tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post7821103223972253617..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: A dor é má.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger81125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-61283893625424308222010-08-11T14:20:50.046+01:002010-08-11T14:20:50.046+01:00João,
«Os desejos não são atributos relevantes?»
...João,<br /><br /><i>«Os desejos não são atributos relevantes?»</i><br /><br />São. Tal como a velocidade ou o campo electromagnético na física. Mas tal como na física o que interessa é descrever as relações entre valores sem ter de assumir valores específicos, como F=ma, na ética interessa avaliar as decisões também de forma genérica e universal sem depender de desejos ou preferências particulares. Por exemplo, algo como “maximizar a possibilidade de cada um atingir o que deseja” em vez de “dar gelado de chocolate a toda a gente, porque gosto mais desse que de baunilha”.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-64485834315855465242010-08-07T20:51:52.060+01:002010-08-07T20:51:52.060+01:00Ludwig:
"«Como podes abstrir a etica daquilo...Ludwig:<br /><br />"«Como podes abstrir a etica daquilo que os objectos da etica querem?»<br /><br />Da mesma maneira como podes abstrair a física das características de qualquer objecto em particular. Identificando os atributos relevantes e as suas relações."<br /><br />Os desejos não são atributos relevantes? Eu acho que alguns são. Pelo menos alguns. E tambem acho que não podes saber exactamente quais. Saí a liberdade ser importante em oposição a ser-te imposto "o que é melhor para ti".Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-30601864687891561022010-08-07T20:48:38.999+01:002010-08-07T20:48:38.999+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-45876528633469753572010-08-07T14:09:25.143+01:002010-08-07T14:09:25.143+01:00Não. Há muita política disfarçada de ética, mas a ...<i>Não. Há muita política disfarçada de ética, mas a ética não é a política. É o que se pode usar para avaliar a política. É um sistema de medida do bem e do dever de qualquer política que, por isso, deve ser independente de qualquer política em particular.</i><br /><br />Não concordo. Qualquer ética tem pressupostos políticos, tais como as definições do que é um ser humano, o que ele "quer", o que é melhor para ele, etc. Só a partir destas definições serem aceites é que se podem analisar com alguma metodologia lógica e empírica alguns modelos em relação a outros. Essas definições são políticas. Eu meti a metafísica ao barulho precisamente porque a ciência não nos informa sobre o que é que nós "queremos" para a sociedade, o superego do que é justo, etc. Essa discussão é utópica, política, não científica.<br /><br />A ciência informa-nos das possibilidades ao nosso dispor, não o que devemos fazer. Por isso dizer que a ética é um estudo da "medida do bem" é-me completamente bizarro, é como dizer que a ciência é um estudo "da medida da magia" ou qualquer coisa do género. Há aqui um cientismo demasiado levado a sério.<br /><br /><br /><i>E subjectivo, claro que tem de ser.</i><br /><br />Pronto, mas o ponto é que, sendo demasiado subjectivo, está demasiado sujeito a preconceitos, pressões sociais, tendências inconscientes, etc. para ser "objectivo" no seu próprio estudo.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-23985368302646371302010-08-07T13:54:29.163+01:002010-08-07T13:54:29.163+01:00Sei definir o termo “sofrimento” tão bem, ou melho...<i>Sei definir o termo “sofrimento” tão bem, ou melhor, que o termo “electrão”.</i><br /><br />Numa palavra: Bacorada. É mentira. Ponto final. A não ser que a tua definição de "definição" seja uma treta. Um electrão está definido à milionésima casa decimal, e as suas acções são previsíveis como nenhum outro objecto. Dizeres que consegues fazer o mesmo, não, melhor! com um termo tão subjectivo como "Sofrimento" é uma palhaçada, Ludwig. Espero melhor de ti.<br /><br />É claro que existem alguns sofrimentos que parecem bem objectivos. Por exemplo, sofrer uma entorse ou um osso partido. Mas nós sabemos que o sofrimento não se limita a isto. Por isso deixa-te de retóricas saloias. Ou discutimos isto com alguma seriedade ou não.<br /><br /><i>Fundamentalmente, é assim que se define tudo.</i><br /><br />Fundamentalmente é assim que se destrói uma conversa, com esse apelo à "obviosidade". A sério, Ludwig, às vezes insultas a inteligência da tua audiência.<br /><br /><i>A ética é a tentativa de encontrar um fundamento universal para avaliar as normas de comportamento e gerar as melhores.</i><br /><br />Sim, admito que posso estar a confundir um pouco. Mas eu não gosto da palavra "moral". Não gosto de morais. Claramente, estas pessoas têm as suas teorias particulares do que se passa, e do que é necessário fazer para prevenir males e provocar bens. Chamas a estes modelos "morais", bom.<br /><br /><i>O que estás a dizer é como dizer que existem ciências nas quais a combustão produz flogisto</i><br /><br />Compreendo a tua terminologia.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-5542891614910834562010-08-07T12:32:02.032+01:002010-08-07T12:32:02.032+01:00João,
«Como podes abstrir a etica daquilo que os ...João,<br /><br /><i>«Como podes abstrir a etica daquilo que os objectos da etica querem?»</i><br /><br />Da mesma maneira como podes abstrair a física das características de qualquer objecto em particular. Identificando os atributos relevantes e as suas relações.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-15476749086209100602010-08-07T12:31:37.414+01:002010-08-07T12:31:37.414+01:00Barba Rija,
«E como pretendes fazer tal façanha s...Barba Rija,<br /><br /><i>«E como pretendes fazer tal façanha sem ter visto nenhum ET?»</i><br /><br />Focando nos atributos relevantes. Por exemplo, se um ET é capaz de sentir sofrimento, fazê-lo sofrer cria um problema ético. Tanto faz se come enxofre, se orbita Betelguese ou quantos tentáculos tem. Esta distinção entre o que é eticamente relevante ou não é um problema importante e transversal às idiossincrasias culturais.<br /><br /><i>«Isto porque a ética é, no fundo, política.»</i><br /><br />Não. Há muita política disfarçada de ética, mas a ética não é a política. É o que se pode usar para avaliar a política. É um sistema de medida do bem e do dever de qualquer política que, por isso, deve ser independente de qualquer política em particular.<br /><br /><i>«Este assunto é demasiado subjectivo, demasiado metafísico.»</i><br /><br />Não faço ideia do que queres dizer com “metafísico”. E subjectivo, claro que tem de ser. A ética é acerca dos sujeitos. Num universo só com objectos sem subjectividade tudo o que aconteça tem um valor ético nulo. Só quando alguns desse objectos são sujeitos é que pode haver decisões, sensações, bem e mal.<br /><br /><i>«Os melhores textos éticos pressupõem contradições»</i><br /><br />Vou-me limitar a discordar da tua avaliação desses textos como sendo os melhores :)<br /><br /><i>«Por exemplo, a liberdade de expressão, que é a liberdade de mentir e danificar a sociedade com palavras.»</i><br /><br />Isso não é contradição nenhuma. É um trade-off, inevitável em qualquer problema de decisão, e a ética é acerca de decisões.<br /><br /><i>«Define-me o "indivíduo" na sua totalidade.»</i><br /><br />Eu não posso definir indivíduos, tal como não posso definir laranjas ou cadeiras. O que posso explicar o que quero dizer com a palavra. Neste caso, refiro-me ao conjunto de sensações e pensamentos que se sentem a si próprias como um indivíduo e, por extensão, o pedaço de matéria que as gera. Eu sou um indivíduo, tu és um indivíduo, um cão provavelmente é um indivíduo, mas uma barata não é, porque julgo não ter qualquer percepção de si.<br /><br />É claro que podemos adaptar esta palavra e, noutro contexto, considerar que a barata é um indivíduo por ter autonomia de movimento, metabolismo próprio, anticorpos, etc. Mas eticamente esse conceito não é útil.<br /><br /><i>«E como é que é fundamental se nem sabes definir (em termos fundamentais, pelo menos) o que é o sofrimento?»</i><br /><br />Sei definir o termo “sofrimento” tão bem, ou melhor, que o termo “electrão”. Definir um termo é especificar a sua correspondência com aquilo que o termo refere. O que nunca se consegue fazer perfeitamente, pelo que essa tua objecção não tem relevância nenhuma. Se não sabes o que quer dizer “sofrimento”, posso dar-te um tiro no pé ou matar-te o cão, e assim por diante, até que tenhas exemplos suficientes para generalizar o significado do termo. Fundamentalmente, é assim que se define tudo.<br /><br /><i>«Claramente, existem éticas nas quais é um dever cortar o clítoris»</i><br /><br />Estás a confundir ética com moral. Uma moral é o conjunto de normas de comportamento, e dessas há muitas diferentes. A ética é a tentativa de encontrar um fundamento universal para avaliar as normas de comportamento e gerar as melhores. O que estás a dizer é como dizer que existem ciências nas quais a combustão produz flogisto, quando isso é apenas um modelo e a ciência é a tentativa de encontrar os modelos melhores. Outra coisa que podes dizer ser utópica, e com razão, mas que nem por isso se justifica desistir.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-65002357489642448072010-08-07T05:05:47.686+01:002010-08-07T05:05:47.686+01:00Mexican Baby Comes Back to Life Inside Coffin<a href="http://www.aolnews.com/world/article/mexican-baby-comes-back-to-life-inside-coffin/19584287" rel="nofollow">Mexican Baby Comes Back to Life Inside Coffin</a>Lucashttps://www.blogger.com/profile/02515186017263921231noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-32975997540618520682010-08-06T17:27:14.865+01:002010-08-06T17:27:14.865+01:00Ha aqui um erro que pode explicar alguma coisa.
I...<i>Ha aqui um erro que pode explicar alguma coisa.</i><br /><br />Indeed. O parágrafo estava completamente ilegível.<br /><br /><i>é que ha uma diferença crença e conhecimento</i><br /><br />Conhecimento é aquilo que tu crês saber sobre o mundo. Há quem tenha mais conhecimento do que outros, e isso é facilmente testável, temos imensos ritos que ajudam nessa tarefa. Como por exemplo trocar bitaites.<br /><br />Tu dizes que é preciso testar, etc. Não necessariamente. Não é um requisito absoluto. É como dizer que a única maneira de usar petróleo para mover um carro é construir pistões. Pode ser verdade, no sentido em que não encontrámos outra maneira mais eficaz de o fazer. Mas não é uma afirmação absoluta.<br /><br />Ou seja, a ciência, o método em si, é também objecto de conhecimento, é também alvo de alterações, consoante paradigmas de obtenção de dados e suas análises e previsões. A ciência muda. E vai mudar imenso neste século.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-30658838887547859682010-08-06T15:58:11.114+01:002010-08-06T15:58:11.114+01:00MEsmo assim barba, ja devia ter ficado claro para ...MEsmo assim barba, ja devia ter ficado claro para ti o que eu estava a dizer...<br /><br />é desta?Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-28236372442963700392010-08-06T15:55:58.818+01:002010-08-06T15:55:58.818+01:00Notei no entanto que tu não percebeste o que eu qu...Notei no entanto que tu não percebeste o que eu queria dizer. Por isso achas que não citas fora de contexto. <br /><br />"Fazes menção ao relativismo cultural extremo que diz que todos os pontos de vista estão correctos. Sem me esticar mais basta dizer que há quem confunda "pontos de vista" como opinião. Um observador tem de ter observações para as poder discutir, mas no realitivismo cultural entende-se por observador o que vem à cabeça."<br /><br />Ha aqui um erro que pode explicar alguma coisa.<br /><br />Onde se lê, "entende-se por observador" era para se ler, "entende-se por observação"<br /><br />Ou seja, o observador não é um observador. Formulou a crença sem colher informação.<br /><br />Se foi por este erro, as minhas desculpas mas tambem so lendo para traz é que vi que não era o que eu queria ter escrito. Ainda assim, ja notei varias vezes que o que quero dizer é que ha uma diferença crença e conhecimento e que as coisas não são como nos acreditamos que elas são so porque a gente acredita,<br /><br />é preciso duvidar, e testar, testar, testar.<br /><br />Se ainda estamos em desacordo, acho que ha qq coisa que não estas a ver bem. Eu como vez, aceito que me posso enganar e que a relidade pode não ser como eu acreditava que era. Duvido sempre. Encontrei um erro. É suficiente parar ilustrar o que queria dizer?Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-11781999918258696232010-08-06T15:47:26.397+01:002010-08-06T15:47:26.397+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-70661990955367937642010-08-06T13:36:14.868+01:002010-08-06T13:36:14.868+01:00Nota ja agora que a palavra crença foi primeiro us...<i>Nota ja agora que a palavra crença foi primeiro usada por mim</i><br /><br />Não me interessa. Eu uso a palavra como está descrita no dicionário e como eu sempre a defini, e não como tu queres que eu a use. Vês agora a problemática do Relativismo? Nem sequer consegues perceber o que eu quero dizer ao usar palavras tão simples como crença.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-50907690810296589672010-08-06T13:34:29.735+01:002010-08-06T13:34:29.735+01:00Não barba, o que tu fizeste foi "quote mining...<i>Não barba, o que tu fizeste foi "quote mining".</i><br /><br />?? Esta foi a resposta mais bizarra que já deste. Não houve quote mining nenhum. Partiste do princípio errado e eu corrigi-te. Ponto final.<br /><br /><i>Se fosse reconhecer a realidade terias razão. Mas no relativismo cultural a realidade fabricada pela mente é justificada por haver quem acredite nela. Como se passasse a ser real por causa disso. Como no desejo.</i><br /><br />Não, isso é uma treta que ninguém acredita, é uma caricatura que não corresponde à realidade. No relativismo, a realidade "fabricada" pela mente é um facto bruto. É uma observação de que a mente fabrica de facto mundos bastante únicos. Esta "produção" não é, obviamente, limitada ao espaço físico do cérebro e do "indivíduo". Tudo o que interage com esta mente ajuda a fabricar esta realidade. Pelo menos é esse o modelo, mas é um ponto irrelevante para a discussão em causa.<br /><br />A realidade é sempre subjectiva. É uma visão do mundo. Há visões mais populares do que outras, e há visões mais "poderosas" do que outras. Há visões mais fáceis de transmitir, e há visões mais racionais, mais emocionais, etc.,etc. Há métodos de transmitir e desenvolver pontos de vista. A ciência faz parte de um projecto iluminista de acumulação de qualidade e quantidade de pontos de vista compatíveis com todos os dados empíricos disponíveis. Mostra ser bastante poderosa, por exemplo.<br /><br />Mas isto não obriga ninguém a aceitar esta visão como um todo ou em todas as partes, já que não existe nenhum absolutismo que concordemos em aceitar.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-998736213995129192010-08-06T13:26:36.513+01:002010-08-06T13:26:36.513+01:00Nota ja agora que a palavra crença foi primeiro us...Nota ja agora que a palavra crença foi primeiro usada por mim (na ambito desta discussão), e o contexto deixava entender a que é que eu me referia. <br /><br />Naturalmente que podes sempre pegar em outros significados para fazer trocadilhos, mas... São apenas trocadilhos.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43654432197266990422010-08-06T12:33:01.096+01:002010-08-06T12:33:01.096+01:00Este comentário foi removido pelo autor.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-13108903041198479942010-08-06T12:29:24.722+01:002010-08-06T12:29:24.722+01:00"outra bem diferente é ter, inevitavelmente p..."outra bem diferente é ter, inevitavelmente pelo tipo de seres que somos, um ponto de vista bastante único do mundo, e reconhecer esta realidade."<br /><br />Se fosse reconhecer a realidade terias razão. Mas no relativismo cultural a realidade fabricada pela mente é justificada por haver quem acredite nela. Como se passasse a ser real por causa disso. Como no desejo.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-84285979117243109632010-08-06T12:24:23.728+01:002010-08-06T12:24:23.728+01:00Barba:
"No entanto o meu comentário não é in...Barba:<br /><br />"No entanto o meu comentário não é ingénuo, pois eu falei em "crença" e não em "crença injustificada". Tenta acompanhar, e não coloques palavras a mais nos meus textos, quando eu não as coloquei lá."<br /><br />Não barba, o que tu fizeste foi "quote mining".Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-49880257299402480542010-08-06T12:19:20.754+01:002010-08-06T12:19:20.754+01:00Ludwig:
Como pensas que isso se pode conseguir se...Ludwig:<br /><br />Como pensas que isso se pode conseguir sem se testar? Como podes abstrir a etica daquilo que os objectos da etica querem? So isso complica tudo. <br /><br />Acho que a etica é quase isso, mas esses achar que podemos ter esses objectivos (etica à prova de surpresas, com a descrição abstrata do que é o bem) são como achar que se descobrirmos a formula que rege tudo ( ou uma teoria de tudo) a vamos poder utilizar totalmente e prever que numero vai sair no dado que eu lançar.<br /><br />Acho mesmo que passa por atribuir algum objectivo ao universo em si teres uma etica como a que descreveste. Mas esse objectivo não está la.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-33920877454398082552010-08-06T11:50:36.965+01:002010-08-06T11:50:36.965+01:00Aliás, deixa-me acrescentar o óbvio:
Se essa é me...Aliás, deixa-me acrescentar o óbvio:<br /><br /><i>Se essa é mesmo a tua opinião, então tens de aceitar que cortar o clitóris às raparigas só é eticamente errado na nossa cultura mas é um dever ético noutras.</i><br /><br />Isto que descreveste é uma <b>observação empírica básica</b>. Claramente, existem éticas nas quais é um dever cortar o clítoris, e claramente existe muita gente que o corta. Das duas uma, ou te confundiste no que querias dizer, ou querias sugerir que eu *tenho* de aceitar o *poder concreto* destas éticas. Eu aceito, empiricamente, ou seja, eu vejo que existem de facto. Mas não aceito do ponto de vista prescritivo, ou seja, não apoio e repudio. Porquê? Porque é essa a minha cultura. Ludwig, tens de pensar um pouco mais nisto.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-18373725639809498262010-08-06T11:45:12.369+01:002010-08-06T11:45:12.369+01:00A ética não é uma religião. Não pretende religar-n...<i>A ética não é uma religião. Não pretende religar-nos a deus nenhum, nem nada dessas coisas. O objectivo é ter algo que se possa aplicar até a extraterrestres, se for preciso.</i><br /><br />E como pretendes fazer tal façanha sem ter visto nenhum ET? Eu percebo que és alguém que gosta daquelas coisas fundamentais, tipo leis de ohm, limites de Shandrasekhar, etc. e gostavas muito que se conseguisse fazer o mesmo à ética. E no entanto, não parece viável nem sensível. Isto porque a ética é, no fundo, política. É uma definição do que narramos ser sobre o que somos, o que queremos ser, e como procedemos para atingir esse fim, que está sempre em alteração, devido a contingências temporais como a tecnologia, as diferentes culturas, situações geopolíticas ou económicas, etc.<br /><br />Este assunto é demasiado subjectivo, demasiado metafísico. Não há aqui aliás, possibilidade visível de derrubar a barreira da falácia naturalista. Nós nos definimos sobre o que queremos ser, e se pensares bem, tendo em conta o valor que damos à liberdade, entra em conflicto com esse circuito fechado "objectivo" que proclamas existir.<br /><br />Os melhores textos éticos pressupõem contradições. Por exemplo, a liberdade de expressão, que é a liberdade de mentir e danificar a sociedade com palavras. A liberdade religiosa, que é a liberdade de blasfemar e atentar à religião, etc. E isto é bom, mas não é claramente objectivo e traz sempre problemas difíceis de reconciliar.<br /><br /><i>O que é eticamente relevante não é como a cultura define o indivíduo mas aquilo que o indivíduo é</i><br /><br />E diz-me lá tu o que é. Define-me o "indivíduo" na sua totalidade. São as suas ideias dele, é a linguagem que usa "dele"? É ele uma coisa única e indivisível (como a palavra indica), ou um cérebro em tumultuoso conflito interior em multitudes? Tens já todas as respostas para estas questões? Repara, que se defendes que as tens, são apenas ideologias. A noção de indivíduo não é assim tão antiga, e as ideias que hoje temos dele são até bastante recentes (um século mais ou menos). É preciso aqui não ser ingénuo e detectar a ideologia mesmo nas assumpções mais básicas que possamos imaginar, como a palavra "indivíduo". E é por estas e por outras que não confio em pessoas que dizem que a ética é possível. Nem se apercebem da dantesca dimensão da tarefa e podem fazer demasiados disparates.<br /><br /><i>Por exemplo, uma ideia fundamental é que a opção de causar sofrimento exige justificação.</i><br /><br />E como é que é fundamental se nem sabes definir (em termos fundamentais, pelo menos) o que é o sofrimento? Repara, isto é importante. Dizes que é fácil ver o sofrimento, nem por isso, mas mesmo dando essa de graça, como detectá-lo em seres ETs com estruturas biológicas totalmente diferentes? Faz sentido sequer o conceito aplicado em ETs? Estás a pensar em termos paroquianos. É como aqueles ETs com uma cabeça, dois braços duas pernas a falar inglês perfeito e a queixarem-se "ai ai ai". Ah, está a sofrer!<br /><br /><i>Nota que se a ética fosse mera consequência da cultura não seria possível usar a ética para avaliar culturas. Se essa é mesmo a tua opinião, então tens de aceitar que cortar o clitóris às raparigas só é eticamente errado na nossa cultura mas é um dever ético noutras.</i><br /><br />Excepto se a minha cultura for universalista, isto é, se a minha cultura particular definir *todo* o ser humano, e não apenas os seres humanos *dentro* da minha cultura, como seres que têm o direito de não terem o clítoris cortado. Isto é fácil de perceber, espero.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-89865696265775214972010-08-06T11:19:58.674+01:002010-08-06T11:19:58.674+01:00O teu comentario é ingenuo se pretende por crença ...<i>O teu comentario é ingenuo se pretende por crença justificada ao nivel de crença injustificada, e isso não estava à espera.<br /><br />E se pretende dizer que os que acham que basta acreditar para ser real - ver " o desejo " ou relativismo cultural, por exemplo, e aqueles que aceitam a duvida e procuram a resposta mais plausivel.</i><br /><br />No entanto o meu comentário não é ingénuo, pois eu falei em "crença" e não em "crença injustificada". Tenta acompanhar, e não coloques palavras a mais nos meus textos, quando eu não as coloquei lá.<br /><br />Quanto à comparação entre "desejo" e "relativismo cultural" não podias estar mais enganado, nem acho que tenham nada a ver. Uma coisa é desejar ter um ponto de vista, ou desejar ver determinada coisa logo essa coisa ser verdade, outra bem diferente é ter, inevitavelmente pelo tipo de seres que somos, um ponto de vista bastante único do mundo, e reconhecer esta realidade.<br /><br />Quanto à resposta mais plausível tens de explicar melhor. Se queres dizer, a melhor resposta tendo em conta os dados que nós, enquanto seres subjectivos, conseguimos obter, então isso é algo óbvio e muito pouco contestado, mesmo pelos mais extremistas religiosos. As diferenças residem nos métodos.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-73711018316739954182010-08-06T10:19:24.752+01:002010-08-06T10:19:24.752+01:00Pedro Amaral Couto,
Essa da pomada é gira. Dá par...Pedro Amaral Couto,<br /><br />Essa da pomada é gira. Dá para explicar bem para onde vai a alma quando morremos. É o mesmo sítio para onde vai a comichão quando coçamos :)Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-4112103663758266442010-08-06T10:19:09.353+01:002010-08-06T10:19:09.353+01:00Barba,
A ética não é uma religião. Não pretende r...Barba,<br /><br />A ética não é uma religião. Não pretende religar-nos a deus nenhum, nem nada dessas coisas. O objectivo é ter algo que se possa aplicar até a extraterrestres, se for preciso. Se um dia encontrarmos colónias inteligentes de cristais de silício devemos poder usar o mesmo conjunto de princípios para decidir de as exterminamos ou se tentamos comunicar com elas.<br /><br />E penso que o teu problema é confundires algumas coisas. Por exemplo, a definição de indivíduo. O que é eticamente relevante não é como a cultura define o indivíduo mas aquilo que o indivíduo é. Se o indivíduo é um ser com dois braços e duas pernas, que só está consciente de si durante parte da sua vida e enquanto está acordado, se pode estar em coma um mês e depois recuperar a consciência, etc, é isso que temos de considerar. Se for um enxame inteligente, um coral consciente ou uma nuvem pensante, então é isso que é e pronto. A ideia da ética é transcender estas idiossincrasias e identificar o que há de fundamental na ideia de se dever fazer umas coisas e não dever fazer outras. Tanto faz se é acerca do homem, da mulher, da criança, do feto, do touro ou do ET. Por exemplo, uma ideia fundamental é que a opção de causar sofrimento exige justificação.<br /><br />Nota que se a ética fosse mera consequência da cultura não seria possível usar a ética para avaliar culturas. Se essa é mesmo a tua opinião, então tens de aceitar que cortar o clitóris às raparigas só é eticamente errado na nossa cultura mas é um dever ético noutras. Mas isso é perceber mal o objectivo da ética, que deve servir para resolver esses problemas.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43828250772540487892010-08-06T09:30:30.587+01:002010-08-06T09:30:30.587+01:00Barba Rija:
"Percebes?
Apenas existem mapas...Barba Rija:<br /><br />"Percebes?<br /><br />Apenas existem mapas e textos. Pelo menos nesta discussão. É um pouco complicado de explicar num comentário de blog."<br /><br />Sim, percebo. Tudo o que tu sabes é sempre mapa. <br /><br />Mas ha uma diferença entre formar o mapa antes de testar o territorio e depois de o testar.<br /><br />O teu comentario é ingenuo se pretende por crença justificada ao nivel de crença injustificada, e isso não estava à espera.<br /><br />E se pretende dizer que os que acham que basta acreditar para ser real - ver " o desejo " ou relativismo cultural, por exemplo, e aqueles que aceitam a duvida e procuram a resposta mais plausivel.Joãohttps://www.blogger.com/profile/03630759354697001690noreply@blogger.com