão são revisões sistemáticas da literatura, que de um modo transparente levam em conta todos os ensaios clínicos sobre um assunto. [...] é isso a medicina baseada na ciência» (2). Isto é verdade e é óbvio para quem perceba de investigação médica. Mas, por não explicar o porquê, para a generalidade das pessoas parece um mero argumento de autoridade, como se fosse assim só porque os cientistas querem.

Em geral, tretas como a homeopatia são defendidas alegando que a ciência não é dona de tudo e escolhendo alguns exemplos a dedo. Explicando porque é que o problema tem de ser abordado como a ciência o faz evitamos facilmente estes truques. Quando fui testemunha no julgamento do Luís Grave Rodrigues, que foi processado por ter criticado uma farmácia homeopática, a advogada da queixosa vinha, previsivalmente, preparada com duas ou três referências a estudos que “comprovavam” a eficácia da homeopatia. Pediu-me então para explicar como poderia haver aqueles resultados se a homeopatia não funcionasse. Infelizmente para ela, eu tinha acabado de explicar aos juízes porque é que não se pode escolher apenas alguns estudos a dedo e se tem de considerar o padrão geral dos resultados, esse manifestamente desfavorável à homeopatia. Por isso nem tive de responder à pergunta, considerando os juízes que o assunto já estava esclarecido. Mas foi crucial explicar que era a natureza do problema que obrigava que assim fosse. Afirmar simplesmente que tem de ser assim para ser científico é muito pouco satisfatório para quem não perceba porquê.

1- tvi, A Tarde é Sua: medicamentos homeopáticos, sim ou não?
2- Público, O Prof. Mambo e Schrödinger
3- Processado.

22 comentários:

  1. Respostas
    1. Caro,

      Ainda mais interessante, seria saber mais informação sobre o antepassado comum... Seria ruminante como os coelhos (Lv.11, 5)? Seria uma ave como os morcegos (Lv.11,19)? Seria um insecto de quatro patas (Lv.11,23)?

      Se só existia um par de cada espécie, como é que depois se reproduziram tantos? Como é que resolveram o problema da consanguinidade? Será que a Bíblia é a favor do incesto?
      Aliás, se é verdade que há degradação do ADN, como é que havendo tão pouca variedade genética, as espécies subsistiram sem graves deformações congénitas? Qual a explicação para a actual diversidade genética?

      Tantas questões importantes para responder...

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    2. Criacionismo Bíblico,

      eu sou designer e estudei como se faz bom design: sou programador informático profissional, sou desenhador e pintor, construí brinquedos para os meus irmãos e para a minha filha.

      Percebo que o argumento dos criacionistas sobre o "Criador comum" deve-se à ideia de reutilização de componentes ou designs, mas esclareço que isso é impossível com a evolução biológica, não é o que se observa nos seres vivos e não é o que significa "homologia" em biologia.

      Não existem mamíferos com asas de aves, como o Pégaso, ou um grifo, ou um querubim (como a esfinge), ou uma quimera. Os designers é que imaginam reutilização de partes para transplantar ou injectar noutros objectos ou para criar outros designs - isso é uma boa regra de design (Don't repeat yourself; Don't event the wheel; Keep It Simple, Stupid; ...). Mas, como deve compreender, isso é impossível quando só é possível herdar características dos parentes (não é o caso com retrovírus, que é a excepção que prova a regra).

      As asas dos morcegos são cinco dedos enormes, como outros mamíferos. Isso é homologia.
      As barbatanas dos cetáceos são mãos com cinco dedos, mais unidos e cobertos por pele (mais do que uma foca). Isso é homologia.
      As asas de aves são braços enormes com três dedos minúsculos, como os de dinossauros raptores. Isso é homologia.
      As asas de aves em relação aos dos morcegos não é homologia: é convergência. Ou seja, não é uma mera diferença de tamanhos de orgãos, mas são uma solução similar para resolver um problema.

      Como podes facilmente verificar, as homologias então apontam para um antepassado comum e se aparentam com designs comuns. Além disso, como o Ludwig afirmou: "não se pode escolher apenas alguns estudos a dedo e se tem de considerar o padrão geral dos resultados".

      Sugiro que aprenda a fazer design para aprender melhor sobre o assunto.

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    3. Pedro Amaral Couto

      Usa precisamente um argumento e os exemplos que os criacionistas usam! As homologias não supõem um antepassado comum! Elas mostram que podemos ter estruturas com a mesma função muito diferentes que não são explicáveis por um antepassado comum!

      Na natureza, elas corroboram um criador comum, que criou diferente estruturas com a mesma função.

      Os insetos, os morcegos e as aves têm asas de materiais diferentes e com estrutura diferente mas com propriedades aerodinâmicas adequadas ao voo.

      O mesmo sucede com asas de aviões, asas de planadores, asas delta,

      No primeiro caso, isso corrobora um criador omnisciente, que não apenas criou as asas mas codificou a respetiva informação no DNA e miniaturizou o sistema, permitindo a sua reprodução.

      Num segundo caso, isso corrobora vários criadoores humanos, com conhecimentos de aeronáutica e recursos tecnológicos maiores ou menores.

      Por sinal, as asas que os seres humanos constroem pretendem imitar as que Deus criou, embora os seres humanos não consigam criar sistemas que permitam a aviões, planadores ou asas delta reproduzirem-se indefinidamente...

      Aprenda design com o supremo Designer!




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    4. A CIÊNCIA DAS HOMOLOGIAS E A EVIDÊNCIA DE UM CRIADOR COMUM

      Os evolucionistas têm usado a ideia de evolução a partir de um antepassado comum para explicar as semelhanças anatómicas, fisiológicas e comportamentais que se observam entre seres vivos.

      Esta metodologia leva mesmo alguns a proporem que o ser humano é um híbrido de porco e chimpanzé.

      Na verdade, existem significativas homologias genéticas entre seres humanos, moscas e vermes, que "evolutivamente" estão muito distantes entre si, caso em que os evolucionistas dizem que se trata de estruturas e funções muito antigas e bem conservadas.

      Porém, este argumento entra em crise quando confrontado com semelhanças anatómicas e genéticas muito fortes em seres vivos tão diferentes entre si (v.g. insetos, escorpiões, moluscos), que não podem ter evoluído a partir de um antepassado comum.

      Isso vê-se no sistema de ecolozalização e de bio-sonar das baleias e o dos morcegos, em que se observam semelhanças anatómicas e funcionais, inexplicáveis com base num antepassado comum.

      O comportamento destes sistemas é muito semelhante, apesar das diferenças entre baleias e morcegos.

      No caso dos golfinhos e dos morcegos há mesmo semelhanças genéticas sem um antepassado comum.

      Também existem homologias significativas entre a música produzida pelas aves e a música produzida pelos seres humanos, sem que se possa falar de qualquer suposta proximidade evolutiva.

      E os seres humanos e as moscas percebem o movimento de forma idêntica.

      Podemos ter estruturas e funções anatómica, fisiológica e até geneticamente semelhantes entre seres vivos muito diferentes, sem que isso seja o resultado de um antepassado comum!

      Mas então isso é resultado de quê?

      Os evolucionistas falam em "evolução convergente" abandonando o seu modelo clássico de antepassado comum.

      Isso força-os a acreditar que a natureza, apesar de operar por processos aleatórios, cegos e irracionais, sem qualquer inteligência e planeamento ou capacidade de imitação, "evoluiu" sistemas extremamente complexos, integrados e precisos, muito idênticos, em seres vivos completamente diferentes.

      Ainda por cima, esses sistemas encontram-se perfeitamente adaptados às características morfológicas dos seres vivos em causa (nadadores ou voadores) e ao meio ambiente em que vivem (submarino ou aéreo)!

      Isso é um absurdo probabilístico.

      Charles Darwin confessava que lhe dava náuseas a ideia de que diferentes tipos de olhos poderiam ter evoluído aleatoriamente de forma independente.

      Mas, como naturalista que era, rejeitando a priori um Criador, Darwin não tinha alternativa se não acreditar nisso, por mais improvável que fosse.

      Afinal, não deduziu ele a origem acidental da vida a partir da observação de que tentilhões “evoluíam” para… tentilhões?

      Os criacionistas, diferentemente, consideram que tudo isso corrobora inteiramente a existência de um Criador comum que usou os mesmos princípios na codificação das instruções necessárias a criar essas estruturas.

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    5. Criacionista,
      se os criacionistas defendem que existe um Criador Comum porque a reutilização das características por cruzamento existe apenas em árvore, não existindo reutilização de módulos como acontece nos “designs”, então é natural que não sejam levados a sério.

      Compreendo que não entenda o que é uma homologia, em termos biológicos, mas vou tentar esclarecer melhor recorrendo aos exemplos que indicou. Mas primeiro corrijo falsidades factuais em relação à proposta de que o ser humano é um híbrido de porco e chimpanzé:

      - não foram “alguns” que o propuseram: foi uma única pessoa;
      - essa pessoa (Dr. Eugene M. McCarthy) tem um site, com uma biografia que indica que deixou de trabalhar na Universidade de Georgia depois de 2007, apesar de o artigo de 2013 sugerir que realizou o trabalho de investigação na Universidade;
      - segundo PZ Myers, o McCarthy enumerou vários erros, como por exemplo na comparação entre o orgasmos das porcas e das mulheres.

      No site de McCarthy, são indicadas várias parecenças entre porcos e humanos que são obviamente irrelevantes: pele nua, nariz comprido e cartilaginoso, dígitos pequenos, adaptação a ambientes e alimentação variados, camada grossa de gordura subcutânea, etc.

      A morfologia e comportamento podem ter interesse para determinar a homologias, mas são insuficientes e enganadoras. Quando se trata de convergência, as aparências são superficiais e não correspondem ao mesmo genótipo nem ao desenvolvimento embrionário.

      Por exemplo, num clima gelado, os animais costumam ser brancos, mas não quer dizer que se reutilizou a cor de uma lebre numa raposa: os genes para essa característica diferem; é apenas uma semelhança com “implementações” diferentes. As baleias também tem semelhanças com peixes: têm barbatanas e são compridas. Mas as barbatanas parecem-se com patas de mamífero modificadas, movem-se seguindo as limitações da coluna dos mamíferos, observa-se no desenvolvimento do respiráculo de que se trata de duas narinas que se unem, etc. As semelhanças devem-se ao facto dos corpos terem sido adaptados aos mesmos ambientes, mas são aparências superficiais.

      Usando a mesma frase que indicaste, apesar do risco, tudo indicar a uma antepassado comum, mas afinal ter sido desenhado, “é um absurdo probabilístico”.

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    6. Criacionista: "este argumento entra em crise quando confrontado com semelhanças anatómicas e genéticas muito fortes em seres vivos tão diferentes entre si (v.g. insetos, escorpiões, moluscos), que não podem ter evoluído a partir de um antepassado comum"

      No artigo mencionado: "This means it is possible that brain structures responsible for learning and memory in nearly all animals that possess them -- including humans, but with the possible exception of mollusks -- may have originated from one ancestor and have since undergone divergent evolution into centers of various complexity." (...)

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      Criacionista: "Também existem homologias significativas entre a música produzida pelas aves e a música produzida pelos seres humanos, sem que se possa falar de qualquer suposta proximidade evolutiva."

      Completamente irrelevante. A música produzida pelos humanos não é instintiva, então não tem significância biológica e por isso não pode ter proveniência genética, ou de um design. No entanto, tem interesse, no sentido de mostrar como criacionistas deixam-se levar por aparências superficiais; no próprio artigo que mencionaste:
      "this does not mean that the musician wren is singing in a key the way a human musician might. Rather, the bird's preference for consonances leads to occasional conjunctions of pitches which sound to human listeners like they are drawn from the same scale" ... "Our findings explain why this bird species plays such a prominent role in mythology and art. However, it does not mean that birdsong in general is constructed like human music -- there are around 4000 different song bird species and each has its own way of singing."

      ---

      Criacionista: "E os seres humanos e as moscas percebem o movimento de forma idêntica."

      No artigo: "Despite the fact that the brains of humans and flies are quite different, they analyze motion in similar ways." .. "The study suggests there may be an optimal way to view natural moving objects which share fundamental properties"

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    7. Criacionista: "Isso vê-se no sistema de ecolozalização e de bio-sonar das baleias e o dos morcegos, em que se observam semelhanças anatómicas e funcionais, inexplicáveis com base num antepassado comum. O comportamento destes sistemas é muito semelhante, apesar das diferenças entre baleias e morcegos. "

      Nos artigos mencionados:
      - "The similarities support the idea that the acoustic behavior of bats and whales may be defined by the auditory processing limitations of the mammalian brain."
      - "all mammalian ears are developed in quite similar ways" ...

      Dos próprios estudos originais:
      ( http://www.cell.com/current-biology/abstract/S0960-9822(09)02057-0 ): "the bat and whale biosonars originated independently and differ substantially in many aspects"
      ( http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982209020739 ):
      - "The extent of sequence convergence between bats and whales was thus not sufficient to unite these clades when non-dolphin odontocetes were included in the analysis"

      Também é possível entre humanos (http://www.livescience.com/39231-humans-can-learn-to-echolocate.html) : "Although the human brain normally suppresses echoes, it perceives them when a person uses echolocation".

      ---

      Criacionismo: "No caso dos golfinhos e dos morcegos há mesmo semelhanças genéticas sem um antepassado comum."
      Atenção, que o que disseste é falso: as semelhanças não são genéticas (diferem muito), são nos aminoácidos produzidos que são similares, portanto é indicador forte de selecção natural por convergência:
      (do estudo original - http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0960982209020739)
      "Trees based on nucleotide alignments from this larger dataset strongly supported the accepted species tree topology, albeit with the clustering of echolocating bats reported earlier [3]. However, in trees based on amino acid sequences, constructed using a range of different phylogenetic methods, we found that the echolocating dolphins now formed a well-supported group with echolocating horseshoe and Old World leaf-nosed bats"

      ( http://phys.org/news/2014-08-dolphins-gene-prestin-echolocation.html ) :
      "A little over a decade ago, prestin was found to be a key gene responsible for hearing in mammals." ...
      "The research team finely dissected the function of the prestin protein from 2 sonar guided bats and the bottlenose dolphin compared with non-sonar mammals." ...
      "the prestin protein sequences showed that a single amino acid change in prestin, from a threonine (Thr or T) in all sonar mammals to an asparagine (Asn or N) in all non-sonar mammals, was subject to parallel evolution" ...
      (http://www.biocompare.com/Life-Science-News/60676-Echolocating-Bats-And-Whales-Share-Molecular-Mechanism/): " It apparently came about due to natural selection operating on prestin." ... «"We think there are limited ways that prestin can acquire this ability," Zhang said. Hence, selection for improved ability would follow the same evolutionary path in different lineages of echolocating mammals.»
      (http://wildmammal.com/index_files/Prestin_gene.html): "This research also shows that Prestin evolution is linked directly to the evolution of high-frequency hearing in toothed whales."

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    8. Criacionista: "Podemos ter estruturas e funções anatómica, fisiológica e até geneticamente semelhantes entre seres vivos muito diferentes, sem que isso seja o resultado de um antepassado comum!

      Mas então isso é resultado de quê? "

      Supondo que a pergunta não é mera retórica, mas um gesto de humildade, respondo de acordo com a minha experiência em design, algoritmos genéticos e do que aprendi sobre biologia.

      Comecemos pela convergência no design: é natural que as pessoas tenham problemas similares e que queiram resolvê-los. Também é natural que as pessoas tentem resolver o mesmo problema, cheguem a conclusões ou soluções similares, apesar de detalhes nas implementações revelem trajectos diferentes.

      A polémica entre Newton e Leibniz é um exemplo notório, mas por vezes são notadas semelhanças entre trabalhos de engenheiros, cientistas e artistas, mas sem interacção entre eles.

      Estou a trabalhar, em tempos livres, em interfaces gráficas radicalmente diferentes daquelas que temos, e procuro se outros tiveram ideias similares: curiosamente, isso acontece imensas vezes, com diferenças que revelam percursos diferentes para a mesma ideia geral. Algumas ideias têm base noutras mais antigas, como linhas de comandos e "posix pipes".

      Há mais de 10 anos atrás, o meu pai tinha comprado um tabuleiro de xadrez electrónico (fazíamos pressão com as peças e a máquina indicava a jogada para nós fazermos) e eu contei-lhe uma ideia que tive sobre computadores em forma de tábua onde usávamos o dedo, em vez de um rato. Mostrei ao meu irmão um esquema da ideia e uma interface para programadores abstraírem-se dos periféricos com um protocolo que separa os dados dos controladores. O meu pai e o meu irmão não acharam interesse na ideia, mas agora conhecemos muito bem o que é um "tablet".

      Assim sendo, mesmo se os seres vivos fossem criados com propósito, semelhanças não são indicadores de um criador único. Os detalhes na implementação são importantes, e, havendo propósito, sugerem mais vários criadores, com implementações diferentes para o mesmo fim.

      Mas nem é o caso de existirem criadores. Parece que os seres vivos são sempre resultado de um antecessor similar, criando uma árvore. Parece mais como se cada ser vivo fosse como barro, um cego altera-o um pouco e coloca-o num laboratório, que é a natureza, para fazer o mesmo processo com os que se reproduzem. É como ter ABCDEFG, copiá-lo e alterá-lo para ACCDEFG, e depois para ACCDEFA, e assim por adiante, em vez de injectar um módulo, ou refactorizar o que temos, ou fazer de raiz. Além disso, são criados outros em paralelo com poucas alterações. Com isso, é cada vez mais difícil recuar no processo, com consequências do género: os olhos dos mamíferos e aves não podem mudar radicalmente até ficar como de um molusco, apesar das semelhanças.

      Se estivermos num tronco, podemos fazer força para trás com as mãos, ou com um pau (até ao chão), ou com umas pás. É física. É como a arma que faz força para trás para lançar um projéctil para a frente. Cetáceos e peixes têm barbatanas que fazem força na água como pás, porque é a melhor forma e mais rápida de o fazer com membros (é usado o que já existe nos parentes). Os morcegos e esquilos voadores têm asas de braços, dedos e pele, tal como tinham os pterodáctilos, mas os detalhes diferem entre si de tal forma a semelharem-se muito mais com antepassados mais próximos.

      No caso das semelhanças genéticas, só deste um único exemplo (ecolocalização), mas era errado: o genoma era bastante diferente, apesar de vários aminoácidos produzidos serem similares. Se é resultado de um criador inteligente, claramente reinventou a roda e duplicou conhecimento, em vez de recorrer à reutilização, como um um cego amnésico, imitando o que seria a evolução com um antepassado comum na Terra.

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    9. Criacionista: «Os evolucionistas falam em "evolução convergente" abandonando o seu modelo clássico de antepassado comum.»
      Suponho que aceites o trabalho de cientistas forenses e que, fora do contexto da biologia, a mera presença de caracterícas similares não permite concluir como surgiram, mas o modo como são similares e as diferenças, permitem tirar elações sobre as suas origens. A "evolução convergente" deve ser explicada, como fiz de forma muito resumida.

      Criacionista: «Isso força-os a acreditar que a natureza, apesar de operar por processos aleatórios, cegos e irracionais, sem qualquer inteligência e planeamento ou capacidade de imitação, "evoluiu" sistemas extremamente complexos, integrados e precisos, muito idênticos, em seres vivos completamente diferentes

      Isso não faz sentido: duas coisas completamente diferentes não podem partilhar algo muito idêntico.

      Existem algoritmos genéticos que, apesar de terem sido implementados por programadores, são operados por processos aleatórios, cegos, sem inteligência, nem planeamento ou capacidade de imitação, evoluíndo para sistemas extremamente complexos, integrados e precisos, com semelhanças a bifurcações distantes (evolução convergente) e até, por vezes, existem casos muitos similares com seres vivos (ex: uma rã), apesar de não ter havido esse propósito, nem um mecanismo que o imponha "a priori", por isso não foi previsto previamente.

      Criacionista: «Charles Darwin confessava que lhe dava náuseas a ideia de que diferentes tipos de olhos poderiam ter evoluído aleatoriamente de forma independente. Mas, como naturalista que era, rejeitando a priori um Criador, Darwin não tinha alternativa se não acreditar nisso, por mais improvável que fosse.»

      Charles Darwin: «There is grandeur in this view of life, with its several powers, having been originally breathed by the Creator into a few forms or into one; and that, whilst this planet has gone circling on according to the fixed law of gravity, from so simple a beginning endless forms most beautiful and most wonderful have been, and are being evolved.»

      E Alfred Russel Wallace claramente acreditava num Criador.

      Criacionista: «Afinal, não deduziu ele a origem acidental da vida a partir da observação de que tentilhões “evoluíam” para… tentilhões? Os criacionistas, diferentemente, consideram que tudo isso corrobora inteiramente a existência de um Criador comum que usou os mesmos princípios na codificação das instruções necessárias a criar essas estruturas.»
      Nenhum animal pariu outra espécie, no entanto, os seres vivos evoluem (os criacionistas admitem isso até certo ponto), eu é que sou o programador informático (não vá o sapateiro para além do chinelo) e o que dizes ser corroborar é "cherry picking", como fazem os defensores da homeopatia, mas mais distorcido, como mostrei facilmente.

      Como o Supremo Designer não aparece, é natural que precises de ajuda de outros humanos e de experiência.

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    10. Este comentário foi removido pelo autor.

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    11. Pedro,

      Só para acrescentar que a citação que os criacionistas fazem abusivamente sobre o que Darwin pensava sobre o olho é uma constante.
      É mais fácil (para os criacionistas!) pensar que a Biologia morreu juntamente com Darwin e com o conhecimento da sua época.

      Se Darwin pudesse ver tudo o que os seus seguidores foram capazes! Se ele pudesse ver as descobertas entretanto efectuadas, em especial sobre o famigerado caso do olho.

      Já várias vezes eu e outros participantes corrigimos isso ao sr. criacionista, mas é como chover no molhado. Continua a ignorar que existem pelo menos 40 tipos diferentes de olho documentados actualmente, a maior parte deles, mostrar claramente os "meios olhos" e "partes decimais de olhos" até aos "olhos finais", seja lá o que isso significa, pois todos eles são, na perspectiva do ser que os usa, olhos definitivos completos e complexos, ainda que para nós nos pareça um simples aglomerado de células foto-sensíveis....

      Também este é um excelente caso de evolução paralela e de evolução convergente, como é o caso do olho dos vertebrados e dos cefalópodes, com múltiplos caminhos e com múltiplos resultados.

      Tudo isto pode ser consultado em vários sites da Web e em livros como por exemplo "A escalada do monte improvável", de Richard Dawkins cuja versão portuguesa é da Gradiva.

      Para terminar: há gente que simplesmente não quer saber! Esse criacionista é mais um deles.

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    12. Para concluir:

      a única coisa interessante e válida, como argumento, que o Criacionista apresentou, foi o facto de terem sido encontrados muito mais genes iguais aos de morcegos do que esperado num golfinho, no entanto, como referi, é apenas válida se ignorarmos os seguintes factos:
      * o número de aminoácidos iguais é muito maior (porque existem genes diferentes para a síntese do mesmo aminoácido);
      * sabe-se que há progressivamente uma aproximação do número de genes similares aos de morcegos nos cetáceos, existindo gráficos de pontos que o demostra, notando até que parece ter havido dois intervalos de tempo com maior pressão evolutiva para esse efeito;
      * aparentemente, os modos como a prestina pode ser alterada para a aquisição da capacidade de ecolocalização é muito limitada (existem estudos posteriores em relação a isso).
      * os humanos também podem ter capacidade de ecolocalização;

      Além disso:
      * embriões de cetáceos revelam duas narinas, que se elevam até ao topo da cabeça e unem-se num único orifício, formando o respiráculo no feto ( http://www.pandasthumb.org/archives/2008/03/whale-evolution.html );
      * existem fósseis com formas de transição de um mamífero terrestre até um cetáceo, apresentando a deslocação das narinas como no desenvolvimento dos embriões dos cetáceos (ex: http://40.media.tumblr.com/92fe500dff3838c39b97af324710fd2e/tumblr_n4g5kvpnfw1s3ept9o1_1280.jpg );
      * os fetos dos cetáceos apresentam bigodes, que posteriormente caem ( https://whyevolutionistrue.files.wordpress.com/2013/04/dolphin-whiskers.png?w=814 );
      * a estrutura esquelética das barbatanas dos cetáceos é, basicamente, uma pata ( http://www.locolobo.org/whale_fin_06.jpg );
      * os cetáceos têm vestígios de membros minúsculos posteriores e por mutação atávica tornaram-se mais duas barbatanas de um golfinho ( http://www.talkorigins.org/faqs/comdesc/images/hindflippers.jpg ), tal como já aconteceu um pinto nascer com dentes;
      etc, etc, etc

      É altamente improvável que tudo - tudo! - isso que corrobora a teoria da evolução - não o criacionismo! -, seja mera coincidência ou de um criador que pretende que acreditem no criacionismo. Quanto muito, é consistente com a ideia de um criador que se esforçou imenso para que a teoria da evolução seja muito credível.

      Aos outros, peço desculpa pelo "off topic", mas achei por bem responder ao Criacionista.

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    13. Mais uma coisa:

      * http://www.mediafire.com/download/s71k1ri6xo28qri/3D_Creature_Evolution.zip

      * http://en.wikipedia.org/wiki/3D_Virtual_Creature_Evolution

      * a rã
      * Virtually evolved 3d creatureJumpy Bug - Evolved Virtual Creature
      * Unfurling Tree 2 - Evolved Virtual Creature

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  2. Caro Ludwig,

    Acho que em Portugal precisamos de algo como a petição que a CSICOP (http://www.csicop.org) fez ao FDA dos EUA (http://www.centerforinquiry.net/docs/fda_homeopathy_response.pdf).

    Da mesma forma, não percebo como é possível que os nossos governantes da treta estejam constantemente a ignorar questões que são de segurança e de saúda pública.

    Não percebo porque ninguém dá instruções para que os "medicamentos" homeopáticos e outros, se querem realmente ser levados a sério porque não cumprem as regras do Infarmed, ou seja, as regras de todos os medicamentos "main stream"?

    Outra coisa que não percebo é como se deixa que os meios de comunicação possam anunciar produtos que claramente deviam estar no rol de medicamentos e que por isso deviam obedecer às regras do Infarmed, como essas tretas de melhoramentos da memória, aditivos de vitaminas e até mesmo os iogurtes superpoderosos que combatem a diabetes, a hipertensão, a idade, sei lá que mais....

    Se todos estes produtos são assim tão bons, porque é que os médicos não os prescrevem para curar o pessoal? Se são bons, porque não divulgam os dados de testes clínicos, mas antes dizem que eles existem, embora nunca alguém os tenha visto?

    Há um par de anos (2010, se não estou em erro) a Danone viu-se obrigada a remover anúncios televisivos no Canadá, tenho ideia que também tiveram problemas no Reino Unido e na Austrália. Só no famoso rectângulo da Europa é que é sempre a mesma cena: há uns fulanos que ganham dinheiro a rodos à conta das pessoas que são levadas ao engano. E os nossos governantes? Andam entretidos a ver o conto para crianças da Grécia....

    É mesmo uma grande treta!

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  3. António,

    «Da mesma forma, não percebo como é possível que os nossos governantes da treta estejam constantemente a ignorar questões que são de segurança e de saúda pública.»

    Tanto quanto sei, o problema é mais de fiscalização do que de regulação porque a lei proíbe explicitamente que se venda produtos homeopáticos alegando propriedades terapêuticas. Por exemplo, o anúncio do Oscilococcium já deve ser ilegal, porque sugere que trata constipações.

    Infelizmente, a ASAE parece estar mais interessada nas camisolas que os feirantes vendem e nos CD pirateados. Parece que isso é que é prioritário...

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    1. Ludwig,

      Eu até admito que eles estejam mais preocupados com a contrafacção pois eles não pagam impostos como os fulanos dos produtos "melga-mike super-poderosos" e dos iogurtes com bífidos activos e mais protecção super extra à prova de colesterol & tal!

      Creio que faz mesmo falta dar um pouco de formação e informação às pessoas - coisa que até entre os profissionais de saúde, vejo muitas vezes a prestarem um mau serviço à comunidade, basta ver a confusão que gera nas pessoas o conceito de genéricos.
      Quando andamos na escola até aprendemos essa coisa dos nutrientes, a malta até é capaz de lá no fundo lembrar-se da roda dos alimentos, dos agente patogénicos e até a história das vacinas e do Pasteur e outros.

      Mas por algum motivo misterioso, parece que todos se esquecem dessa aprendizagem.

      O que não percebo - e por isso parece-me que por vezes é necessário que o pessoal se junte e faça abaixo assinados para pelo menos obrigar os nossos excelsos deputados a dignarem-se a debater estes problemas - é que façam de conta que não se passa nada e que é tudo uma questão de fiscalização.

      É nisso que eu discordo da tua afirmação. Eu acho que os governantes (como legisladores) deviam claramente definir os produtos que são do âmbito do Infarmed e por isso estar sobre o seu controlo e os que não são. E no meu entender, todos os produtos que de alguma forma sugerem que tenham influência directa na saúde das pessoas além do simples fornecimento de nutrientes, têm de provar o que alegam. Esta definição, no meu entender, vai incluir não só os produtos "banha da cobra" como os homeopáticos, como ainda alguns suplementos vitamínicos que parecem ser a solução para todas as maleitas e outros do mesmo género (incluía-os a todos, "de A a Z").

      Assim, não me parece que seja só um problema de fiscalização, mas também de enquadramento legal.

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  4. Quem quiser pode ver um vídeo interessante sobre Quem é o Deus que se revela em Génesis?



    P.S. António Carvalho, as questões que coloca sobre o livro de Levítico já foram aqui respondidas neste blogue há anos, tendo sido exposta a ingenuidade infantil de quem as coloca...

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    1. Criacionista,

      As questões ainda não estão respondidas, pelo menos sempre me tem ignorado!
      Todas as questões que coloco, são para mim pertinentes. Por outro lado, ainda está para aparecer alguém - especialmente alguém incapaz de aceitar criticas à sua forma de pensar e até às suas crenças como é o SEU caso! - que consiga apresentar uma teoria com uma base científica (a Bíblia NÃO É CIENTÍFICA!) e que seja capaz de dar respostas tão boas como a evolução.

      Ainda espero as respostas, se é que alguma dia as vai conseguir apresentar!

      Quanto aos seus videos, absulutamente básicos, cheiros de erros, como más definições de como passar informação genética entre gerações, erros básicos de como funciona a evolução, a interpretações abusiva de trabalhos científicos que são TODOS de base evolucionista e por isso dificilmente podem defender um criador, o próprio conceito de degradação genética, como se existisse uma base de ADN 100% pura e todos os desvios fossem considerados sinais do Diabo.... E eu é que tenho exposições infantis!

      Meu caro, vá aprender 1) evolução, 2) a defender a sua tese com motivos científicos e depois, quando for gente grande apareça que eu cá o espero para um debate como deve ser!

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  5. Aproveito para partilhar os videos das verdadeiras criações: Como Deus criou o homem? e A criação da mosca.

    Sem dúvida que é necessário agradecer ao criador (Carlos Ruas) pelas suas criações (Um sábado qualquer).

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  6. Casos estejam interessados em mais um par de gargalhadas, encontrei um artigo muito bom na Uncyclopedia sobre o Design inteligente.

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    [...]the Universe is so mind-bogglingly complex that it could only have been designed and constructed by an equally, if not more complex, "Intelligent Designer", whom we shall call the "Creator"
    »

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  7. Já agora, e para que as coisas fiquem equilibradas o artigo sobre Darwinismo.

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    If evolution isn’t true, what’s the point of life?
    »

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