tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post8044092301880953287..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: O problema não é a ironia...Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger77125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-7945403860657207342011-04-24T10:09:22.441+01:002011-04-24T10:09:22.441+01:00Miguel Panão,
Muitas vezes precisamos de dados pa...Miguel Panão,<br /><br />Muitas vezes precisamos de dados para formular hipóteses porque a nossa imaginação não alcança tão longe. Mas não é preciso eu ter dados acerca da cor da tua camisola para formular a hipótese de ser azul. Mesmo sem essa informação, posso imaginar que tens camisola e que alguma cor há de ter.<br /><br />Além disso, assim que formulamos uma hipótese torna-se fácil formular alternativas. Pode ser cor de rosa, amarela, não teres camisola, etc.<br /><br />Portanto, seria possível eu lembrar-me de hipóteses como “não existe nenhum deus” mesmo sem alguém se lembrar de propor um deus. Mas basta que alguém diga “existe um deus que nos ama a todos e se sacrificou na cruz para nos redimir de nossos pecados” para que imediatamente nos ocorra hipóteses alternativas como não existir deus nenhum, existirem vários, não gostarem de nós, não terem nada que ver com cruzes, etc.<br /><br />E a questão fundamental é como distinguir entre estas hipóteses. Miguel Panão,Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-60395367152810343452011-04-24T01:15:32.861+01:002011-04-24T01:15:32.861+01:00Ludwig,
embora a imaginação seja necessária para ...Ludwig,<br /><br />embora a imaginação seja necessária para formular hipóteses, uma vez fazer parte da criatividade humana, lamento, mas discordo que não haja dados que levantem hipóteses. Se levantaste hipóteses, o mínimo que podes fazer é apresentar-me os dados que te levaram a essas hipóteses. Se não os tens, não as podes formular.Miguel Oliveira Panãohttps://www.blogger.com/profile/13740664307917072565noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-6942043596601876892011-04-23T15:27:12.784+01:002011-04-23T15:27:12.784+01:00Dizer que se sabe que Deus existe com base numa ex...Dizer que se sabe que Deus existe com base numa experiência religiosa é como dizer que se sabe que Orfeu existe com base numa experiência musical. Ou é um abuso de linguagem, ou é uma confusão sensorial...<br /><br />E não é preciso duvidar da capacidade motriz da música, da sua influência no estado de espírito de muitas pessoas e de todas as coisas boas que pode trazer para duvidar da presença de Orfeu na sala de concerto...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-77025263208243900402011-04-22T21:18:02.121+01:002011-04-22T21:18:02.121+01:00Alfredo,
Eu não descarto a importância do sentime...Alfredo,<br /><br />Eu não descarto a importância do sentimento religioso. O que aponto é que o sentimento religioso não é fundamento suficiente para afirmares que sabes algo acerca de um deus. É esse o problema que pareces evitar sistematicamente.<br /><br />Mesmo quando falas nos tais testemunhos dos primeiros cristãos, tu invocas sempre o tal “balanço positivo”, e outros factores emocionais, que são irrelevantes para aferir se o que esses testemunhos afirmam é objectivamente verdadeiro.<br /><br />Mais importante que isso, falta-te a ti fundamento para poderes afirmar que sabes que são testemunhos verdadeiros. Nota aqui o ponto crucial desta discussão, que não é acerca dos teus sentimentos, nem acerca de avaliar a sinceridade ou o “balanço positivo” dos crentes, mas acerca do problema epistemológico que tu crias quando dizes que sabes estas coisas.<br /><br />Sabes que esse Deus existe? Sabes que é três pessoas numa só substância? Sabes que não quer que as mulheres sejam ordenadas no sacerdócio? Sabes que guia o Joseph Ratzinger em matérias de dogma da Igreja? Se afirmas que sabes estas coisas, e não meramente que tens uma preferência pessoal por achar que sim, então tens o dever de justificar como é que isso é conhecimento. <br /><br />É essa, reitero, a questão que te ponho: como é que sabes essas coisas que alegas saber?Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-78013175240910617012011-04-21T23:55:04.311+01:002011-04-21T23:55:04.311+01:00Caro Ludwig,
Estabeleces um dualismo entre ob...Caro Ludwig,<br /> Estabeleces um dualismo entre objectivo e subjectivo que nem sempre é legítimo. O sentimento de altruismo que muitas pessoas exeprimentam corresponde a algo de biologicaente objectivo, de acordo com alguns teóricos. O altruismo não existe objectivamente porque muitas pessoas o experimentam, mas, pelo contrário, muitas pessoas o experimentam porque ele existe objectivamente. É neste sentido que me refiro ao sentimento de Deus que existe no íntimo de muitas pessoas e que pode muito bem corresponder a algo de objectivo, Deus. Mais uma vez, não estou a produzir nenhuma prova da exist~encia de Deus baseada na experiência subjectiva dos crentes. Estou apenas a dizer que não podes descartar facilmente a importância do sentimento religioso, por muito subjectivo que seja.<br /> Quanto à credibilidade dos testemunho dos primeiros cristãos, também me parece que a descartas facilmente. Fazes um cálculo demasiado rápido sobre o elevado grau probabilidade de as testemunhas se enganarem. Esta questão parece-me bem mais complexa e, obviamente, não concordo contigo. Há, além disso, outras questões a esclarecer como as que se referem aos milagres, transubstanciação, etc. Os testemunhos que nos chegaram desde os primeiros cristãos têm uma coerência e uma consistência, além de terem contribuido poderosamente para toda uma civilização humanista, não apenas no Ocidente, que permitem fazer um balanço muito positivo do Cristianismo. Já sei que nem tudo foram rosas e luzes, mas isso acontece em tudo o que é humano. E o Cristianismo também é humano.<br /><br /> Saudações,<br /><br /> Alfredoalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-19540526075028990052011-04-20T10:10:14.301+01:002011-04-20T10:10:14.301+01:00Alfredo,
Digo que misturas aspectos subjectivos c...Alfredo,<br /><br />Digo que misturas aspectos subjectivos com questões objectivas por afirmações como esta:<br /><br /><i>«se uma religião está certa – e só pode haver uma certa – então as outras estão todas erradas, incluindo o Islão. Não é esta a maneira de ver a questão por parte dos Cristãos. Uma vez que há um só Deus, e que o desejo desse Deus nasce no mais íntimo de muitos seres humanos, é o mesmo Deus que todos no fundo procuram e, nesse sentido, não podem estar errados.»</i><br /><br />Se te prostrares de joelhos, entoares cânticos e fizeres vénias a Meca isso não é certo nem errado. É uma opção tua, subjectiva. Os desejos expressos nas religiões, os rituais e essas coisas todas não são proposições acerca da realidade, e não têm valor de verdade. Não se pode atribuir um verdadeiro ou falso a uma oração ou à sensação de paz de quem se sente bem na igreja.<br /><br />E nada disso me interessa. Não é isso que discuto.<br /><br />O que me interessa são proposições cujo valor de verdade é objectivo. Como <i>«há um só Deus»</i>. Essa afirmação pode ser verdadeira, e pode ser falsa, se qual das duas for sê-lo-á independentemente do que os cristãos, muçulmanos ou ateus sentem, dos seus desejos, do seu íntimo e essas coisas. É nisso que eu queria focar a discussão, porque o resto é com cada um.<br /><br />E isto é muito difícil porque tu continuas a fazer confusões como esta:<br /><br /><i>«Já disse por diversas vezes que sei muito pouco acerca de Deus, talvez muito menos que os dois – uma vez que negam a sua existência devem saber de que(m) estão a falar.»</i><br /><br />Eu não sei nada dessa coisa que designas por “Deus”. Só conheço a palavra, nem sei o que isso significa, porque as definições que me têm dado são contraditórias. Mas o que eu estou a avaliar são as tuas alegações.<br /><br />Se tu me disseres que existe um Bljkjrazt, que esse Bljkjrazt consegue pintar o céu de amarelo com um pensamento e que transmuta a substância das batatas fritas para que, sem mudarem de forma, fiquem com a substância de um desejo, eu rejeito essas alegações. Não preciso saber o que é um Bljkjrazt. Basta a minha capacidade de perceber que não tens forma de saber que é verdade isso que afirmas e que não há nada que sugira que assim seja.<br /><br />É isso que eu faço quando me dizes que Deus existe, encarnou num humano, morreu e ressuscitou, é omnipotente, ama-nos a todos, é três pessoas numa só substância e assim por diante. Tanto me faz se dizes “Deus” ou se dizes “Bljkjrazt”, que para mim querem dizer exactamente o mesmo. O que me importa é que estás a fazer afirmações que são, a priori, pouco plausíveis e não demonstras ter qualquer conhecimento acerca do que afirmas. Apenas crenças, e isso não serve.<br /><br /><i>«Jesus Cristo apresentou-se como a manifestação de Deus. Os discípulos acreditaram nele e deram testemunho dele, testemunho que chegou até nós. Já afirmei por várias vezes que o testemunho é uma prova credível e aceitável,»</i><br /><br />Não é. Há milhares de pessoas que testemunham os milagres do <a href="http://en.wikipedia.org/wiki/Sathya_Sai_Baba" rel="nofollow">Sathya Sai Baba</a>, e certamente concordas que não são testemunhos credíveis.<br /><br />Nem é questão de serem testemunhos sinceros. Podem bem ser. Mas como já Hume apontou, um testemunho só pode ser credível quando a probabilidade da testemunha se enganar é inferior à probabilidade, a priori, de ocorrer aquilo que diz ter ocorrido. Ou seja, nunca pode haver testemunhos credíveis de milagres. Os humanos são demasiado falíveis para isso, e essas coisas carecem de evidências muito mais fortes do que “fulano de tal diz que sim”.<br /><br />Devo depreender deste teu comentário que a tua legitimidade para afirmar que sabes coisas como “Deus existe” e “Jesus Cristo era a manifestação de Deus” vem apenas de te terem dito que era assim? Parece-me insuficiente....Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43624433462030546722011-04-20T00:53:26.264+01:002011-04-20T00:53:26.264+01:00Gostaria ainda de me referir a um outro ponto freq...Gostaria ainda de me referir a um outro ponto frequentemente discutido pelos não crentes, o de que os crentes apresentam a sua experiência pessoal e subjectiva de Deus com uma prova da sua existência. Nâo é esse o meu caso. Por conseguinte, não entendo a razão pela qual o Ludwig me acusa de misturar aspectos subjectivos com aspectos objectivos. Não o faço. Não tenho qualquer intenção de apresentar a minha experiência subjectiva de Deus como uma qualquer prova objectiva da sua existência.<br /><br />O Ludwig exige que eu saiba mais de Deus do que sei. Sorry!<br />Continuo a afirmar que a religião não é ciência, e que por isso mesmo os critérios que legitimam ou falsificam um paradigma científico não são os memos que os que legitimam ou falsificam um paradigma religioso. Se assim fosse, não teríamos dois paradigmas mas apenas um – o que me parece ser a exigência do Ludwig.<br /><br />Saudações,<br /><br /> Alfredoalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-16725072914565142972011-04-20T00:52:17.329+01:002011-04-20T00:52:17.329+01:00Caros Ludwig e João Moedas,
Já disse por diversas...Caros Ludwig e João Moedas,<br /><br />Já disse por diversas vezes que sei muito pouco acerca de Deus, talvez muito menos que os dois – uma vez que negam a sua existência devem saber de que(m) estão a falar. Nem pretendo saber explicar cientificamente ou sequer filosoficamente muitas das questões que se levantam à religião, mais concretamente ao Cristianismo. E istonão apenas do ponto de vista subjectivo mas também do ponto de vista de um debate objectivo.<br /><br />No que se refere ao fundamento do pouco que sei acerca de Deus, já por diversas vezes afirmei que o cristianismo tem uma origem objectiva – por isso não confundo esta objectividade com a minha subjectividade. Jesus Cristo apresentou-se como a manifestação de Deus. Os discípulos acreditaram nele e deram testemunho dele, testemunho que chegou até nós. Já afirmei por várias vezes que o testemunho é uma prova credível e aceitável, quer no dia a dia, quer em instituições bem objectivas, como os tribunais. Acresce ainda que as razões para crer que Cristo é a manifestação de Deus são de longe mais fortes do que as que apontam em sentido contrário. É evidente que os não crentes se apressam a fazer o elenco das barbaridades cometidas pelo Cristianismo ao longo dos séculos. Fazem isso ignorando por completo o longo elenco dos factos positivos que estão associados ao Cristianismo. Mas com esta metodologia poderão falsificar tudo o que quiserem, desde a política à economia, à arte, etc. Na história de todas elas é possível coleccionar barbaridades. O que mostra que uma tal metodologia, preferida pelos não crentes, é totalmente inútil.<br /><br />Também já disse noutras ocasiões que os Cristãos não dividem as religiões entre as que estão certas – no caso seria apenas o Cristianismo - e as que estão erradas. Esta questão tem sido levantada repetidamente pelos não crentes porque para eles se uma religião está certa – e só pode haver uma certa – então as outras estão todas erradas, incluindo o Islão. Não é esta a maneira de ver a questão por parte dos Cristãos. Uma vez que há um só Deus, e que o desejo desse Deus nasce no mais íntimo de muitos seres humanos, é o mesmo Deus que todos no fundo procuram e, nesse sentido, não podem estar errados. Vejo porém que neste ponto, já debatido por diversas vezes, não há progresso.alfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-48120376732349733672011-04-19T23:28:50.374+01:002011-04-19T23:28:50.374+01:00Jairo,
Tenta ler outra vez, a ver se percebes:
«...Jairo,<br /><br />Tenta ler outra vez, a ver se percebes:<br /><br /><i>«Se um indivíduo se estima a si próprio em função de onde o pai depositava espermatozóides, esse é logo o seu maior problema...»</i><br /><br />Nem estou a discutir a dignidade, que contigo essa discussão faria pouco sentido. Estou apenas a apontar que não se justifica uma pessoa perder auto-estima só porque outra pessoa cometeu um acto indigno.<br /><br />Mas uma coisa tens razão. Se acho igual, é lá comigo. No dia em que os fanáticos religiosos forem sinceros a dizer isso ficam resolvidos muitos problemas que nos assolam a todos...Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-65554655511502901652011-04-19T21:15:53.247+01:002011-04-19T21:15:53.247+01:00Não é disparate avaliar a dignidade de um acto, em...Não é disparate avaliar a dignidade de um acto, em função daquilo que esse acto produz ou pode produzir. <br /><br />Se achas igual, é lá contigo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-53880789085172709922011-04-19T17:51:33.934+01:002011-04-19T17:51:33.934+01:00Jairo,
O disparate é isso da auto-estima de uma p...Jairo,<br /><br />O disparate é isso da auto-estima de uma pessoa depender da dignidade dos actos de outra.<br /><br />E nota que quase todos os espermatozóides acabam na pia, ou equivalente, de qualquer maneira.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-59707779050142097772011-04-19T17:21:40.891+01:002011-04-19T17:21:40.891+01:00O Jairo num exame indigno e badalhoco: http://www....O Jairo num exame indigno e badalhoco: http://www.youtube.com/watch?v=xHKTE75dgE4trollhttps://www.blogger.com/profile/14835135962087881188noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-58707474889624639592011-04-19T16:40:09.414+01:002011-04-19T16:40:09.414+01:00O intestino grosso absorve o que está no supositór...O intestino grosso absorve o que está no supositório e o álcool dos tampões. É mais rápido do que a ingestão oral.trollhttps://www.blogger.com/profile/14835135962087881188noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-21552284701849516132011-04-19T15:17:03.405+01:002011-04-19T15:17:03.405+01:00Espero não ter de ser mais explícito para explicar...Espero não ter de ser mais explícito para explicar aquilo a que tal indivíduo se acha comparável...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-91690386452677731402011-04-19T15:15:03.863+01:002011-04-19T15:15:03.863+01:00Se um indivíduo considera igualmente digno o acto ...Se um indivíduo considera igualmente digno o acto que lhe deu a vida, e o acto que acaba na pia; tem um problema de auto-estima. Esse é o ponto. <br /><br />Problema:<br /><br />X é tão digno como Y?<br /><br />Facto:<br /><br />X possibilita a vida.<br />Y acaba na pia.<br /><br />A vida é mais digna do que a pia? Considero que sim. <br /><br />A minha resposta está fundamentada:<br /> <br />Um indivíduo, produto da fertilização de óvulo da sua mãe por um espermatozóide do seu pai; tem baixa de auto-estima se considera igualmente digno o acto que lhe deu a vida ( união sexual dos seus pais) e um desporto sexual ( tara) autodestrutivo e badalhoco.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-72890466861128215442011-04-19T14:07:05.373+01:002011-04-19T14:07:05.373+01:00Se um indivíduo se estima a si próprio em função d...Se um indivíduo se estima a si próprio em função de onde o pai depositava espermatozóides, esse é logo o seu maior problema...Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-60354260487251505952011-04-19T13:53:26.724+01:002011-04-19T13:53:26.724+01:00Se um indivíduo acredita que o seu pai, quando dep...Se um indivíduo acredita que o seu pai, quando depositou espermatozóides no ventre da sua mãe, fez algo tão digno como se, por exemplo, os tivesse depositado no intestino grosso de um homem; estamos perante um problema de auto-estima do indivíduo que assim pensa. Não de um problema teológico;<br /><br />http://neoateismoportugues.blogspot.com/2011/04/o-problema-fundamental-de-ludwig.htmlAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-7661274630612542182011-04-19T13:05:53.583+01:002011-04-19T13:05:53.583+01:00Pensava que Kuhn usava o termo "paradigm"...Pensava que Kuhn usava o termo "paradigm" no contexto da ciência, para dar uma resposta ao problema da demarcação e como crítica ao falsificacionismo de Popper.<br /><br />Ele propôs a tese de incomensurabilidade entre paradigmas, ie: não existe um mapeamento fácil entre linguagens diferentes, algo como o "object-relational impedance mismatch". Mas em vez de ser relativista, admitia que o melhor paradigma seria aquele que resolvia mais problemas e que uma característica da ciência é as mudanças de paradigmas, geralmente abruptas.<br /><br />Questões:<br />- existe um paradigma que resolve o problema do mal?<br />- consideram-se capazes de mudar de paradigma?trollhttps://www.blogger.com/profile/14835135962087881188noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-36708626431905363102011-04-19T11:58:53.419+01:002011-04-19T11:58:53.419+01:00Oops... " com as questões subjectivas" d...Oops... " com as questões subjectivas" devia ter sido " com as questões objectivas"Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-88682685710978774912011-04-19T11:58:21.413+01:002011-04-19T11:58:21.413+01:00Alfredo,
Estás a misturar, novamente, os aspectos...Alfredo,<br /><br />Estás a misturar, novamente, os aspectos subjectivos com as questões subjectivas. Há pessoas, ainda hoje, que defendem o criacionismo, a astrologia, os quatro elementos e assim. Fazem-no pelas suas razões. E dois economistas podem estar de acordo que certas medidas vão aumentar as exportações e reduzir os salários dos trabalhadores, e discordar apenas se isso é bom ou é mau. <br /><br />Mas se misturares valores e preferências subjectivas com as questões epistemológicas então nada se resolve, e duvido que queiras defender que o criacionismo e a biologia moderna são incomensuráveis, ou que a astronomia e a astrologia não possam ser comparadas. Paradigmas acerca do que é a realidade, mesmo que sejam diferentes, podem ser comparados vendo como se ajustam à realidade. As revisões resultantes podem não ocorrer dentro desses paradigmas, mas podem levar à rejeição de um em favor do outro. Isso aconteceu muitas vezes na história da ciência, e até Kuhn reconheceria isso.<br /><br />Além disso, nós partilhamos um paradigma acerca daquilo que é legítimo afirmar como conhecimento. Por exemplo, estamos de acordo que não é legítimo dizer que um muçulmano sabe que Deus ditou o Corão a Maomé, ou que um mórmon sabe que Joseph Smith traduziu as placas de ouro que Deus lhe emprestou. Acreditam nisso, mas isto não pode ser conhecimento porque não dispõem dos dados necessários para justificar essas crenças como conhecimento. Se discordas disto, se achas que objectivamente estes crentes sabem estas coisas, então por favor esclarece porquê. Mas se concordas, então até partilhamos o essencial deste paradigma epistemológico: a necessidade de fundamentar objectivamente aquilo que se defende como conhecimento.<br /><br />O que nos leva à questão de como é que tu fundamentas aquilo que dizes ser conhecimento acerca de Deus. Que ele existe, que engravidou Maria, que transubstancia hóstias, que guia o Papa, que se opõe à contracepção, que é amor, que é omnipotente, que criou o universo, etc. Não duvido que queiras acreditar nisto, que isto seja importante para ti, que dê sentido à tua vida e essas coisas todas. Mas não é nada disso que está em causa. O que questiono é simplesmente como podes justificar afirmar que isto é conhecimento. Como sabes tu estas coisas?Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-28712121555015380502011-04-19T11:13:35.730+01:002011-04-19T11:13:35.730+01:00Caro Alfredo Dinis,
Independentemente da diferenç...Caro Alfredo Dinis,<br /><br />Independentemente da diferença de paradigmas, as últimas questões levantadas pelo Ludwing parecem-me bastante simples, honestas e directas, e a meu ver, merecem uma reposta directa. Será possivel ter uma tal resposta, ou o diálogo deixa de ser possivel quando tais questões são levantadas?<br /><br />Os meus cumprimentos,<br />JoãoJoão Moedas Duartehttps://www.blogger.com/profile/14279189647933510029noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-68460088530796165132011-04-18T22:23:15.078+01:002011-04-18T22:23:15.078+01:00Caro Ludwig,
Embora Thomas Kuhn tenha admitid...Caro Ludwig,<br /><br /> Embora Thomas Kuhn tenha admitido alguma flexibilidade quanto à possibilidade de diálogo entre pessoas vivendo em paradigmas diferentes, o certo é que há sempre alguma incomensurabilidade, ainda que não total, de outro modo não haveria dois paradigmas mas apenas um. Claramente, o paradigma económico-político do Bloco de Esquerda é incomensurável com o da troika que está em Portugal para negociar a ajuda ao nosso país. Se assim não fosse, o Bloco não teria recusado o encontro proposto para discutir as medidas a aplicar em Portugal para a superação da crise. O mesmo se passa com o paradigma em que vives e pensas, e o paradigma em que vivo e penso. Embora possamos dialogar, há questões sobre as quais não nos entendemos, não porque eu esteja a fugir às questões, como pretendes, mas porque atravessas as fronteiras paradigmáticas que nos separam exigindo que me mude com armas e bagagens para o teu paradigma. Podes crer que a posição de Thomas Kuhn, embora discutível em alguns aspectos, ajuda a compreender muitos dos bloqueios que acontecem no diálogo entre partidários de paradigmas diferentes.<br /><br /> Saudações,<br /><br /> Alfredoalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-78234481075619939052011-04-18T12:05:50.908+01:002011-04-18T12:05:50.908+01:00Alfredo e Miguel Panão,
Ambos defenderam que a fo...Alfredo e Miguel Panão,<br /><br />Ambos defenderam que a forma de distinguir entre revelações divinas correctas é a concordância com a doutrina, que presumo ser a doutrina católica. Assim, se eu tiver a revelação de que Jesus não era a encarnação de Deus e que Maomé era o maior profeta de todos, esta revelação deverá ser incorrecta porque, apesar de estar de acordo com a doutrina muçulmana não está de acordo com a doutrina católica. Ou seja, milhares de milhões de pessoas estão a ser enganadas. É isto que defendem?<br /><br />Ou todas as revelações que estiverem de acordo com a doutrina da religião correspondente são igualmente correctas, mesmo que se contradigam entre si? Isto parece-me ser inconsistente...<br /><br />Mas a questão mais importante que gostava que esclarecessem é, então, de onde surge essa tal doutrina. Obviamente, precisamos ter primeiro a doutrina antes de poder distinguir aquilo que é revelação correcta daquilo que é meramente ilusório. O que implica que a doutrina não pode vir por revelação divina. Tem de ser inventada pelos humanos. Como?Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-83850529174035782072011-04-18T12:01:40.733+01:002011-04-18T12:01:40.733+01:00Miguel Panão,
«Gostava então de saber quais os da...Miguel Panão,<br /><br /><i>«Gostava então de saber quais os dados que te permitem formular as hipóteses acima.»</i><br /><br />O que permite formular hipóteses é a imaginação. Qualquer proposição que possas conceber é uma hipótese.<br /><br />O que os dados fazem é permitir que se distinga entre hipótese testáveis. E aqui está o ponto crucial. Se formulares hipóteses que são indiferentes aos dados, nunca podes saber se tens razão ou se formulaste disparates. Tendo em conta a probabilidade de cometer erros quando se inventa coisas – e as hipóteses surgem da imaginação, mesmo que sejam inspiradas em experiências – hipóteses que não se possa testar devem ser rejeitadas como falsas a menos que haja indícios de serem provavelmente verdadeiras.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-84165396961210750842011-04-18T11:33:42.605+01:002011-04-18T11:33:42.605+01:00Alfredo,
«Continuo à espera que me digas de que es...Alfredo,<br /><i>«Continuo à espera que me digas de que estás a falar quando ironizas sobre a crença cristã de que a hóstia consagrada é o corpo de Cristo.»</i><br /><br />A ironia é uma forma de dizer as coisas, não o conteúdo do que se diz. Parece-me que implicar com a forma é apenas uma desculpa para não focar o conteúdo. Era como dizer que não me respondem porque tenho gralhas no texto ou porque não escrevo segundo o novo acordo ortográfico...<br /><br />Seja como for, não vejo que ironize muito esse aspecto. Acho-o ridículo, é verdade, e isso provavelmente transparece na forma como escrevo. Mas não tem muito de irónico.<br /><br />O ponto principal, que gostava que focassem, é este: dizem que se for o padre a fazer o ritual nas condições certas a hóstia transubstancia-se no corpo de Cristo, mas se for eu a dizer hocus pocus não se transubstancia. A minha questão não é tanto acerca do sentido religioso, do âmbito filosófico ou essas coisas, mas simplesmente como é que sabem que se transubstancia num caso e não no outro.<br /><br /><i>«Já disse por diversas vezes que apesar de ter estudado cinco anos de filosofia e cinco de teologia, sei muito pouco sobre Deus embora o pouco que sei me baste para viver uma vida cheia de sentido.»</i><br /><br />O sentido da tua vida é algo teu, pessoal. Não me quero meter nisso. A minha questão é acerca desse pouco que sabes. Sabes, pelo menos, que esse teu deus existe. Sabes que quando morreres não vais simplesmente deixar de existir, mas alguma parte de ti persistirá para sempre. Sabes que esse teu deus é três pessoas numa só substância, que encarnou em Jesus, etc.<br /><br />Se sabes estas coisas então estas coisas não são algo meramente pessoa, como o tal sentido da vida. São objectivamente verdade. São tão verdade para mim como para ti. E se assim for eu também as quero saber. Objectivamente. Daí a minha pergunta, que ainda está por responder: como é que sabes isso?<br /><br />Quanto a Kuhn, a ideia dos paradigmas é boa mas ele assumiu que paradigmas diferentes são incomensuráveis. E isso é falso. É possível comparar a astronomia com a astrologia, a mecânica newtoniana com a relatividade, o criacionismo com a teoria da evolução, etc. De 1962 para cá já houve algum progresso na filosofia da ciência, e muito do que Kuhn propôs teve de ser revisto.<br /><br />Portanto não me parece razoável insistires nessa defesa de paradigmas diferentes. Não faz sentido. E a minha insistência na hóstia é que é um bom exemplo particular. Pode não ser muito importante para a teologia. Admito que a maior parte dos cristãos não se rale minimamente se aquilo é simbólico ou se se transubstancia mesmo. Mas permite estabelecer um ponto importante acerca do método.<br /><br />Se a hóstia se transubstancia de uma forma totalmente indetectável, então nunca podem dizer que sabem em que circunstâncias se transubstancia e em que circunstâncias não se transubstancia. Por outro lado, se for legítimo dizer que sabem então tem de haver algo que se possa observar que dê essa informação.<br /><br />O que não é legítimo é fazer as duas coisas, dizer que é indetectável mas que sabem que aconteceu. E esse é o problema fundamental daquilo que tu dizes saber acerca desse deus. Seja muito ou seja pouco, se é impossível validar essas hipóteses de forma independente não tens legitimidade para dizer que sabes. Apenas podes dizer que acreditas.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.com