sexta-feira, maio 09, 2008

Treta da Semana: Digo o que quero.

A liberdade de expressão não pode ser apenas o direito de se dizer o que se pensa. Porque a comunicação é sempre a dois, tem que incluir o direito de não ser incomodado com opiniões que não se quer conhecer. Enviar SPAM, fazer discursos no autocarro, encher caixas de correio com papelada que ninguém pediu ou andar na rua a opinar de megafone não são exercícios de direito. São abusos e falta de respeito pelos direitos dos outros. Mas nem todos reconhecem que o direito de falar não implica a obrigação de ouvir:

«Em relação a espaços públicos, sejam eles fóruns, blogs, páginas pessoais ou outros, parece-me mais do que evidente que cada pessoa deve comentar ou intervir onde muito bem lhe agradar e como lhe aprouver. Não vejo mesmo o que pode ser discutido a este respeito, trata-se afinal da tão apregoada e incensada liberdade de expressão e mais ainda na Net, onde ela atinge de facto o seu expoente máximo.»(1)

Em relação a espaços públicos, sejam esplanadas, praias ou ruas é evidente que se deve respeitar o espaço pessoal de cada um. Não sentar à mesa de estranhos e meter conversa se não nos querem lá e não encostar a toalha à de um desconhecido só porque a praia é pública. E como a liberdade na Internet é para todos também aqui é preciso respeito mútuo. Todos têm o direito à sua toalha virtual, seja blog, página ou outro fórum, e todos têm a obrigação de respeitar a toalha alheia. Infelizmente, confundem o dever de respeitar com os mecanismos de último recurso para impedir os piores abusos:

«Depois, nos blogs basta activar a moderação dos comentários para filtrar tudo aquilo que seja inconveniente, ofensivo ou simplesmente desagrade ao respectivo dono. Além disso, é também fácil impedir o acesso aos indesejáveis, através do bloqueio ou eliminação de nicks.»(1)

Se alguém me perseguir todos os dias pela rua, pelos transportes públicos e restaurantes a bombardear-me com opiniões contra a minha vontade posso recorrer à lei para que o impeça. Mas este recurso não substitui o dever de me deixarem em paz, mesmo em locais públicos. Apagar comentários e bloquear o acesso são sintomas de que algo já está a correr mal, como seria se precisássemos de um polícia para expulsar da praia quem pisasse as toalhas dos outros. E um blog pessoal, como o nome indica, não é um espaço público. O espaço público é a Internet. Os blogs são aquelas parcelas de espaço pessoal fundamentais na partilha do espaço público. São toalhas de praia, mesas de café e assentos de autocarro.

Uma causa deste problema é o recurso ao anonimato e aos pseudónimos para fugir ao dever de respeitar os outros e para dizerem o que nunca diriam em pessoa. Quando lerem comentários nos blogs imaginem que era mesmo um debate público e que essa pessoa se levantava diante de todos e usava da palavra para dizer aquilo. Hão de notar que os comentários que mais destoariam são quase sempre anónimos.

E isto é fruto de mais uma infeliz confusão. Muitos pensam que o anonimato dá mais liberdade de expressão mas enganam-se. A liberdade é poder exprimir a minha opinião como sendo uma opinião minha. Fazê-lo escondido atrás de uma máscara é prescindir de uma parte importante dessa liberdade, e fazê-lo sem respeito pelos outros é privá-los de outra.

1- Leprechaun, em comentário ao post O Método

74 comentários:

  1. O anonimato, em termos gerais, pode ser uma ferramenta que amplia a nossa liberdade quanto tememos represálias.

    No caso da Internet, acho que tem a ver com a construção mental que fazemos das pessoas. Ao fazer afirmações dando a cara, uma pessoa compromete-se porque os outros lembram-se de nós e do que dissémos no passado. Portanto quando se é inseguro ou se deseja uma certa imunidade, o anonimato é a solução ideal.

    Até do ponto de vista psicológico, o compromisso próprio é ultrapassado porque descer a um nível mais baixo pesa sempre na consciência, nem que seja um pouco - é como fazer batota num jogo e sair impune. Quando se é anónimo cada vez é uma vez, sem demais problemas de consciência.

    É bastante reles, no entanto. Os pseudónimos ao menos resolvem parte do problema.

    ResponderEliminar
  2. Uáu! Puxa vida!!!!!!!!!!!!!! :)

    Desde os tão saudosos tempos dos antigos fóruns do Sapo eu não tinha assim tantos posts especialmente dedicados... ora viva! :)

    Pegando para já no comentário do Francisco, embora eu compreenda que muitas pessoas prefiram manter o anonimato na Net, não vejo de que forma tal pode ampliar a nossa liberdade de expressão aqui.

    Deveras, essa liberdade tem muito mais a ver com o conceito, que apoio por inteiro, de "honestidade radical", o que significa ser-se sempre aquilo que se é em qualquer local e circunstância.

    Meaning... I AM ME!!!

    Hei-de voltar ainda a este tema, que tem uma abrangência muitíssimo mais vasta do que as meras relações individuais, pois deve também servir de mote para o relacionamento a nível empresarial, institucional e mesmo entre as nações e os estados. Enfim, não será para já... mas lá se chegará! :)

    Ou ainda, e comentando agora o título do post, mais do que digo o que quero eu digo o que sou, o que sempre é uma afirmação a um outro nível tão mais profundo e autêntico!

    De facto, é mesmo nisso que assenta o tal conceito de "honestidade radical", o que não significa unicamente ser verdadeiro e sincero para com os outros mas, primeiro e antes de tudo, ser integralmente honesto para consigo próprio. Ou a tal casa que se constrói a partir do alicerce que sou eu e não do tecto que é sempre o outro.

    Daí também eu amar intensamente esse motto de Sócrates, que vai tão além daquilo que vulgarmente é entendido! Porque é mesmo pouco quando apenas nos conseguimos identificar connosco próprios ou o pequeno círculo familiar ou profissional e das amizades. There is so much more and by looking within I wide open the door! :)

    Anyway... e regressando ainda ao anonimato, na prática ele é uma certa garantia de segurança, mesmo em termos legais. Ainda há poucos dias, eu comentava a propósito disto como é bastante difícil a identificação pessoal aqui na Net de quem souber recorrer aos inúmeros subterfúgios que a mesma proporciona para ocultar a nossa identidade. O que pode ter consequências nefastas a nível da criminalidade, claro, mas é também um recurso útil quando os malfeitores são a parte no poder, ou seja, o anonimato pode ser usado como uma forma de infiltração clandestina para minar tiranias e organizações ou governos totalitários. Hummm... isto assim soa muito a terrorista ou Tibete activista! ;)

    Mas seria redutor falar apenas do anonimato a nível individual, já que ele também existe no plano profissional e institucional, sendo aliás até activamente encorajado nestes casos onde o segredo é mesmo a alma do negócio.

    Por outro lado, é óbvio que a divulgação pública e irrestrita de dados pessoais pode acarretar riscos acrescidos, sendo desaconselhada em qualquer manual de prevenção contra a utilização perigosa ou abusiva da Net por terceiros.

    Em suma, e para sintetizar só este ponto do carácter anónimo da Net, creio que aqui se aplica muitíssimo bem o ditado evangélico:

    "Sede mansos como as pombas e prudentes como as serpentes!"

    Ou seja, utilizar a tal dificuldade de identificação para proceder de forma desonesta para com terceiros é um comportamento nada ético, claro. Mas, inversamente, aproveitar essa possibilidade para evitar, o mais possível, ser enganado ou prejudicado por desconhecidos, é apenas simples e natural prudência ou contenção.

    É óbvio que há quem seja mais recatado e quem prefira ser ousado...

    Rui leprechaun

    (...como quem fala demais ou prefere estar calado! :))

    ResponderEliminar
  3. Francisco,

    «O anonimato, em termos gerais, pode ser uma ferramenta que amplia a nossa liberdade quanto tememos represálias.»

    Há aqui uma questão subtil mas importante. Nesse caso, o anonimato não amplia a liberdade. Permite evitar as represálias quando não se tem liberdade de expressão. Mas a liberdade de expressão não é ser obrigado a opinar às escondidas.

    De resto concordo. Muitos anónimos, e até pseudónimos, na Internet são simplesmente para se desresponsabilizarem do que dizem...

    ResponderEliminar
  4. Leprechaun,

    «De facto, é mesmo nisso que assenta o tal conceito de "honestidade radical", o que não significa unicamente ser verdadeiro e sincero para com os outros mas, primeiro e antes de tudo, ser integralmente honesto para consigo próprio.»

    A honestidade é um dos aspectos, mas não o único. O mais importante é a consideração pelos outros.

    A tua proposta que é um direito chatear e incomodar os outros à vontade e depois eles que apaguem os comentários se não gostarem é inaceitável não por ser desonesta mas pela falta de consideração.

    E não me parece que isso seja como tu és. Duvido que fizesses isso em pessoa ou até na Internet se se soubesse quem está por trás desse pseudónimo.

    O problema é que o leprechaun não és tu. É uma versão irresponsável de ti...

    ResponderEliminar
  5. A tua proposta que é um direito chatear e incomodar os outros à vontade e depois eles que apaguem os comentários se não gostarem é inaceitável não por ser desonesta mas pela falta de consideração.


    Nada disso, ó sábio Krippahl... mas que visão tão míope e parcial! :)

    Hummm... eu também nunca tive olhos de lince, daqueles penetrantes que o mundo inteiro destrince! :D

    Ora bem, é claro que não sou especialista neste assunto que tem a ver com minudências éticas ou legais na Net, o qual é obviamente ultra controverso, como essa questão do copyright e das cópias ou download gratuito, aqui muito debatida, claramente mostra.

    Anyway... espero mais comentários, se os houver, antes de me debruçar com maior profundidade sobre o assunto em epígrafe... no qual sou parte interessada, eso és nada!

    Mantendo-me apenas ainda só pelas considerações gerais, há um conceito central que necessita em 1º lugar de ser bem esmiuçado, já que a sua compreensão é fundamental para se avaliar bem do tema muito concreto que motivou esta "treta"... birrenta! ;)

    Trata-se de saber aquilo que é um "direito", palavra utilizada 6 vezes no texto original e mais uma agora no comentário anterior.

    De facto, em linguagem jurídica trata-se unicamente da faculdade que assiste a qualquer pessoa de fazer algo ou omitir ou recusar algo. Ou seja, o conceito de "direito" tem não apenas uma formulação positiva como negativa.

    Isto aliás está já expresso no texto original, e muito bem, quando se fala logo no início do direito de se dizer o que se pensa e do direito de não ser incomodado com opiniões que não se quer conhecer. I mean... esse acréscimo final já é mais problemático, mas por agora passa!

    Ah, de notar que aqui estamos unicamente a falar de direitos individuais, claro. Obviamente, que os direitos muitas vezes colidem, se se for sempre a direito acaba por se chocar! Logo, num certo ponto da trajectória alguém acaba por se desviar... ou não! ;)

    Deste modo, os direitos devem ser encarados como regras de interacção entre as pessoas, implicando simultaneamente obrigações ou deveres, e daí a sua formulação tanto pela positiva como pela negativa, implícita já na sua própria definição.

    E é disso que aqui se fala, como o texto deixa claramente expresso. Os direitos são ainda considerados invioláveis, ou seja, eles fazem parte do próprio estatuto da condição e da dignidade humana ou do ser como "pessoa". Aliás, é também isto que está no centro da discussão sobre os "direitos dos animais", um tema que me parece excelente cá prò sítio!

    Olha, como simples exemplo, e para não me alargar demasiado, dou-te apenas este caso real que exemplifica bem a problemática da interacção no espaço público que é a net. Desde sempre que usei este estilo de escrita, todo gongórico e floreado ou meloso... mui rimado e horroroso... para alguns, por exemplo! Claro que há quem o ache adorável... I do! :)

    Reformula agora as 2 frases iniciais e lê-as assim:

    A liberdade de expressão não pode ser apenas o direito de se dizer a rimar o que se pensa. Porque a comunicação é sempre a dois, tem que incluir o direito de não ser incomodado com rimas que não se quer ler.

    Sim! O sagrado respeito pela afirmação da individualidade...

    Rui leprechaun

    (...que começa na nossa própria infinita liberdade! :))


    O problema é que o leprechaun não és tu. É uma versão irresponsável de ti...


    But I am... I AM!... true (to you)!!! :D

    ResponderEliminar
  6. Ludwig

    Antes de mais, eu vi este post assim que o publicaste, mas escolhi não comentar imediatamente a ver a reacção.

    E a reacção foi um pouco o que eu esperava: o "Leprecão" ficou vaidoso com a atenção que lhe deste. Porque é isso que ele quer: atenção. Trata-se obviamente de um indivíduo com uma perturbação psiquiátrica e não de um inocente místico que gosta de gatos e de uma vida desprendida. E não sei quais serão os comportamentos deste tipo de pessoas (e de quais quer outras), pelo que tenho medo. O pior de todos: o medo do desconhecido. Olha que, infelizmente, não me costumo e
    enganar nestas coisas!

    De modo que vou tentar cingir-me ao caso geral e não dar-lhe a atenção que ele não merece (tanto quanto é possível, porque quando mexem com a minha privacidade ou com outra coisa ou pessoa que quero muito eu tendo a ficar menos racional um bocadinho).

    Deixa só publicar este comentário, para não parecer tanto um lençol.

    ResponderEliminar
  7. Ludwig

    Eu faço o exercício curioso quase todas as vezes que coloco um comentário: tento imaginar um rosto no computador e se diria a mesma coisa a esse rosto, a essa pessoa. Nesse aspecto acho que a comunicação em blogues é vantajosa: posso apagar e editar, o que não se pode fazer ao vivo e a cores.

    O "digo o que quero" não é liberdade de expressão. Liberdade de expressão seria eu não ter receio de assinar de bilhete de identidade as badalhoquices que escrevo no meu blogue e aqui. Mas não assino porque tenho receio de ser julgada por elas. Exclusivamente por elas e não por tudo o que sou, só por causa de um lado mais chamativo.

    O certo é que se é julgado todos os dias. Eu julgo todos os dias: é inevitável e é humano. Mas há uma rapidez de julgamento que tanto pode ser por falta de tempo como por falta de profundidade de pensamento. Qualquer um desses casos pode ser fatal e tem que ser evitado.

    Eu tento não ser rápida demais nem parcial demais nos julgamentos que faço e dar sempre segundas oportunidades. Mesmo assim estou milhas à frente da maioria das pessoas que conheço, que olham para mim e pensam só uma coisa ou outra (a maiorias das vezes nada de acertado). Mas isto foi um pequeno desvio.

    E desviei-me outra vez... mas não vou apagar isto, porque isto tinha que ser dito... deixa-me tentar de novo...

    ResponderEliminar
  8. OK, take 3, a ver se consigo ir direita ao assunto.

    Ora bem, todos temos necessidade de nos exprimir. A minha necessidade de exprimir muita coisa dispersa fez-me colocar acima dois comentários algo desconexos (mas eu também não tenho grande capacidade de síntese).

    Uma criança deve ter a liberdade de dizer tudo o que se pensa. O meio é que lhe mostrará o que é e não aceitável, por tentativa e erro. A sua liberdade real está em filtrar o que lhe é imposto do que ela entretanto processa como sendo aceitável. A falta de liberdade seria o condicionamento puro e simples aos valores e convenções vigentes. A esperança nas novas gerações vem dessa capacidade de rotura com a geração anterior. Numa palavra: evolução (numa perspectiva optimista).

    Um adulto continua a ter liberdade de se exprimir, mas espera-se que o processo de crescimento o tenha formatado de modo a permitir a liberdade dos outros. Ora isso nem sempre acontece. Mas há consequências, e não se limitam ao tabefe que se dá a um puto. E entre adultos as coisas às vezes resolvem-se com polícia. Outras com hospitais psiquiátricos.

    Isto chama a atenção para outras tretas: a treta "Big brother" (eu vim aqui ser eu próprio), a treta dos 15 minutos de fama e a treta da felicidade instantânea. Isso são grandes conversas, grandes tretas e grandes lençóis de texto. Mas os dias não acabam hoje, por isso há tempo para tudo.



    Para que conste, continuo insatisfeita com o que escrevi (que me demorou muito tempo para não ser longo e enrolado demais), mas foi o que saiu.

    ResponderEliminar
  9. Leprechaun,

    «Trata-se de saber aquilo que é um "direito"»

    Um direito é um dever visto do outro lado. Se tu tens o direito de viver eu tenho o dever de não te matar. Se tu tens o direito que não te metam lixo na caixa do correio eu tenho o dever de não meter lixo na tua caixa do correio. Se tens o direito que te deixem em paz eu tenho o dever de não adar atrás de ti a melgar-te. Etc.

    «Desde sempre que usei este estilo de escrita, todo gongórico e floreado ou meloso... mui rimado e horroroso... para alguns,»

    Tens o direito de usar o estilo de escrita que quiseres. Ou seja, todos têm o dever de te deixar escrever ou falar como quiseres. Mas tu tens o dever de respeitar os outros também, e por isso não podes falar onde quiseres. Se queres falar na Net então cria uma página ou um blog e eu defenderei o teu direito de escrever lá com o estilo que quiseres.

    Se queres falar aqui na minha toalha, tens a minha autorização. És meu convidado e sou muito tolerante. Mas aqui já tens o dever de respeitar os meus direitos.

    E se alguém te quer fora do teu canto, como o Dragão fez comigo, tens o dever de saír. Não de sair da Net, que essa é de todos como a praia. Mas o dever de tirar os pés de cima da toalha do outro.

    ResponderEliminar
  10. Ó mui jovem Senhora encantadora!

    Olha que assim não marcas golo... e não tens sobremesa nem bolo! :)

    Está visto que continuas ainda sem compreender e até tens o bónus extra da correspondência pessoal, algo que te devia dar uma vantagem competitiva... na tal luta pela vida!

    Mas por quê o medo e não a confiança do amor? Na sua mais simples faceta de abertura ao outro... onde está a dificuldade nessa tão fácil verdade?!

    Olha, para tentar exemplificar e uma vez que nunca me afastei muito do universo infantil... e tu também tens sobrinhos!... eu adoro conversar com os pais e as mães acerca dos filhos pequenos. Obviamente, este é um tema que eles também adoram, logo aqui é sempre tiro e queda! Claro que melhor do que falar é observar mesmo aquilo que se passa na comunicação espontânea das crianças, e não apenas entre elas mas também com os adultos.

    Por exemplo, já falei algures dos meus jovens vizinhos Hugo e Cari, de 12 e 8 anos, sensivelmente. Quando me cruzo no prédio com um adulto, no máximo recebo algum simples cumprimento, excepto se é alguma das vizinhas que era mais íntima com a minha Mãe. Mas esses 2 jovens não se contentam com saudações frias e de social cortesia. They love to talk... são curiosos e de olhos brilhantes como eu... ser criança é estar no Céu! :)

    Bem, deveras agora até já nem tanto, o que é pena. Quando a minha Mãe ainda era viva, e porque ela nunca podia ver nenhum bebezito que logo parava extasiada, a afectuosidade com ambos os meninos era de facto mais forte, mas eles já andam na escola... têm deveres e afazares, ora bolas!

    Aqui em frente onde vivo, bem no centro de Famalicão, há vários espaços ajardinados e passeios muito largos, onde as crianças brincam ao fim da tarde nos dias soalheiros. E também à noite, em especial nos fim de semana enquanto os pais estão nas esplanadas. E é um som tão, mas tão super bom, ouvir esses gritos, correrias e chilreios... a semente da Vida em seus múltiplos anseios!

    Como me lembro tão bem da minha Mãe a rir-se deliciada e sempre atenta a essa imensa alegria infantil... ó infinda ternura assim gentil !!!

    Anyway... creio que me perdi no meio de tudo isto, aquilo que eu queria dizer é que as crianças têm essa capacidade espontânea de abertura e confiança, o que lhes permite estabelecer uma relação imediata entre si e ainda com as pessoas pelas quais manifestam empatia. Elas não têm medo ou vergonha... também sim, em alguns casos... porque sabem ser ainda naturais... they show who they are plainly and clearly from deep and afar!

    Don't you really understand it still?! E sabes?... isto de que falo tem tanto, mas mesmo TANTO a ver com essa incrível e absoluta maravilha, a tal indizível experiência da unidade interior... o mar que é uno co'a a ilha!!! Porque o sol nos olhos não mente, neles se espelha essa Alma eternamente!!!

    Please, try to remember... let go of fear... YOU ARE always so much dear!!!

    Que a Vida é só o florir...

    Rui leprechaun

    (...desse Amor sempre a sorrir! :))


    I come to my Beloved
    As a child I come
    In innocence and trust
    As a child I come

    My Beloved comes to me
    As a child he comes
    In purity and love
    As a child he comes

    ResponderEliminar
  11. Abobrinha,

    Não sei se o Leprechaun tem algum problema psiquátrico grave. E se está só à procura de atenção, paciência. Vi uma treta que não é só dele (há muita gente que julga que a liberdade de expressão é dizer o que quiser onde quiser) e pronto, deu post.

    De resto não me pronuncio nem julgo a tua decisão de usar um pseudónimo, nem a do Leprechaun. Há uma diferença entre vocês, porque me parece que sem pseudónimo me dirias o mesmo que me dizes agora, e que o teu pseudónimo não é por minha causa. Com o Leprechaun é diferente. Estou convencido que se estivessemos a falar os dois num café o discurso dele seria menos estranho e certamente não iria perseguir ninguém até casa a gritar-lhe aos ouvidos.

    Leprechaun,

    Mas por quê o medo e não a confiança do amor?»

    As razões podem ser muitas ou nenhuma. Mas é uma escolha que cada um faz, que tem o direito de fazer e que, por isso, os outros têm o dever de respeitar. E tu sabes disso, e estou certo que se não fosse estares escondido no anonimato não hesitavas em respeitá-la...

    ResponderEliminar
  12. E se alguém te quer fora do teu canto, como o Dragão fez comigo, tens o dever de sair. Não de sair da Net, que essa é de todos como a praia. Mas o dever de tirar os pés de cima da toalha do outro.


    Homessa! O Dragão também faz parte da exclusiva interdição!? :)

    Pois bem, tenho um desafio muito simples que creio pode esclarecer um pouco melhor aquilo de que estamos a falar e que se resume então à participação ou não em blogs públicos.

    É claro que eu nem vejo onde é que está a dúvida, e esse exemplo da praia e da toalha é mais do que super insatisfatório... aquilo de que falamos é vastamente diferente, ó primo Osório! :D

    Já agora, nota apenas que eu não emito a infra mínina queixa ou protesto contra todas as espantosas e ridículas atoardas que esta mini-tempestade em copo de água está a gerar... num minuto há-de passar! Porque nem o exagero ou a insinuação ou o boato ou a mentira diminuem quem EU SOU!... é irrelevantíssimo no final! Depois, se quem não quer ser lobo não lhe veste a pele, também quem frequenta um espaço público pouco auto-regulado e algo anárquico como a Net deve obviamente saber sujeitar-se a alguns pequenos inconvenientes. No big deal... isto se não nos portarmos como meninos birrentos e queixinhas, claro!

    Bem, mas o meu desafio ou puzzle é apenas este: estabelecendo um paralelo entre a comunicação presencial no dia a dia - o tal "mundo real" - e esta mediada à distância, ou virtual, qual será a melhor comparação que poderemos fazer entre a 1ª e um blog público, como este afinal?!

    Ah! não é a praia, com toalha e sem saia! ;)

    Talvez a partir daqui se possa então compreender melhor aquilo que de facto é mesmo o centro deste debate e que se prende, de facto, com uma simples questão de direitos, conflituantes ou não, mas que cada qual exerce em liberdade e com razão!

    Obviamente, não vejo choque ou problema algum em nada disto... simples como água... mai-lo anzol e o isco!

    E quanto ao anonimato...

    Rui leprechaun

    (...SOU QUEM SOU intimorato! :))


    Rui Alberto Brandão Vaz da Fonseca
    Solteiro, 55 anos, tradutor/revisor, Famalicão
    rui_leprechaun@hotmail.com (MSN)

    Dados inteiramente disponíveis em qualquer fórum que frequento... eu nunca me escondo!... sou gordinho e bem redondo! :D

    ResponderEliminar
  13. Ludwig

    Eu reconheço esta treta como geral, claro. Só eu é que tive direito a post personalizado! ;-) Mmmm... eu e o Dragão... bem... não interessa, vamos seguir em frente!

    Acredita que te diria o mesmo em pessoa. Com sotaque, esbracejar e caretas.

    Mas agora particularizando, erras numa coisa: o Leperchaun seria capaz de te e me perseguir pela rua fora e achar que estaria no direito dele. Com a diferença que está convencido que tem o direito a mostrar-me que está enamorado de mim.

    Estamos por isso em presença de uma pessoa com um problema psiquiátrico grave. Eu não me engano nestas coisas, acredita em mim. Normalmente não diria isto e deve mesmo ser errado a vários níveis, mas sinto-me ameaçada. E quando me sinto ameaçada não uso da razão nem da sensatez toda.

    Para que não restem dúvidas, repito o que disse no blogue da Karin: se algum dia, por qualquer motivo o infeliz me encontra e me chateia eu chamo a polícia ou acerto-lhe forte e feio. Sou pequenina, mas sei-me defender. Acho-o ameaçador e agirei em conformidade com esse sentimento.

    O Leperchaun ainda por cima não entendeu a treta em causa e está a mostrar-se cada vez mais: a fotografia, a morada, o e-mail, a profissão. Espero que alguém do Hospital Magalhães Lemos esteja a ler (e que haja camas vagas).

    O que está em causa não é ele ser quem é mas ele dizer o que quer. Com ou sem anonimato, com ou sem net, não temos liberdade absoluta de expressão. Como não temos liberdade absoluta de absolutamente nada.

    ResponderEliminar
  14. Caro Rui,

    É um prazer :)

    Isto não é uma tempestade. Nem sequer um copo. É uma divergência de opinião, no fundo o motor de todas as conversas interessantes.

    E penso que o problema está na tua insistência que um blog pessoal é algo público. Não é. É pessoal, como o nome indica. É visível ao público, como é a pessoa deitada na toalha. É acessível a quem quiser ir lá conversar, tal como a pessoa deitada na toalha. Mas não é a toalha de todos.

    A possibilidade de criar um espaço pessoal é fundamental na partilha de qualquer espaço público. Ninguém iria a um jardim, a uma praia ou sequer andar na rua se não respeitássemos aquele espaço meramente convencional, mal definido mas mesmo assim real que cada um cria à sua volta.

    Se não respeitares isso tens sérios problemas de relacionamento com as pessoas. Da próxima vez que pedires direcções a alguém na rua experimenta falar com a pessoa quase tocando com o teu nariz no nariz dela e vais ver muito claramente como há um espaço pessoal mesmo numa zona pública.

    Já agora, faz isso com um tipo grande e com ar chateado, a quem depois podes dar lições de budismo :)

    ResponderEliminar
  15. Ludwig

    O Expresso iniciou há um tempo um sistema de moderação de comentários que consiste em ser avaliado pelos outros comentadores.

    Não sei explicar-to em pormenor porque deixei de comentar lá (desde que o blogue do Jorge Fiel deixou de lá estar, passou a não ter grande interesse).

    É certo que muita gente usa as caixas de comentários como quem usa a retrete pública. Mas não sei se não teria sido mais corajoso do Expresso usar a opção Abobrinha (apagar o que não interessa e não se quer) que a pressão dos outros comentadores.

    O Expresso não é um espaço comparável ao meu blogue pessoal, mas também não é um espaço público tipo retrete onde se borram as paredes com prosa ou poesia de nível adequado ao espaço. Mas deve ser chato estar a ler um comentário e estar condicionado à partida pela avaliação que outros fizeram de nós. Porque a maioria não tem necessariamente razão e às vezes são precisas vozes que sejam pedradas no charco (o Miguel Sousa Tavares não sendo uma delas).

    E por falar nisso, destaco duas coisas:

    1. o post do Desidério Murcho acerca do Peter Singer. Quando li que as ideias do Peter Singer eram incómodas e chocantes fiquei tentada a comprá-lo (a prosa elegante do Desidério ajudou). Quando li que a Rita o achava presunçoso e burro fui a correr À FNAC (filho da mãe é caro: 22 euros!). Recordo que de acordo com a mesma especialista tu és machista do pior e eu preconceituosa, pelo que vi logo no Peter uma alma gémea.

    2- As declarações do Bob Geldof acerca de Angola e o editorial do Henrique Monteiro acerca das mesmas no Expresso desta semana (suponho que ainda não estão online, mas devo fazer referência a elas brevemente no meu estaminé). Não imaginas o que me custa ter que defender o Bob Geldof (detesto-o), mas até eu tenho que dizer que é preciso tomates para uma coisa daquelas.

    Mas o Bob Geldof é desisteressado, pelo que nem é muito grave. O Expresso (leia-se: o jornal PORTUGUÊS Expresso) ter apoiado frontalmente o que ele disse... isso é extraordinário. Isso é liberdade de expressão!

    ResponderEliminar
  16. A possibilidade de criar um espaço pessoal é fundamental na partilha de qualquer espaço público. Ninguém iria a um jardim, a uma praia ou sequer andar na rua se não respeitássemos aquele espaço meramente convencional, mal definido mas mesmo assim real que cada um cria à sua volta.


    Still beating around the bush... ou seja, isso é continuar em círculos, assim não avançamos! :)

    OK, vou dar então outra dica. Antes, porém, digo que não há nada a opor a todas essas considerações quanto a público e privado e por aí. Praia e toalha, rua e transeunte, pessoa e seu nariz... mas o meu é bem petiz!

    Só que isso é tudo ainda muito abstracto e geral e continua a NÃO se aproximar nadinha do tal cenário bem concreto em discussão: o tal blog aberto à participação!

    Ah, a dica, antes que me esqueça: Jornadas Teológicas em Braga, onde algumas das pessoas que aqui comentam também estiveram presentes. Não é, ainda assim, a perfeita analogia, mas já dá uma indicação mais razoável. Ora depois, se estamos até num espaço onde tanto se louva o rigor... meras generalidades não lhe fazem bom louvor!

    Por último, nem sequer comento o "digo o que quero" que a jovem portuense, cuja frontalidade desde logo me cativou... isso é uma virtude mesmo no temor do anonimato!... aqui vem debitando à vontadinha, ainda que mui longe daquilo que ela sabe ser a verdadinha! ;)

    Mas ela já viu que eu não sou assediável, nem irritável ou provocável... logo aproveita e faz como os pequeninos: toca a malhar que ele até está a gostar! :D

    E eu nunca contesto esse direito alheio, nem sinto qualquer receio... que o meu espaço privado é sempre inviolado! :)

    And this is SO plain to see...

    Rui leprechaun

    (...even with eyes shut firmly! :))

    ResponderEliminar
  17. Caro Ludwig,
    Venho aqui só para lhe dizer que ainda bem que escreveu este texto. Raios, estou farto de insistir nesse ponto e acho que não passa de um acto de cobardia as pessoas usarem a internet sob o anonimato. De resto também posso chegar a um local e fazer-me passar por uma pessoa que não sou. Nesse aspecto não vejo diferença alguma entre o espaço físico e o virtual. Nem nisso, nem nas borlas ;-)
    Abraço

    ResponderEliminar
  18. Não puseste bem esse link do Desidério sobre Peter Singer... mas agora já está!

    Pois estou francamente surpreendido pelas baixas avaliações que ambos os posts acerca do controverso pensador suscitaram dos leitores, bem como a imensa maioria dos artigos que tenho visto na Net sobre ele. Algo estranho, e isto independentemente da controvérsia de algumas das suas posições éticas nos tais temas muito sensíveis.

    Ou será que ele não é assim lá muito simpático... tipo este Gnomo asnático?! ;)

    Mas a tua intervenção nem versou nadinha disso! Anyway, para além daquilo que o ultra penetrante Alf te dirá, posso fornecer-te este site de um físico proscrito do "establishment" das cabeças bem pensantes, o que nestes tempos de defesas pouco racionais de velhos paradigmas poeirentos até pode ser bem significativo...

    Ruggero Maria Santilli

    Há por lá alguma documentação interessantíssima, mas, tal como nas buscas dos tesouros, é sempre conveniente saber de antemão a jóia que se procura nessa busca que perdura!

    Por fim, há uma bravura que é coragem mas outra que é simples bravata ou, pior ainda, pura ofensa gratuita e pouco inteligente. You really should try your very best to refrain from it, cause lies or the lack of truth can never reflect our true Self... know and love Thyself! :)

    Ou ainda, não importa a reacção ou não do outro àquilo que lhe dizemos ou fazemos, mas apenas se estamos deveras centrados no que somos e sentimos enquanto assim pensamos, falamos ou agimos!

    Mas não confundas a corda com a cobra... na serenidade não há lugar a essa obliteração dos sentidos, fruto do medo indevido!

    E picadas de abelha nem as sente o elefante...

    Rui leprechaun

    (...encantado assim do insecto esvoaçante! :))

    ResponderEliminar
  19. Rolando,

    «Nesse aspecto não vejo diferença alguma entre o espaço físico e o virtual. Nem nisso, nem nas borlas ;-)»

    Estou de acordo. É uma razão porque sou contra o copyright no conteúdo digital. Onde é que já se viu cobrarem-me por emprestar um livro aos amigos só porque eles vão criar e usufruir de uma cópia mental da informação? Ou vir a ASAE dizer que não posso contar anedotas porque estou a difundir informação sem ressarcir o autor?

    Restrinjam os bens materiais, se acham a restrição necessária. Mas deixem a informação circular sem barreiras dentro da Internet como fora dela. :-)

    ResponderEliminar
  20. Leprechaun

    Mais uma vez: deixa de me perseguir!

    - Leste todo o meu blogue e ficaste com a ilusão que me conhecias e que temos imenso em comum.

    - Invadiste o meu blogue com comentários, antes de eu tos ter começado a apagar.

    - Colocas comentários em todos os blogues para os quais tenho ligação.

    - Comentas quase todas as minhas intervenções como se fôssemos grandes amigos ou mesmo íntimos, o que não é verdade.

    - Mandaste-me inúmeros e-mails.

    - Continuas a pensar que estás apaixonado por mim e que somos almas gémeas e que eu só estou a fazer birra.

    De uma vez por todas, deixa-me em paz! O dono deste blogue já te disse que podes escrever aqui, mas eu não quero que comentes o que eu digo sequer. Comenta tudo o resto e larga-me!

    E pelo amor de Deus, procura ajuda psiquiátrica! Hoje!

    ResponderEliminar
  21. Ludwig, Abobrinha, Místico,
    Tenho estado hesitante em comentar porque, honestamente, penso que me deverá ter escapado algo.
    Não me parece que , por enquanto, este assunto tenho algo a ver com direitos ou liberdades individuais. Não há, tanto quanto sei, violação de dados pessoais. É tudo sound bytes.
    O que me parece estar aqui em causa é tão somente a recusa de alguém em cumprir convenções sociais. É desgradável e incomodativo !? concordo! Mas, e especialmente para ti Ludwig, são SÓ BYTES, e este post é estar a dar tempo de antena a álguem que já usou e abusou disso.

    ResponderEliminar
  22. A propósito ainda do anonimato, embora essa não seja a questão central discutida neste tema que versa bem mais a fronteira entre o público e o privado na comunicação pessoal via Net, lembrei-me agora de algo que nem quase vejo referido, mas creio valer a pena salientar a propósito deste assunto e num âmbito mais lato.

    Uma das consequências óbvias do anonimato, entendendo aqui o simples facto de não conhecermos a pessoa com quem estamos a interagir neste espaço, é a possibilidade de qualquer um poder criar uma multiplicidade de nicks ou clones, tanto em sites distintos como até dentro de um único. Por exemplo, é perfeitamente possível que aqui neste blog haja alguém a participar com mais do que um nick, não se identificando como uma só pessoa com 2 ou mais registos, mas dando a aparência de se tratar de facto de participantes diferentes. Não me parece que tal suceda por cá, mas é só para exemplificar.

    Anyway... aquilo que eu pretendo abordar não é a visão mais corriqueira acerca deste assunto, mas sim falar da excepcional criatividade que algumas pessoas na Net mostram na elaboração, por vezes complexa e extremamente bem conseguida, de múltiplos personagens cuja origem é indistinguível como proveniente de uma fonte única. Uma espécie de desdobramento da personalidade ou as suas múltiplas facetas, ou ainda um fenómeno de certa forma comparável à criação literária dos diversos personagens de um romance.

    Não deve haver assim tanta gente com esse talento que, obviamente, só está mesmo ao alcance de maquiavélicos muito inteligentes! :) Nestes mais de 8 anos em que por aqui navego, só recordo mesmo 3 pessoas com essa enorme capacidade de confundir e baralhar, e não estou a usar estes termos de forma depreciativa, atenção!

    Deveras, esse trio – 2 + 1 em nacionalidade e género e idade e conhecimento pessoal – faz parte da mão cheia de pessoas que espontaneamente e desde logo me cativou em extremo... Gnominhos são crianças eternamente assombradas de mentes esbugalhadas! :D

    Bem, é certo que nem sempre uma tão grande imaginação é posta ao serviço do "bem geral", falando em termos éticos. Pode mesmo causar-se muitos problemas, tanto ao grupo como a algum alvo em particular, com o uso deliberadamente mal intencionado desse dom. Mas é uma certa malvadez tão fascinante, mesmo que plenamente consciente do seu mau uso e abuso, que nem mesmo assim pude jamais deixar de apreciar os seus autores. Ou invejá-los, talvez... ;)

    Claro que a multiplicidade de nicks inclui naturalmente ambos os sexos, ou seja, um personagem feminino pode ter nicks masculinos e vice-versa. Ah! a este propósito há um vídeo super hilariante no YouTube, que acho mesmo adorabilíssimo!!! Deveras, a sua visualização recordou-me de imediato a última das 3 pessoas que conheci com esse extremo dom... é mesmo ela/ele quem está representado aí... oui! Bem, mas não tão velho e feio assim... esse retrato é mais p'ra mim! ;)

    Logo, contínua fascinação...

    Rui leprechaun

    (...nessa múltipla (des)união! :))


    Skin deep strip!

    It is NOT an adult video... just an extremely deceiving one... with lots of skin, beer and fun!!! :D

    ResponderEliminar
  23. - com -,

    Ser só bytes é uma razão forte para que ninguém seja dono deles mas não quer dizer que não façam nada. É como dizer que são só números. Não és dono do teu PIN mas tens o direito que o banco não o divulgue.

    E as convenções sociais são importantes para que se respeite muitos direitos que não é conveniente obrigar a respeitar pela lei. A lei é um instrumento muito tosco e de último recurso.

    Finalmente, a minha intenção não é dar protagonismo ou criticar o Rui Leprechaun pessoalmente mas sim aquela ideia que ele propôs: na Internet vale tudo e depois quem quiser que apague. É uma treta da qual discordo, que penso ser fruto de algumas confusões evitáveis e que me deu na cabeça usar para um post (desses três critérios o último é o determinante :)

    ResponderEliminar
  24. Ó Senhora!

    Mas tu estás mesmo obcecada... por nada! :)

    What else can I say... anyway?!

    Sabes, a princípio eu nem sabia bem se acreditavas mesmo em tudo quanto escreves ou se estavas apenas a exagerar de propósito só para provocar. Mas perante a inusitada insistência, creio que tenho mesmo de chegar à conclusão que auto-induziste realmente essa estranha fixação... olha, é um Aboborocentrismo... estás como eu que muito cismo! :)

    Let go... simply let go! Outra historinha ainda, Alma linda!

    OS APEGOS

    Um dia, dois amigos passeavam amenamente por um bosque. Um deles queixava-se da sua vida e dos diversos problemas que o apoquentavam. Era isto, mais aquilo e aqueloutro... o trivial!

    O outro lá lhe procurava explicar o melhor possível que bem mais importante do que as circunstâncias exteriores é deveras o modo como escolhemos reagir a elas. Certo que essa reacção é muitas vezes inconsciente, algo como um reflexo condicionado bem oculto já na mente.

    Mas isto de palavras por vezes serve de pouco, um exemplo chocante vai mais ao ponto!

    Então, a certa altura, ele encostou-se a uma árvore e abraçou-lhe o tronco. Bem, há por aí agora uns treehuggers, tenho de conhecer algo mais sobre isso! ;)

    O outro ficou um bocado espantado a olhar para ele, mas não disse nada. Passado algum tempo, o amigo do abraço gritou: "Ajuda-me a desprender da árvore, que ela não me larga!"

    Aqui já o moço das preocupações pensou que o amigo estava mesmo a mangar com ele:

    "Mas estás doido ou quê? Desprende as mãos e solta os braços!"

    O outro assim o fez e só lhe disse:

    "E porque não fazes tu o mesmo na tua vida? Não é a árvore dos acontecimentos que te prende, és tu próprio que escolhes agarrar-te desesperadamente a ela!!!"


    Senhora, quem está preso pois a quem?

    Solta o abraço do sentir...

    Rui leprechaun

    (...liberta-te do carpir! :))

    ResponderEliminar
  25. ... aquela ideia que ele propôs: na Internet vale tudo e depois quem quiser que apague.

    Mau! Não me digas que o síndrome Abobrinha está a alastrar... até ao lógico-racional altar! :)

    Aquilo que sempre vale, aqui ou em qualquer lugar, é ser apenas quem se é... EU SOU é a minha fé!!! :D

    E continuas a não aceitar o meu repto... e olha que ele nem é tão difícil assim! Generalizar é fácil, nos pormenores é que está o mais difícil!

    Nota que todos os exemplos que até agora deste aqui, ou seja, as analogias com a comunicação a nível pessoal no mundo físico, apenas se podem considerar equivalentes à troca de mails pessoais ou mensagens privadas em fóruns e sites tipo Orkut ou afins, uma funcionalidade que não existe em blogs.

    Ora, não é de comunicação um a um que aqui se fala, blogs ou fóruns são espaços de interactividade muito mais vastos! Uma grande torre de Babel... de onde escorre mel ou fel! ;)

    Anyway... há de facto algo interessante e que eu não tinha considerado, nessa analogia da Net com a praia e a toalha individual. É que existe sem dúvida uma diferença significativa entre fóruns e blogs, já que embora os primeiros também sejam criados por uma pessoa ou um grupo, neles a interactividade mais alargada não lhes confere esse carácter tão marcadamente de espaço individual que um blog pessoal de facto possui. Isto é sem dúvida um ponto importante a favor dessa tua afirmação da "falta de consideração", algo que no ambiente mais colectivo de um fórum faria menos sentido, sim, tendo em conta que não há "donos" nos fóruns abertos, mas tão somente quem os administra ou modera.

    Ou seja, já por vezes vi alguém, que abre um tema novo, a tentar impedir que A ou B intervenha nessa discussão, o que é claramente ridículo e inadmissível, e esse é deveras o meu ponto também nesta questão da interdição similar em qualquer blog público. De comum, existe contudo a possibilidade de haver sempre moderação de posts ou comentários, que no caso de um fórum apenas pode ser à posteriori e feita pelos moderadores, e não os próprios participantes. Claro que aí os critérios são sempre muito fluidos, havendo moderações demasiado rígidas – tipo árbitro que apita a qualquer pequeno encosto – e outras bem mais sóbrias e que intervêm só mesmo em casos graves que o justifiquem.

    Noutra nota mais à parte, é muito fácil gritar e arvorar slogans em que até se acredita piamente. Ou princípios bem éticos e sãos, como o direito à diferença, incluindo aqui a última que é a da irrepetível individualidade de cada Ser Humano... each single one of us!!!

    Mas é já bem mais difícil pô-lo em prática, no fundo de nós existe sempre um medo atávico de tudo o que é diferente e não cabe nas normas da categorização do nosso pensar ou sentir.

    Olha, tal como nos vídeos do site evolucionista... "think about it"! Porque também é isso que está em causa nessa perene e constante afirmação de "Digo o que EU SOU!" :)

    Porque aquilo que eu quero...

    Rui leprechaun

    (...é só esse EU mais vero! :))

    ResponderEliminar
  26. Abobrinha,
    o leprechaun deu mostras de pretender mudar de atitude. Que tal dar-lhe o benefício da dúvida aí por dois ou três dias?
    Um dos comentários dele até é interessante.

    Ludwig,
    Sou muito ceptico acerca da capacidade do diálogo para mudar as atitudes de alguém. Desse ponto de vista este post pode vir a tornar-se num case study.

    ResponderEliminar
  27. On e Leprechaun,

    Mudar de atitude leva tempo, mas neste caso penso que nem é a atitude do Rui que tem que mudar. O problema, e parece que já estamos a convergir para uma solução, é um problema comum hoje em dia de dividir as situações entre públicas e privadas e esquecer as pessoais. Vou ilustrar com um exemplo concreto, como o Rui pede :)

    Uma estrela de cinema vai levar os filhos à escola. A rua é pública e isto não é uma actividade privada. Mas também não é uma actividade pública na qual todos tenham o direito de participar. É um acto pessoal, íntimo, e é um abuso irem umas dúzias de idiotas atrás da família a tirar fotos para os jornais.

    É esta categoria que hoje se descura muito, daquilo que é feito à vista de todos mas que ainda assim é não está completamente aberto a todos para participar como quiserem.

    Um blog é uma coisa deste género. Não é privado (normalmente, há uns que são) mas também não é de todos, completamente público. É pessoal à vista de todos, mas com participação restrita por certas normas de civismo que são essenciais à vida em conjunto.

    Concordo com o Rui que um fórum pode ser diferente, mas mesmo assim aquilo que devemos considerar como verdadeiramente público tem que ser algo mais vasto. Por exemplo a Web, a rede de textos html como um todo, é um espaço público. Não me parece razoável impedir alguém de pôr links ou de escrever algo numa página sua desde que seja aceitável num espaço público.

    Mas muitos pedaços e actos na Web fazem parte da esfera pessoal, não necessariamente privada, pois é à vista de todos, mas também não totalmente pública.

    Penso que há muita gente que não precisa de mudar de atitude, apenas de considerar esta terceira categoria entre o público e o privado.

    ResponderEliminar
  28. Olha, outra relação ou analogia interessantíssima que este diálogo acaba de me proporcionar!

    Há por aí um tema em que se discute se a realidade é objectiva ou subjectiva. Com aquele argumento de ninguém atravessar paredes, claro! :)

    OK... concedamos que assim é no mundo físico, já que a aproximação, em termos práticos, é suficientemente boa. Ou seja, um pouco como a física clássica e a quântica, afinal.

    Mas e ao nível do nosso íntimo sentir, onde as emoções, conflituantes tantas vezes com a razão, desempenham talvez mesmo o papel central no modo como apreendemos deveras a nossa relação com o mundo? O exemplo da corda confundida com a cobra vem de imediato à ideia, ou qualquer outro caso de ilusão sensorial. Mas aqui ainda continua a existir a tal realidade exterior, afinal uma pessoa "normal" vê uma corda e não uma serpente, por mais parecidas que sejam!

    A questão já se torna muitíssimo mais intrincada quando falamos apenas das nossas próprias percepções acerca do outro, que incluem sempre emoções e sentimentos e racionalizações. É que aqui o objecto é simultaneamente sujeito... emaranhado (quântico) perfeito!!! :D

    Deste modo, a realidade subjectiva de cada qual pode ser vastamente diferente, com mil cobras e lagartos... e o papão no escuro quarto!

    Certo, isto é estudado na psicologia cognitiva e, mais modernamente, naquela que para mim é deveras a psicologia do futuro: a Transpessoal.

    Mas aquilo que eu até já quis salientar outras vezes nessa tal dicotomia conhecimento objectivo-subjectivo, é que esta realidade íntima que nos molda - mormente no campo absolutamente fulcral dos relacionamentos pessoais - é efectivamente a mais importante... de muito longe!

    Ou seja, no meu dia a dia prático, para mim é indiferente se é o criacionismo que está certo ou são os evolucionistas quem tem razão, ou até se a Terra é plana ou redonda e se é o Sol que gira à sua volta ou vice-versa. E se o Homem foi à Lua ou não e esta é feita de queijo parmesão! :)

    Meaning... muito desse conhecimento objectivo não é verdadeiramente transformador da minha existência, ainda que eu até aproveite as suas consequências tecnológicas práticas que servem para me facilitar a vida.

    E, contudo, as tais crenças fundas, quase inatas ou que se bebem com o leite da mãe, como a noção de Deus e a resposta individual aos grandiloquentes porquês, isso sim, já pode deveras afectar profundamente todo o meu viver, essa tal outra realidade subjectiva que é a minha e que, deste modo, tem mesmo precedência sobre qualquer outra mais vasta concordância de não sei quantos milhões de pessoas!

    Deveras, tens aqui um exemplo patente disso, já que claramente não reconheço o meu EU e o meu sentir nas inflamadas palavras de quem me quer proibir! :)

    Ou sejam, são 2 realidade pessoais tão distintas e distantes e, contudo, moldadas a partir dos mesmos elementos comuns construídos pelas mesmíssimas palavras escritas e lidas, mas tão diversamente sentidas ou intuídas e compreendidas!

    E nem é uma questão de razão ou desrrazão... apenas outro diferente ângulo de visão. Que a mais abrangente realidade tudo inclui... essa Abóbora mai-lo o Gnomo e o Rui! :D

    Pois, as manas também se queixam... mas se há sempre esse hermetismo no fundo individualismo! ;)

    Ah! mas quanto ao exemplo da actriz e por aí... isso continua MUITO distante do que deveras se discute aqui. Vou sumariá-lo para se compreender melhor:

    Quem tem um blog aberto ao público, como é o caso deste, tem o direito de exigir a qualquer outra pessoa que a mesma não escreva ou participe no seu espaço? E esta deve pois automaticamente acatar essa vontade do outro, abdicando assim do seu direito a intervir livremente num espaço público... ou semipúblico ou lá o que for?!

    Depois, e para se compreender melhor o que isto significa em termos de direitos individuais, neste caso os de livre expressão, aquilo que eu proponho é que se estabeleça um paralelo o mais concreto e fiel possível com aquilo que, em termos de comunicação, é um blog público e uma situação correspondente a nível da interacção real, ou seja, presencial.

    Continuo a achar que não é assim tão difícil, embora talvez seja mesmo impossível arranjar uma comparação perfeita. Eu já dei uma dica bem concreta, essa tal conferência em Braga. E até tenho aí um exemplo surreal... como convém aqui, afinal! :)

    ResponderEliminar
  29. On

    "o leprechaun deu mostras de pretender mudar de atitude. Que tal dar-lhe o benefício da dúvida aí por dois ou três dias?"

    Eh, pá, vou usar mais caracteres que o costume para responder a isto. Vamos lá a ver se o blogspot aguenta: NÃO!!! Nem pintado! E quando eu digo NÃO é NÃO.

    Onde é que está a mudança de atitude? E onde é que está o comentário interessante? Não estás bem a ver a perseguição que este tipo me tem feito.

    E continua a cismar que eu tenho a mania da perseguição. O próprio facto de eu estar há tanto tempo a discutir essa questão deveria indicar que estamos a tratar de um tipo desiquilibrado e que eu não quero ver nem perto de mim.

    Para que não restem dúvidas eu repito: não quero que o Leprechaun se dirija a mim nem coloque comentários no meu blogue. E se por algum azar do destino ele descobre quem eu sou, eu acerto-lhe! Com força!

    ResponderEliminar
  30. Ludwig

    Achas mesmo que se está a chegar a uma solução? Ora lê:

    "Quem tem um blog aberto ao público, como é o caso deste, tem o direito de exigir a qualquer outra pessoa que a mesma não escreva ou participe no seu espaço?"

    Só porque tu és educado e vieste equipado de série com um cérebro (mas eu não sei: eu não estava lá para ver), isso não quer dizer nada dos outros.

    Mas não interessa, vamos para o geral: tenho no meu estaminé dois exemplos concretos de treta "digo o que quero" aplicados. Ambos podem ter consequências físicas graves.

    Eu sei que tiveste como objectivo a treta geral. Mas no particular isto deu "eu sou e mostro-me como sou", o que eu só aceitaria se fosse o Brad Pitt. Nú de preferência e ao vivo e a cores.

    Não é a mesma treta mas uma diferente: se me ameaçam anonimamente há algo de mais sinistro porque a pessoa sabe quem eu sou mas eu não sei quem ela é (e pode ser qualquer um e pode estar a olhar para mim). Mas se alguém que eu conheço me ameaça, continua a ser uma ameaça. Ninguém pode dizer o que quer e fazer o que quer, anónimo ou não. O anonimato é uma treta à parte.

    ResponderEliminar
  31. Abobrinha, fizeste mal as tags de hiperligação. O que tu querias era Isto

    Eu, no caso do Jorge Fiel, pegava no registo dos IPs e ia à esquadra de polícia mais próxima, embora me pareça que estas ameaças são mais reveladoras do (diminuido) tamanho do cérebro e dos orgãos genitais de certos adeptos (cavalgaduras?) do que propriamente um afirmar de intenções.

    ResponderEliminar
  32. Rui Leprechaun,

    «Quem tem um blog aberto ao público, como é o caso deste, tem o direito de exigir a qualquer outra pessoa que a mesma não escreva ou participe no seu espaço?»

    Sim. Se não tivesse não seria o seu espaço. Seria o dos outros.

    Estes direitos pessoais são fundamentais na partilha de recursos públicos.

    ResponderEliminar
  33. Sargento

    Mas que diabo, já é a segunda vez que me engano a fazer uma ligação. O que é que estou a fazer mal?

    Em relação ao Jorge Fiel podes ter razão e deves (e espero que tenhas) razão. Ele já foi insultado por portistas por não ser suficientemente portista, benfiquistas por ser portista... ele já foi insultado por tudo quanto é sector do futebol e não só! Mas o que é a coroa de glória é que pelos vistos o Pinto da Costa não o grama!

    A violência e o exacerbamento de sentimentos por causa do futebol, contudo, são muito comuns. No nosso país e em outros. Ainda há pouco um comentador de futebol (ou um "doutor de futebol", como eu lhe chamo) ou apanhou ou esteve para apanhar uns tabefes. É um de cabelo encaracolado e óculos que comenta na SIC, não me lembro do nome.

    ResponderEliminar
  34. Abobrinha,

    na tag de hiperligação, tinhas colocado < a ref="...> quando o que devias colocar seria < a href="...>

    O comentador de que falas é o Rui Santos, da SIC/ A Bola

    ResponderEliminar
  35. Sargento

    Obrigadíssima. Eu não ia dar com o erro: estava convencida que era um espaço a mais ou a menos ou os > e < no sítio errado.

    ResponderEliminar
  36. Ena! tanta consideração.
    Pouco mais poderei acrescentar.

    Uma coisa é certa
    "quem diz o que quer ouve o que não quer"

    ResponderEliminar
  37. Luna

    E isso quer dizer o quê? QUe é legítimo ameaçar alguém ou chateá-lo quando este não quer?

    Outra coisa: isto é uma treta geral, não é consideração por ninguém.

    ResponderEliminar
  38. Depois de lidos os comentários acho que podemos dizer - Um blog não é mais que um espaço privado aberto ao público. O publico deverá pois aceitar as regras do dono do espaço.

    ResponderEliminar
  39. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  40. Abobrinha,
    Não percebo pq achaste que me estava a referir particularmente ao teu caso.
    A legitimidade a que te referes é outro assunto,
    eu estava a falar das consequências que podem ter os nossos actos.

    E qt à "consideração" que referi

    "do Lat. consideratione

    s. f.,
    acto de considerar;
    exame atento, reflexão;
    raciocínio;
    valimento, importância;
    razão, motivo que pode determinar um acto;
    estima;
    deferência;
    respeito que se dedica a alguém;
    crédito;
    bom nome;
    (no pl. ) reflexões;
    (no pl. ) arrazoado;
    (no pl. ) exposição fundamentada."

    A qual significado é que achas que me estava a referir?

    Não fui eu que não me fiz entender, tu é que não percebeste. Eu não te conheço, mas não te tomo por parva, talvez emotiva.

    ResponderEliminar
  41. Luna

    Não percebo porque é que achaste que eu teria achado que me estava a referir particularmente ao meu caso. Porque não estava!

    Há aqui um problema de comunicação que vem da sequência de comentários: depois de eu dar o exemplo do Jorge Fiel fizeste um comentário ambíguo. Agora "desambiguas" falando das consequências dos actos.

    Ora estamos a falar do que disse o Jorge Fiel e o Ricardo Araújo Pereira ou do Leprechaun? É que se é o Jorge Fiel ou o Ricardo, isso legitima que um apanhe uns cachaços e o outro um tiro; se é do Leprechaum, fiquei na mesma.

    Dito isto, esta mensagem (com ou sem dicionário pespegado) tem a mesma clareza que a mensagem que me enviaste para o meu e-mail: zero!

    ResponderEliminar
  42. Onde se lê

    "Não percebo porque é que achaste que eu teria achado que me estava a referir particularmente ao meu caso. Porque não estava!"

    Deve ler-se:

    "Não percebo porque é que achaste que eu teria achado que te estavas a referir particularmente ao meu caso. Porque não estava!"

    Já agora, o dicionário não ajudou em rigorosamente nada. Ficou a dúvuda essencial: o que é e quem é que tem que sofrer as consequências e porquê?

    ResponderEliminar
  43. Exactamente, Joaninha

    "O publico deverá pois aceitar as regras do dono do espaço"

    enquanto não houver violação de dados pessoais pouco mais há a fazer.

    Temos pena Abobrinha :(.
    Se alguém resolve não cumprir as regras do dono do espaço temos um problema sem solução satisfatória. Só nos resta, se assim o quisermos, usar o mesmo tipo de armas que o "infractor"

    Parece-me por demais evidente que levar a discussão para o campo dos direitos ou liberdades não é realista e é sobretudo inconsequente. Era também isso que queria dizer no comentário anterior e que saiu um pouco ao lado.
    Admiro o esforço do Ludwig em querer "Normalizar" estes actos e, até entendo as normas que ele propõe, para uma base de sã convivência cibernáutica só que, liberdade e direitos, como quase tudo na vida, não são valores absolutos, dependem do contexto em que são exercidos.
    Desculpem-me o desencanto mas no espaço cibernáutico não há toalhas de praia, é qualquer coisa como o Far-west: não contes com procedimentos estabelecidos e arranja um bom canhão.

    ResponderEliminar
  44. Upss!
    há mesmo aqui um problema de comunicação.
    Eu quando coloquei o 1º poste estava a referir-me ao tema desta página e não ao que tu tinhas postado Agora estás a tentar "dar a volta ao prego".
    
Qual é a dúvida essencial? " o que é e quem é que tem que sofrer as consequências e porquê?" ou
    "E isso quer dizer o quê? QUe é legítimo ameaçar alguém ou chateá-lo quando este não quer?"

    O dicionário só foi usado para isto
    "Outra coisa: isto é uma treta geral, não é consideração por ninguém."

    Entrtanto
    A Joaninha tem razão. Quem é dono da casa dita as regras.

    ResponderEliminar
  45. Esqueci-me de dizer que a msg anterior era para a Abobrinha.
    Sorry ainda não sei mexer com isto.

    ResponderEliminar
  46. Luna... fiquei na mesma! Sabes, o dicionário só ajuda quando a mensagem no seu todo faz sentido.

    Eu ditei as regras: pedi para um certo e determinado indivíduo não me chatear, senão apagaria os comentários. Quando ele não acatou os meus pedidos, passei ao ataque. Eu fiz as regras e implementei-as.

    COmo disse o Desidério Murcho, às vezes basta boa educação para perceber certas tretas. O problema é que boa educação não é apanágio de toda a gente. Bom senso menos ainda.

    E continuo sem entender o que pensas sobre tretas gerais e particulares. Digo eu que também não interessa nada porque só estás a tentar defender o teu amiguinho e ele não tem defesa possível.

    ResponderEliminar
  47. - com - dá +

    Não tenhas pena porque eu consegui o que queria: que o tipo deixasse de me chatear. Se ele chateia os outros ou não, isso já não é da minha conta. Mas não vou aceitar chá de ninguém a dizer... olha, não sei o que é que há a dizer de contrário à minha posição!

    As minhas regras são: no meu espaço/toalha/blogue há uma pessoa que não comenta. E é assim e acabou! Se o tipo por algum motivo se cruza comigo, há azar!

    Mais explícito que isto só com um desenho.

    O esforço do Ludwig só falhou porque não está a falar com pessoas razoáveis. Aliás, eu fiz o meu diagnóstico...

    ResponderEliminar
  48. - com -,

    «Admiro o esforço do Ludwig em querer "Normalizar" estes actos e, até entendo as normas que ele propõe, para uma base de sã convivência cibernáutica só que, liberdade e direitos, como quase tudo na vida, não são valores absolutos, dependem do contexto em que são exercidos.»

    Estás a confundir norma com prescrição e com medidas coercivas, uma mistura comum que atrapalha muitas discussões em ética :)

    O meu ponto era normativo, ou seja acerca dos valores, dos critérios pelos quais escolhemos o que é moralmente melhor e pior. O Rui propôs que era um direito de cada um comentar onde e como quisesse, eu discordei e acho que há um dever moral de respeitar a toalha dos outros. Ou seja, respeitar é moralmente superior a não respeitar.

    Daqui podemos tirar logo uma prescrição, que é "Não comentarás onde não és desejado", mas eu não quis chegar a tanto.

    E certamente que não estou a propôr medidas de coacção.

    Mas a questão de direitos e deveres é normativa. Quem os tem, tem-nos mesmo que ninguém lhos mande têr e mesmo que ninguém lhe dê castigos.

    ResponderEliminar
  49. Ludwig,
    não penso que esteja a confundir.
    Eu sei que o teu ponto era normativo, também aceito as regras, mas onde há norma há desvios.
    A questão que eu levanto vêm a seguir a essa normalização:
    ... muto bem, temos um quadro de valores ético/morais (que me parece bastante evidente) e agora? como fazemos se alguém, no exercicio do seu livre arbitrio, se recusa a aceitar?
    Parece-me tudo tão inconsequente neste espaço virtual! Daí esta visão pessimista de o "novo far-west"

    ResponderEliminar
  50. - com - dá +

    Tudo é inconsequente quando tem que ser inconsequente. Depende mais das pessoas que dos meios.

    Ou seja, "ah, e tal, a internet é um espaço de mentiras" é uma falsa questão: eu presencialmente posso elaborar uma série de mentiras, mas diferentes.

    Aqui posso posso dizer, por exemplo, que tenho 19 anos (como é que sabes que tenho 34? Porque eu disse?). Posso dizer que sou caixa de super-mercado (como é que sabes que não sou?). Posso dizer que sou loura. Posso dizer que que estou à espera de uma herança milionária do meu tio-avó que era primo do czar da Rússia. Posso dizer que estou apaixonada.

    Presencialmente não consigo passar por ter 19. Posso arranjar maneiras de te fazer acreditar que sou loura (não sou). Mas em tudo o resto posso mentir-te se tiver lábia suficiente e/ou escolher um indivíduo sificientemente crédulo (a do tio-avó é rebuscada, mas desde que vi um porco a andar de bicicleta...). Na questão de estar apaixonado a mentira pode até ser do próprio, e essa é a pior mentira de todas.

    Resumindo e baralhando, no "far-west" vivemos nós: toda a gente mente. Só temos é a ilusão de controlar as situações. Independentemente de tudo, temos que criar mecanismos de defesa (online e offline). Um dos meus é criar um nick, para que este espaço não colida de frente com o meu espaço real. Para não ser vítima de julgamentos rápidos, por exemplo. Porque a questão do "eu sou" (e de quem sou) é verdadeiramente uma treta, em presença e na net.

    ResponderEliminar
  51. Abobrinha,
    agora não tenho tempo para te responder condignamente.
    Queria só dizer que, com quase toda a certeza, não tens 19 anos e, muito menos és loura ;-)

    ResponderEliminar
  52. - com - dá +

    I'll take that as a compliment ;-)

    ResponderEliminar
  53. Gosto muito da analogia da toalha e da praia. Acredito que só assim as coisas funcionam de forma saudável. Trata-se de uma questão de respeito e de bom senso. O que acontece é que há pessoas que dizem tudo o que lhes apetece sem terem esse bom senso às vezes nem se apercebem que colocaram a toalha mesmo ao lado de uma pessoa que já lá estava, outras não têm qq tipo de respeito pelos outros, claro que se sujeitam a receber na mesma moeda, mas grave mesmo é caluniar ou difamar o outro e isso deve ser punivél pela lei.
    Aqui na net, não sei o suficiente, por isso opto por ouvir e calar, mas da experiência que tive num fórum, havia razões pouco éticas de se lidar com a diferença fosse de opinião ou de postura, bastava não se simpatizar com alguém para se passar a um processo de ostracismo para com o mesmo sem qq argumento válido. No entanto acho que quem cria um espaço tem o direito de estabelecer as regras e quem quer frequênta-o ou não, se for convidado a sair e não o fizer, então aí há um problema, mas penso que com um pouco de imaginaçao e sabedoria consegue-se, não sei.
    Na net tal como na vida real nem sempre se assume a nossa identidade e isso não tem necessáriamente a ver com má fé, pode ser questão de defesa (devido à 1ª q referi) ou dar vida a várias identidades que existem dentro de nós ou que pretendiamos que existissem.

    Bem, não vim acrescentar nada de novo,
    tal como disse no meu 1º poste
    "Ena! tanta consideração.
    Pouco mais poderei acrescentar."
    e neste contexto...
    consideração=reflexão

    Mas parece que assim se percebe melhor a minha posição.

    Abobrinha
    Quanto a casos particulares não me pronuncio, até pq não sei da missa pela metade, nem me interessa. Mas parece-me que não é só o Lepre que é indiscreto, tal como tu afirmas, ele ao menos é claro nas suas intenções. Qual é o teu interesse em dizeres que eu sou amiga do Lepre? isto é o clube da Mónica? e se achas que venho aqui para o defender, não achas que estás a mostrar que estás com a mania da perseguição? em que momento meu é que pudeste verificar que era essa a minha intenção?


    será que alguém me pode dizer como fechar os tags HTML, não os sei fechar. Ou será que não vale a pena, estarei a pisar a toalha de alguém?

    ResponderEliminar
  54. E se alguém te quer fora do teu canto, como o Dragão fez comigo, tens o dever de sair.


    Não tenho seguido esta discussão, uma vez que a questão central está já resolvida... so to speak.

    É óbvio que não concordo que exista esse dever, isto no caso concreto que aqui se fala e que é unicamente o direito à comunicação em sites públicos na Net. Aliás, nem sei ainda se alguém já deu alguma comparação mais perfeita e realista entre um blog e a vida real ou respondeu pois a esse desafio que coloquei atrás.

    Mas esse exemplo do Dragão, cujo blog aprecio muitíssimo, como é óbvio, traz ainda outra questão adicional e que não está expressamente contemplada no post original. E, contudo, é muitíssimo importante para melhor compreensão daquilo que está deveras em causa nesta discussão centrada sobre o direito à liberdade de expressão e NÃO o anonimato na Net ou fora dela, esse é um assunto inteiramente acessório aqui.

    É que, directa ou indirectamente, este blog e o seu autor também são referidos no Dragoscópio, ou nos próprios posts originais ou na caixa de comentários. Bem, é claro que se deixares de lá ir não o poderás saber, a menos que alguém to diga expressamente. Crês que, nesse caso, ainda tens o dever de sair?

    Nota que tal pressupõe a exclusão ao "direito de resposta", o qual suponho não oferecer dúvidas ou ser contestável. Obviamente, e esta é também a questão em debate, não estamos aqui a falar propriamente no campo do direito legal mas bem mais do ético, claro. Ou seja, a Net é um espaço de comunicação ao qual não se aplicam de forma tão rígida ou compulsiva, digamos, as normas muito mais coercivas que regem a comunicação social. Mas atenção, que mesmo aqui existem limites a essa liberdade de expressão, claro. Ou ainda, de certa forma digo o que quero, sim, mas posso ser responsabilizado por isso, quando esse dizer cai já no campo do grosseiramente ofensivo, calunioso ou difamatório, e por aí. Logo, o meu dever, implícito nesse direito, é o de exprimir aquilo que sinto ou julgo, melhor ainda, sei ser verdadeiro, abstendo-me pois de mentir, o que é sempre anti-ético. Daí a importância da tal "honestidade radical", que refiro acima, a qual eliminaria tantos problemas e pequenas questiúnculas a nível pessoal, como a presente mini-tempestade em gota de água! ;)

    Anyway, este é apenas um simples exemplo centrado já no mero plano ético das relações pessoais, uma vez que é fundamentalmente esse que é tratado no teu post.

    Deveras, foi isso mesmo que debati agora em mais pormenor no tema do Rerum Natura que contém um link para este. Logo, abstenho-me de repetir aqui o mesmo, para além do que já fiz... e não foi pouco, as always! :D

    Ou ainda, a história budista do cego e do elefante até ficaria muitíssimo bem aqui! E o que eu gosto dessas parábolas tão simples, que explicam de modo bem compreensivo tanta coisa! :)

    ResponderEliminar
  55. Olha quem aqui está... a linda Lua ao Deus dará! :)

    Para ti, então, mais a gente pequenina, vai este conto que também dedico à Menina... ;)


    Os Cegos e o Elefante

    Eram seis homens do Hindustão
    Desejosos de aprender muito,
    Que foram ver o Elefante
    (Embora todos fossem cegos)
    Pois cada um, por observação,
    Poderia satisfazer a sua mente.

    O Primeiro aproximou-se do Elefante,
    E logo foi de encontro
    Ao seu tronco rijo e amplo.
    Imediatamente começou a gritar:
    "Deus me abençoe, mas o Elefante
    É semelhante a um muro".

    O Segundo, pegando na presa,
    Gritou, "Oh! O que temos aqui
    Tão redondo, liso e pontiagudo?
    Para mim isto é muito claro.
    Esta maravilha do Elefante
    É bem semelhante a uma lança!"

    O Terceiro aproximou-se do animal
    E sucede que foi pegar
    A sinuosa tromba com as mãos.
    Assim, falou em voz alta:
    "Vejo", disse ele, "que o Elefante
    É muito parecido com uma cobra!"

    O Quarto esticou a mão, ansioso,
    E apalpou em torno da grossa pata.
    "Com o que este maravilhoso animal
    Se parece é muito fácil", disse ele:
    "Está bem claro que o Elefante
    É mesmo semelhante a uma árvore!"

    O Quinto, por acaso, tocou a orelha,
    E disse: "Até um cego
    Pode dizer ao que ele se assemelha:
    Negue quem puder,
    Esta maravilha de Elefante
    É muito parecido com um leque!"

    O Sexto, mal havia começado
    A apalpar o animal,
    Pegou na cauda que balançava
    E veio ao seu alcance.
    "Vejo", disse ele, "que o Elefante
    É muito semelhante a uma corda!"

    E assim esses homens do Hindustão
    Discutiram por muito tempo
    Cada um com sua opinião,
    Excessivamente rígida e forte.
    Embora cada um estivesse, em parte, certo,
    Todos estavam errados no todo!

    Tantas vezes, de igual modo,
    Em controvérsias metafísicas
    Os intervenientes ignoram por completo
    Aquilo que cada um está a dizer.
    E discutem acerca de um Elefante
    Que nenhum deles viu sequer! :)

    (versão poética de John Godfrey Saxe)


    PS: Os tags aqui são do tipo < > e fecham-se com < / >, sem espaços, claro!

    ResponderEliminar
  56. - com -,

    « muto bem, temos um quadro de valores ético/morais (que me parece bastante evidente) e agora? como fazemos se alguém, no exercicio do seu livre arbitrio, se recusa a aceitar?»

    Em muitos casos não vale a pena fazer nada. O que motiva a maioria das pessoas a participar em coisas destas é o mesmo que as motiva a aceitar estas regras e a ter consideração pelos outros. É o gosto pela interacção social.

    Só uma minoria é que se diverte a trocar insultos anónimos, e esses tendem a congregar uns com os outros porque noutros sítios não se liga. À parte de extremos como ameaças e calúnias não vale a pena sequer ligar. A coisa funciona bem sem prescrição ou persecução precisamente porque a maioria partilha das mesmas normas.

    ResponderEliminar
  57. Luna,

    Bem vinda à minha toalha :)

    «será que alguém me pode dizer como fechar os tags HTML, não os sei fechar.»

    Em vez de explicar a teoria vou dar uns exemplos:

    <b>bold</b>
    <i>itálico</i>
    <a href="http://ktreta.blogspot.com">Que treta</a>

    Espero que ajude

    ResponderEliminar
  58. Um blog não é mais que um espaço privado aberto ao público.

    Discordo desta definição, claro. Para já, há muitos tipos de blogs: individuais, como este, e colectivos, como o Rerum Natura, e ainda os públicos - abertos a todos - e os privados - só para alguns. Nestes últimos, apenas pode efectivamente ler e escrever quem for expressamente convidado. Há igualmente grupos de discussão e fóruns assim com carácter restrito, havendo ainda aqueles em que só pode deixar mensagens quem se registar mas a leitura é pública.

    Anyway... o tema em causa refere-se aos blogs justamente como o Que Treta ou o Dragoscópio, ou seja, aqueles que foram criados por uma pessoa e estão livremente abertos a quem navegue na Net, podendo alguém simultaneamente ler e também participar.

    Para já, uma diferença que me parece existir logo à partida, entre fórum e blog abertos ao público, é o facto de os primeiros por norma necessitarem desse registo prévio e possuírem eventualmente algum tipo de regras ou disclaimer, algo que suponho ser inexistente em blogs. Ou seja, ao inscrever-me num fórum eu estou já a aceitar algumas possíveis limitações com as quais implicitamente devo pois concordar. Meaning... se não der o meu OK, nada feito... não entro!

    Só para exemplificar, há fóruns onde certos temas são interditos ao debate, por vezes para evitar problemas de índole legal – pedofilia e neonazismo, por exemplo – ou porque os seus criadores assim o decidem. Isto talvez até só suceda num nº mesmo muito limitado de casos, mas o ponto é que uma linha editorial deste tipo, por assim dizer, não me parece existir de forma expressa no tipo de blogs pessoais.

    Seja como for, não é esse o ponto central da definição acima. A questão é sem dúvida muito mais subtil e não tão fácil de destrinçar. É claro que todos estamos de acordo que a Net é um espaço público irrestrito, como o tal exemplo da praia que o Ludwig deu. Mas querer fazer equivaler um blog pessoal a uma toalha já é extrapolar um pouco a comparação... Ainda se fosse um tapete mágico, daqueles que voam e onde cabe muita gente... ;)

    E o ponto começa precisamente aí: é que pessoal NÃO é equivalente a privado, trata-se de dois conceitos distintos!!! Note-se que nós não falamos em "blogs privados" ou "páginas privadas" quando nos referimos às nossas criações de espaços na Net que funcionam como locais abertos a todos os internautas. A palavra aí é sempre "blog pessoal" ou "página pessoal", claro. Para ser privado NÃO pode estar livremente aberto ao público em geral... simple as that!!!

    Daí a distinção que fiz logo no início entre os tais blogs ou fóruns públicos e aqueles que têm carácter mais restrito, aos quais sim se pode chamar privados ou, na definição do dicionário: "que não é público; particular, individual".

    Do ponto de vista estritamente semântico ou até legal, não vejo que dúvida possa existir acerca disto. Ou seja, estamos aqui a falar de um blog como um espaço pessoal aberto ao público e isto implica de facto uma diferença substancial em relação a essa definição original. Tal como também invalida a tal comparação muito sumário com a praia e as toalhas... aqui falamos de comunicação interpessoal e a diversos níveis.

    Note-se, só a este respeito, como num blog ou num fórum os diálogos que se estabelecem não se cingem apenas ao autor do tema, mas se alargam naturalmente aos diversos participantes entre si. Deste modo, insisto que seria útil tentar estabelecer uma comparação o mais fiel possível entre a comunicação colectiva num blog e uma outra similar no espaço público da realidade presencial, ou o tal mundo físico do dia a dia. Sem isto, não saímos de generalidades com as quais até podemos estar de acordo, mas que continuam a escamotear os casos concretos, sempre muito mais difíceis de avaliar.

    Por fim, e como o Ludwig muitíssimo bem refere – e esta é mesmo a maior virtude do seu post, em minha opinião – aqui existe ainda outro ponto vital e que vai para além da mera discussão de direitos e liberdades individuais, neste caso a livre expressão.

    O meu ponto era normativo, ou seja acerca dos valores, dos critérios pelos quais escolhemos o que é moralmente melhor e pior.

    Foi justamente também isso que eu desenvolvi em mais pormenor no Rerum Natura, antes ainda de ler a continuação deste debate, ao qual não tinha regressado desde a minha última intervenção no domingo. Ou seja, a lei nem sempre é necessariamente ética, mas o nosso comportamento individual deve sê-lo o mais possível. E exemplos, por vezes tremendamente chocantes e ultra absurdos do ponto de vista estritamente ético, são o pão-nosso de cada dia em muitas decisões judiciais, por exemplo. A este respeito, basta tão somente ver a "justiça" norte-americana, mormente tantos inacreditáveis processos de indemnização que são mais do que surrealmente surreais!!!

    Still... insisto continuamente no mesmíssimo ponto: o direito de alguém interditar A ou B no seu espaço pessoal público na Net NÃO implica a obrigação ou o dever de o outro acatar essa imposição. Pode ou não livremente fazê-lo... simple as that!

    For anyone is free to choose...

    Rui leprechaun

    (...if to be forbidden is an abuse! :))


    PS: Já agora, pode também ter interesse explorar estes temas da privacidade na Wikipedia, aproveitei a deixa para ir lá espreitar!

    Privacidade

    Privacidade na Internet

    ResponderEliminar
  59. Luna

    Não vou explicar porque é que és a amiguinha do Leprechaun porque não acredito que queiras insultar a minha inteligência, pelo que não me vou dar ao trabalho de insultar a tua. Mais: não é o meu hábito.

    Vens à toalha do Ludwig fazer o que quiseres e dizer o que quiseres. Em relação a este assunto, com todo o respeito, não há dicionário que explique a tua interpretação do que se falou. Pelo que... nem vale a pena, por isso não te esforces.

    Já agora pensa nisto: como é que sabes as intenções seja de quem for? E mesmo que seja ser só indiscreto, não tenho o direito de pôr um travão? Tenho! E exerci esse direito! Esta conversa só se prolongou porque há quem não tenha um pingo de bom senso. E porque eu tenho situações em que sou do mais impaciente possível. E implacável também.

    Também sou implacável quando me tentam explicar seja o que for e não se entende. Não sou burra e sei quando um discurso não é inteligível. Estranhamente, nesse aspecto sou ainda mais implacável comigo mesma. E, Luna, não te fizeste entender! Podes comentar também no meu blogue à vontade (agradeço-te que evites o assunto em causa), mas não faço favores a ninguém: quando não se entende eu digo!

    Do assunto em questão já está tudo dito e já mete nojo! Eu não quero saber das intenções de ninguém nem de ninguém que não ouve o que eu digo: eu tenho o direito ao meu sossego e farei tudo o necessário (menos fechar o blogue) para o ter.

    ResponderEliminar
  60. Rui Leprechaun,

    Acho que estás a burocratizar algo que é muito mais simples :)

    Imagina que eu dava palestras num jardim público e que se juntavam pessoas para ouvir e conversar sobre esses temas. Náo era uma actividade privada, não havia regulamentos nem inscrições, mas é inegável que deveria haver civismo.

    Não seria aceitável alguém vir mascarado insultar os outros, ou perseguir pessoas pelo jardim, interromper para fazer publicidade, etc.

    Não é uma questão legal ou de regras burocráticas. É simplesmente respeitar o espaço pessoal de cada um para que se possa partilhar um espaço público.

    ResponderEliminar
  61. Luna

    Desculpa se fui agressiva demais (não é hábito meu), mas este assunto ultrapassou a razoabilidade há muito tempo e já me faz saltar à mínima menção a ele.

    Estava a falar a sério quando disse que podias comentar à vontade no meu blogue. Mas cuidado que volta e meia não sai de lá boa coisa (é preciso mente aberta e alguma capacidade de encaixe)!

    Mas também estava a falar a sério quando falava da tua falta de capacidade de exprimir a tua posição. Mas não é nada do outro mundo: acontece a todos! Acontece-me a mim! É a vida: raros são os que são inteiramente claros. O dono deste blogue, sendo muito claro, passa mesmo assim muito tempo esmiuçar o que quer dizer ao certo.

    O que recomendo: esquece este assunto, porque obviamente não é pacífico e já contém muito ruído. Tenta comentar outras coisas. Esquece isto!

    ResponderEliminar
  62. Rui,
    fizeste-me lembrar da gibóia que comeu o elefante retratado no desenho do "principesinho" e q o aviador viu um chapéu. Mas o que era aquilo, afinal?! heheh
    será que me queres dizer que o que vêmos pode não ser a realidade? e se eu te disser que qd vejo um elefante vejo-o como uma bola de algodão enorme? hihihi, mas na te disse que o vejo assim pq vi tb a massa do ferro. Sei que contextualiso as coisas e daí tiro conclusões, não juízos, mas eu preciso de referências, Homessa!! é dificil opinar sem níveis de entendimento comum.
    sei que muitas das vezes na sou clara nas minhas intervenções, às vezes faço um esforço enorme pra ser objectiva. Sei que ag na o fui na tenho a tua mestria, pode ser que alguém me entenda, ature.
    Vou contar a história à menina, será essa menina a minha?! :)

    ResponderEliminar
  63. ludwig

    Hei! agradeço a toalha!
    eu de areia quente me quero desviar.

    ResponderEliminar
  64. «Quem tem um blog aberto ao público, como é o caso deste, tem o direito de exigir a qualquer outra pessoa que a mesma não escreva ou participe no seu espaço?»

    Sim. Se não tivesse não seria o seu espaço. Seria o dos outros.

    Estes direitos pessoais são fundamentais na partilha de recursos públicos.



    Mas isso é responder apenas a metade da questão... a mais fácil, pois então! ;)

    Nevermind, eu já respondi acima à outra parte, mas poderei de novo dizê-lo aqui... not necessarily... may be!

    E esta deve pois automaticamente acatar essa vontade do outro, abdicando assim do seu direito a intervir livremente num espaço público... ou semipúblico ou lá o que for?!

    Ah! Vi agora também esse comentário onde se faz a correcta distinção entre "pessoal" e "privado", conceitos que andam por vezes muito baralhados.

    Quanto ao tal desafio que ninguém aceitou, o exemplo mais perfeito que logo me surgiu entre o blog e a vida real foi... o "Speaker's Corner" lá no Hyde Park!!! Deveras, até só me lembro de ter passado por lá uma única vez. Mas aquilo que sempre tenho vindo a salientar é que, em termos de interacção virtual vs. real, neste tipo de comunicação em blogs e fóruns, mesmo quando ela se estabelece entre duas pessoas – ou seja, quando quem comenta se dirige concretamente a alguém – a única comparação mesmo válida é com espaços públicos de mais vasta interacção, claro. Onde se fala, se comunica verbalmente ou por escrito, como aqui. Outros exemplos podem ter validade em circunstâncias diversas, mas só muito imperfeitamente se podem aplicar a esta realidade mais concreta.

    Nota ainda, entre tantas outras coisas que podem ser ditas acerca disto, que muitas vezes as interpelações directas a A ou B não obtêm resposta, nestes espaços. Isso pode dever-se ao simples facto do interlocutor nem as ter lido, claro, ou porque simplesmente as preferiu ignorar, por qualquer motivo. Numa tertúlia pública, isso também pode acontecer, sim, mas tem outras implicações talvez pouco éticas ou menos educadas... Repara, por exemplo, e retomando a conferência em Braga – que esse sim, é já um bom termo de comparação! – o que seria se alguém do público fizesse uma pergunta e tu ou o Jónatas simplesmente a ignorassem. Enfim, algo estranho no mínimo, isto supondo que a questão era pertinente e posta de forma educada, mesmo que até algo provocante ou agressiva.

    Para sintetizar, e até porque me parece que isto já está suficientemente escalpelizado, também aqui se aplica a tal história dos cegos e o elefante, ou os múltiplos aspectos da mesma realidade. Ah, e olha que é mesmo uma boa prenda para a AAP... se deveras leste tudo! O original budista foi, de certa forma ironizado nessa quadra final, onde o poeta americano também dá a entender que não há o tal elefante... Ganesha aqui fica bem! ;)

    Eis como termina a parábola original:

    O how they cling and wrangle, some who claim
    For preacher and monk the honored name!
    For, quarreling, each to his view they cling.
    Such folk see only one side of a thing.


    Por fim, se passarmos mesmo esta questão concreta e específica – não abstracta e geral – apenas para o tal plano ético e normativo, bem, creio que não há muito a dizer, certo? I mean... I guess it is so plain to see, would you dare to disagree?! ;)

    So I quietly rest my case...

    Rui leprechaun

    (...for the Dharma of truth I chase! :))


    PS: Ah, ó Luna da toalha! Sim, também é a tua... aí e aqui... both sides, oui! :)*

    ResponderEliminar
  65. Abobrinha,
    penso que que é difi. dialogar ctg, tu vieste falar cmg com 2 pedras na mão, agora defendes que te interpretei mal e que faço juízos de valor.
    arrogância é mui feio na te esforces
    capacidade de encaixe... no meu bloge e so one... sabes tu não foste agressiva, foste mal educada, isso sim.
    E eu não esqueço nada do que tem valor pra mim. Só falta dizer que a única pessoa que pensa neste assunto és tu.

    ResponderEliminar
  66. Imagina que eu dava palestras num jardim público e que se juntavam pessoas para ouvir e conversar sobre esses temas. Náo era uma actividade privada, não havia regulamentos nem inscrições, mas é inegável que deveria haver civismo.

    Não seria aceitável alguém vir mascarado insultar os outros, ou perseguir pessoas pelo jardim, interromper para fazer publicidade, etc.



    Fantástico, ó grande Krippahl! É mesmo isso, afinal!!! :)

    Ou seja, essa analogia é deveras equivalente ao tal exemplo de que falo acima, e que espontaneamente me ocorreu de imediato como termo de comparação, por imperfeito que ainda seja.

    Só que, aqui NÃO tens ninguém a assumir essas atitudes, da mesma forma que não vi que o tenhas feito lá no Dragoscópio.

    Claro que eu não contesto de forma alguma o direito de quem tem um blog fazer dele o que quiser, incluindo não gostar que alguém nele comente, só porque é esse o seu desejo... e pronto!

    Aquilo em que venho insistindo - e fora desse tal legalismo mais burocrático, sim - tem a ver com algo bem mais subtil e que é o facto de sermos ou não conscientes das nossas próprias escolhas e decisões, supostamente livres. Mas será que o são mesmo?

    Ora, pois aí... cada um sabe de si...

    Rui leprechaun

    (...um só elefante mas que bocado eu vi?! :))

    ResponderEliminar
  67. lepre!
    és mm tolo, às vezes.
    eu na sou a luna de toalha
    e falei sobre o elefante, desculpa se disse o que na querias.

    ResponderEliminar
  68. Forget it, O pretty Moon... everybody is lovely... soon! :)

    Olha, eis outro conto de que me lembrei também, e onde eu faço o papel do mau da fita... ou o tal burocrata empedernido de que fala o Ludwig, sempre sábio e comedido!

    Só que... um Gnomo a jejuar?! Livra nossa... afasta p'ra lá esse azar! ;)

    Olha eu a comer só uma ervilha!... quando? onde?... rapo o prato e mai-lo tacho, 'té devoro tudo o que acho! :D

    Logo, apronta bem a dispensa... que esta divina fome é imensa!!!

    Comporte-se como os outros

    O Abade Pastor caminhava com um monge de Sceta, quando foram convidados para comer. O dono da casa, honrado pela presença dos padres, mandou servir o que havia de melhor.

    Entretanto, o monge estava no tempo do jejum; assim que a comida chegou, pegou uma ervilha e mastigou-a lentamente. Só comeu esta ervilha, durante todo o jantar.

    Na saída, o abade Pastor chamou-o:

    - Irmão, quando for visitar alguém, não torne a sua santidade uma ofensa. Da próxima vez que estiver em jejum, não aceite convites para jantar.

    O monge entendeu o que o abade Pastor dizia. A partir daí, sempre que estava com outras pessoas, comportava-se como elas.

    * * * * * * * * * * *

    Este é um dos muitos maravilhosos contos reunidos no livro "Verba Seniorum", sobre os chamados "padres do deserto", do mosteiro de Sceta no Egipto, no início da era cristã.

    Logo, já temos muito com que nos entreter... ó mamã! :)

    E não te irrites, afinal eu cá nem o sei fazer com ninguém... sou manso e passivo como me convém! :)*

    desculpa se disse o que na querias.

    E que quer isso dizer? Pois só estás condicionada p'lo prazer...

    Rui leprechaun

    (...e nunca a verdade faz sofrer! :))

    ResponderEliminar
  69. Luna

    Eu ia jurar que me chamaste mal educada. Mas como no teu discurso mastigado não se entende mais do que teres-te metido numa conversa que não entendias (e nem se percebe a tua opinião) nem tens arcaboiço para continuar, não juro e nem quero saber. Mas não aceito chá de ninguém neste assunto, o que pensei que já tinha ficado claro há muito tempo. Mesmo porque as pessoas com dois dedos de testa (que neste blogue são a esmagadora maioria) sabem que eu tenho a maioria da razão.

    Por isso fazemos assim: ficas com a tua opinião e eu com a minha e se te quiseres dirigir a mim futuramente fá-lo com modos. E de modo a que se entenda, de preferência.

    ResponderEliminar
  70. Definitivamente há aqui um problema de interpretação: então a porra da história do monge não quererá dizer que a pessoa deve deixar de chatear quando se pede com jeitinho?

    ResponderEliminar
  71. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderEliminar
  72. Rui,

    «Só que, aqui NÃO tens ninguém a assumir essas atitudes, da mesma forma que não vi que o tenhas feito lá no Dragoscópio.»

    Não. Foi um pouco diferente mas o príncipio é o mesmo. Um bando pessoas encapuçadas estava com conversas da treta, eu fui ver o que era e insultaram-me e depois disseram que não queriam quem eu conversasse com eles. Estão no seu direito. O jardim é de todos mas eu posso ir conversar para outro lado, não vou ficar lá a chateá-los só por que posso.

    Não quer dizer que não os chateie daqui, é claro :)

    ResponderEliminar
  73. Luna,
    és nova aqui! Vai com calma!
    Não tenho procuração do dono do blogue por isso falo só a título pessoal:
    Antes de comentares procura conhecer os outros comentadores, como funciona o blogue, qual o nível de profundidade a que a o debate se trava.
    Andei por aqui cerca de um mês antes de me atrever a comentar e não me fez mal nenhum.
    Aqui, a generalidade dos comentadores, tem ideias já bastante aprofundadas sobre os assuntos em debate.
    Gostava que pudesses acrescentar qualquer coisa à discussão.
    Caso tenhas dificuldade em escrever correctamente as palavras, lembro-te que existem os correctores ortográficos. Pessoalmente abomino o estilo "mensagem SMS" ;-)

    ResponderEliminar
  74. -com-

    Sei que nem sempre tenho calma.
    Também sei que consigo perceber o profundidade de um texto quando o leio, não necessito de um mês.
    Não me parece ser razão suficiente condicionar a minha forma de escrita só porque tu a abominas, certamente que querias dizer que era por razões estéticas. ;)

    ResponderEliminar

Se quiser filtrar algum ou alguns comentadores consulte este post.