tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post7429683510301315893..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Sei que Deus não existe.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger103125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-61721244595903348072011-09-11T23:22:40.685+01:002011-09-11T23:22:40.685+01:00Gostei bastante deste artigo, acho que a maior par...Gostei bastante deste artigo, acho que a maior parte das pessoas tem a tentação de discutir religião, mas falta-lhes o dom da argumentação e lógica.<br /><br />Achei também a analogia da rede de ténis bastante boa, há tantas pessoas que querem respeito pelas suas opiniões mas que se recusam a respeitar as opiniões dos outros, por exemplo.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-4232999258699352722008-09-21T07:18:00.000+01:002008-09-21T07:18:00.000+01:004) outra pergunta a ser feita, relendo os últimos ...4) outra pergunta a ser feita, relendo os últimos comentários: o que é probabilidade? o que é aleatoriedade? Lembre-se que o que faz a moeda ter 50% de chance de cara ou coroa não é o mesmo que dividir um por dois... O deus das probabilidades?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-66906331601344043202008-09-21T07:06:00.000+01:002008-09-21T07:06:00.000+01:001) Não se pode dizer que o Deus cristão existe, co...1) Não se pode dizer que o Deus cristão existe, com esse conceito de existência que você imagina. No Antigo Testamento Moisés pergunta pelo nome de Deus, ao que recebe a resposta: "Eu Sou". Deus deveria ser o sujeito da frase, mas perceba que o predicado foge. Ele não é nem o sujeito, nem o predicado... Trata-se do tetragrama YHVH. Enfim, como você é curioso, talvez goste de pesquisar os aspectos teológicos disso que lhe disse: "Deus não existe; Deus é." Talvez encontre algum material na Internet, mas algum artigo ou livro de teologia é preferível.<BR/><BR/>2) Percebo que você faz muito uso da lógica. Eu sou assim também, mas ultimamente eu comecei a perguntar: o que é lógica? Talvez você deva escrever um artigo no blog com esse tema: "O que é a lógica?". Perguntas irmãs são: o que é razão? o que é realismo? o que é razoabilidade? Nesse caso você pode encontrar respostas em livros de filosofia. Tente responder primeiro e depois comparar sua resposta ao que outras pessoas dizem, nos livros/revistas especializados principalmente.<BR/><BR/>3) Seu ateísmo está relacionado a essas duas coisas, principalmente à segunda. O agnosticismo tem mais humildade que o ateísmo; mas não é menos lógico! De onde vem a humildade do agnosticismo?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-11667856505056192702008-07-17T01:05:00.000+01:002008-07-17T01:05:00.000+01:00Sim, falo da experiência da fenda dupla.Esta exper...Sim, falo da experiência da fenda dupla.<BR/><BR/>Esta experiência retira de facto qualquer finalidade aos acontecimentos. Acredito que há quem consiga contornar isto com uma concepção não interactiva de Deus, mas o ponto de vista clássico torna-se obsoleto.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-50697634821301080382008-07-16T22:41:00.000+01:002008-07-16T22:41:00.000+01:00Anónimo,estás a referir-te à experiência de fenda ...Anónimo,<BR/>estás a referir-te à experiência de fenda dupla ("double slit experiment")?<BR/><BR/>Alguém no YouTube tinha-me dito que tinha provas de que Deus existe.<BR/><BR/>Pedi-lhes as tais provas, e ele mostrou-me um argumento cosmológico.<BR/>Disse-lhe que Kant já tinha refutado o argumento (por isso agora existem adaptações, e apresentei-as). Além disso disse-lhe que sabe-se, pelas experiências em Física Quântica, que a nível atómico o conceito de causa-e-efeito aristotélico não se aplica (apresentei vários links, mas acho que os ignorou). Logo, pelas observações, considera-se que as premissas eram falsas.<BR/>Com isso ele citou uns indivíduos da Renascença ou da Idade Média a dizerem que com a regressão infinita a existência seria impossível, e conclui que Deus causa a si mesmo. Disse-lhe que a tradição é "Primeira Causa Sem Causa", e que se X causa X, então X não existia antes de X causá-lo... Ele disse-me que era isso mesmo. LOLPedro Amaral Coutohttps://www.blogger.com/profile/06944792351545499684noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-66848387137700117192008-07-16T21:38:00.000+01:002008-07-16T21:38:00.000+01:00Fico absolutamente incrédulo a ler esta discussão ...Fico absolutamente incrédulo a ler esta discussão toda.<BR/>Alguem aqui se baseia realmente na ciência? Acreditam no método experimental?<BR/><BR/>A verdade é que a física quantica prova, experimentalmente, que a posicão de todas as particulas são definidas por curvas de probabilidade. Isto é, tudo tem uma probabilidade de acontecer, seja pequena ou grande. Não vou explicar a experiência aqui, procurem no youtube. Hah. Mas para mim isto prova a inexistência de Deus, de um "sentido" na vida, de destino, e de qualquer controlo sobrenatural.<BR/><BR/>Então há vontade própria. Ou pelo menos a probabilidade de termos vontade própria. Nós temos controlo, e responsabilidade pelas nossas acções. Porquê tanta discussão filosófica, quando Deus é uma coisa tão pessoal. Para mim, Deus é o Bosão de Higgs. A verdade é que Deus não joga aos dados, se existe então fez as coisas com sentido, e a ciência prova que é tudo uma questão de aleatoriedade.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-7226168580735425282008-05-23T12:02:00.000+01:002008-05-23T12:02:00.000+01:00Ludwig KrippahlFiquei surpreendido. Confesso que e...Ludwig Krippahl<BR/><BR/>Fiquei surpreendido. Confesso que esperava menos leituras da sua parte.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-62082131779708915272008-05-22T18:01:00.000+01:002008-05-22T18:01:00.000+01:00considero que a ciência é a forma coerente de conj...<I>considero que a ciência é a forma coerente de conjugar o empírico e o conceptual</I><BR/><BR/><BR/>Nice! Still... <I>con-scientia</I>...<BR/><BR/>...é aí que está a ciência!... o conhecimento e a sabedoria, unidos na Una Via!!! :)<BR/><BR/>Assim, regressamos agora ao que empiricamente já foi descoberto há milhares de anos atrás e conceptualmente a filosofia foi depois formulando na lógica racional que procura descrever o sentir transcendental.<BR/><BR/>Mas desse saber nos vamos aproximando...<BR/><BR/>Rui leprechaun<BR/><BR/>(...e o círculo perfeito assim fechando! :))<BR/><BR/><BR/><I>The four basic levels of consciousness are: vigil state, dreaming sleep, dreamless sleep, and waking. (...) waking, also called <B>turya</B>, which is the original source for higher levels of consciousness and mystical experience.</I>Rui leprechaunhttps://www.blogger.com/profile/09656865034470286491noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-27286155515458257452008-05-22T14:02:00.000+01:002008-05-22T14:02:00.000+01:00Ludwig:Estás a esquecer-te do livro a respeito da ...Ludwig:<BR/><BR/>Estás a esquecer-te do livro a respeito da santíssima trindade que o Bernardo te recomendou.<BR/>Esse leste de capa a capa. Imagino que tenha sido (quase) igual a não teres lido porque o conteúdo é nulo, daí o esquecimento.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-62753591740939746802008-05-22T12:52:00.000+01:002008-05-22T12:52:00.000+01:00Alfredo,«... a tese fundamental do Ludwig, segundo...Alfredo,<BR/>«... a tese fundamental do Ludwig, segundo a qualquer ser que não possa ser objecto de hipóteses a serem testadas pelo nosso método científico, não existe»<BR/>Acho que não é isso que o Ludwig defende. Acho que o que ele diz é aquilo que podemos conhecer é apenas possível pela ciência. Talvez a questão seja mais: "o que significa adquirir conhecimento?" <BR/><BR/>A ideia do cartoon foi criticar as interpretações bíblicas, colocando informação baseada em dados arqueológicos (como a serpente com asas e patas, que foi baseada na imagem de Ningishzida, e os querubins que são baseados nos querubins da Babilónia, Assíria e Egipto) e ainda coloquei extrapolações de ideias modernas, como o ET, o Big Bang no Génesis, querubins com óculos escuros como guarda-costas, e um com um capacete de guerra do século XX.<BR/><BR/>Pelo que entendi, a ideia de Madre Teresa ser uma espécie de santa começou com uma visão de um cineasta italiano. Tinha lido sobre o assunto num livro chamado "Jesus, Esse Grande Desconhecido", de Juan Arias. Ainda tive acesso a imagens de jornais sobre alguns escâdalos, e citações de Madre Teresa que me desagradaram. Passados alguns anos, pude ver um vídeos sobre como eram tratados os doentes pelas Missionárias da Caridade... Achei repugnante e que exageram a ideia de bondade de Madre Teresa. Existem muitos ateus, outros cristãos e outros religiosos que serviriam de melhor exemplo, e que até deixaram ser punidos para que tenhamos agora certas ideias morais como óbvias.<BR/><BR/>Sobre os outros pontos, acho que são muito mais subjectivos e levaria-nos a discutir temas diversos.Pedro Amaral Coutohttps://www.blogger.com/profile/06944792351545499684noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-47898558124699498752008-05-22T00:03:00.000+01:002008-05-22T00:03:00.000+01:00António,Partes do Summa Theologica, vários dos arg...António,<BR/><BR/>Partes do Summa Theologica, vários dos argumentos ontológicos, alguns textos dos últimos Papas e mais Ricoeur do que gostaria ter lido. Mas um livro de teologia de capa a capa nunca consegui ler.<BR/><BR/>Tomás de Aquino deixa bem claro o que é a teologia:<BR/><BR/><I>«Although those things which are beyond man's knowledge may not be sought for by man through his reason, nevertheless, once they are revealed by God, they must be accepted by faith.»</I><BR/><BR/>Tanto quanto sei, a teologia não progrediu muito desde então... Continua o problema de, quando estamos além da razão, nem se consegue distinguir a revelação divina de uma sandes de presunto.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-21590304905764432742008-05-21T23:01:00.000+01:002008-05-21T23:01:00.000+01:00Ludwig KrippahlSó por curiosidade: já leu algum li...Ludwig Krippahl<BR/><BR/>Só por curiosidade: já leu algum livro de teologia? Se sim, qual?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-27991586265486348212008-05-21T18:58:00.000+01:002008-05-21T18:58:00.000+01:00Rui Leprechaun,«Meaning, esse é de facto o conceit...Rui Leprechaun,<BR/><BR/><I>«Meaning, esse é de facto o conceito etimológico puro de ciência como "conhecimento", logo abarca já por si a filosofia e a religião»</I><BR/><BR/>Nope. É verdade que eu considero ciência como sendo o método para adquirir conhecimento. Mas isso não abarca a teologia. A teologia, na melhor das hipóteses, é pura especulação.<BR/><BR/>Abarca a filosofia, mas não como conhecimento em si. A filosofia é uma parte essencial para obter conhecimento, mas é só o início do processo. Sem obsevação -- sem dados empíricos -- a filosofia não leva a lado nenhum.<BR/><BR/>Muito resumido, considero que a ciência é a forma coerente de conjugar o empírico e o conceptual (o tal erroneamente chamado "a priori" que na verdade é a posteriori porque assume uma bagagem empírica enorme por trás).<BR/><BR/>Isto inclui uma boa parte (diria a parte boa) da filosofia, mas há partes da filosofia, teosofia e praticamente tudo da teologia que saem fora disto porque fazem batota. Usam informação empírica e critérios razoáveis quando lhes dá jeito, mas de vez em quando tiram a rede para deixar passar o que bem lhes apetece.<BR/><BR/>Mas isto é tema para um post. Ou mais. Tenho que organizar melhor as ideias (e preparar-me para mais um ralhete do Tiago Luchini ;)Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-9602924506701415352008-05-21T18:22:00.000+01:002008-05-21T18:22:00.000+01:00Não há conhecimento que não seja científico. A ciê...<I>Não há conhecimento que não seja científico. A ciência é o método de adquirir conhecimento. (...) Aquilo que não possa ser conhecido pela ciência não pode ser conhecido.</I><BR/><BR/>Suponho que é a isto que se chama uma <A HREF="http://en.wikipedia.org/wiki/Tautology_%28rhetoric%29" REL="nofollow">tautologia</A> ou pescadinha de rabo na boca!<BR/><BR/>Meaning, esse é de facto o conceito etimológico puro de ciência como "conhecimento", logo abarca já por si a filosofia e a religião. Só que utilizar assim a palavra de forma tão abrangente, implica abdicar do significado mais estrito de ciência tal qual o conhecemos, claro, implicando pois o método científico da observação, hipótese, experimentação e tese.<BR/><BR/>E, contudo, a ciência não é subjectiva, ou seja, não se faz na 1ª mas sim na 3ª pessoa. Assim, a falha nesse raciocínio é que pressupõe a impossibilidade do conhecimento directo ou pessoal ou vivencial, o que é absurdo. Ou então, esse é mesmo um novíssimo conceito de ciência que de nada serve, pois abrange tudo e mais alguma coisa, puxa!<BR/><BR/>Logo, é certo que se pode chamar <I>scientia</I> a TODO o conhecimento, se assim quisermos, mas isso é um simples malabarismo que não adianta muito para o facto de existir uma área do conhecimento que não necessita de ser apreendido de forma lógico-racional. E essa é mesmo a essência daquilo que sabemos por experiência própria, tanto há 5 milénios como hoje e como daqui a 5 milénios.<BR/><BR/>Outra consequência dessa mui sui generis identificação da ciência com todo e qualquer conhecimento é que, assim sendo, a ciência afinal existe desde sempre e para sempre, já que todo o conhecimento humano é, pois, científico. Claro que nem sempre verdadeiro, mas vai sendo corrigido pela própria evolução humana ao longo do tempo e sucessivas observações mais aperfeiçoadas da realidade, quer interior quer exterior.<BR/><BR/>Por fim, termos como pseudociência ou paraciência, por exemplo, são também inúteis nessa concepção da panciência, já que, independentemente do objecto desse conhecimento, o método científico até é respeitado aí, a principal diferença residindo talvez no alargamento do paradigma vigente para acolher as hipóteses ou já as teses veiculadas por essas outras ciências.<BR/><BR/>É certo que muitos cientistas de topo acreditam numa convergência entre ciência e religião, talvez já num futuro não muito distante. Mas essa identificação da ciência com TODO o conhecimento parece implicar que uma tal união já se deu... I don't think so, mesmo com todos os frutuosos intercâmbios entre o Budismo e a ciência, nestes últimos 20 anos.<BR/><BR/>Ah! E ciência sem filosofia é como uma barata tonta... esses 2 saberes devem marchar sempre a par, mas não são unificáveis, para já!<BR/><BR/>Conhecimento e sabedoria...<BR/><BR/>Rui leprechaun<BR/><BR/>(...ó espiritual monogamia! :))Rui leprechaunhttps://www.blogger.com/profile/09656865034470286491noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43716488367149002142008-05-21T08:24:00.000+01:002008-05-21T08:24:00.000+01:00Caro Alfredo,«Isto vai contra a tese fundamental d...Caro Alfredo,<BR/><BR/><I>«Isto vai contra a tese fundamental do Ludwig, segundo a qual qualquer ser que não possa ser objecto de hipóteses a serem testadas pelo nosso método científico, não existe.»</I><BR/><BR/>Essa não é a minha tese. Fundamentalmente, defendo que:<BR/><BR/>1- Não há conhecimento que não seja científico. A ciência é o método de adquirir conhecimento. Os exemplos que deste (saber que a minha mãe ou os meus filhos gostam de mim) ilustram bem esta tese. Sabemos as coisas quando concebemos hipóteses e as testamos com os dados que adquirimos.<BR/><BR/>2- Aquilo que está além do conhecimento pode existir mas, por definição, não podemos saber que exista.<BR/><BR/>3- Quando nos deitamos a adivinhar detalhes sem conhecimento para os fundamentar é muitissimo provável cometermos um erro.<BR/><BR/>Por isso se propões que existe algo para além do conhecimento científico mas que podemos conhecer sem ser cientificamente defendo que estás enganado. Aquilo que não possa ser conhecido pela ciência não pode ser conhecido.<BR/><BR/>Se propões que existe algo para além do nosso conhecimento digo que talvez exista, mas não sei. Nada pode justificar essa afirmação mas, por outro lado, "algo" é suficientemente vago para que seja fácil acertar mesmo que à sorte.<BR/><BR/>Agora se começas a propôr detalhes acerca desse algo, que existiu sempre, que é uma pessoa, que tem esta ou aquela opinião acerca deste ou daquele assunto, aí tenho grande confiança que te vais enganar. Não se consegue acertar nessas coisas sem conhecimento, e não se adquire conhecimento sem testar hipóteses.<BR/><BR/>Caro Bruno,<BR/><BR/>Obrigado. Vou dar uma olhada quando tiver tempo.<BR/><BR/>Já agora, para ambos, a conversa pode ser interminável mas não quer dizer que não se progrida. Penso que é possível ir identificando os detalhes da nossa divergência e, pelo menos, compreender melhor porque discordamos.<BR/><BR/>Um abraço,<BR/>LudwigLudwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-29121219713592140412008-05-20T23:51:00.000+01:002008-05-20T23:51:00.000+01:00Caro Ludwing,Acabei de deixar no "Companhia dos Fi...Caro Ludwing,<BR/><BR/>Acabei de deixar no "Companhia dos Filósofos" um curto comentário a algumas das tuas observações ao meu texto. Mesmo apesar de a minha resposta vir atrasada vários dias, talvez queiras dar uma vista de olhos...<BR/><BR/>Um abraço,<BR/><BR/>BrunoBrunohttps://www.blogger.com/profile/07365251926098001762noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-30988896933619412642008-05-20T23:38:00.000+01:002008-05-20T23:38:00.000+01:00Caro Pedro,1. O facto de existirem razões pessoais...Caro Pedro,<BR/>1. O facto de existirem razões pessoais não relativiza nem elimina o objecto dessas razões. A expressão ‘razões pessoais’ significa que a pessoa assimilou subjectivamente as razões objectivas, como no caso da existência de Deus. Mas quando falo de razões objectivas não estou a referir-me a razões científicas. Creio que este é um debate interminável. Também não faço do sentido da vida uma prova da existência de Deus.<BR/>2. O facto de poder haver universos incomensuráveis com o nosso, significa que a nossa ciência é totalmente incapaz de dizer se esse universo existe ou não. Isto vai contra a tese fundamental do Ludwig, segundo a qual qualquer ser que não possa ser objecto de hipóteses a serem testadas pelo nosso método científico, não existe.<BR/>3. Deve ser muito difícil acreditar em Deus quando não se tem uma experiência vivida de relação com ele. Mas o facto de uma pessoa não se considerar religiosa não quer dizer que não possa fazer o bem aos outros, tanto ou mais que um crente. Para os crentes, porém, todo o bem que se faz por amor aos outros é inspirado por Deus.<BR/>4. Concordo contigo em que o Cântico dos Cânticos é um dos mais belos livros da Bíblia porque fala de Deus de uma forma muito profunda. O Eclesiastes e os Provérbios são igualmente livros muito interessantes. Como se baseiam num certo bom senso e sabedoria humanas, podes pensar que nada têm de religioso. Mas Deus exprime-se em linguagem e cultura humanas. Deus não se exprime numa linguagem abstracta e atemporal, que não existe e que, se existisse, ninguém entenderia.<BR/>5. Gostei do teu cartoon. Quem me dera ter metade da tua técnica. Espero que acredites que a caricatura da criação de Adão e Eva não passa disso mesmo, por muito que pareça a alguns estar presente na Bíblia.<BR/>6. Não entendi muito bem porque não gostas do exemplo de Madre Teresa. A convicção das pessoas que acreditam em Deus é tão forte que lhes é impossível negar que ele exista. O mesmo se passa nas relações interpessoais. Quando fazemos a experiência de uma relação profunda de amor ou amizade com uma pessoa, é-nos quase impossível não acreditar que estamos certos em acreditar que esse amor é real.<BR/><BR/>Cordiais saudações,<BR/><BR/>Alfredo Dinisalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-38997590048285966552008-05-19T16:33:00.000+01:002008-05-19T16:33:00.000+01:00Alfredo Dinis,obrigado por dizer que acha os meus ...Alfredo Dinis,<BR/>obrigado por dizer que acha os meus comentários interessantes. Sinto-me elogiado tendo em conta que António Parente disse que é formado em Filosofia e que é muito culto.<BR/><BR/>1) Se existem tais razões pessoais, então a verdade, nessa matéria, é relativa, até no sentido de um Alá existir por se ter essas razões pessoais. Então se os valores dependem de uma crença, então, como em parte pragmático, não interfiro para que os valores salutares não se percam se a crença não prejudica gravemente. Mas se valem por si mesmos (absolutos), então carecem de razão nem dependem de qualquer crença. E de qualquer modo o normativo não tem qualquer implicações no descriptivo. Mesmo se, por exemplo, o amor ou o sentido à vida só fizessem sentido com a existência de uma entidade, isso não significa que essa exista, tal como a dor existe apesar de ser malévola.<BR/><BR/>2) Associo o termo "incomensurabilidade" mais à Matemática... A questão não é se é possível ou não. A questão é se podemos saber ou não, e que método podemos usar se o podemos saber. Aliás, é um dos problemas Filosóficos que estão no topo dos mais interessantes: o que podemos saber? Se são "incomensuráveis com o nosso universo e a nossa ciência", como podemos saber?<BR/><BR/>3) Não me considero religioso nem acredito que exista um Deus. Dizer uma coisa não o mesmo que dizer a outra. Existem religiões ateias (ex: jainismo), há aqueles que acreditam que existe um Deus mas não são religiosas (ex: deístas) e considero que muitas pessoas são religiosas em relação a partidos, clubes de futebol e ideologias.<BR/><BR/>Já diversas vezes ofereci dinheiro, sem esperar nada em troca, a desconhecidos que queriam telefonar ou usar um transporte público (comboio ou metro). Inclusivamente com excesso. Da última vez, uma rapariga parecia atrapalhada e perguntou-me quando custa um bilhete de comboio para um determinado destino. Disse-lhe que deve ser menos de um 1 euro, pois para onde ia - que era mais distante - pago pouco mais 1 euro. Passado algum tempo ela voltou perguntando se tinha um euro para o bilhete, e dei-lhe 2 euros para garantir que podia pagar o bilhete. Ela ficou muito admirada pelo valor e agradeceu-me muito. Confirmei que ela tinha comprado o bilhete. Não dou dinheiro para quem pede-o - alegadamente - para comida ou medicamentos, ou para instituições na rua: faço-o apenas por transferência bancária. Já me pediram pão, e dei-o ao sair de uma padaria (até fui o único a dar parte do lanche a um colega que tinha-se esquecido do seu), mas se fosse rico não o fazia. Teria fundado uma instituição como moradia temporária para desempregados e quem vive na miséria, onde podem formar-se e serem tratados como filhos, até terem emprego e uma casa. Em vez de dar o peixe, ensina-se a pescar, tornando-se livres e independentes, salvando uma vida do que dar mais um dia. E mais: sendo um ateu, acharia altamente imoral usar a fundação para convencer as pessoas a serem ateias ou impor crenças. Um cristão entraria cristão e sairia cristão, livre como uma cria (ou filho) torna-se livre dos pais para se tornar independente. Portanto, mesmo que há quem associe tais coisas à religião, não são dependentes. Tal como eu ter uma vez achado que ia morrer - tenho uma doença crónica e isso aconteceu-me numa crise, e já ia quase me afogando numa piscina - e não acho que tivesse uma experiência religiosa. No primeiro caso era noite e estive a chorar de dores e com sonhos surrealistas - um monte de cadeiras a cair do ar, e uma seringa a sugar pus (como nas imagens de livros de Medicina) - até a minha mãe aparecer. No segundo caso assustei-me, agitando os braços e olhando para os metros de água que estavam por cima de mim com uma luz reflectida do tecto só pensando em sobreviver, mas passado uns segundos lembrei-me de parar e boiar até chegar à superfície. Mas admito que já fiquei a matutar à noite em problemas, e ficava a imaginar se poderia voltar atrás no tempo ou se pudesse ter poderes sobrehumanos para ajudar os outros. Mas isso é romantismo.<BR/><BR/>É curiosos que acho "Os Cânticos do Cânticos" o melhor livro da Bíblia como valor poético, mas não encontro o mesmo interesse espelhado nos cristãos. Outro livro entre os melhores está "Eclesiastes", que tem uma carga muito filosófica, muito superior do que qualquer outro, e em geral o que vejo é religiosos usarem pequenas referências - a meu ver, deturpando-as - para encaixarem nos seus dogmas. Outro livro: "Provérbios". Tem a ver com o bom-senso ou com o senso-comum. Em debates com crentes usei alguns aforismas para que me coloquem em pé de igualmente e me ouçam como os ouvi. Tenho um interesse em particular nos primeiros capítulos de Génesis, que até me levaram a fazer cartoons: "<A HREF="http://www.youtube.com/watch?v=kVom04CdlUI" REL="nofollow">Funny Genesis - Gen3 Hebrew</A>".<BR/><BR/>4) Nunca li obras de Dennett, por isso não posso comentá-las. Mas também suponho que muitas outras crenças culturais não tenham o seu "spot".<BR/><BR/>5) O exemplo da Madre Teresa é um péssimo exemplo para dar a mim, pois acho que ela foi muito menos do que uma santa, desconfio muito dela e não acho que a obra dela não foi boa. Gandi seria mais adequado, mas ele nem sequer era cristão: era hindu. Admito que outros cristãos e que de facto admiro (por exemplo, admiro Kepler) terão motivações religiosas. Mas supondo que não pomos em causa a motivação, a questão não é a mera motivação mas para além dela. Neste caso em particular: Cristo existe? Se for uma questão de razões pessoais, não existe em relação a mim e religiosos que não têm Cristo nas suas doutrinas. Se for mera confiança pessoal, então ocorre como no exemplo: tens essa confiança em determinada pessoa, mas eu não. Mas, como disse, com outros cristãos até poderíamos concordar.<BR/><BR/>Em geral tenho confiança em cientistas porque presumo que as afirmações devem-se a experiências e testes que são expostas, e porque a autoridade deles não é absoluta: qualquer "caramelo" pode pô-los em causa e as suas valerem por si mesmas. Até crianças em escolas fizeram as suas descobertas científicas opostas às presunções estabelecidas.<BR/><BR/>Até posso confiar no meu pai em muitas coisas, mas não o faço de forma tão absoluta que não tente confirmar o que me é dito se puder ou não admitir que possa estar errado. Mesmo se há a expectativa que seja ser dito a verdade, pelas experiências anterior, isso não invalida que seja testado quando possível, ou que valide algo fantástico mesmo de uma pessoa de confiança.Pedro Amaral Coutohttps://www.blogger.com/profile/06944792351545499684noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-65090763776555451422008-05-18T20:51:00.000+01:002008-05-18T20:51:00.000+01:00Pedro Amaral CoutoOs 78 são 48. Foi um erro de dig...Pedro Amaral Couto<BR/><BR/>Os 78 são 48. Foi um erro de digitação. Pode ser esse ou um dos outros dois. Depois aviso-te. Mas ainda vai demorar.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-59158818157215085832008-05-18T19:14:00.000+01:002008-05-18T19:14:00.000+01:00António Parente:o Alfredo Dinis diz que as minhas ...António Parente:<BR/>o Alfredo Dinis diz que as minhas respostas são "estimulantes considerações". Só tenho 25 (muito menos do que 78) e sou um ateu... mas pelos vistos estou mais próximo do nível do Alfredo do que pensavas. Hihi.<BR/><BR/>OK, antes que penses que estou a vangloriar-me por ser arrogante, ou algo assim: faço isso a quem parece dar ares de superioridade. Em matéria de religião já defendi uma cristã contra um ateu e um mórmon contra evangélicos - o ateu e o evangélico pareciam ser arrogantes nas suas respostas, e eu não concordava com elas, por isso agi do mesmo modo como fiz nas primeiras respostas que dei aos primeiros comentário.<BR/>Em geral depois acusam-me de arrogante, mas já aconteceu reconhecerem o erro, acalmarem-se e até dizerem que pareço simpático e pedirem que lhes adicione a conta no MSN (há poucas semanas de um brasileiro e um australiano católico).<BR/>E ainda houve aquele menção de que o ateísmo suicidou-se num programa de televisão (como se todos os ateus concordassem ou fizessem o mesmo) e ainda de que levas "78 anos de vida" de vida (como se fosse argumento, em oposição aos meus 25 anos). É assim que o meu senso de justiça é despertado e tenho uma postura que seria incapaz se tivesse a pessoa à minha frente ou se entendesse que tem sido muito simpático (mesmo quando foram muito ofensivos antes, como o crentes brasileiro e autraliano). Vê como uma maneira de as pessoas aprenderem uma lição através da empatia: compreender que aquilo que sentes pode ser aquilo que os outros sentem na mesma situação.<BR/><BR/>Dito isso, espero então pela resposta. Para confirmar: o teu blog está agora em antonioparente.pt?Pedro Amaral Coutohttps://www.blogger.com/profile/06944792351545499684noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-13956929067839324492008-05-17T21:00:00.000+01:002008-05-17T21:00:00.000+01:00Tem tudo a ver com a primeira leitura da Missa de ...Tem tudo a ver com a primeira leitura da Missa de ontem, da carta de S.Tiago: "Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé."<BR/><BR/>Obrigado caro Alfredo.<BR/><BR/>Pedro SilvaAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-77642441990239586312008-05-17T19:41:00.000+01:002008-05-17T19:41:00.000+01:00Caro Pedro,Obrigado pelas suas estimulantes consid...Caro Pedro,<BR/><BR/>Obrigado pelas suas estimulantes considerações.<BR/><BR/>1. Quando falo de razões pessoais falo de razões existenciais que fundamentam a minha vida e a minha identidade, as minhas opções e o sentido que dou ao mundo. Não creio que estas razões se posam colocar ao mesmo nível de meras especulações sobre a existência de entidades bizzarras que em nada afectam a minha vida.<BR/><BR/>2. Eu considero que é possível a existência de universos ou outras realidades – não falo necessariamente de Deus – verdadeiramente incomensuráveis com o nosso universo e a nossa ciência. Isto significa que a nossa ciência nada poderá fazer para conhecer esses universos. Caso contrário, não falaríamos de incomensurabilidade. Não admitir esta incomensurabilidade parece-me ser uma posição muito conservadora. <BR/><BR/>3. Quanto ao facto de a religião se dever praticar ‘neste mundo’, cito aqui as palavras da Carta de S. Tiago (1,27), do Novo Testamento: “A religião pura e sem mácula diante daquele que é Deus e Pai é esta: visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e não se deixar contaminar pelo mundo.” <BR/><BR/>O Antigo Testamento está cheio de semelhantes palavras, como no livro do profeta Isaías (581-12):<BR/><BR/>“Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao SENHOR?<BR/><BR/>Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?<BR/><BR/>Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?<BR/><BR/>Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda<BR/><BR/>Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente;<BR/><BR/>E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia.<BR/><BR/>E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.”<BR/><BR/>Peço naturalmente desculpa por esta longa citação. Espero que goste dela, pelo menos do ponto de vista poético.<BR/><BR/>4. Tenho seguido com atenção as experiências sobre a correlação entre o funcionamento cerebral e as chamadas ‘experiências religiosas’. Dennett em ‘Quebrando o feitiço’ assegura com convicção que não há nenhum ‘godspot’ no cérebro, nenhuma área cerebral cuja activação ponha o crente na presença de Cristo. Não há nenhum ‘Cristospot’. <BR/>5. Quanto à distinção entre o verdadeiro e do falso, o critério tem a ver com a vida das pessoas, a sua coerência e autenticidade ou a falta delas. Se uma pessoa que está internada num hospital me diz de manhã que lhe falou o Espírito Santo e de tarde que lhe apareceu a Virgem Maria, é o próprio contexto de vida da pessoa que me leva a duvidar seriamente das suas palavras. Mas se uma Madre Teresa, que passou meio século a procurar os moribundos abandonados nas ruas de Calcutá, e nos diz nas suas cartas que fez isto por amor a Cristo, mesmo sem nunca ter tido nenhuma aparição nem visão desse Cristo, sinto-me inclinado a dar crédito a esta pessoa.<BR/><BR/>Cordiais saudações,<BR/><BR/>Alfredo Dinisalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-14164985675363856352008-05-17T18:49:00.000+01:002008-05-17T18:49:00.000+01:00bruce lóse"E termino com uma barbaridade: a doutri...bruce lóse<BR/><BR/>"E termino com uma barbaridade: a doutrina não fundamentalista é uma doutrina a fingir."<BR/><BR/>Realmente é uma barbaridade, mas baseia-se, quer o saiba quer não, num pressuposto do que é a relação de Deus com a humanidade, pelo menos tal como a interpretam os cristãos. <BR/><BR/>Deus comuica-se aos seres humanos de uma forma não verbal, no sentido que damos ao termo 'verbal'. A Palavra de Deus, a Bíblia, não é mais que a tradução em palavras humanas, situadas no espaço e no tempo culturais desta autocomunicação de Deus. <BR/><BR/>O fundamentalismo nega isto. Para os fundamentalistas, a Palavra de Deus desceu do céu em estado puro, numa linguagem imune ao contágio cultural, isto é, à vida concreta das pessoas, e só por isso pode permanecer igual a si mesma para sempre. Isto é totalmente incompreensível, é mesmo uma barbaridade.<BR/><BR/>Quando se diz que Cristo nos comunicou as palavras do Pai, estamos a dizer que Cristo, Deus e homem, traduziu em linguagem humana, na liguagem cultural do seu tempo, a 'Palavra' do Pai. Mas a 'Palavra' do Pai não é como as palavras dos nossos dicionários. Quando digo que Cristo traduziu as palavras do Pai em linguagem humana não estou a dizer que as relativizou. Ao longo dos tempos diferentes culturas têm expresso de formas diferentes as mesmas concepções do mundo, da vida e de Deus. <BR/><BR/>Cordiais saudações,<BR/><BR/>Alfredo Dinisalfredo dinishttps://www.blogger.com/profile/11094799994161509856noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-55770383016235322622008-05-17T07:34:00.000+01:002008-05-17T07:34:00.000+01:00Alfredo Dinis,Tem razão para não entender o meu co...Alfredo Dinis,<BR/><BR/>Tem razão para não entender o meu comentário porque eu expliquei-me mal. Vou tentar reformular.<BR/><BR/>Como observador exterior à fé cristã (e qualquer outra), estou preso em dois níveis de “perplexidade”. O primeiro, menor, decorre da quantidade de pessoas a quem a predisposição analítica e filosófica leva a concluir que Deus existe (na primeira interpelação que lhe fiz procurei confrontá-lo com a outra quantidade de pessoas que, sem qualquer predisposição analítica nem filosófica, também concluem o mesmo) e aqui, como já tive o cuidado de reconhecer, vejo-me refém da minha limitação intelectual pois tudo o que eu pense sobre isto estará contaminado da mais pura e selvagem especulação.<BR/><BR/>O segundo nível de “perplexidade” é mais para mim mais preocupante mas, ao mesmo tempo, mais racionalizável. É que a maioria das pessoas que se dispõem analiticamente a concluir que Deus existe dão-se também à convicção de que Deus lhes falou, enviou profetas e messias, e espera dos seus tementes os mais variados actos de devoção. Temos então a liturgia e os santuários em cumprimento da dívida humana, só que, ao contrário do que seria de esperar de UMA regra religiosa, o universo de crentes dispersou na interpretação da Palavra, que a própria regra se encarrega de transformar. Ora é a isto que eu chamo má adesividade e incoerência. <BR/><BR/>Conforme lhe disse, se eu próprio me filiasse moralmente numa determinada leitura doutrinal do universo da humanidade e da minha existência, vinda de Deus e do texto sagrado, pode ter a certeza que seria uma compreensão definitiva. <BR/><BR/>E termino com uma barbaridade: a doutrina não fundamentalista é uma doutrina a fingir.Bruce Lósehttps://www.blogger.com/profile/07121889922073184606noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-8660496998501872972008-05-17T02:07:00.000+01:002008-05-17T02:07:00.000+01:00Muito interessante esse tal documentário da razão....Muito interessante esse tal documentário da razão... ó Amaral racional! :)<BR/><BR/>Mas olha que continua a ser uma falácia muito ingénua colocar no saco papão irracional tudo o que não é coado pela fina rede racional.<BR/><BR/>Um pouco como também o é falar apenas de consciente, subconsciente e inconsciente, sem referir ainda o supraconsciente, que pertence a um outro estado de expansão ou alargamento da consciência <B>fora</B> dos simples limites deste veículo físico com o qual nos identificamos.<BR/><BR/>Por isso, dizia atrás que existe também um supra-racional, o conhecimento directo que não necessita dos mecanismos da razão.<BR/><BR/>De certa forma, o <A HREF="http://en.wikipedia.org/wiki/Intuition_%28knowledge%29" REL="nofollow">insight ou intuição</A> estão nesse campo, mas o termo "intuitivo" é usado de forma muito incorrecto a maioria das vezes.<BR/><BR/>Mas é ainda muito difícil usar todos estes conceitos de uma forma suficientemente precisa para sermos capazes de entender o seu significado, já que aqui falamos mais em termos de psicologia e sem uma comprovação ainda convincente de todos os mecanismos neurológicos envolvidos.<BR/><BR/>Neste campo, muito mais do que Freud, Jung é mesmo o mestre. No seu livro "Psychological Types" ele expõe as bases daquilo que actualmente é o chamado <A HREF="http://en.wikipedia.org/wiki/Myers_Briggs_Type_Indicator" REL="nofollow">Myers-Briggs Type Indicator (MBTI)</A>. Well, for me this is very fascinating stuff, indeed, it has always been!<BR/><BR/>Se vires os 4 pares das dicotomias, logo se reconhece essa oposição "pensamento" vs. "sentimento", que para mim é tão fulcral!<BR/><BR/>Anyway... nada disto nos aproxima mais dessa hipótese do para além da razão. E claro que a questão de Deus também se enquadra aí, óbvio. Aquilo que é supra racional não contradiz necessariamente a razão, só que não pode ser inteiramente apreendido ou percebido por ela. É talvez como esse conceito matemático do "tender para infinito", mas sem nunca lá chegar.<BR/><BR/>Deveras, os famosos <I>koan</I> exprimem justamente isso. Aí trata-se do tal insight directo, ou esse "fiat lux" interior. Que, uma vez revelado, se mostra racional, claro, mas não foi alcançado através do pensamento lógico-dedutivo.<BR/><BR/>Mas os estudos sobre a consciência devem responder a muitas destas interrogações, esperemos. Só que não será talvez assim numa penada e depois é preciso ter os tais modelos teóricos para explicar as observações experimentais. É que sem isso nada feito, uma razão pela qual a investigação dos fenómenos parapsicológicos, como a simples telepatia, continua encalhada ou anda a um ritmo demasiado lento.<BR/><BR/>A este respeito, termino com nova referência a Ramachandran e os seus 3 critérios para o estudo desse tipo de "avis rara":<BR/><BR/><I>And I think in general it's fair to say that for a curious phenomenon, an anomaly to make it into mainstream science and have an impact, it has to fulfil three criteria, and that is first you have to show it's a real phenomenon. Second, you have to have a candidate mechanism that explains what it might be. And third it has to have broad implications.</I>Rui leprechaunhttps://www.blogger.com/profile/09656865034470286491noreply@blogger.com