quinta-feira, julho 05, 2007

Liberdade...

Apesar de concordarem que ninguém deve estar sujeito ao tabaco dos outros, muitos discordam da proibição de fumar em estabelecimentos comerciais. É paternalismo, dizem. É uma violação dos direitos do fumador. É o primeiro passo para nos tirar toda a liberdade. Treta.

Nesta lei não está em causa o direito de fumar em prejuízo da própria saúde. Está em causa o direito de prejudicar os outros. Está em causa o dono de um restaurante poder ignorar o artigo 25º da nossa Constituição no seu estabelecimento: A integridade moral e física das pessoas é inviolável. Se quer ter o estabelecimento aberto ao público é razoável exigir-lhe que respeite a Constituição a bem dos empregados e dos clientes.

A solução dos estabelecimentos para fumadores e não fumadores ignora o fundamental. Somos cidadãos de direitos iguais. Se um estabelecimento está aberto ao público temos todos o mesmo direito de o frequentar, e todos o mesmo dever de não prejudicar os outros. O respeito pela liberdade dos outros faz parte do exercício da nossa liberdade, e os vícios ou hobbies não têm nada a ver com o assunto. Quem pratica boxe não tem mais direito de agredir os outros, o tarado sexual não tem mais direito de violar, e o cozinheiro não tem mais direito de envenenar a comida dos outros. Ou o ar que respiram. Não se justifica fazer do tabaco uma excepção. O vício da nicotina tem sido uma autorização para incomodar e prejudicar, mas isso nem é justo nem é liberdade.

Fumar para cima dos outros não é um exercício de liberdade. É abuso. Proibir que o façam nos locais de trabalho e de acesso público serve apenas para colmatar uma lacuna no bom senso. Concordo que não devia haver lei nenhuma. É uma tristeza que seja necessária. É como precisar de uma lei a proibir que se urine para os copos dos outros. Mas é a sociedade que temos, e enquanto não mudar tem que se ir empurrando aos poucos. Talvez com as multas o pessoal perceba que causar cancro aos outros não é um direito.

61 comentários:

  1. « Está em causa o dono de um restaurante poder ignorar o artigo 25º da nossa Constituição no seu estabelecimento: A integridade moral e física das pessoas é inviolável. »

    Com essa interpretação da constituição, também deveria ser proibido vender cerveja nos restaurantes. O alcool também faz mal à saúde.


    «Se um estabelecimento está aberto ao público temos todos o mesmo direito de o frequentar,»

    Isso não é bem verdade, temos o direito de o frequentar assumindo que estamos de acordo com certas regras estipuladas pelo dono. Não podemos frequentar sem consumir, em muitos casos, por exemplo.

    Mas existe um direito que todos temos, sem estar constrangido por qualquer regra ou acordo: o direito de NÃO frequentar.
    Se achamos que o sítio é de mau gosto, que o empregado é antipático, que as pessoas falam muito alto não vamos exigir melhor decoração, mais simpatia ou mais silêncio em nome do nosso direito de lá estar. Vamos a outro local.

    No caso do tabaco, quem não gosta de apanhar com o fumo, não frequenta os locais onde é permitido fumar, e ao fazê-lo encoraja o aparecimento de bares/pubs/cafés onde não se fume.
    Se entra num café em que é permitido fumar, decidiu sujeitar-se a apanhar fumo de livre vontade.

    Qual seria o sentido de só se poder fumar nos locais com direito de admissão reservado? Basicamente iríamos transformar grande parte dos bares e pubs que não falissem em lugares com direito de admissão reservado: pelos visttos seria mehor para todos...

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  2. «Se um estabelecimento está aberto ao público temos todos o mesmo direito de o frequentar, e todos o mesmo dever de não prejudicar os outros.»

    É este ponto que, na minha opinião, merece melhor esclarecimento. Julgo que é aqui que se dividem as opiniões, já que para alguns é questionável se o entrar num bar é um direito.

    Se um bar é propriedade privada, dizem, valem as condições de uso que o proprietário entender. Não sei se isto é verdade, já que um proprietário de um bar não pode impedir a entrada de um consumidor com base na cor da sua pele, por exemplo. A constituição proíbe-o.

    Pessoalmente, não sou contra a criação de casas de fumo. Como poderia? Se existem pessoas que querem fumar, porque não poderão elas reunir-se e confraternizar nesse ambiente? Consumir bebidas, ouvir música?

    Não sou jurista nem conheço a lei em detalhe mas sei que a lei distingue entre propriedade privada e propriedade privada de utilidade pública. Existem condições para um bar se vender como bar. Se é um bar não pode ser um prostíbulo. Se é um restaurante não pode ser uma discoteca. Há que definir muito bem as funções do restaurante para que o cliente saiba exactamente ao que vai.

    A constituição proíbe a violência mas não proibe o boxe entre adultos que o consintam. No entanto, nenhum bar tem o direito de se transformar num saloon do faroeste em que de vez em quando surgem lutas espontâneas - ninguém diz que duas pessoas que estão na rua a lutar estão a praticar uma actividade consentida sobre a qual não temos o direito de intervir.

    É certo que jogar boxe é um direito mas só joga quem quer. Mas dentro de um ringue, com árbitro, regras, luvas e médicos. Ou em casa.

    Há tempos dei o exemplo dos lacticínios não pasteurizados - desde que devidamente rotulados, deve ser permitida a sua comercialização. Mas para poderem ter escrito no rótulo «pasteurizado» têm de ter passado por um processo que, não obedecido, torna o produto uma fraude. É a lei que obriga a isso. E a lei também pode dizer o seguinte: bar/pub/restaurante são sítios sem fumo.

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  3. «Com essa interpretação da constituição, também deveria ser proibido vender cerveja nos restaurantes. O alcool também faz mal à saúde.»

    Nem por isso. Nunca vi ninguém obrigar outra pessoa a beber.

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  4. Francisco:

    «Está em causa o dono de um restaurante poder ignorar o artigo 25º da nossa Constituição no seu estabelecimento: A integridade moral e física das pessoas é inviolável. »

    O dono do bar pode permitir que os seus clientes levem com fumo alheio, se estes o quiserem? Se sim, então não faz sentido ser obrigado a proibir os seus clientes de fumar.

    Se não, então também não faz sentido que lhes possa vender cerveja.

    O ponto chave aqui é este: ninguém apanha com fumo contra a sua vontade. As pessoas tomam a decisão livre e consciente de se sujeitarem a apanhar com fumo alheio cada vez que entram num bar/pub/café onde é permitido fumar.

    Fosse urina em vez de fumo de tabaco e a questão era a mesma.

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  5. «Se não, então também não faz sentido que lhes possa vender cerveja.»

    Não, porque quem bebe cerveja bebe sempre sozinho. Não partilhamos o bolo alimentar mas partilhamos o ar.

    «O ponto chave aqui é este: ninguém apanha com fumo contra a sua vontade.»

    Será que isso é verdade? No estado de coisas actual, toda a gente que vai a um restaurante te de estar preparada para apanhar com algum fumo. Não acredito que o façam apenas porque aceitam essa condição - parece-me mais uma sujeição resignada.

    De qualquer forma, pode-se sempre pôr o problema ao contrário:

    "Nenhuma fumador é obrigado a não-fumar."

    Se for proibido fumar os fumadores que vão jantar fora já sabem que lhes vai ser vedada essa possibilidade. Assim, se querem fumar depois de comer, comam em casa. Portanto o inverso dos não-fumadores.

    Se isto é injusto, então o inverso também é.

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  6. Já estamos a entrar em questões de S&M e bondage!
    Calma lá João. :-)

    Eu só vou a sitios onde esteja assegurado que não apanho com o fumo!
    Em relação a esta nova versão, aprovada, da lei, sou contra, porque vai dar aos fumadores a falsa noção de que nos espaços onde não é proibido fumar podem atirar fumo para todo o lado, e meter o cigarro mesmo debaixo do nariz alheio. Nos sitios onde o fumo me chagar ao nariz, na zona de não fumadores, vou ter o prazer de fazer algo que nunca fiz, que é meter umas entradas no livro de reclamações. :-)

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  7. «Será que isso é verdade? No estado de coisas actual, toda a gente que vai a um restaurante te de estar preparada para apanhar com algum fumo. Não acredito que o façam apenas porque aceitam essa condição - parece-me mais uma sujeição resignada.»

    Se não existissem restaurantes em Lisboa, porque nenhuma pessoa tinha vontade de investir nisso, será que se estavam a violar os direitos dos potenciais clientes?
    Creio que não!


    Não é uma sujeição resignada. Não existe o direito inalienável de ir a um restaurante. Nós vamos aos restaurantes que existem, porque queremos.
    Não exijimos boa decoração, simpatia no atendimento, silêncio à refeição, ou que os clientes comam com boas maneiras.


    O cliente tem sempre o direito de recusar um serviço, mas não tem o direito de exigir da comunidade serviços que são luxos. Sim, a ida a um restaurante/pub/café/etc... é um luxo, não é uma necessidade vital.
    Todos nós podemos passar sem isso.

    E nesta discussão toda, de repente parece que não. Parece que os cafés e bares são bens públicos de importância fundamental, e que ao permitir o fumo, o dono está a obrigar os não fumadores a apanharem fumo contra a sua vontade. A servir-lhes o cancro numa bandeja.
    Não está!

    Com a possibilidade de escolha nas mãos dos donos, só apanha fumo quem quer. Porque só usufruiu desse serviço (café com fumo alheio) quem quer.

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  8. Sim, eu concordo em que um restaurante não é um bem vital. Mas também não é verdade que as pessoas aceitem o fumo conscientemente. Não digo que não seja problema delas simplesmente não acredito que o façam.

    De qualquer forma, proibir o fumo nos bares é tão injusto como a situação actual, a julgar pelos teus critérios.

    Se uma pessoa só vai a um restaurante com fumo porque quer, um fumador só não fuma porque assim decidiu. Se for a um bar onde tal é proibido, está-se justamente nessa situação.

    Fumar, tal como ir a um restaurante, é um luxo e não uma necessidade vital.

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  9. «Se uma pessoa só vai a um restaurante com fumo porque quer, um fumador só não fuma porque assim decidiu. Se for a um bar onde tal é proibido, está-se justamente nessa situação.»

    Pois, mas por isso é que eu defendo que quando o dono do bar proibe o fumo não está a violar qualquer pretenso direito dos fumadores.
    Se estes querem fumar e não têm cafés onde, fumem em casa.

    Tanto a situação em que todos os donos permitem o fumo, como a situação em que todos os donos o proibem me parecem legítimas. Desde que tenham sido os donos a permitir/proibir.

    Porque isso quer dizer que tu podes sempre abrir um novo café e fazer o contrário dos outros donos todos. Se muita gente sentir falta do teu serviço, vais enriquecer enquanto fazes algo que é bastante útil aos teus clientes.

    A situação actual é uma situação em que os donos podem proibir o fumo no seu espaço se quiserem. Nesse sentido, é muito melhor que a lei proposta, onde todos ficariam obrigados a permitir.

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  10. ups!

    A última palavra deveria ser "proibir".

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  11. Grande João.

    Completamente de acordo!!

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  12. «Tanto a situação em que todos os donos permitem o fumo, como a situação em que todos os donos o proibem me parecem legítimas. Desde que tenham sido os donos a permitir/proibir.»

    Como sabes, eu não concordo com a proibição total. Simplesmente me oponho ao argumento de que a situação proposta é injusta porque invade a privacidade dos donos dos estabelecimentos. Esse é o principal argumento do João Miranda.

    É proibido vender bebidas destiladas de forma caseira, por causa dos níveis de metanol. Quem sabe que o bagaço tem metanol, só bebe se quiser. Arrisca-se a ficar cego com o tempo mas cada um é livre de beber o metanol que quiser. Proibir a comercialização de bagaço ao qual não tenha sido removido o metanol é crime e não é uma violação dos direitos dos produtores de bagaço. Não é proibido destilar nada.

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  13. Os motociclistas são obrigados a usar capacete. Se tiverem um acidente e não estiverem a usar capacete, quem sofre são eles apenas. Nesse caso, porque é que é obrigatório usar capacete?

    Ainda por cima, dentro da minha propriedade, posso usar mota sem ter carta nem capacete.

    É obrigatório usar capacete nas auto-estradas porque o Estado é que decide as condições de uso de uma auto-estrada, quer seja privada ou do Estado. Não são os automobilistas nem os concessionários.

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  14. É discutível essa proibição que referes, mas é defensável à luz de um argumento que não se aplica ao caso do tabaco: as assimetrias de informação.

    Repara que eu falo em assimetrias e não em lacunas.
    Se os donos não fossem todos proibidos de vender a destilação caseira, seria muito difícil de apanhar aqueles que vendessem destilação caseira garantido que se tratava de destilação profissional. Trata-se de uma limitação prática e logística dos serviços de fiscalização, que estão longe da omnisciência.
    O que aconteceria em resultado disso seria que todos os clientes teriam receio de comprar gato por lebre: pagar por bebidas "seguras" e receber bebidas "inseguras". Regindo a esta insegurança, os clientes tenderiam a evitar comprar tais bebidas, de todo, o que prejudicaria tanto os clientes como os produtores.

    Assim sendo, a violação da liberdade aqui presente não prejudica ninguém, pois todos os actores tendem a consider que a alternativa os colocaria em maior desvantagem: os produtores não venderiam, porque as pessoas teriam medo de ser enganadas. E as pessoas não comprariam por ter medo de ser enganadas.

    Obviamente este raciocínio/argumento apenas funciona por duas razões:

    a) não existe uma quantidade significativa de pessoas com vontade de correr o risco. Se existisse, esta restrição à sua liberdade seria mais grave

    b) se a proibição não acontecer, torna-se impossível para o cliente ter a garantia que o produtor lhe está a vender um produto seguro, mesmo que este o garanta. Isto por causa das já referidas limitações na fiscalização.


    Estes argumentos podem ser usados para defender a obrigatoriedade de condições higiénicas nos restaurantes, a proibição da destilação caseira e outras regulamentações do tipo. Continuam a ser medidas discutíveis, mas têm um poderoso argumento a seu favor.

    Mas a proibição do fumo do tabaco não tem este argumento poderoso a seu favor. Os clientes não são enganados: sabem se num bar é permitido fumar ou não. E existe uma quantidade significativa de clientes que de facto quer fumar.


    Assim vejo, na defesa da lei em discussão três tipos de argumentos:

    a) O frontal e paternalista: fumar faz mal à saúde, por isso vamos passar as leis que pudermos para que façamos com que as pessoas deixem de fumar.
    É esta a verdadeira razão de ser da lei, e é contra isto que estou contra.

    b) O grande equívoco: fumar tudo bem, não tenho problemas, mas fumar para cima dos outros é que não.
    Este argumento é um equívoco. Obviamente não há mal nenhum em fumar para cima de quem o consente. E é isto que cada indivíduo faz cada vez que entra num café em que é permitido fumar: consente que fumem para cima de si.

    c) O incoerente: é só mais uma forma de legítima legislação laboral.
    Este é o melhor argumento de todos, mas não colhe. Se fosse válido, seria uma questão de impedir as contratações nos bares em que fosse permitido fumar.

    Creio que tal forma de legislação laboral seria ilegítima, e dei o exemplo do mineiro que corre maior risco para a sua saúde que o empregado do pub com fumo. O Ludwig contesta isto, e só com números poderie esclarecer quem tem razão neste ponto (depois de amanhã procuro), mas independentemente disto, há sempre a consideração acima: impeçam-se as contratações em bares com fumo, se for caso disso.

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  15. A mensagem acima-se refere-se ao argumento das bebidas destiladas. Quanto ao capacete, aplicam-se as considerações que teci a respeito do cinto de segurança.

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  16. De acordo com a) (da segunda lista). Se é ou não o verdadeiro objectivo da lei, não sei.

    Em relação a b), não será que há assimetria de informação em relação aos malefícios do fumo passivo? Eu acho que sim.

    Em relação a c), discordo do argumento da mina. A redução do risco no trabalho numa mina é praticamente impossível. Proibindo o fumo em locais de trabalho o risco de contrair doenças associadas ao consumo de tabaco cai a pique. Segundo, para se extrair minério é necessário correr riscos. Para servir cafés e imperiais não.

    (Nota: Uma pessoa sem cinto de segurança pode matar outra, ao ser projectada. Do banco de trás para o da frente ou contra um condutor que venha em sentido contrário. Os autocarros de passageiros entre cidades não têm cintos de segurança. De qualquer modo, qualquer um é livre de conduzir de forma perigosa e sem cinto de segurança em locais onde o código da estrada não se aplica.)

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  17. «Em relação a b), não será que há assimetria de informação em relação aos malefícios do fumo passivo? Eu acho que sim.»

    As assimetrias de informação não é a mesma coisa que lacunas de informação.

    Haveria assimetria de informação apenas se os clientes não soubessem se o dono do café permite ou não o fumo do cigarro.
    Mas isso resolve-se obrigando a proibição (ou permissão) a estar totalmente explícita.

    Há assimetria de informação quando tu não tens forma de saber se aquilo que o vendendor te está a vender é aquilo que ele diz estar a vender. A assimteria de informação prejudica-te tanto a ti como a ele, se lhe for impossível provar-te que não te está a enganar.

    Imagina que tu descobres um remédio para todas as doenças. Serias muito generoso se o vendesses a 50e, e sortudo seria quem o comprasse. No entanto, ninguém to compraria porque todos vão supor que és mais um a vender banha da cobra.
    Ficas tu e os possíveis clientes a perder. Isso seria um caso de assimetria de informação.

    Pelo menos foi esta questão que Stiglitz analisou e que lhe valeu o Nobel.

    Nada de semelhante se verifica no tabaco.



    «Em relação a c), discordo do argumento da mina. A redução do risco no trabalho numa mina é praticamente impossível»

    Então, esse risco ou é comportável, e não se vai impedir uma actividade económica que não prescinde dele, ou é incomportável e acabam-se as minhas na europa.

    A actividade «bar onde se pode fumar / casa de fumo onde se pode comer» é incomportável com a proibição de fumar. Se o risco for mais reduzido que o risco para os mineiros, essa actividade não pode ser proibida com vista à protecção dos trabalhadores.


    Se acreditam que a actividade dos cafés é servir imperiais e snacks, então expliquem-me porque é que não existem muito mais cafés onde fumar seja proibido. Havendo tanta vontade de fugir ao fumo alheio...

    Há espaço para ambos os negócios, creio eu. O negócio da bebida e do petisco, e o negócio da bebida/petisco/cigarro.
    Impedir as contratações no segundo modelo de negócio com base nos riscos para os trabalhadores faria sentido... se outras actividades ecnómicas mais arriscadas também fossem proibidas.

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  18. Joaninha:

    Obrigado!
    É bom saber que não estou sozinho nisto :)

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  19. Francisco,
    Ainda não li o resto dos comentários, mas, esta apanhou-me em cheio.
    "Os motociclistas são obrigados a usar capacete. Se tiverem um acidente e não estiverem a usar capacete, quem sofre são eles apenas. Nesse caso, porque é que é obrigatório usar capacete?"
    Se uma mota lhe danificar a viatura e o tipo ficar morto por um impacto simples, tente lá que isso não lhe fique na cabeça!

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  20. «Se acreditam que a actividade dos cafés é servir imperiais e snacks, então expliquem-me porque é que não existem muito mais cafés onde fumar seja proibido. Havendo tanta vontade de fugir ao fumo alheio...»

    Havendo tanta vontade de escapar à SIDA, como é que tantas pessoas ainda não usam preservativo? Obviamente porque simplesmente ignoram o risco quando chega a altura de usar um.

    As pessoas querem fugir ao fumo mas resignam-se. Aturar o fumo dos outros tornou-se uma coisa normal. Por vezes, esperar pela auto-regulação do mercado pode custar milhões de mortes anuais na Europa.

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  21. Caro antónio

    «Se uma mota lhe danificar a viatura e o tipo ficar morto por um impacto simples, tente lá que isso não lhe fique na cabeça!»

    Se a minha mãe morrer com cancro do pulmão, como é que isso não me fica na cabeça?

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  22. «Havendo tanta vontade de escapar à SIDA, como é que tantas pessoas ainda não usam preservativo? Obviamente porque simplesmente ignoram o risco quando chega a altura de usar um.»

    A sida é algo lamentável, e o uso preservativo deve ser encorajado em muitas situações. Mas se em nome da saúde pública ele fosse obrigatório, as coisas estariam muito mal...
    É importante informar as pessoas, mas que estas sejam livres de escolher os riscos que querem correr.


    Mas isso foge à questão inicial. O meu ponto é que a actividade de um bar no bairro alto não é vender imperiais. Isso uma barraquinha faria com menos gastos e maior eficiência.
    É fornecer um espaço de convívio com certas características, e a permissão de fumar é uma delas, quase essencial para grande parte dos clientes (relembro que os fumadores são menos de 30% da população portuguesa, mas mais de 70% dos frequentadores desses espaços).
    Se não é essencial - e até um valente incómodo - para outros frequentadores, porque não separar as actividades? Bares com permissão de fumar, e outros sem, consoante o dono escolher?

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  23. «Mas se em nome da saúde pública ele fosse obrigatório, as coisas estariam muito mal...»

    «Mas isso foge à questão inicial.»

    A obrigatoriedade de usar preservativo foge. O facto de muitas pessoas ignorarem de forma leviana o risco de contrairem DSTs não. E isso é muito importante.

    «Se não é essencial - e até um valente incómodo - para outros frequentadores, porque não separar as actividades? Bares com permissão de fumar, e outros sem, consoante o dono escolher?»

    Mas eu sou favorável a essa possibilidade e estranho um pouco a proibição absoluta salvo alguns casos.

    Simplesmente, e independentemente dos casos em que acho que a proibição faz sentido, penso que não é ilegítimo que o Estado proíba o fumo.

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  24. «A obrigatoriedade de usar preservativo foge. O facto de muitas pessoas ignorarem de forma leviana o risco de contrairem DSTs não.»

    Mas afinal as pessoas ignoram os riscos, ou decidem agir como se os ignorassem?

    No primeiro caso, há que informar as pessoas. Este foi duranto muito tempo, e ainda é em muitas regiões do globo, o caso da atitude face às DSTs.

    No segundo caso, é diferente. Certas pessoas agem como se ignorassem certos riscos para a sua saúde, mesmo estando informadas. Seja comida pouco saudável, seja uma alimentação menos equilibrada, seja a ausência de exercício, seja o hábio de fumar, seja a ida a locais onde outros fumam, sejam as relações sexuais sem segurança, seja o sal em excesso, sejam as bebidas alcolicas, etc...
    Em qualquer destes casos, não creio que seja muito legítimo o estado proteger as pessoas delas próprias.

    Se a atitude de risco é ir para um café apanhar fumo dos outros, e existe a ideia que as pessoas aceitam isso apenas porque "não estão informadas" a respeito dos riscos do fumo passivo, então o que há a fazer é informá-las.

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  25. «Mas afinal as pessoas ignoram os riscos, ou decidem agir como se os ignorassem?»

    Ignoram no sentido de desprezarem o risco, na altura.

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  26. «Se a atitude de risco é ir para um café apanhar fumo dos outros, e existe a ideia que as pessoas aceitam isso apenas porque "não estão informadas" a respeito dos riscos do fumo passivo, então o que há a fazer é informá-las.»

    A atitude de risco advém da passividade com que as pessoas aceitam o fumo dos outros, da dificuldade em encontrar um sítio que proíba o fumo, da incompatibilidade de escolhas que os convivas fazem.

    Admitir que o dono decide se se pode ou não fumar é a situação actual. Proibir o fumo nunca foi proibido. E, no entanto, poucos (se é que alguns) se deram ao trabalho de proibir.

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  27. LUDI
    Uma vez mais estou de acordo contigo, em particular na falta de educação... mas o melhor é voltares ao tema da religião para discordarmos um pouco, caso contrário ainda me apaixono por ti. ;)


    KARIN
    “Caro JPVale” mas que careta. Sou eu... não me estás a reconhecer? :)
    É o totó do Paulo do 7º.


    VASCO
    Desculpa-me. Não é por falta de respeito que não respondo logo, mas não tenho a oportunidade de estar sempre à frente dum computador (ligado, de preferência).
    Li a tua resposta sobre o cinto de segurança: “Hoje todos temos consciência da importância do uso do cinto, dos malefícios do tabaco e do alcool, etc.. A falta de informação já não justifica leis restritivas.”.
    Tens razão, mas infelizmente a falta de educação já justifica.


    ANTÓNIO PARENTE
    Conta lá ao pessoal essa tua história do “Completamente errado. Perguntem-me porquê.”
    No “Que Treta” do Ludwig ninguém esquece ninguém.

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  28. «Nesta lei não está em causa o direito de fumar em prejuízo da própria saúde».

    Não sei, não...

    O senhor Kiprianou, que é quem manda nestas coisas na UE, já tem dito alto e bom som que não se trata tanto de evitar o fumo passivo como de levar os fumadores a deixar de fumar. E se virmos o que se passa nos EUA, sabendo como as modas americanas chegam rapidamente à Europa, temos boas razões para nos inquietarmos.

    Na Suíça, que por estas e por outras não quer entrar na UE, as regras são muito simples: para os fumadores há sempre lugar no restaurante, no comboio, até na cantina do hospital; e para os não fumadores, também. O dos não fumadores é naturalmente mais amplo porque os seus utilizadores estão em maioria. Tudo o que fuja a esta regra agride a liberdade.

    E os suíços levam estas coisas muito a sério: em todos os comboios há carruagens ou compartimentos para fumadores, e em alguns chega a haver carruagens «silenciosas», isto é, onde é proibido conversar a não ser no mais suave dos murmúrios. É um luxo não ter que aturar gente aos berros, mas é um luxo precioso, e é das coisas que mais falta me fazem em Portugal.

    Quanto aos impostos, ao tabaco e ao capacete: primeiro, o tabaco paga IVA como todos os outros produtos, e para além disso paga um imposto especial que é mais do que o suficiente para pagar os cuidados de saúde acrescidos que são devidos ao fumo. Por isso não venham cá com histórias de serem os contribuintes a pagar as doenças dos fumadores, porque isso pura e simplesmente não é verdade. Os fumadores pagam as suas próprias doenças e ainda sobra algum dinheiro com que pagam as doenças de toda a gente. E muito menos me venham com propostas como a que está em discussão no Reino Unido de negar aos fumadores o acesso ao Serviço Nacional de Saúde.

    Já a falta de capacete não paga imposto que dê para suportar os gastos resultantes dos acidentes com motas. A neurocirurgia é muito cara e não é com o dinheiro das multas que se paga a operação dum tipo que fez da cabeça pára-choques. Por isso, ao obrigar ao capacete, o Estado está a proteger cada um de nós contra terceiros, e contra si próprio, como seria o caso com uma lei do fumo demasiadamente restritiva.

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  29. Errata: «..., e não contra si próprio...»

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  30. Caro José Luís Sarmento,

    «Por isso, ao obrigar ao capacete, o Estado está a proteger cada um de nós contra terceiros, e contra si próprio, como seria o caso com uma lei do fumo demasiadamente restritiva.»

    Certo, mas continua a não ser proibido fazer malabarismos com motas, mesmo sem carta, numa propriedade privada. Se uma dessas pessoas tiver um acidente quem paga a operação, a terapia ou possivelmente o sistema de suporte de vida é, no sistema público, o Estado com o dinheiro dos contribuintes.

    Lá por haver auto-estradas privadas não significa que os proprietários possam decidir as regras do uso de capacete. Quem quer andar de mota nas estradas de acesso público tem de usar capacete.

    Mais uma vez, ressalvo que não apoio necessariamente a proibição total. Apenas defendo que o Estado tem legitimidade para decidir as condições de operabilidade das estruturas de utilidade pública, quer sejam do domínio privado ou público.

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  31. «Apenas defendo que o Estado tem legitimidade para decidir as condições de operabilidade das estruturas de utilidade pública, quer sejam do domínio privado ou público.»

    O estado repesenta a maioria. Se não tiver restrições às condições que impõe, entramos na ditadura das maiorias, que é invasiva da liberdade individual.
    Há regulamentação que é legítimo que o estado tenha autoridade para fazer, mas esta deve ser sempre bem justificada, coerente, e não para proteger as pessoas das suas próprias decisões.
    Não concordo com algumas das regulamentações que existem, mas não me recordo de nenhuma tão invasiva quanto esta pretendia ser.


    (Nota: não acho que deva ser obrigatório os espaços grandes terem uma área para os fumadores. Novamente, creio que devia ser o proprietário a escolher)

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  32. «O estado repesenta a maioria. Se não tiver restrições às condições que impõe, entramos na ditadura das maiorias, que é invasiva da liberdade individual.»

    Liberdade individual dos proprietários. Cuja liberdade de gerir o seu negócio já é condicionada de várias formas. Não percebo porque é que esta legislação é a mais invasiva que encontras.

    O Estado diz: queres abrir um bar, tens estas regras; não queres, procura outra actividade.

    E a actividade de criar casas de fumo ainda não está vedada, tanto quanto sei.

    Se eu quiser abrir um restaurante muito barato sem condições de higiene, tenho a minha liberdade vedada porque a ASAE não deixa? Eu acho que não.

    Eu acho que é possível abrir restaurantes com fumo e sem fumo. Pode arranjar-se um equilíbrio. Como também acho que se pode arranjar um nicho de mercado para os restaurantes imundos onde só vai quem quer. Mas dizer que proibir os restaurantes imundos é uma violação da liberdade individual dos proprietários é um exagero.

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  33. João Vasco,

    A propriedade privada é algo diferente da licença de exploração comercial. Se compras uma parcela de um prédio e convidas uns amigos não há problema que se sentem encostados à porta, escondam os extintores, ou ponham coisas nas bebidas uns dos outros para ficar tudo com diarreia.

    Mas a licença para abrires essa propriedade privada ao público como um restaurante exige que proíbas os clientes de fazer estas e outras coisas que possam pôr em risco a integridade física dos outros clientes. Não perdes direitos sobre a tua propriedade privada. É apenas um requisito para a licença de exploração.

    Se no teu restaurante esconderem os extintores e se puserem a meter coisas na comida a inspecção fecha-te o restaurante mas a propriedade é tua à mesma.

    A proibição do fumo de tabaco é uma regra semelhante à proibição de esconder os extintores ou à proibição de pôr óleo de rícino na sopa.

    José Luiz,

    Esta lei visa o fumo em locais públicos, onde afecta os outros (nota: locais públicos são os abertos ao público, mesmo que sejam propriedade privada). Eu estou contra que se obrigue por lei os fumadores a deixar de fumar. Apenas acho necessário obrigar por lei que deixem de o fazer para cima dos outros, visto que sem lei vão continuar a fazê-lo.

    Mas é importante considerar que uma grande parte dos fumadores não quer ser fumador. Muitos querem deixar de fumar e não conseguem. Não se vê por ai livros para ajudar a deixar o ping-pong, medicamentos para quem não quer mais jogar ténis, ou hipnoterapia para aqueles que querem deixar de ir ao cinema e não conseguem. Parece-me óbvio que fumar não é propriamente um acto voluntário como os outros.

    Juntando isto ao mal que faz justifica-se eliminar a publicidade e desencorajar quem quer começar a fumar.

    Joaninha,

    Quando fumas um cigarro no café pensas no empregado que é obrigado a fumar oito horas por dia?

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  34. Ludwig:

    Esse argumento é o mesmo que o do Francisco, mas eu já tinha respondido qual era a diferença entre os outros tipos de regulamentação e esse:

    «É discutível essa proibição que referes [a proibição de bebidas com destilação caseira, considerando os respectivos riscos para a saúde envolvidos], mas é defensável à luz de um argumento que não se aplica ao caso do tabaco: as assimetrias de informação.

    Repara que eu falo em assimetrias e não em lacunas.
    Se os donos não fossem todos proibidos de vender a destilação caseira, seria muito difícil de apanhar aqueles que vendessem destilação caseira garantido que se tratava de destilação profissional. Trata-se de uma limitação prática e logística dos serviços de fiscalização, que estão longe da omnisciência.
    O que aconteceria em resultado disso seria que todos os clientes teriam receio de comprar gato por lebre: pagar por bebidas "seguras" e receber bebidas "inseguras". Regindo a esta insegurança, os clientes tenderiam a evitar comprar tais bebidas, de todo, o que prejudicaria tanto os clientes como os produtores.

    Assim sendo, a violação da liberdade aqui presente não prejudica ninguém, pois todos os actores tendem a consider que a alternativa os colocaria em maior desvantagem: os produtores não venderiam, porque as pessoas teriam medo de ser enganadas. E as pessoas não comprariam por ter medo de ser enganadas.

    Obviamente este raciocínio/argumento apenas funciona por duas razões:

    a) não existe uma quantidade significativa de pessoas com vontade de correr o risco. Se existisse, esta restrição à sua liberdade seria mais grave

    b) se a proibição não acontecer, torna-se impossível para o cliente ter a garantia que o produtor lhe está a vender um produto seguro, mesmo que este o garanta. Isto por causa das já referidas limitações na fiscalização.


    Estes argumentos podem ser usados para defender a obrigatoriedade de condições higiénicas nos restaurantes, a proibição da destilação caseira e outras regulamentações do tipo. Continuam a ser medidas discutíveis, mas têm um poderoso argumento a seu favor.

    Mas a proibição do fumo do tabaco não tem este argumento poderoso a seu favor. Os clientes não são enganados: sabem se num bar é permitido fumar ou não. E existe uma quantidade significativa de clientes que de facto quer fumar.»


    «O estado repesenta a maioria. Se não tiver restrições às condições que impõe, entramos na ditadura das maiorias, que é invasiva da liberdade individual.
    Há regulamentação que é legítimo que o estado tenha autoridade para fazer, mas esta deve ser sempre bem justificada, coerente, e não para proteger as pessoas das suas próprias decisões.
    Não concordo com algumas das regulamentações que existem, mas não me recordo de nenhuma tão invasiva quanto esta pretendia ser. »



    Francisco:

    «E a actividade de criar casas de fumo ainda não está vedada, tanto quanto sei.»

    Está sim. As "casas de fumo" é precisamente aquilo que uns tantos bares são - casas de fumo onde também há bebidas, mais do que bares onde também se pode fumar.

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  35. Ludwig.
    Acho que não, não penso.

    Mas tem razão tendo em conta que 90% dos clientes que ele tem são fumadores. POr isso vamos proibir a entrada desses 90 % falir o café e mandar o senhor para o desemprego!
    Note-se que eu não sou contra cafés para não fumadores. Sou contra a proibição total de fumar em cafés. Acho injusta, passamos do 8 para o 80.
    Atenção ao mito da empregabilidade e ao salario médio dos trabalhadores da restauração. Talvez o espante mas há muitos que ganham mais que eu. Sei disso porque trabalhei num.
    E não, não eram empregados muito antigos.

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  36. Todas as profissões envolvem os seus riscos. Um radiologista, por mais que se proteja, está sempre exposto a radiações. Um trabalhador da construção civil está sujeito a quedas e a soterramentos. O Estado obriga os empregadores, e bem, a que tomem todas as medidas de segurança possíveis para que estes acidentes não aconteçam, mas acontecem.

    Ora o risco do fumo passivo é extremamente baixo, contrariamente ao que certa propaganda pretende fazer crer: suficientemente baixo para que a decisão livre e consciente de o correr não seja necessariamente irracional no contexto de todas as outras decisões que a nossa vida pessoal e profissional envolve.

    Ao exigir aos proprietários de bares, cafés e restaurantes que reduzam esse risco ao mínimo, o Estado está a cumprir legitimamente a sua função de proteger cada um de nós das acções dos outros; mas ao exigir a eliminação total do risco está a ser fundamentalista e a interferir na liberdade de todos, não só na do proprietário, mas também na dos empregados e na dos clientes.

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  37. Caro José Luiz,

    Pelo que tenho lido, os estudos mais recentes indicam que os efeitos do fumo passivo são mais sérios que aquilo que inicialmente se estimava.

    Gostava que apresentasse os dados concretos e os critérios que o levam a concluir que um empregado de balcão não merece qualquer proteção contra este risco. Só dizer ah, deve ser baixo, e os outros também arriscam parece-me insuficiente :)

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  38. Joaninha

    Não creio que a longo prazo os estabelecimentos de restauração perdessem com a proibição total do fumo. Numa primeira fase os lucros iriam cair, não pela proibição mas antes pela diminuição da venda de tabaco. Quem se encontra dentro do ramo sabe que o lucro que o tabaco dá é diminuto, entre 5 a 6% (consoante a quantidade), que é completamente irrisório. Não conheço nenhum estabelecimento que sobreviva só com o fumo ou por causa do fumo, e como trabalhou no ramo sabe perfeitamente o trabalho que dá a limpeza e as horas que tal empreitada ocupa (senão ocupa deveria ocupar), em particular limpar as beatas e as cinzas que os fumadores produzem e atiram para o chão. As limpezas, as pinturas, et cetera, na sua maioria estão invariavelmente ligadas ao tabaco.
    E isto, sem contar com os prejuízos que nos traz à saúde.

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  39. Olá Joaninha,

    Eu não proponho proibir nem restringir a entrada a ninguém. Apenas que fumem noutro sitio. Em casa, na rua, onde não obriguem outros a fumar.

    E se cada fumador beber o café e for fumar lá para fora o dono do café até ganha mais com isso. É menos uma mesa ocupada sem consumir :)

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  40. João Vasco,

    «Está sim. As "casas de fumo" é precisamente aquilo que uns tantos bares são - casas de fumo onde também há bebidas, mais do que bares onde também se pode fumar.»

    Vários bares de alterne também são bares. Vários bares também são discotecas. Mas nem todas as discotecas podem ser bares e as condições são definidas pelos Estado.

    Caro António Parente,

    «O que o Francisco Burnay escreveu está errado porque o interesse do Estado no uso do capacete por parte do motociclista não tem como finalidade proteger o indíviduo mas a sociedade no seu todo.»

    Certo, mas eu nunca disse que isso estava errado. Repare que não é proibido não usar capacete em propriedade privada. Qualquer pessoa jovem e trabalhadora pode ficar paralítica dentro de casa.

    O que eu queria dizer é que sendo o Estado o regulamentador da propriedade de utilidade pública, justifica-se que seja ele a definir as condições de utilização desses espaços.

    Os mesmos argumentos de segurança não podem ser aplicados em locais privados em situações cujo único implicado é o próprio.

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  41. António Parente,

    Eu tenho uma visão muito negativa de economistas, e actividades afins, e por isso, parece-me que é pelo interesse das seguradoras que surge a questão dos cintos e capacetes, pois não eram obrigatórios antes de o seguro automóvel, que só é válido em espaços públicos e de acesso público, onde a restrição também se aplica.
    Isto pelo mesmo motivo, que o valor das apólices é maior para o escalão 18-35 anos, e era menor para as mulheres, etc. As seguradoras não podendo recusar, jogam com as apólices e com estatisticas para impôr habitos que as protejam. O estado, lucra com o aumento dos lucros das seguradoras e por isso impõe regras que o benificiem. Outro bom exemplo, nos seguros onde não são obrigados a dar coberturas totais, os acidentes com veículos de duas rodas não estão cobertos. É assim com seguros de vida, de acidentes pessoais, etc.
    O mesmo se passa com o tabaco. A probabilidade de morrer pode ser muito baixa, mas, a probabilidade de ter problemas derivados do consumo é elevada, e normalmente vem associada a baixas prolongadas, a quebra de receitas é alta, as baixas são pagas pelo estado, a reforma antecipada por invalidez também, etc. Por isso, os impostos não chegam, para cobrir todos os custos, que alguns fumadores querem fazer crer serem apenas os do SNS. Os custos são maiores e a probabilidade de serem reduzidos com o controlo é elevada. A medida custa zero ao estado, e tem o potencial de reduzir os custos indirectos no médio e longo prazo.

    Tanto com os cintos, como com o tabaco, o estado acaba por me proteger a mim (individuo) porque antes de ser obrigatório o uso dos cintos, quase nenhum carro tinha cintos atrás, e desde que tenho cintos no banco de trás sempre os usei. Como fumo controlado, a mesma coisa. Actualmente mesmo onde os donos tentam impedir o fumo, há sempre um qualquer espertalhão que se marimba e tenho de o gramar, pois não lhe posso enfiar a cadeira pelos dentes dentro, nem um balde de agua pela cabeça abaixo. Com a lei que foi aprovada, mesmo considerando que é demasiado desequilibrada, já posso obrigar alguém a agir em minha defesa.

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  42. Olá Joaninha,
    o argumento dos lucros - ou perda dos mesmos - cai pela base, quando se olha para os países onde a proibição já está em vigor: da Irlanda, da Espanha, da Itália, para não mencionar "aderentes" mais recentes como a Grã-Bretanha, ainda não se ouviu uma única queixa nesse sentido, até porque nenhum fumador deixou de ir a um restaurante ou a um café por causa de tão pouco. Mais, na Itália os fumadores à porta dos restaurantes e cafés que eu interpelei (sem pretensão de fazer de um inquérito representativo, claro) todos achavam muito bem, porque também não gostavam de «comer no meio do fumo».
    Um abraço
    Cristy

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  43. Olá Ludwig.
    Só agora é que li o meu comentário e acho que fui muita bruta, desculpa!!
    Mas, também já tinha avisado que o cigarrinho é um assunto sensivel!!

    O problema é que o fumador não vai, se não poder fumar, tomar o cafézinho fora, toma-o em casa ou em casa de amigos. E quem diz o cafézinho diz a cervejinha ou o bagacinho ou aquelas coisas que se vai tomar ao café. Nem vai ao bar beber umas vodkas e essas coisas.

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  44. Joaninha,

    Comigo, podes ser bruta à vontade. E se estiveres mesmo furiosa manda um agrafador à cabeça do Bruno, que com isso posso eu bem :)

    Esse problema do fumador pode ser um problema de gosto pessoal (prefere fumar no café), ou mesmo um problema do lucro do dono do café (assumindo que não há outros, como eu, que passam a ir ao café mais vezes precisamente por já não estar tudo pejado com 90% de fumadores nojentos ;)

    O importante é que não o transformemos num problema de saúde para o empregado. Isso é que não se justifica...

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  45. Este comentário foi removido pelo autor.

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  46. Caro Ludwig:

    Antes de tentar quantificar os riscos do fumo passivo temos que nos por de acordo quanto à situação-tipo que temos em mente. Estamos a falar duma pessoa que passa sete horas por dia, todos os dias, com vários fumadores, numa sala fechada de 15 metros cúbicos?

    Ou estamos a falar duma pessoa que passa esporadicamente uma hora com um fumador numa sala ventilada com 400 metros cúbicos?

    A priori, e antes de qualquer tentativa de quantificar probabilidades, parece-me que a primeira situação que tipifico apresenta riscos muito superiores aos da segunda. E se o risco é variável, então é pelo menos concebível que nalguns casos seja aceitável, noutros não.

    Mas o que eu vejo é quase toda a gente a colocar em termos absolutos questões que são relativas. A própria lei, ao considerar a superfície dos espaços fechados em vez de considerar, com o seria lógico, o seu volume, parece estar mais interessada no espectáculo da segurança do que na própria segurança das pessoas.

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  47. Olá Ludwig!

    Não me parece má a ideia de mandar um agrafador a cabeça do Bruno, não sei se ele vai gostar muito, mas enfim....Por esta altura já deve estar mais que habituado ao meu feitio encantador ;)

    Quanto á questão da saude do empregado, não me parece que seja assim tããão linear, eles não estão fechados dentro de caixas sem ventilação e com os ditos fumadores nojentos a enfiarem-lghes fumo pelas narinas a cima :)

    (uma imagem um pouco cinistra!!)

    Mas deixo ao João a argumentação desse ponto porque ele é muito mais capaz do que eu. Eu perco logo a cabeça e começo a atirar agrafadores aos coleguinhas de trabalho!! ;)

    Bem vou para as escadas fumar o meu cigarrinho pós laboral, sim que apesar de sermos mais fumadores do que não fumadores não se fuma dentro da empresa!!

    Bj e bom fim de semana!

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  48. Levar com um agrafador na cabeça é chato, mas pelo menos não causa cancro. Agressão por agressão prefiro o agrafador.

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  49. Olá Cristy!!

    Em espanha há cafés para fumadores e para não fumadores. O dono do café/restaurante e afins é que decide.
    Na Irlanda ouve sim uma quebra no movimento.
    Eu acho muito bem que seja dado ao dono a liberdade de escolher se quer que se fme ou não dentro do seu espaço. O que acho mal é impor isso a todos, mesmo aqueles que querem ter um café para fumadores!
    Isso acho um bocadinho demais.

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  50. Caro José Luiz,

    Eu pedia algo mais simples. Pode ser os metros cubicos que quiser, nesta fase tanto faz. Só pedia que me explicasse quais os critérios que usou para decidir que abaixo de um tanto de perda de esperança de vida, aumento de risco de cancro ou coisa desse género já não vale a pena preocuparmo-nos com o trabalhador, e que me indicasse quais os dados concretos em que se baseou para concluir que os empregados de bar ou restaurante têm um risco abaixo desse critério.

    Eu baseio-me nos estudos que mostram o perigo de viver com um fumador. Segundo a American Cancer Society, o fumo que se apanha só por viver com um fumador causa 35,000 mortes por ano. Fazendo a correspondência para a população Portuguesa, dá cerca de mil mortes por ano cá só por isto. Só para ter uma ideia, isto é duzentas a mil vezes mais que as mortes causadas por abortos clandestinos, a outra grande polémica de há uns meses atrás.

    Note bem que não me refiro às mortes de quem fuma, mas de quem não fuma e vive com um fumador.

    Viver com um fumador dá concerteza menor exposição ao tabaco que trabalhar 8 horas por dia num sitio onde várias (muitas!) pessoas fumam. Por isto eu diria que o efeito não é irrisório. Mas estou disposto a reconsiderar se tiver dados mais fiáveis que demonstrem o contrário.

    Agora se isso é só a sua opinião não lhe posso dar grande peso...

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  51. Acima de certa dose tudo é veneno, até a aspirina. Abaixo de certa dose tudo é inofensivo, até a estricnina.

    Discutir o fumo passivo sem abordar a questão da dosagem parece-me um tanto, como direi, homeopático.

    Matematicamente tem que haver uma concentração de fumo no ar abaixo da qual o ar dum espaço fechado com fumadores é estatisticamente impossível de distinguir, em termos de risco de cancro, do ar no cimo dos Alpes.

    O que não pode haver, matematicamente, é um limite acima do qual o risco corrido por um não fumador seja igual ou superior ao risco corrido por um fumador que se encontre no mesmo espaço, uma vez que não se pode ser fumador activo num lugar fechado sem se ser também passivo e os dois riscos se somam (ou, mais provavelmente, multiplicam).

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  52. Claro que tem que haver uma concentração abaixo da qual o fumo do tabaco não tem um efeito detectável.

    Mas o José Luiz ainda não deu qualquer evidência que isso é relevante para o empregado de balcão num bar onde é permitido fumar.

    Se a lei fosse proibir que fumassem a menos de 40km de um bar, eu já lhe dava razão...

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  53. Olá Joaninha,
    eu até te dava razão (oops, desculpa o tu, não sei se posso?), sobretudo com o argumento que devia haver escolha, porque, honestamente, eu muitas vezes não vou aqui ou ali por causa dos fumadores. Mas o problema é que se deixares isto à escolha dos proprietários, eles vão - na maior parte das vezes - optar por deixar entrar os fumadores, porque é muito mais fácil deixar as coisas como estão do que introduzir algo novo que eles não sabem se vai dar bom resultado ou não. E como os não-fumadores já estão "habituados" às circunstâncias, não vão lutar tão ferozmente pelos seus direitos como o fazem os até agora muito priveligiados fumadores. Conclusão: os não-fumadores continuam sem escolha alguma. Mas até aí se pode argumentar: paciência, fiquem em casa. E os empregados? É que depois desta discussão toda ainda não vi um único argumento convincente contra aquele que é o dever de proteger os empregados. Acrescento que a área de restauro é uma de exploração nefasta da mão-de-obra, das mais desprotegidas do país, e que só lá trabalha quem não encontra mesmo mais nada. Por isso não aceito essa treta de que os empregados têm escolha.
    Bom fim-de-semana
    Cristy
    P.S. Estou à procura dos números concretos para a Irlanda, só tenho para a Itália, depois digo qualquer coisa.

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  54. «E como os não-fumadores já estão "habituados" às circunstâncias, não vão lutar tão ferozmente pelos seus direitos como o fazem os até agora muito priveligiados fumadores. Conclusão: os não-fumadores continuam sem escolha alguma. Mas até aí se pode argumentar: paciência, fiquem em casa.»

    Se o fizessem, não ficavam em casa por muito tempo. O primeiro bar/café/pub que proibisse o fumo iria ficar apinhado.

    Cedo alguém descobriria essa forma de fazer um lucro bestial.

    Porque é que isso não acontece?

    Porque os fumadores dão muito menos valor ao incómodo de apanhar com fumo alheio do que os fumadores ao incómodo de não poder fumar no sítio onde tomam o seu café.
    Como sabemos isto? Pelas decisões livres que tomam. Precisamente pelo facto de existirem poucos bares onde é proibido fumar.

    Acho mal é que não se deixe os fumadores terem os eus locais. Se os não fumadores começarem a evitar os lugares onde se pode fumar, cedo se chegará á situação em que cada grupo tem os seus espaços, como acontece na Espanha e em muitos outros países.

    Quanto aos trabalhadores, a Irlanda já perdeu 2000 empregos na área da restauração, de acordo com uma notícia que citei neste blogue. Com a perda de clientes, os bares já tiveram de aumentar os preços das bebidas... Como o hábito de ir ao café não se perde de um dia para o outro, creio que isto é apenas o início...

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  55. No site da European Respiratory Society http://dev.ersnet.org pode ler-se que o número de estudos (sérios, i.e. não financiados pela Philip Morris e afins) sobre as consequências económicas da proibição de tabaco desde 2002 ascende a 21. Destas, nenhuma detecta consequências negativas (estamos a falar só da economia) e quatro até constatam efeitos positivos (mais clientes em cafés, etc.). Um bom resumo:
    http://dev.ersnet.org/uploads/
    Document/46
    /WEB_CHEMIN_1554_1173100608.pdf (devia aprender a colocar estas coisas online, não devia?)
    Cristy

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  56. Cristy,

    Escreves <a href="..." >, entre as aspas pões o URL (http:\\...), depois escreves o texto que queres que fique com link, e terminas com </a&gt

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  57. Gracias!
    Cristy

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  58. Alô Cristy.

    O tu está optimo até porque o você faz logo crescer 10 cabelos brancos e ruguinha na testa e mai não sei o que!


    Eu compreendo o ponto e compreendo que neste momento não existe nenhuma opção para quem quer ir tomar o dito do café mas não esta para levar com os, usando uma frase do ludwig "fumadores nojentos":)

    O que acho injusto é querer virar completamente a situação e deixar "os fumadores nojentos" sem opção nenhuma!

    Em relação aos empregados, bom eu podia falar consigo acerca disso, mas não aqui por duas razões:
    Primeiro porque dava um comentario de 400 paginas e segundo porque é dificil explicar só uma coisa sem explicar as outras 400.

    Vou ler o link que deixou!

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  59. Olá Joaninha,
    o "tu" não funciona em via única ;)
    De qualquer modo, gostava de saber a tua opinião sobre o tema dos empregados. Se tiveres pachorra, claro.
    Bjs
    Cristy

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  60. Joaninha,

    Para não ficares com o teu endereço de email aqui a público, apaguei o teu comentário e enviei-o directamente à Cristy. Espero que não te importes...

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