domingo, junho 24, 2007

Miscelânea Criacionista: A função do ADN.

Um gene, uma pequena parte de uma molécula de ADN, interage com outras moléculas desencadeando reacções químicas que, eventualmente, fazem com que os olhos sejam azuis. Se o gene fosse diferente os olhos seriam castanhos. Um grão de areia é atraído pela Terra, colide com outros grãos de areia e passa por um buraco da peneira. Se o grão fosse maior teria ficado na peneira.

Dizer que o gene tem a função de dar cor azul aos olhos é como dizer que o grão de areia tem a função de passar pela peneira. É errado. Mas no caso do gene é um erro conveniente. Dennet chama design stance(1) a esta atitude de ver algo como concebido para um propósito mesmo que não o seja. É útil porque permite ignorar os detalhes e reter facilmente algo que importa. Não precisamos saber toda a bioquímica entre o gene e o olho para perceber a relação entre estes. Basta imaginar que o gene serve para fazer o olho azul. Mas não podemos esquecer que este propósito e função são imaginação nossa. Nem o grão de areia foi criado para passar a peneira nem o gene foi concebido para fazer o olho azul.

Quando se diz que há um código genético, que um gene tem uma função e que as asas servem para voar estamos a usar um truque cognitivo para perceber alguns aspectos sem considerar detalhes. Mas os criacionistas levam o truque à letra e deduzem que há mesmo uma mensagem escrita no ADN, que um criador fez cada gene e que cola as asas de cada mosca*. É disparate. E nem se aplica à maior parte do ADN. Cerca de 95% do nosso ADN é lixo. Não faz nada.

Os criacionistas afirmam que constantemente se descobre o papel importante de novas regiões no ADN humano ou de outros seres. É verdade. Mas não é este o lixo. 2% do nosso ADN especifica a sequência de aminoácidos das nossas proteínas. Estes trechos são fáceis de identificar, e percebemos bem o que fazem. 3%, aproximadamente, são importantes na regulação dos genes, entre outras coisas. A actividade destas partes do ADN é mal compreendida, mas sabemos que são importantes.

O resto não serve para nada, e também sabemos que não serve para nada. Porque em 95% do nosso ADN as mutações não têm efeito. Isso é evidente quando comparamos as sequências de ADN de indivíduos diferentes. Em 5% do ADN as sequências são conservadas, são muito semelhante entre todos. Isto revela uma pressão selectiva que elimina as mutações. O organismo com diferenças nestes sítios normalmente não se reproduz, ou nem sobrevive, e essas diferenças perdem-se da população. Mas nos outros 95% há uma grande diversidade, o que é esperado numa evolução neutra, pelo acumular de mutações que não têm efeito no sucesso reprodutivo. Com o passar das gerações, estas regiões alteram-se milhares de vezes mais que a minoria de 5% do ADN que faz alguma coisa.

Esta pequena parte do ADN pode ser descrita como uma máquina que desempenha uma função. Mas isto é apenas uma forma sucinta de explicar alguns aspectos. É como o riacho correr alegremente ou o mar estar zangado. Não é para levar à letra. E com 95% de lixo é óbvio que o ADN resulta de um processo sem inteligência. Quando uma chuvada enche o balde que deixámos no jardim também não dizemos que alguém apontou as nuvens. Basta olhar em volta, tudo alagado, para ver a falta de pontaria.

* Os criacionistas não afirmam isto, mas deduz-se dos seus argumentos. A probabilidade de uma mosca, por acaso, ficar com as asas certas no sitio certo é muito reduzida. A probabilidade de isso acontecer a biliões de moscas ao mesmo tempo é virtualmente nula. Por isso, segundo a lógica criacionista, tem que haver um Criador com muita paciência e tempo livre a colar cada par de asinhas.

1-Wikipedia, Intentional Stance.

48 comentários:

  1. E isto é treta?
    http://www.bloomberg.com/apps/news?pid=20601082&sid=avwA.vw8eloU&refer=canada

    Cristy

    ResponderEliminar
  2. http://www.bloomberg.com/apps
    /news?pid=20601082&sid=
    avwA.vw8eloU&refer=canada

    Pronto, assim já cabe :)
    Cristy

    ResponderEliminar
  3. Diga-se de passagem que mesmo que isso não fosse verdade: que todo o ADN tivesse uma função, tal não seria nenhuma boa razão para se ser criacionista...

    ResponderEliminar
  4. Nem tal coisa me passou pela cabeça, prometo. A minha pergunta é só mesmo isso, uma pergunta.
    Cristy

    ResponderEliminar
  5. Cristy,

    Não é bem treta, é um problema com os termos e a popularização dos resultados.

    Em numeros redondos, 95% do nosso ADN não nos afecta. Pode sofrer mutações à vontade, e não está sujeito a pressão selectiva. Foi a isto que chamei «lixo».

    Mas há quem chame «junk DNA» a todo o ADN que não codifica proteínas, o que dá confusão porque inclui os tais 3% que são importantes para a nossa sobrevivência, além dos 2% que codificam proteínas.

    O que este estudo descobriu é que uma boa parte dos 95% é transcrita para RNA. Continua a não nos servir para nada, e isso sabemos pela elevada taxa de mutação nessas regiões, mas agora sabemos que além de lixo também nos gastam recursos ao transcrevê-las.

    Talvez isto leve a deixar o termo «lixo» e usar uma alternativa que até agora tem sido menos popular, mas pode ser mais correcta: ADN parasita.

    Seja como for, só ajuda os criacionistas depois dos factos bem distorcidos.

    ResponderEliminar
  6. Esses 95% não desempenham a "função" de impedir que o crossing-over ocorra em cima dos genes ou existem pontos definidos para isso?

    ResponderEliminar
  7. Não há pontos definidos, mas não há vantagem em manter os pontos de crossing over fora dos genes. Normalmente os alelos são iguais ou diferem muito pouco, e por isso em quase todos os casos é indiferente onde calha o crossover. Nos outros parece-me igualmente provável que seja pior fora ou dentro do gene.

    A melhor explicação para o lixo genético é que se replica sem atrapalhar demais o organismo. Para nós, tem uma «função» idêntica à dos piolhos.

    ResponderEliminar
  8. Ludwig,

    Nesses 95% de genes não poderão estar genes que num passado cumpriram determinada função, mas, cujo efeito foi anulado por outros genes. Um exemplo em genética felina: Os leões têm um padão de coloração de pelo chamado ticked, cujo gene responsável anula o efeito de um outro gene que controlaria a cor do pelo entre o marmoreado e o tigrado, se o ticked não estivesse presente. Dado que o gene "ticked" é homozigótico nos leões, nunca o gene "tabby" será visível, e para todos os efeitos está inutilizado na cadeia genética dos leões. Os nossos 95% de "lixo" não incluiram situações semelhantes?

    ResponderEliminar
  9. Sim, essa é uma das origens do lixo genético. Mutações num gene que não é usado não vão ter efeito, os mutantes não são eliminados por selecção, e o gene acaba por degenerar em lixo. Mas antes de degenerar não o vamos considerar lixo porque podemos identificar as sequências de iniciação e terminação que indicam que é um gene viável, mesmo que não sirva para nada.

    Mas há outras fontes de lixo genético, como crossover desigual ou repetição de sequências ou nucleótidos, que vão gerando tralha que não serve para nada.

    ResponderEliminar
  10. Eu n percebo muito de genética, mas essa coisa de dizer que 95% do nosso ADN, é lixo (n tem utilidade nenhuma) acho um pouco esquisito. É que uma das consequencias disso é q seria possivel criar um clone de um ser humano, apenas com os 5% que têm utilidade.

    Será que os genes n têm efeitos cumulativos, em q um gene dominante tenha uma função diferente conforme a presença ou ausencia de um gene recessivo?

    ResponderEliminar
  11. Caro Fulano de Tal,

    Nos felinos isso acontece mas, com algo classificado como poligenes, cuja acção concreta nunca estudei em particular, mas, que não se rege pelo habitual recessivo/dominante de forma isolada. Estas variações permitem que certas caracteristicas apareçam mais ou menos pronunciadas, sendo uma delas o rufismo do pelo, que se nota por uma deriva de cor entre o castanho e o cinzento da cor base do pelo, ou entre o vermelho e o amarelo, e também em caracteristicas que podem nem ser visíveis em antepassados próximos do individuo.
    Nos gatos existe ainda uma situação dessas com um gene que não é lixo. O gene do pelo amarelo, manifesta-se diferentemente associado ao sexo. Um gato macho só pode ter por base o vermelho (amarelo em termos visuais) ou o preto, mas as femeas podem ter preto e vermelho misturado, além do preto ou vermelho isolados.
    Os gatos com o corpo parcialmente branco também podem ter maior ou menor extensão de branco, associada a um conjunto de poligenes que não têm "utilidade" se o gene que despoleta o branco parcial não estiver presente.

    ResponderEliminar
  12. Fulano de Tal,

    O lixo não tem nada a ver com os genes. Não são genes. Os genes são as partes do ADN que são traduzidas em proteínas. Esses são cerca de 2% do nosso ADN.

    Outros 3% são sequências conservadas, o que indica que têm algum efeito na nossa sobrevivência e reprodução. Controlam a duplicação do ADN, a estrutura, a expressão dos genes, etc.

    O resto tanto faze ser assim ou assado. A diversidade genética nessas regiões indica que qualquer mutação aí é irrelevante, e permanece ou é eliminada da população puramente ao acaso.

    ResponderEliminar
  13. O livro de Michael Behe, Tge Edge of Evolution, é um significativo contributo para o debate entre darwinistas e defensores do intelligent design. Para os criacionistas bíblicos o mesmo encerra poucas novidades. Eis apenas algumas notas.

    1) Em primeiro lugar, ao analisar minuciosamente, uma por uma, as mutações que resultam em resistência do corpo humano à malária em resistência da malária aos medicamentos, o autor demonstra que as mutações, longe de poderem ser vistas como parte de um processo de construção de sistemas genéticos mais complexos e elaborados, representam, em muitos casos, uma perda para a funcionalidade das proteínas e das células, com consequências destrutivas a prazo. Ou seja, as mutações não são construtivas, mas destrutivas, ou degenerativas. As mesmas estão longe de ter as propriedades “mágicas” que lhes são adscritas pela doutrina darwinista. A interacção entre o corpo humano e a malária e entre esta e os medicamentos é um jogo de soma negativa.

    2) Em segundo lugar, o autor trata a questão da relação entre a matemática, a estatística e as probabilidades, por um lado, e as mutações, por outro. Também à luz deste exame a teoria da evolução sai muito maltratada. Isto, aliás, está longe de constituir uma novidade, na medida em que já há muito que muitos outros autores tinham chamado a atenção para este ponto. Michael Behe não deixa de chamar a atenção para o facto de que os estudos mais recentes, ao evidenciarem a extrema complexidade do genoma, têm contribuído, não para tornar a evolução aleatória mais credível, mas para a tornar mais incrível. E isto, note-se, mesmo sendo certo que Michael Behe ainda não leva em plena consideração os resultados mais recentes do projecto ENCODE que vierem desbancar a noção de “junk DNA” com base na qual muitos, incluindo o próprio Michael Behe, defendiam a existência de um ancestral comum como inteiramente plausível.

    3) Michael Behe considera que mesmo a crença nas virtualidades da cópia de genes ou de segmentos importantes do DNA não é um bom ponto de partida para a criação de estruturas complexas inteiramente inovadoras. Fazer uma cópia de material genético não é o mesmo que criar nova informação, mas apenas copiar informação genética pré-existente, cuja origem permanece por explicar. A partir daí, as mutações dessas cópias destroem a informação copiada, diminuindo as suas funções, em vez de darem lugar ao fabrico de estruturas e funções mais complexas, especificadas e integradas e codificadoras de estruturas e funções novas.

    4) Também por aqui, e estas são apenas algumas considerações preliminares, ficamos a saber que as mutações aleatórias são muito raras, raramente são benéficas, rarissimamente são benéficas para uma população, e mesmo quando são pontualmente benéficas, as mesmas têm provocam elevados danos colaterais provocando efeitos como anemia, destruição do sistema imunológico, perda de função das proteínas, destruição de genes, destruição de sistemas de regulação e controlo, etc., etc., podendo inclusivamente ser letais. Ou seja, as mutações e a selecção natural não criam informação genética nova. Elas tendem a destruir informação genética. As mutações podem ser observadas. A selecção natural pode ser observada. No entanto, nem umas nem outra têm qualquer relação com a evolução de partículas para pessoas. Enquanto esta necessita de processos criadores de muitas mutações geradoras de informação genética nova, aquelas caminham exactamente em sentido contrário, destruindo informação pré-existente. Isso significa, como diz, o físico alemão Werner Gitt, que toda a informação genética tem que existir desde o princípio.

    5) O autor mantém-se fiel ao argumento da ancestralidade comum. No entanto, o mesmo parece não estar inteiramente disposto a meter as mãos no fogo por ele, na medida em que reconhece a existência de dificuldades sérias, documentadas pela literatura especializada. Além disso, os seus argumentos baseiam-se largamente em filogenias em boa medida edificadas com base na noção de “junk-DNA”, hoje mais do que nunca em crise. Por outro lado, o reconhecimento de que muitas mutações pretensamente aleatórias não são de facto aleatórias, pode vir a complicar ulteriormente as pretensas homologias genéticas entre animais. Na verdade, muitos dos supostos erros ou “resíduos” genéticos presentes nessas em sequências homólogas de DNA têm-se revelado inteiramente funcionais.

    Vale a pena continuar a acompanhar este debate. Erra, a meu entender, quem não o levar a sério.

    ResponderEliminar
  14. Este comentário cheira a "Machadada"... Curioso ver que houve um IP da Universidade de Coimbra a "pingar" nesta página às 1:25:32 pm (uc.pt)... Maldito "sitemeter", he he he!

    ResponderEliminar
  15. Caro «anónimo»,


    1- A função somos nós que a definimos. Por exemplo, na anemia falciforme podemos dizer que a mutação da hemoglobina conferiu-lhe uma nova função: precipitar e destruir o glóbulo vermelho quando infectado pelo parasita da malária, matando o parasita.

    2- O projecto ENCODE mostra que muito do ADN é transcrito em ARN. É um resultado interessante, mas não refuta a evidência que tínhamos que este ADN é lixo. Nomeadamente, a sua elevada taxa de mutação sem efeitos para o organismo.

    3- Falso. Duplicar e mudar uma das cópias por mutação aleatória resulta em duas sequências diferentes onde anteriormente apenas havia uma. Isto aumenta a informação.

    O debate, se fosse debate, seria interessante. Infelizmente, um dos lados nem sequer dá a cara. E não debate. Limita-se a repetir as mesmas afirmações falsas sem considerar as refutações que já lhe foram apresentadas.

    Se alguém quer debater comigo, parece-me justo que se identifiquem. Eu também não estou aqui anonimamente. E tem que assumir a responsabilidade de avançar com o debate. Se ignora tudo o que eu já aqui escrevi não é um debate. É uma chatice...

    ResponderEliminar
  16. Que este post do Ludwig está totalmente desactualizado, do ponto de vista científico, pode concluir-se lendo a literatura científica mais recente, como por exemplo:

    Erika Check, “Genome project turns up evolutionary surprises,” Nature 447, 760-761 (14 June 2007)

    "The ENCODE Project Consortium, “Identification and analysis of functional elements in 1% of the human genome by the ENCODE pilot project,” Nature 447, 799-816 (14 June 2007);

    Philipp Kapranov, P., Willingham, A.T. and Gingeras, T.R., Genome-wide transcription and the implications for genomic organization, Nature Reviews Genetics 8: 413–423, 2007.

    Birney, E., et. al., Identification and analysis of functional elements in 1% of the human genome by the ENCODE pilot project, Nature 447: 799–816, 2007.

    Elizabeth Pennisi, “DNA Study Forces Rethink of What It Means to Be a Gene,” Science, 15 June 2007: Vol. 316. no. 5831, pp. 1556-1557,

    Como se vê pelas datas, trata-se de literatura actualizada. Toda ela chama a atenção para o facto de que o projecto ENCODE veio demonstrar a funcionalidade de todo o DNA.

    Não existe, portanto, junk.DNA, exactamente como seria de esperar se o DNA tivesse sido criado por Deus.

    O Professor Alexandre Reymond, associado ao projecto ENCODE, afirmou:

    “Our work has shown that the human genome is far more complex than anyone could have imagined, even ten years ago. Understanding these complexities is essential to the development of effective and safe genetic medicine in the future.”


    O Ludwig, terá, portanto, de rever os seus números acerca do "junk-DNA", na medida em que o junk-DNA acaba de ser definitivamente sepultado.

    Os leitores do blog "Que Treta!" podem verificar, mais uma vez, que lhes estavam a tentar impingir gato por lebre.

    Quanto ao argumento das asinhas das moscas, é mais um exemplo de pólvora seca argumentativa.


    Ao Criador bastou criar um casal de cada espécie, com potencial genómico para dar lugar a diferentes sub-espécies, mediante selecção natural e especiação.

    No entanto, essas subespécies não criam informação genética nova, antes constituem especializações de informação genética pré-existente.

    ResponderEliminar
  17. O Anónimo residente com tanta vontade de fazer jogos de palavras, por vezes escorrega na treta que diz:
    - No ponto 4 vem com a conversa de que "Ou seja, as mutações e a selecção natural não criam informação genética nova." Primeira coisa, uma mutação cria, por definição, informação genética nova! A selecção natural não cria, nem é suposto criar nova informação genética, a selecção natural é apenas o resultado final derivado do grau de sucesso induzido por uma variação genética. A frase tal como foi escrita demonstra apenas uma enorme falta de respeito ou de inteligencia.
    Ainda no ponto 4 a evolução tem uma vitória retumbante: "As mutações podem ser observadas. A selecção natural pode ser observada." Pelo menos agora tenho a certeza do que vou chamar ao proximo criacionista que vier aqui dizer que as espécies não mudam, e que não se vê nenhum mecanismo de evolução no seres vivos pois afinal, a selecção natural até se vê!
    Também se conclui do que é dito que afinal a evolução defendida por darwin é um facto, pois ele não diz que as mutações e a evolução seguem sempre no mesmo caminho, a regressão de uma espécie faz parte da evolução.
    A afirmação final deste numero é contrariada pelo próprio texto. Se a informação genética existe toda desde o inicio, não seria possível verificar existirem mutações.
    5- Eu levo este debate muito a sério, o que eu não levo a sério é cobardolas anónimos, especialmente quando andam aos molhos a tentar passar-se por uma única entidade, porque vestigios de juristas conimbricenses, peixeiros dos prazeres, e outros que bem abaixo destes na cadeia alimentar, se tentaram colar, já aqui ví de tudo um pouco.

    ResponderEliminar
  18. Caro anónimo,

    «o projecto ENCODE veio demonstrar a funcionalidade de todo o DNA.»

    Metade deste post foi dedicado ao problema da funcionalidade. Funcionalidade somos nós que o definimos.

    100% do ADN tem a funcionalidade de se duplicar na reprodução celular. 100% do ADN tem a funcionalidade de interagir com a cromatina, de se enrolar nos cromossomas, de ocupar espaço, de ter massa, de conter átomos, etc.

    A grande novidade no projecto ENCODE é que a maior parte do ADN tem a funcionalidade de dar origem a moléculas de ARN. Se isto não for um artefacto do método, então quer dizer que muito do que se chama lixo gera moléculas de ARN.

    Mas a razão pela qual se chamava lixo permanece. Mutações nestas regiões do ADN são irrelevantes. Esse ARN também é lixo, no sentido que não controibui para a sobrevivência ou reprodução do organismo. Essa é a funcionalidade que distingue o lixo do resto.

    ResponderEliminar
  19. Caro anónimo,o senhor fugiu da discusão do post anterior.

    Fiz-lhe algumas perguntas básicas de geologia, e nada. (Por exemplo porque há fósseis em rochas metamórficas? Qual a origem da Tectónica de Placas e como se formam as montanhas?).

    Deu uma referência que o contrariava no mais básico. O biblicalgeology.com, referencia que deu para apoiar as suas afirmações sobre geologia contrariam-no profundamente. O senhor diz que a Terra tem 6000 anos o site afirma que a Terra tem pelo menos 500 Milhões de anos, estando lá unidades mais antigas.

    "Vale a pena continuar a acompanhar este debate. Erra, a meu entender, quem não o levar a sério."

    Eu levo o debate a sério, mas não consigo levar o senhor anónimo a sério.

    ResponderEliminar
  20. A mim não me enganam com esta conversa. Estes pseudo-cientistas são os mesmos que depois vão dizer que a terra é redonda!

    Esta cambada de "cientistas" com a sua fé alienante fundamentalista e dogmática no naturalismo são cegos às evidências empíricas mais básicas! Imensa gente viaja até à China, e lá o ceu também está por cima e o chão por baixo, ao contrário daquilo que a fraudolenta e cada vez mais desacreditada "teoria da terra redonda" prevê.

    E como se não bastassem as toneladas de fotos e testemunhos que o provam, ainda por cima é o que diz a Bíblia!!!

    Felizmente não sou o único a escapar a esta rede de mentiras que os "cientistas" conceberam apenas para nos desviar da beleza da palavra do Senhor:

    http://www.talkorigins.org/faqs/flatearth.html

    ResponderEliminar
  21. "Os leitores do blog "Que Treta!" podem verificar, mais uma vez, que lhes estavam a tentar impingir gato por lebre."

    Caro anónimo, penso que o Ludwig irá concordar comigo, nós estamos dispostos a assumir que novos dados podem requerer novas interpretações. A ciência evolui, o conhecimento aumenta! Não há problema nenhum. É assim que a ciência evolui. Observando, experimentando, testando, modelando, obtendo novos dados passiveis de ser testados e reproduzidos. Quando aparece um novo dado que não se encaixa na teoria isto pode significar que esta está incompleta ou errada, então é preciso revê-la e/ou melhora-la.

    O que é completamente estúpido e absurdo é o facto de sempre que aparece um novo dado que não se encaixa numa teoria cientifica, que os pseudo-cientistas criacionista pensam que dominam, vêem logo dizer: estão a ver, este dado está errado por isso está tudo errado e logo isto prova que deus existe.

    Vocês nem sequer sabem raciocinar, como é que querem ser levados a sério?

    ResponderEliminar
  22. O Criacionismo já há várias décadas que se distanciou da biblia e de deus, agora só interessa atirar-se à comunidade cientifica cada vez que aparece um dado novo que ainda não foi explicado.

    Vocês pensam que marcam pontos cada vez que um dado novo não explicado aparece, até vão ler as revistas cientificas com um ar de quem percebe o que está a ler, mas ignoram os outros milhões de dados que por acaso até aparecem nas mesmas revistas. Mas esses já não dão jeito para marcar pontos a favor do Cricionismo. Como é? Acreditam numas coisas e noutras não? Não há método nenhum? Está certo apenas aquilo que vocês conseguem encaixar nas vossas ideias malucas? Isto parece-me um método de aprendizagem completamente aleatório e sem sentido. É algo que completamente irracional, típico de uma mente perturbada..

    Assim não se aprende nada!

    ResponderEliminar
  23. Eu acrescento...
    Os criacionistas agarram-se, neste caso, ao trabalho dos evolucionistas; portanto, aceitam como válidas ideias de não-criacionistas que produzem esse conhecimento de forma não válida para os criacionistas. Que contradição! Decidam-se!

    ResponderEliminar
  24. A inexistência de "lixo" no ADN não iria em nada contra a teoria da selecção natural.

    Ainda assim, como o Ludwig explicou, existe mais de 90% de lixo no ADN: a única descoberta recente é que afinal esse lixo é transcrito para o ARN - mas não deixa de ser lixo.
    É óbvio que tudo isto foi descoberto com os métodos naturalistas que os criacionistas rejeitam e tudo mais, e que o mero uso deste argumento contra os biólogos apenas mostra a contradição, incoerência e desvario dos criacionistas. Mas mesmo que assim não fosse, o argumento não vi nada contra a existência de mais de 90% de lixo no ADN.

    O tal que, mesmo que não existisse, não colocaria em causa a teoria da selecção natural.

    Para dar um exemplo: o Português continua a ter evoluído do latim, quer 95% das palavras não sejam usadas em 95% dos textos, quer isso não aconteça.

    ResponderEliminar
  25. Há ainda a acrescentar:

    Os criacionistas, cirurgicamente, retiram o que lhes interessa do trabalho dos não-criacionistas, no entanto ao validarem o que lhes interessa, estão a validar muito mais, pois o que retiraram está inevitavelmente embebido no "todo", portanto validam muito mais sem se darem conta, e esse "muito mais", mais tarde, vem a ser rejeitado por eles... Isto é, na minha modesta opinião, estupidez-desonesta.

    ResponderEliminar
  26. Estupidez desonesta e cobarde!
    Porque quando começam a enterrar-se deixam de assinar com o nome deles e passam a anónimos, ou pior que isso, usam outros nomes para continuar com a estupidez.
    O azar é o site meter... :-)

    ResponderEliminar
  27. Caro António...

    Posso apelidá-lo de Boomerang Parente, posso?

    Como vai?

    Por essa lógica também é
    o nick "António Parente", para mim é simplesmente um conjunto de letras que não consigo associar a ninguém que conheça fora deste espaço, bem como o "antónio" etc...

    E olhe que espiar IP (o que não é secreto mas sim público e transparente) não é paranóico, mas sim útil...

    Por exemplo: o meu Caro disse que nunca mais cá colocaria os "pés", no entanto, devido ao sitemeter, constatei que mentiu à grande!

    Não se vá embora, isto com a sua pessoa tem mais cor.

    ResponderEliminar
  28. Homem que é homem, não só assina o seu comentário como apresenta a sua foto identificativa, como eu :)

    ResponderEliminar
  29. O anonimato nem é o mais importante. As baboseiras dos criacionistas são igualmente patéticas quer venham assinadas pelo Jónatas Machado, pelo "anónimo", ou por outra pessoa qualquer.

    O maior inconveniente do anonimato é mesmo que baralha a discussão: ninguém sabe quem é quem. Isto é algo que pode ser resolvido por uma simples assinatura, seja ela "antónio", seja ela "António Parente", ou outra qualquer, desde que a mesma seja diferente das dos outros comentadores, e desde que um comentador não ande aí a inventar nomes diferentes para parecer que são vários diferentes. Já conheci casos...

    Posto isto, a verdade é que quando alguém assina com o nome verdadeiro, a experiência destas lides diz-me que existe menor probabilidade de se exceder e ser mal educado. Mas ainda assim, muitos dos que assinam com uma palavra que não permite conhecer as suas identidades também são bastante educados.

    ResponderEliminar
  30. Caro António Parente,

    «Senti uma enorme vontade de vomitar quando li o seu comentário. Consegui conter-me. Sinto-me bem.»

    Pergunto: como conteve o impulso de regurgitar? Engoliu o vómito? Hummm... Isto não me parece coisa boa.


    «Se todos somos anónimos então porque é que o "antónio", um anónimo, chama "cobardolas anónimo" a outro anónimo?»

    Pergunte a eles!


    «Se não sabe quem eu sou, se o meu nome não lhe diz nada, então como é que pode saber qual é o meu IP? Se acha que eu sou um mentiroso, como é que sabe que eu não menti sobre tudo e não só sobre o ir ou vir?»

    Simples: no "De Rerum Natura", numa ocasião em que o António Parente tinha acabado de comentar, o IP ainda estava "quentinho", espreitei para o sitemeter e vi quem tinha sido o último a comentar.
    Sabendo que o ip pode ser fixo ou não fixo, pegando no caso mais desfavorável, o não fixo, ele mantêm-se o mesmo por vária horas... E não é que o mesmo IP, nesse mesmo dia estava no Ktreta... E isto ocorreu mais que muitas.


    Claro que pode entrar com IP's diferentes, mas não foi o que fez. Ou seja: sabe que o podia fazer e não o fez, disse que não colocaria os "pés" aqui e colocou, ao menos entrava com o IP diferente para manter a sua inocente mentira de não ter aparecido por cá. A isto eu, normalmente, chamo nabo, mas no caso do António chamo-lhe "distraído" pois não o quero ofender.

    Veja bem: não lhe disse que os seus neurónios dão para raciocínios simples, nem lhe disse para ganhar juízo e ver se aprende alguma coisa. Isso disse o Caro António.
    E olhe que sou mesmo o Mário Miguel, consulte o sitemeter @;-)

    ResponderEliminar
  31. a mesma forma que não tem que me prestar contas, eu não lhe tenho que lhe explicar nada.

    Mas no entanto eu não me importo de explicar.

    O caro António tornou publicou que não colocaria, já mais, o seus explorador de internet virado para estas bandas,
    e disse-o publicamente, e não de forma privada, e sobre esse assunto que tornou público, partilhando-o com todos os leitores, que eu comento TAMBÉM de forma pública... Certo!??!?
    E o que você disse aqui publicamente foi Tanga, e aqui, neste mesmo sitio eu o refiro, também, publicamente. Não infrinjo nenhum direito.
    E meti-me consigo com o mesmo direito e da mesma forma com que você se meteu com o "antónio" (o meter-se "com", não é privilégio seu).
    E repare, eu não tenho interesse em ver se comenta no De Rerum Natura, como é fácil de perceber, foi uma coincidência eu ter verificado.
    Não o persigo. Mas Falando em objectivo, posso dizer que há um. Quando vejo uma tanga (risível) desse tamanho o objectivo é torná-la pública.
    Pode e deve fazer o que lhe apetece, ponha-se a jeito.

    ResponderEliminar
  32. No início do texto anterior, falta um "D"

    ResponderEliminar
  33. Caro António,

    Ajude-me!

    ResponderEliminar
  34. Sobre o anonimato:

    Não há problema em comentar uma vez anonimamente. Se querem comentar mais que uma vez é melhor usar um pseudónimo ou o nome verdadeiro, para se poder seguir o fio da conversa.

    Se me querem convidar para debate prefiro saber com quem estou a debater. Se já escreveu mais coisas que posso consultar, qual a sua formação e conhecimento, etc. É fundamental para encontrar os tais pontos de acordo de onde um debate produtivo tem que partir.

    E se querem usar o anonimato para parecer que são outra pessoa, ou que são várias pessoas, ou algo semelhante acho que é indecente.

    ResponderEliminar
  35. Para evitar que haja confusões, pois já vi a minha identificação usada por outros, aqui fica a nova id, mais protegidinha...
    Não vá algum falso anónimo se lembrar de assinar antónio e se confundir comigo. Eu não guardo cópias das páginas do site meter, mas, é de gente burra assinar anónimo ou tentar passar por outro qualquer e aparecer o IP denunciante... A mim só me dá vontade de rir pois fez com que perdesse o respeito que tinha por alguns comentadores que tentaram a habilidade.

    ResponderEliminar
  36. Confirma-se que há mais vida, mas, nunca pensei que alguém precisasse de mentir por uma caixa de comentário num blog. Isso sim é que é triste, se ao menos estivesse a mentir por um rabo de saia, pelo menos estava a seguir a natureza animal. Agora por uma caixa de comentário?!?!

    ResponderEliminar
  37. Sou feliz!

    Nunca me escondi atrás do comentário anónimo!
    Recuso-me é num sitio rodeado de "irritáveis criacionistas" :-) a dar-lhes mais do que uma identificação univoca.

    É patético alguem usar a desculpa do insulto para justificar um falso anonimato, porque se mantém um discurso parvo e hipócrita vai ser igualmente enxovalhado, use ele que nome usar, ou acredita que chamar estupido a um "AP", "JM" ou "anónimo" é chamar um grau diferente de estupido, conforme o nome? Ou está-me a dizer que se escrever como anónimo e for chamado estupido vai pensar "ele chamou estupido ao anónimo, não foi a mim que até tenho nome". Porque se é isso, então é algo muito pouco inteligente, e mais uma fantasia para se tentarem achar acima de qualquer critica.

    O que eu posso achar ainda mais infantil no raciocinio que pretendeu seguir, é que tentou descobrir se era possível ser univocamente apanhado e tentou passar pelo anonimato de um IP de um banco para justificar todos os hits do bpi nas páginas. Só a justificação em sí, é bastante explicita! :-)

    ResponderEliminar
  38. Caro António Parente,

    Só sei das pessoas, aquilo que eles colocam no dominio público, tal como resguarde-se.
    Se lhe encontar alguma informação publicada indevidamente, nem faço eco dela, nem o deixo ficar na ignorancia sobre a mesma, mas, não é o caso, pois o antónio parece um caracol na net. Por onde passa deixa um rastro bem visível. E a minha curiosidade sobre si começou quando num seu ataque de birra, por uma argumentação que não lhe correu bem, resolveu mostrar que andou a esgravatar à procura de dados sobre um interveniente, e fez um comentário ridículo sobre isso. Foi isso que me levou a fazer-lhe o mesmo!
    Parece-me agora estar a demonstrar algo que os crentes do seu género sempre foram especialistas em pregar: "Faz o que eu digo, não faças o que eu faço". E é com grande satisfação que concluo que eu estava certo na minha avaliação inicial que fiz de si.
    Por isso lhe digo que seja feliz, e que se não quer que refiram os seus dados, não os exiba no dominio público, pois não é segredo qual a origem dos dados no site meter, e nenhuma da informação que sei sobre si foi obtida de divulgações ilegais de dados.

    ResponderEliminar
  39. Caro António!

    Nunca comentei no "De Rerum Natura"!
    Peço desculpa mas nem nunca, até hoje, tinha entrado no blog!
    Cumprimentos

    ResponderEliminar
  40. Para continuar o tema do DNA e não dos ip's. É de referir que uma pequena fracção do DNA tem como fim a tradução em proteínas. Mas já se sabe hoje que esse "lixo", esse DNA que só transcreve para RNA que "não dá nada", é mentira. A grande maioria desse DNA "lixo" é constituido por pseudogenes (genes que outrora foram activos, mas na espécie actual não apresentam a sequência completa para produzir uma proteína) e sequências repetitivas, a denominada Heterocromatina Constitutiva, o denominado DNA que não dá nada. Na verdade, essas sequências repetitivas podem não dar origem a proteínas, mas algumas (podendo ser todas, mas as descobertas ainda são recentes) são transcritas em RNA: o microRNA ou miRNA, um tipo de RNA de interferência (iRNA) que se liga ao RNA mensageiro (mRNA) e impede a tradução deste para proteínas.

    Dizer que a grande parte do nosso DNA é "lixo" é incorrecto. Seria mais correcto dizer que a função que grande parte do nosso DNA desempenha é algo que num futuro próximo compreenderemos.

    ResponderEliminar
  41. António Parente,

    Fique bem que não tenciono dirigir-lhe mais nenhum comentário, mas, todos os hits do site meter serão achincalhados sempre que me apetecer, e se lá estiver o seu, para mim é igual e será tratado como todos os outros! Se não quer ser referido não apareça lá!
    Se se incomoda de ser referido como tendo entrado em jogos de cometarista anónimo, tente não o fazer e assim já evita ser referido, e se não gosta de ser arrastado para determinado estereotipo, faça por não encaixar nele.
    As acções sob anonimato são o verdadeiro espelho da personalidade de alguém, quem aparenta ser calmo e ponderado no contacto directo, e vem para a net irritar-se e ser agressivo, está apenas a demonstrar ser cobarde e sem caracter, tal como aqueles "chonhinhas" que são umas moscas mortas, mas, que quando estão ao volante se comportam como umas bestas... São uns fracalhotes cobardolas que encontram o escape, onde pensam que são impunes.

    Eu não me ralo de me estereotiparem como ateu, porque nada relacionado com o ateismo me incomoda, e não me incomoda a crença dos outros, quando os outros não me tentam argumentar com mentiras, distorções e afins, e
    acho muito estranho a atitude de alguns desses que se atravessam nas conversas sobre o criacionismo, atacam os ateus, e depois se lembram de dizer que as criticas aos criacionistas não os afectam, porque nem sequer são criacionistas. Eu não vou a blogs de crentes em deus nem de assuntos religiosos criticar as posições deles, porque não me faz comichão que alguém acredite, agora quem tenta criticar o facto de outros serem ateus, ou cientistas, e aparece a dizer mal, está sujeito.

    Eu não dialogo mais consigo, e agradeço que faça o mesmo comigo, e se não quer ser referido, faço por não o ser efectivamente, porque sempre que cair no "pecado" do anonimato e for topado, estará a sujeitar-se.

    ResponderEliminar
  42. Exmo. "pupilo da genética",

    Este assunto desperta-me curiosidade. Existe alguma referência na web, onde possa estudar um pouco sobre isso, para o compreender melhor.

    ResponderEliminar
  43. Caro pupilo,

    O problema principal é que «junk DNA» é um termo muito vago, e usado de maneiras diferentes. Há quem chame lixo a tudo o que não codifica proteínas, por exemplo, e nesse caso parte do «lixo» tem um papel importante.

    Mas a forma mais correcta de definir o ADN lixo, na minha opinião, é como sendo aquele que não sofre pressão selectiva. Ou seja, não afecta a reprodução do organismo. Para o organismo, é lixo. Isto inclui transposões, genes degenerados, intrões, STRs, o que for.

    Tanto quanto sei, a maior parte do ADN humano é lixo, segundo esta definição. A minha opinião mudará quando e se evidências indicarem que afinal a maior parte do nosso ADN sofre pressão selectiva para ser como é.

    Entretanto, parece-me que a discussão é apenas chamar nomes diferentes às mesmas coisas. Por exemplo, é verdade que muitos transposões codificam ARN e proteínas, mas não deixam de ser lixo se essas proteinas e ARN só servem o transposão e não contribuem para o organismo.

    ResponderEliminar
  44. Nesta página -> http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=gene <- pode pesquizar uma vasta biblioteca de genes de variadas espécies. Se pesquizar por GULOP, irá encontrar informação sobre o pseudogene humano GULO, que na forma de gene dá origem a uma proteína importante na sínteze da vitamina C. Como nós (humanos) temos esse pseudogene, não produzimos essa proteína e, por consequência, não produzimos vitamina C, ao contrario de, por exemplo, os ratos, que apresentam o gene completo.

    Relativamente aos iRNA, recomendo este site: http://en.wikipedia.org/wiki/Rna_interference . Embora seja da Wikipedia e parece pouco científico da minha parte estar a referilo, é certo que está bem completo e penso que, para as pessoas que não estão dentro do assunto, este é um bom local para comelçar a perceber.

    Agora um aparte, só para trocar as voltas aos criacionistas. Todos oa mamíferos têm os mesmos genes: uns activos, outros em duplicado. Ao termos os mesmos genes que o porco, será que o porco também foi feito à imagem de deus?

    ResponderEliminar
  45. Hehehe...
    Você é mauzinho! :-)
    Vai na volta os humanos são uma tentativa de deus criar um porco que falhou! Ou será que nos criou de uma costela de porco?
    Isso explicava muita coisa...

    Muito obrigado pelas referências.

    ResponderEliminar
  46. Caro Ludwig Krippahl,

    Na minha opinião, tanto os transposões como os intrões a os STR's podem, em dado momento, sofrer pressão selectiva, podendo sim afectar a reprodução do organismo. Começando pelos transposões. Estas seqências de DNA normalmente não possuem genes indispensáveis à sobrevivência do indivíduo, mas têm uma particularidade muito importante: são capazes de "saltar" no DNA. Esta particularidade pode ser boa como má. É de referir que a função de um determinado gene não está apenas regulado por outros genes ou metabolitos: também é afectado pela sua vizinhança. O facto de um gene B estar ladeado pelo gene A e pelo gene C é o que o faz funcionar. Agora imaginemos que um transposão T se introduz entre o gene A e o gene B. O simples facto de o transposoão se introduzir naquele local afecta o funcionamento do gene B. Agora imaginemos que esse gene B seria o gene da hormona de crescimento ou um gene responsável pelo desenvolvimento de órgãos sexuais: ou o indivíduo não crescia ou era estéril. Por isso, em determinada altura, um transposão pode afectar a reprodução de um organismo.
    Relativamente aos intrões, estes são sequências de DNA que se encontram nos genes e que são eliminados no splicing. É de referir que muitos possuem regiões que afectam a forma do splicing. Muitas pessoas podem ter a ideia de que um gene é responsável por dar origem a uma proteína. Falso. Um gene pode dar origem a várias proteínas, num processo denominado splicing alternativo. Este splicing alternativo consiste na eliminação de exões ou partes de exões ou na permanência de intrões ou de partes de intrões no mRNA. Alguns mRNA's podem ser eliminados por ausência de determinadas zonas controladoras, enquanto outros seguem para a tradução. Estes mRNA's vão dar origem a diferentes proteínas que podem ter funções diferentes ou podem ter a mesma função mas com graus diferentes, evidenciando ai a importância dos intrões em alguns casos.
    Por fim mas não menos importantes estão as STR. São sequências repetitivas que se podem encontrar em diversas regiões, entre as mais importantes os intrões, os centrómeros e os telómeros. Só o facto de se encontrarem nos centrómeros e nos telómeros evidencia a sua importãncia, pois qualquer alteração que ocorra nessas sequências pode ( ou não, dependendo de diversos factores ) afectar o organismo.

    ResponderEliminar
  47. Caro Pupilo,

    «Na minha opinião, tanto os transposões como os intrões a os STR's podem, em dado momento, sofrer pressão selectiva, podendo sim afectar a reprodução do organismo.»

    Estou inteiramente de acordo. E é por isso que julgo ser má ideia classificar um trecho de ADN como lixo ou não lixo em função de ser ou não um transposão.

    O que entendemos por lixo é algo que não importa, que pode ser modificado à vontade. O ADN é lixo se não estiver sujeito a pressões selectivas. Um transposão pode ser lixo, ou pode não ser. Um gene pode ser lixo, e nesse caso vai acabar por degenerar por acumulação de mutações. Um gene degenerado pode ainda ter sequências de iniciação e terminação, pode dar origem a um ARN ou mesmo a uma proteína que não vai conseguir enrolar-se devidamente e vai ser eliminada à nascença. Há muitas possibilidades.

    O ponto principal é que o lixo evolui de uma forma neutra, totalmente por deriva genética, e isso é algo que se pode medir comparando sequências. Ao que parece 95% do ADN humano evolui de forma neutra. É lixo.

    ResponderEliminar
  48. Caro António Parente,

    Não sou o "antónio", basta que tivesse consultado o sitemeter
    para o ter percebido.

    «Numa empresa com 12 mil pessoas que têm acesso à internet não aparecem os IP's individuais de cada computador.»

    Claro, os IP's quando "saem cá para fora", na maior parte dos casos são convertido num único, através de um NAT (Network Address Translation), mas o António Parente, logo após ter comentado num outro blog, deixa um dado IP e depois logo a seguir deixa-o aqui, e isto mais do que uma vez, a probabilidade de ser você é alta, e a irritação do post das 11:02 PM, denuncia-o. Nunca tinha o visto tão irritado, é isto que ocorre quando se está desesperado: irritação elevada associada à culpa.

    «Quanto às tentativas de assassinato de carácter com que me tenta brindar, veja se entende que isso é uma autêntica palermice.»

    Eu não tento nada, foi você que com os seu procedimentos e contradições de colocou na situação em causa.

    «Não gosto de achincalhar ninguém e muitas vezes tenho motivos para isso.»

    E ao referir, aqui, que os meus neurónios não dão dariam para raciocínios simples, e para eu ganhar juízo e ver se aprenderia alguma coisa. Isso, na minha terra é achincalhar... Repare que na mesma caixa de comentários, em que diz que não disse, o senhor mente, pois disse-o, basta ler.

    «Dizer que leio ou não leio um blogue, é uma questão que não prejudica ninguém»

    De facto não prejudica, mas define-o bem. Pois quem diz e faz o que diz, por mais pequeno que seja o que diz fazer, comparado com quem diz que faz e não faz... A primeira é uma pessoa com a qual eu me identifico mais, sendo a segunda uma pessoa que normalmente as pessoas repudiam, e esse procedimento indicia muito sobre o carácter.

    «e eu mudar do Benfica para o Sporting, ou vice-versa, isso é treta»

    Claro que é treta, e simultaneamente uma opção, o que bem é diferente de uma mentira.

    «divirto-me com isso porque pessoas como o "antónio" divertem-me»

    Então se se diverte, porque é que pareceu tão chateado no post das 11:02 PM... Parece-me que há algo que não bate certo.

    «relaxe. Há mais vida para além de uma caixa de comentários de um blogue.»

    Esta sua frase pode sofrer o efeito de Boomerang (tal como você procede nos seus abandonos) e voltar para si.

    ResponderEliminar

Se quiser filtrar algum ou alguns comentadores consulte este post.