tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post6844011901795081778..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Os piratas.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger48125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-41585455569188465872019-07-06T14:34:13.191+01:002019-07-06T14:34:13.191+01:00Atenção por FAVOR,
Isto é para informar ao públic...Atenção por FAVOR,<br /><br />Isto é para informar ao público em geral que o homem ou a mulher que são saudáveis e 100% sérios na venda de seus rins devem entrar em contato urgentemente com o Minot Center. Como temos muitos pacientes que estão aqui para transplante de rim, você está procurando por uma oportunidade de vender seu rim por dinheiro devido a quebra financeira e nós ofereceremos US $ 550.000 para o seu rim. Meu nome é Doutor Brad Hilaman, sou representante no Hospital Memorial Dosher. Nosso hospital é especializado em Cirurgia Renal / transplante e tratamento de outros órgãos, também lidamos com compra e transplante de rins com um doador vivo e saudável. Se você está interessado em vender seu rim, por favor, não hesite em nos contatar via e-mail: doshermemorialhospital1@gmail.com<br /><br />Email: doshermemorialhospital1@gmail.com<br />Ou whatsapp: +2348110652559<br />Dr. Brad Hilaman.Dr. Brad Hilamanhttps://www.blogger.com/profile/02194756332926029294noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-65738526489768275682017-03-30T07:19:10.312+01:002017-03-30T07:19:10.312+01:00Caro Sr / Sra,
Você quer vender o seu rim? Você...Caro Sr / Sra,<br /> Você quer vender o seu rim? Você está procurando uma oportunidade para vender o seu rim para o dinheiro devido à quebra financeira para baixo e você não sabe o que fazer, então entre em contato conosco hoje e vamos oferecer-lhe boa quantidade para seu Rim.<br /><br />Se você estiver interessado em vender ou comprar rim por favor não hesite em contactar-nos via e-mail: inffo.kidneydonor@gmail.com com os seguintes detalhes.<br /><br />Nome:<br />Era:<br />Sexo:<br />Grupo sanguíneo:<br />Data de nascimento:<br />Número de telefone:<br />Profissão:<br />Renda Mensal:<br />Motivo da venda:<br />Voce fuma?:<br />Quantidade Você quer vender o seu rim:<br />País:<br />Estado:<br />Endereço:<br /><br />OBSERVE QUE NÓS COMPRAREMO SEU RIM PARA UM MONTANTE MÁXIMO DE US $ 250.000 Dólares Estadunidenses<br /><br />Dr. Leo Gomez<br />Email: inffo.kidneydonor@gmail.com<br />+447920384518Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/16745086145189197637noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-73167328729872677782016-12-17T06:56:05.604+00:002016-12-17T06:56:05.604+00:00Você quer vender seu rim? Você está procurando uma...Você quer vender seu rim? Você está procurando uma oportunidade para vender o seu rim para o dinheiro devido à quebra financeira para baixo e você não sabe o que fazer, em seguida, entre em contato conosco hoje no hospital uffure e ($ 4000000USD) Vamos fornecer para rim.<br />Nosso hospital é especializado em cirurgia renal e também lidamos com compra e venda. O transplante de rim doador com um vivo correspondente. Estamos localizados em India.usa e Nigéria Se você está interessado em comprar ou vender rins não hesite em contactar-nos via<br />Email: uffurehospital33@gmail.com<br />Esperando por sua resposta.<br />Dr. Peter WilliamsAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-18991193277879808462014-01-27T17:41:52.175+00:002014-01-27T17:41:52.175+00:00Caro Nuno,
eu acho necessário que se encontre alg...Caro Nuno,<br /><br /><i>eu acho necessário que se encontre alguma forma de proteger alguma parte do circuito cinematográfico, musical, etc, a bem da sua continuidade, e tu?</i><br /><br />Eu acho que sim. Mas que continuidade? Essa é a questão. Na minha opinião, nunca poderia ser à custa dos direitos individuais. Acho que dê lá por onde der, a indústria vai ter de viver com a cópia livre e adaptar-se. Não sei como isso se fará, mas multar MP3 e transferências P2P não me parece nem sequer minimamente razoável.<br /><br />Se uma banda vender MP3 a 1 cêntimo cada, se calhar compensa-me comprar online e ficar com um MP3 decente do que "sacar" um MP3 codificado à porca janota, ou um formato qualquer que não uso.<br /><br />Nós precisamos de livros, de música, filmes e animações. Mas a sua produção não tem de ser um filão de ouro, muito menos à custa das liberdades individuais.<br /><br />Se é um filão de ouro porque muitos querem, óptimo. Mas se é um filão de ouro porque se constrange a oferta, isso roça a fraude.<br /><br />É que parece que nos querem vender a ideia do vai-ou-racha: ou a indústria discográfica funciona tal como existe, é um filão de ouro, e limita-se a nossa liberdade de trocar informação livremente; ou então vai tudo ao ar, não há música nem concertos nem nada para ninguém, e vamos deixar de ter todas essas coisas por causa do free-ride. Eu não acredito nisto, e acredito que todos os cuidados em combater o free-ride até aqui não têm nada a ver com a protecção dos artistas mas com a dos intermediários.<br /><br />Se calhar, no dia em que se lembrarem de proteger os artistas de uma forma alternativa todas estas questões deixarão de fazer sentido. E nesse dia, a indústria vai, mais uma vez, tentar contrariar essa tendência...Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-16033507470935929652014-01-26T22:46:24.211+00:002014-01-26T22:46:24.211+00:00Francisco,
Reconheço esses elementos subjectivos ...Francisco,<br /><br />Reconheço esses elementos subjectivos que estão na base da escolha do meio. Eu também faço uma selecção, o que é normal e acontece em todo o tipo de serviços: há um cardápio de items a consumir, e a pessoa escolhe o que quiser. A reflexão que estive aqui a fazer prende-se apenas com os filmes que estão actualmente em exibição no cinema, e não os que já passam na TV, que acaba por ser o destino das películas mais populares passados alguns anos da exibição nas salas.<br /><br />Pedir emprestado também é sempre uma possibilidade. Regra geral não partilho da modalidade do "sacanço" e do "crava", sobretudo quando o filme está disponível a 5 minutos de casa numa sala. Compreendo mais depressa a partilha tratando-se de material que não chega cá, nem em sala, nem em venda de DVD ou qualquer outro suporte, embora seja sempre penalizador para o criador da respectiva obra.<br /><br />Confesso que me parece haver algo errado no esquema da partilha no que toca a este tipo de material que pode ser recriado digitalmente, filmes, música, etc. Concedo que legislar com penas até 3 anos de prisão não é solução, mas repugna-me a possibilidade de qualquer pessoa pegar numa única cópia e servir milhões de pessoas, de graça, deixando quem produziu o material, com gastos de centenas de milhões, com o proveito de uma única cópia. Não sei qual é a solução, e eventualmente a que existe hoje é errada, mas convém também clarificar a opinião que se forma em volta deste processo: eu acho necessário que se encontre alguma forma de proteger alguma parte do circuito cinematográfico, musical, etc, a bem da sua continuidade, e tu?<br /><br /><br />Nunohttps://www.blogger.com/profile/16035352676068444522noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-51625593251791046812014-01-26T21:29:21.486+00:002014-01-26T21:29:21.486+00:00Nuno,
«Ludwig, se a partilha quebra ou não contra...Nuno,<br /><br /><i>«Ludwig, se a partilha quebra ou não contrato, se é legal ou não...uma coisa parece-me certa: diminui, de forma comprovada, a afluência de espectadores às salas de cinema - e a venda dos próprios DVD's meses mais tarde»</i><br /><br />Eu gostava de ver primeiro uma quantificação mais fundamentada desse efeito e uma comparação com o efeito dos telemóveis (o orçamento das pessoas não é ilimitado), da televisão por cabo (se as pessoas vêem filmes novos todos os dias na TV também podem ir menos ao cinema por isso), do desemprego, do preço dos bilhetes (quando eu tinha uns 18 anos o bilhete custava cerca de metade de um menu McDonalds; agora é quase o dobro).<br /><br />Mas o que me interessa mais aqui é a justificação para a lei. Isto porque se uma pessoa fica triste ou não com o fecho do cinema, se acha que deviam ir mais ou menos, se acha melhor ver em casa ou na sala do cinema e assim são coisas subjectivas nas quais cada um pode ter a opinião que quer. Mas três anos de cadeia por partilhar ficheiros é algo bastante mais objectivo e que pode ser imposto mesmo contra a vontade da pessoa. É isso que eu exijo ser bem justificado. E mesmo que seja verdade que ver os filmes sacados reduz a venda de bilhetes de cinema, também é verdade que fazer comida em casa reduz a venda de refeições nos restaurantes mas é evidente que isso não justifica legislação especial. Não é função da lei assegurar os lucros de ninguém.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-88090314859067356712014-01-26T19:58:20.520+00:002014-01-26T19:58:20.520+00:00Caro Nuno,
Há filmes que merecem ser vistos no gr...Caro Nuno,<br /><br />Há filmes que merecem ser vistos no grande ecrã. Há filmes que podem perfeitamente ser vistos na televisão.<br /><br />Seja como for, o valor que se ganha ou perde fica ao critério de quem vê.<br /><br />Eu, por exemplo, acho que ver um documentário HD talvez mereça uma ida ao cinema. Mas uma animação qualquer, vou esperar pela versão televisiva.<br /><br />E geralmente o que faço nem é comprar bilhete nem sacar. É pedir emprestado. Há sempre alguém que tem, e nunca foi proibido. É assim que vou ver o Hannah Arendt. À borla!Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-29274974863429758242014-01-26T19:42:05.091+00:002014-01-26T19:42:05.091+00:00Ludwig, se a partilha quebra ou não contrato, se é...Ludwig, se a partilha quebra ou não contrato, se é legal ou não...uma coisa parece-me certa: diminui, de forma comprovada, a afluência de espectadores às salas de cinema - e a venda dos próprios DVD's meses mais tarde -, e são estes que mantêm as produções cinematográficas a andar.<br /><br />Pessoalmente fico triste quando recomendo determinado filme a amigos e estes respondem "ah é bom? tenho de sacar". É bom, tenho de sacar? Muitas vezes já nem se pondera a opção mais normal, comprar um bilhete e ir vê-lo na sala para a qual foi criado. Independentemente da legalidade deste acto, acho isto uma tristeza, mas é só um desabafo.Nunohttps://www.blogger.com/profile/16035352676068444522noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-87227111536097622112014-01-26T07:46:44.750+00:002014-01-26T07:46:44.750+00:00Nuno,
«DVD screener, tal artigo não está à venda....Nuno,<br /><br /><i>«DVD screener, tal artigo não está à venda. É muitas vezes distribuído para antevisões de profissionais da indústria, críticos, etc, e é distribuído na condição de não ser vendido, nem partilhado, é para uso exclusivo do portador. Quem os recebe aceita tal condição. Se faz uma cópia e partilha, está a infringir a lei, porque está a violar a condição sobre a qual assenta o seu manuseio.»</i><br /><br />Sim, tal como o Snowden violou o seu contrato quando revelou documentos secretos da NSA, e as pessoas que divulgam o screener nem sequer têm a desculpa de estar a denunciar ilícitos. Por isso concordo que esses violaram o contrato. Já não concordo que violar um contrato seja infringir a lei. Isso já me parece exagerado para o caso dos DVD screeners. Em geral, quando uma pessoa viola um contrato, isso é matéria para processos civis e não algo que seja logo ilegal. Parece-me razoável que o caso dos DVD screeners e afins fosse resolvido da mesma forma como se resolve outros contratos.<br /><br />Mas o mais importante aqui é o que se passa com quem não celebrou contrato nenhum. Esse é o meu ponto principal: o Snowden e o tipo que divulgou o screener quebraram um contrato, mas o Guardian e o tipo que descarregou o filme não quebraram contrato nenhum porque não celebraram contrato nenhum acerca destas coisas. <br /><br /><i>«Eu ainda não percebi a tua defesa em relação ao visionamento de um filme em casa, actualmente em exibição no cinema, quando a única forma de tal acontecer é roubando a receita.»</i><br /><br />Primeiro, não é roubar a receita. É divulgar a receita. Roubar implica que alguém ficou sem a coisa roubada, mas quando copias um filme o dono do original continua a ter o original. Há uma diferença grande entre copiar a receita e roubar a receita.<br /><br />Mas talvez o ponto mais importante é que a pessoa que descarregou e está a ver o filme em casa não tem obrigação contratual nenhuma para com os editores de forma a que seja uma violação de contrato ver o filme. Tu podes dizer que o que está a fazer é ilegal, mas o que eu estou a questionar é por que raio há de ser ilegal. Se a justificação para condenarmos a divulgação inicial do screener é quebra de contrato, essa justificação só pode servir para condenar quem tiver um contrato e não os outros milhões e milhões de pessoas que não assinaram contrato nenhum.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-90787614844455998142014-01-26T07:33:22.114+00:002014-01-26T07:33:22.114+00:00João Vasco,
«Se não tivesses feito o comentário e...João Vasco,<br /><br /><i>«Se não tivesses feito o comentário extremamente injusto»</i><br /><br />Não vejo como pode ser extremamente injusto eu exprimir a percepção que tenho da forma como decorrem as nossas discussões. Pode ser uma percepção correcta, pode ser errada, mas não me parece que eu possa ter uma percepção injusta. Este teu último comentário veio reforçar a minha percepção de que, pelo menos nesta discussão, te interessas menos pelo copyright do que por essas questões pessoais e subjectivas que surgem à volta da discussão.<br /><br /><i>«Eu não tenho vontade de repetir a nossa enorme discussão sobre este assunto contigo»</i><br /><br />Estou inteiramente de acordo, e nunca pedi isso. Apenas pedi, quando disseste que eu estava a voltar à estaca zero, que me dissesses qual foi a estaca em que ficámos. Não é preciso a discussão toda. Basta “eu defendi X e tu não refutaste” ou algo do género. Eu até tentei dar uma ajuda descrevendo o que me lembro da tua posição, mas tu nem um sim ou não quiseste dar para me indicar se estava correcto, preferindo em vez disso falar destas outras coisas. Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-14424227084198338392014-01-26T00:53:00.791+00:002014-01-26T00:53:00.791+00:00Estamos a divergir da questão que me levou a comen...Estamos a divergir da questão que me levou a comentar, a irrelevância do que faz o espectador não ir ao cinema. Mas muito bem, esquecendo a gravação ilícita com uma câmara, e dirigindo a atenção para esse exemplo do DVD screener, tal artigo não está à venda. É muitas vezes distribuído para antevisões de profissionais da indústria, críticos, etc, e é distribuído na condição de não ser vendido, nem partilhado, é para uso exclusivo do portador. Quem os recebe aceita tal condição. Se faz uma cópia e partilha, está a infringir a lei, porque está a violar a condição sobre a qual assenta o seu manuseio.<br /><br />Eu ainda não percebi a tua defesa em relação ao visionamento de um filme em casa, actualmente em exibição no cinema, quando a única forma de tal acontecer é roubando a receita. Ainda que defendas que partilhar um item roubado não é ilegal, não achas razoável que se tente limitar a disseminação consequente desse acto?<br /><br />Nunohttps://www.blogger.com/profile/16035352676068444522noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-7937584262483469552014-01-25T23:44:39.148+00:002014-01-25T23:44:39.148+00:00«Se queres agilizar a discussão, proponho que não ...«Se queres agilizar a discussão, proponho que não percas tempo a lamentar o tempo que perdes na discussão. Cinco parágrafos só a descrever como perdes tempo parece-me perda de tempo :)»<br /><br />Ludwig,<br /><br />Eu não quero "agilizar" discussão nenhuma. Eu não quero discutir contigo. Eu fiz um comentário que remetia para discussões anteriores, e estou sem vontade de discutir este assunto de novo (expliquei porquê, e fui claro e pelos vistos até... repetitivo).<br />Se não tivesses feito o comentário extremamente injusto que (pelo menos por momento) me tirou vontade de comentar em qualquer futuro post neste blogue, seja sobre que assunto for, eu não tinha tido necessidade de me explicar de forma tão profusa.<br /><br />Eu não tenho vontade de repetir a nossa enorme discussão sobre este assunto contigo; e concordo que não vale muito mais a pena falar sobre a própria forma de discutir, eu já disse o que tinha a dizer, e tu já mostraste o enorme desconforto que tens com o assunto, e não creio que haja nada a acrescentar de parte a parte. Nesse sentido, concordo que falar mais sobre isto é inútil. Feito este esclarecimento, espero ter terminado aqui.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-61373677738195984582014-01-25T23:12:04.967+00:002014-01-25T23:12:04.967+00:00Nuno,
«Não podes reproduzir o visionamento de um ...Nuno,<br /><br /><i>«Não podes reproduzir o visionamento de um filme utilizando os teus próprios meios, televisão, computador e colunas, nem seguir à risca uma receita, porque não existe uma receita que reproduza o conteúdo do filme sem tal ser feito de forma clandestina a partir de uma sala de cinema.»</i><br /><br />Hoje em dia a maior parte dos filmes de cinema é distribuída de forma digital. A receita para reproduzir aquelas imagens e sons já existe, e é usada para exibir o filme no cinema. Há muitas vezes versões screener em DVD quando o filme estreia, etc. Gravar o filme na sala do cinema dá um resultado muito mau (se procurares os ficheiros, são etiquetados com CAM e são de evitar).<br /><br /><i>«Se esta captura é ilegal, torna-se irrelevante saber se a partilha é legal ou não.»</i><br /><br />Acho que há aqui um mal entendido. Primeiro, uma coisa não implica a outra. O Snowden violou a lei ao divulgar documentos secretos da NSA, mas os jornais que agora os publicam não estão a fazer nada ilegal. A captura ser ilegal não implica que a partilha também tenha de ser.<br /><br />Mas, mais importante do que isto, o que estamos aqui a discutir não é o que a lei estipula neste momento mas o que seria correcto que a lei estipulasse. Se não acertarmos agulhas nisto será como um defender que as mulheres deviam ter direito a votar e conduzir na Arábia Saudita e o outro a dizer que não porque isso é ilegal na Arábia Saudita...<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-42573230896863803552014-01-25T23:00:33.686+00:002014-01-25T23:00:33.686+00:00Francisco,
«Não há evidência dessa necessidade? E...Francisco,<br /><br /><i>«Não há evidência dessa necessidade? Estou na dúvida.»</i><br /><br />Precisamente. Além do problema ético de impor sanções de até três anos de cadeia a quem distribuir ficheiros para coagir o investimento das pessoas em filmes caros, há o problema prático de não sabermos sequer se isso é necessário.<br /><br /><i>«Obviamente que o resultado cairá sobre o domínio privado por se ter usado uma obra protegida.»</i><br /><br />Não é assim tão óbvio. Imagina que pegas num papel e lápis, abres um livro sob copyright, e escreves um 1 cada vez que encontrares uma vogal e um 0 cada vez que encontrares uma consoante. O resultado foi obtido a partir da obra protegida mas não é coberto pelo copyright da obra protegida porque não contém qualquer elemento sob esta protecção. Tu podes violar o copyright criando uma obra derivada se usares elementos passíveis de protecção. Por exemplo, escrevendo uma história com o Harry Potter. Mas não se o que fazes não resulta na reprodução de elementos protegidos da obra ou se for suficientemente diferente. Por exemplo, a animação criada pelo windows media player quando tocas uma música não é uma obra derivada (se fosse violaria o copyright e toda a malta processaria a Microsoft) e se bem que seja evidente que o “Sword of Truth” do Terry Goodkind se baseou bastante no “Wheel of Time” do Robert Jordan, e ambos no Tolkien, não chegou a haver processos porque se nota que são coisas diferentes. Um XOR entre um mp3 e um pdf também será garantidamente muito diferente de ambos...<br /><br />Além disso, há também o problema do XOR da música do Quim Barreiros com uma música da Madonna. Se fizeres o remix das duas músicas dá para ouvir o que vem de qual e não há problema em distinguir os elementos protegidos que originaram em cada autor e que lhe “pertencem”. Mas quais zeros e uns do XOR são da Madonna e quais são do Quim Barreiros?<br /><br />Fora do domínio digital pode-se usar bom senso e decidir como fazer a partição das coutadas. Até se pode fazer excepções como a que se faz para a sátira e a crítica, por exemplo. Mas no domínio digital isso é impossível. Não há forma de manter o copyright e, ao mesmo tempo, traçar limites minimamente definidos e estáveis para o que se considera cópia. Regras como “viola o copyright por se ter usado uma obra protegida” não funcionam porque dão resultados absurdos mesmo fora do domínio digital (por exemplo, praticamente todos os escritores estariam presos, porque poucos são os que só usam obras em domínio público e nenhum cria coisas do nada).<br /><br /><i>«E se eu estiver enganado, posso estar também enganado ao acreditar que o free-ride da cópia livre não tem consequências para a produção artística instalada ou futura.»</i><br /><br />É possível, mas apenas no mesmo sentido em que também é possível que medidas coercivas para se ir ao teatro (por exemplo, cadeia para quem fosse ao cinema mais vezes do que ao teatro) nos trouxessem melhores actores (o teatro exige mais do que o cinema, que só quer caras bonitas), melhores histórias, mais pessoas educadas acerca das artes, mais cultura e muitas coisas boas. Mas essa possibilidade não justificaria medidas coercivas e intromissão do Estado na nossa vida privada, nem mesmo se tivéssemos muita confiança de que o teatro, com essas medidas, nos traria imensas maravilhas.<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43568340167045918962014-01-25T21:57:23.579+00:002014-01-25T21:57:23.579+00:00No passado defendeu-se que o aparecimento do vinil...No passado defendeu-se que o aparecimento do vinil seria a ruína dos músicos. Mas não foi. Depois do vinil foi a cassette, depois o CD e o MP3. Sempre a mesma lamúria, mas ruína nem vê-la. Mas, no meio disto tudo, a verdade é que a regulação sob a forma de direitos de cópia e reprodução esteve a actuar.<br /><br />A pergunta que interessa responder é: o facto de o cenário apocalíptico não se ter verificado é resultado da protecção por meio de direitos de cópia e reprodução?<br /><br />Eu acredito que não. Mas posso estar enganado... E se eu estiver enganado, posso estar também enganado ao acreditar que o free-ride da cópia livre não tem consequências para a produção artística instalada ou futura.<br /><br />Acho ainda que a indústria que existe, se pudesse, punha DRM em tudo, estendia o copyright até à segunda vinda de Cristo, multava quem citasse sem autorização ou fizesse variações sobre temas alheios. E acho que quem pensa que o faz em parte pela devida remuneração dos artistas é um grande ingénuo. Disto é que não tenho muitas dúvidas.<br /><br />Mas isto são problemas separados.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-22677647787340637152014-01-25T21:39:04.120+00:002014-01-25T21:39:04.120+00:00Ludwig,
É que, daquilo que me lembro, a posição d...Ludwig,<br /><br /><i>É que, daquilo que me lembro, a posição do João Vasco era que se justificaria este tipo de legislação para financiar colectivamente coisas caras como filmes de muitos milhões de dólares e pareceu-me que eu tinha conseguido justificar porque é que isso não é verdade. Por um lado não há evidência dessa necessidade e, por outro, estão em causa valores de níveis muito diferentes.</i><br /><br />Não há evidência dessa necessidade? Estou na dúvida. Se é um negócio dispendioso porque foi inflaccionado artificiosamente, sim. Tanto quanto me lembro, esse argumento do João Vasco foi apresentado como contra-exemplo. As produções são dispendiosas por alguma razão contigente à produção? Ou porque se pode dar ao luxo de assim ser? Como é que os actores passaram de artistas que mal sobreviviam para multi-milionários? Interessa investigar este ponto com atenção porque pode tratar-se de um bom exemplo de uma actividade que sofreria às mãos da desprotecção.<br /><br /><i>Não ia tão longe.</i> [...] <i>Mas não afirmaria que era um mal necessário nem no século XIX porque há evidências do contrário. Eu diria antes que o sistema foi implementado pelo balanço dos séculos anteriores quando o direito de cópia era usado para censurar ideias contrárias aos interesses dos regimes.</i><br /><br />Bom, mas isso é uma tese de História da produção cultural. Parece-me que, apesar de possível, é bastante difícil decidir sobre isso numa caixa de comentários. Apesar de tudo, a necessidade de algo no passado é o menos interessante aqui. O que interessa é saber se é necessário no tempo em que vivemos. Portanto reafirmo que <i>se</i> se está a propôr o carácter obsoleto de uma maneira de fazer as coisas, tenha ela tido razão de ser ou não, então concordo que de facto é obsoleta.<br /><br /><i>Por exemplo, considera o ficheiro resultante de um XOR entre as obras completas de Camões em PDF e um MP3 da última canção do Quim Barreiros. Esse ficheiro deve ser considerado uma obra no domínio público por ser calculado a partir das obras de Camões, ou deve ser propriedade do Quim Barreiros?</i><br /><br />Obviamente que o resultado cairá sobre o domínio privado por se ter usado uma obra protegida. O que, friso, acho ridículo. Mas essa é a minha opinião, e não a dos evangelistas dos copyright.<br /><br />Este tipo de problema pode ser ainda mais ridicularizado quando se entra em linha de conta com efeitos retroactivos. Acho até que já havia dado este exemplo: os concertos para órgão de Johann Sebastian Bach BWV 592 a 598 são cópias de concertos de outros compositores. O BWV 596 foi, segundo consta, copiado de memória e é, tanto quanto sei e à parte de detalhes técnicos relativos ao instrumento, idêntico em termos musicais.<br /><br />Se eu transcrever qualquer uma das obras vou estar em apuros, mas a quem devo tributo? À discográfica? À editora de partituras? À família do compositor? Qual delas? À sala de concertos que não me deixou gravar? Tudo isto é uma comédia quando estendido às suas últimas consequências.<br /><br />E aqui é que está o cerne da questão: devemos ou não levar as coisas às suas consequências? A lei ridícula e prepóstera é para cumprir? Ou é para inspirar e orientar o regulador?<br /><br />Bem, eu acho que a lei é ridícula mas é para cumprir. Por isso tem de se mudar. As discográficas não querem, pois claro.<br /><br />Mas aqui entram as lamúrias apocalípticas que já guinchavam no passado:<br />– Não se pode legislar o tabaco porque isso é puritano, um retrocesso na liberdade individual e as tabaqueiras vão à falência... Não foram.<br />– Não se pode regular a indústria e impôr melhores práticas ambientais porque senão vão os empregos ao ar... Não foram.<br />– Há que impôr uma taxa sobre isqueiros para proteger a indústria fosforeira nacional... E quem é que quer saber disso?<br />– Não se pode aumentar os impostos porque senão é a ruína da economia... Esta já todos conhecemos.<br /><br />Portanto suspeito que a lamúria das discográficas é só mais uma cópia descarada desta velha lamúria. No entanto há um senão.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-84105334792798957142014-01-25T21:01:12.117+00:002014-01-25T21:01:12.117+00:00Ludwig, é impossível substituir a experiência do v...Ludwig, é impossível substituir a experiência do visionamento de um filme, actualmente em exibição, por uma outra experiência, análoga, em casa. Podes reproduzir em casa a experiência de comer sushi com ingredientes parecidos com os que existem no restaurante, e daí obter uma experiência análoga. Não podes reproduzir o visionamento de um filme utilizando os teus próprios meios, televisão, computador e colunas, nem seguir à risca uma receita, porque não existe uma receita que reproduza o conteúdo do filme sem tal ser feito de forma clandestina a partir de uma sala de cinema.<br /><br />Repara que o que o espectador de um filme no cinema compra é um lugar para estar numa sala durante 2h e viver uma experiência. O preço do bilhete não cobra a gravação da experiência para mais tarde recordar (o que actualmente é ilegal), que seria a única forma de obter uma "receita" para ser reproduzida por meios próprios. Se esta captura é ilegal, torna-se irrelevante saber se a partilha é legal ou não. Nunohttps://www.blogger.com/profile/16035352676068444522noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-48057080481470428312014-01-25T19:26:29.471+00:002014-01-25T19:26:29.471+00:00Francisco,
«muitas vezes o Ludwig parece fazer tá...Francisco,<br /><br /><i>«muitas vezes o Ludwig parece fazer tábua rasa dos progressos na discussão entre os dois»</i><br /><br />Boa. Talvez me possas ajudar a perceber quais os argumentos do João Vasco que eu alegadamente estarei a ignorar. É que, daquilo que me lembro, a posição do João Vasco era que se justificaria este tipo de legislação para financiar colectivamente coisas caras como filmes de muitos milhões de dólares e pareceu-me que eu tinha conseguido justificar porque é que isso não é verdade. Por um lado não há evidência dessa necessidade e, por outro, estão em causa valores de níveis muito diferentes.<br /><br />Aqui vai uma proposta: se vos parecer que eu estou a fazer tábua rasa, assumam em vez disso que eu fiquei com a impressão de ter refutado a alegação que deixei para trás e esclareçam-me do contrário.<br /><br /><i>«Concordarei com o Ludwig se ele disser que proteger monopólios é um mal necessário em virtude dos condicionamentos tecnológicos da época.»</i><br /><br />Não ia tão longe. Parece-me haver uma distinção clara entre o século XIX, quando a distribuição e reprodução das obras era de facto um monopólio (ou oligopólio, pelo menos) e a lei concedia poderes análogos ao autor, e o século XXI, onde a distribuição e reprodução são acessíveis a todos e a lei é usada para criar um monopólio em algo que todos podem fazer interferindo com o uso pessoal da propriedade privada de milhares de milhões de pessoas. Mas não afirmaria que era um mal necessário nem no século XIX porque há evidências do contrário. Eu diria antes que o sistema foi implementado pelo balanço dos séculos anteriores quando o direito de cópia era usado para censurar ideias contrárias aos interesses dos regimes.<br /><br /><i>«dizer que uma tradução arbitrária de um ficheiro pode ser qualquer coisa é não só fugir com o rabo à seringa como desnecessário para o que está em causa.»</i><br /><br />Se é necessário ou não, depende do que está em causa. Mas acho que é um problema fundamental porque quando codificas algo com símbolos arbitrários, em vez de usar linguagem natural, deixa de haver uma forma standard de fazer corresponder a representação com a coisa representada. Sem essa forma standard não há maneira de circunscrever cada monopólio. Por exemplo, considera o ficheiro resultante de um XOR entre as obras completas de Camões em PDF e um MP3 da última canção do Quim Barreiros. Esse ficheiro deve ser considerado uma obra no domínio público por ser calculado a partir das obras de Camões, ou deve ser propriedade do Quim Barreiros? Nota que fora do meio digital isto era irrelevante porque se fizesses o equivalente com textos em língua natural ou pautas ou cassetes o resultado era ininteligível. Mas no meio digital esse ficheiro XOR permite trivialmente recalcular a representação numérica de uma das obras a partir da outra, furando a barreira entre elas que é necessária à separação dos monopólios.<br /><br />Isto parece-me um problema fundamental importante. Porque, no fundo, aplicar copyright aos ficheiros é o mesmo problema que aplicar copyright à álgebra, algo que foi sempre explicitamente posto de lado na legislação (é ainda mais absurdo do que as patentes de software, que são patentes sobre funções algébricas...)<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-32728314626888781692014-01-25T18:47:51.386+00:002014-01-25T18:47:51.386+00:00Concordarei com o Ludwig se ele disser que protege...Concordarei com o Ludwig se ele disser que proteger monopólios é um mal necessário em virtude dos condicionamentos tecnológicos da época. O direito a lucrar com ideias pode ser um incentivo à sua criação, mas <i>o facto de ser benéfico não é um argumento válido para a justificação desse direito</i>. Isso é uma falácia bastante óbvia para mim. Será um argumento válido num enquadramento consequencialista, ou utilitarista, mas só os adjectivos que acabei de usar acusam a sua fragilidade...<br /><br />Por outro lado, dizer que uma tradução arbitrária de um ficheiro pode ser qualquer coisa é não só fugir com o rabo à seringa como desnecessário para o que está em causa. Isso é algo com o qual nenhum cientista da computação que eu conheça concorda. Essa lógica de "o ar é de todos" é um pouco fraca... Se essa é a base para justificar a refutação da lógica vigente do copyright, então chapéu.<br /><br />Mas vejamos:<br /><br />– As pessoas têm ou não o direito de partilhar entre si informação relativa a obras culturais, seja em que formato for, assumindo que não lucram com o trabalho alheio nem se apropriam da autoria do mesmo?<br /><br />Crimes implicitos à parte, como a pedofilia.<br /><br />– O ajuste deve ou não ser feito do lado da oferta, ao invés de cercear-se a escolha do lado da procura?<br /><br />Quando se proibiu, por exemplo, a venda de lâmpadas incandescentes, isso limitou a escolha dos consumidores. O argumento avançado foi o da baixa eficiência dessas lâmpadas e as suas consequências ambientais (um argumento válido) e não o da necessidade de protecção da indústria. É que as lâmpadas económicas são muito mais caras e, se devidamente sabotadas, têm um tempo de vida útil (ou pré-inútil, se preferirem) que torna a sua venda rentável para a indústria.<br /><br />Argumentar que a não-proibição da venda de lâmpadas incandescentes (ou o não sabotamento das lâmpadas económicas) está a prejudicar a indústria da iluminação e a pôr em causa a iluminação dos lares e o trabalho dos "honestos" produtores de lâmpadas seria uma forma bastante idiota de defender a proibição.<br /><br />Isso seria como defender a não-construção de pontes porque "coitadinhos dos cacilheiros".<br /><br />Se não há forma de a indústria se proteger do livre trânsito de informação entre cidadãos sem colocar sérios obstáculos à liberdade de expressão ou comunicação, então paciência.<br /><br />Enquanto eu preferir livros impressos em vez de ebooks e PDFs, vou continuar a precisar de empresas que saibam editar, escolher tipos, imprimir e encadernar. Mas isso não obsta a que seja uma treta patentear e proteger edições, tipos, formatos de papel e técnicas de encadernação. Se essa for a única forma, enfim, não haverá volta a dar. Agora, acusar as fotocopiadoras e as edições e tipos livres de estarem a arruinar a indústria livreira é que é um verdadeiro espantalho.<br /><br />Dê lá por onde der, na presença de uma alternativa, o seu combate torna-se contraproducente e atávico. E de uma cupidez estúpida.<br /><br />O que lamento é que batidos tantos caracteres, não vi esta discussão passar além das platitudes que acabei de sumarizar.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-89025907239831563102014-01-25T18:47:16.465+00:002014-01-25T18:47:16.465+00:00Caros Ludwig e João Vasco,
Se por um lado concord...Caros Ludwig e João Vasco,<br /><br />Se por um lado concordo com o João Vasco em que muitas vezes o Ludwig parece fazer tábua rasa dos progressos na discussão entre os dois, voltando às premissas iniciais e não a refinamentos das mesmas que permitam continuá-la num ponto mais avançado, também concordo que a ser válida cada refutação da parte do Ludwig isso permite recuperar a alegação inicial. Mas isso é assumir muito..<br /><br />E se compreendo perfeitamente a frustração do João Vasco, também muito me espanta que, a cada tergiversação do problema, ele se admire sempre com renovado espanto com a forma como as pessoas se esquivam e como são tendenciosas (ó deuses!), ainda que honestamente, como se isso não fosse suficientmente claro para quem, nesta breve passagem pela Terra, já tenha tido o prazer ou desprazer de trocar argumentos com qualquer um desses bichos que se dizem humanos...<br /><br />Uma coisa é certa, discutir o tom da discussão não leva ninguém a lado nenhum.<br /><br />Voltando ao tema em discussão, disse o João Vasco a comentário tantos que <br /><br />«<i>NUNCA alguém me apresentou o ESPANTALHO que apresentas - que eles querem obrigar as pessoas a financiarem negócios independentemente de quererem usufruir desses bens ou não, só porque têm "direito" a não falir.</i>»<br /><br />Nunca viste? Ó João Vasco, abre os olhos! Eu cá vejo isso em todo o lado. E a forma como pedes provas também é um pequeno espantalhote, porque já aconteceu em Portugal querer multar-se um restaurante por ter a televisão ligada num canal desportivo, e querer obrigar os taxistas a pagar por terem o rádio ligado. A razão avançada não foi a falência iminente, é certo, mas o suposto dever do taxista de pagar por um valor acrescido do serviço que presta, ao usar o trabalho protegido de outros. O que vai dar ao mesmo. Pudessem eles, era exactamente isso que acontecia.<br /><br />Aqui entra a minha opinião sobre como estas coisas se vão fazendo, e que já uma vez comentei em privado com o João Vasco: de cada vez que surge uma oportunidade, tentam. Até a sociedade parar de se queixar e então assentarem arraiais.<br /><br />Por outro lado, sempre que compramos CDs vazios pagamos a famosa taxa à SPA. Mais uma vez, porque se pode dar o caso de que esteja a prejudicar quem, nesta terra, deve unicamente poder lucrar com o prestável serviço de copiar música quer outra pessoa criou.<br /><br />E, como todos sabem, há mais exemplos de formas desonestas de proteger um negócio com o simples intuito de o fazer render mais, e não impedir o seu colapso, fazendo uso de lógicas estapafúrdias sobre o que é que quem deve a quem.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-69609469905511040732014-01-25T10:59:27.602+00:002014-01-25T10:59:27.602+00:00Nuno,
Em geral, é impossível recriar em casa a ex...Nuno,<br /><br />Em geral, é impossível recriar em casa a experiência do filme na sala do cinema. Mas penso que isso não é importante.<br /><br />O que é importante é pensar se se justifica uma lei que proíba as pessoas de usar os seus próprios meios para substituir essa experiência por outra que, subjectivamente, lhes pareça adequadamente análoga.<br /><br />O exemplo da refeição era esse. Em vez de ir comer sushi ao restaurante faço sushi em casa, que sai mais barato e é (subjectivamente) uma experiência análoga. Mas aqui temos de distinguir duas situações. Uma é eu ir ao restaurante, roubar o arroz, e fazer o sushi com o arroz roubado. Outra é eu descarregar da net uma receita de sushi, comprar o arroz e fazer o sushi em casa com o arroz que eu comprei. Concordo que roubar o arroz ao restaurante deve ser punido por lei, mas o download de receitas para fazer comida com o que é legitimamente meu não deve ser proibido.<br /><br />A partilha de ficheiros é um análogo deste último caso e não do roubo do arroz. Quando alguém faz download de um filme está a descarregar uma receita para produzir aquela sequência de imagens e sons. E depois vai usar o seu equipamento, o computador que comprou, as suas colunas e o seu monitor, para assistir ao filme. Nesse caso, parece-me tão inaceitável proibir que veja o filme, descarregue ou partilhe a receita como seria se fosse uma receita de sushi em vez da receita de um filme.<br /><br />É claro que se a pessoa, para assistir ao filme, descarregasse o ficheiro e depois fosse roubar o projector da sala de cinema para ver em casa, isso sim concordo se deve ser ilegal. Tal como roubar o arroz. Mas isso é uma coisa diferente.<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-85890126219472548752014-01-25T10:49:03.169+00:002014-01-25T10:49:03.169+00:00João Vasco,
Se queres agilizar a discussão, propo...João Vasco,<br /><br />Se queres agilizar a discussão, proponho que não percas tempo a lamentar o tempo que perdes na discussão. Cinco parágrafos só a descrever como perdes tempo parece-me perda de tempo :)<br /><br />No sexto parágrafo insinuas algo de concreto, mas sem ser muito claro: <i>«como distorces a opinião que pretendes criticar»</i> e <i>«ignoras os esclarecimentos que já te foram prestados anteriormente»</i>. Infelizmente, não dizes nem que opinião distorci, nem como a distorci, nem que esclarecimentos ignorei. Fico assim com a tarefa ingrata de ter de adivinhar, das várias conversas que já tive e algumas que tenho em paralelo, o que raio estás a falar.<br /><br />Por exemplo, se assumir que te estás a referir ao <i>«ESPANTALHO que apresentas - que eles querem obrigar as pessoas a financiarem negócios independentemente de quererem usufruir desses bens ou não»</i>, isto quer dizer que a minha explicação anterior não serviu de nada. Mas se não assumir isto não faço ideia do que estás a acusar-me porque esta parece ser a única coisa clara e concreta que escreveste sobre o assunto nos últimos comentários. <br /><br />Eu tenho discutido com muita gente que apresenta argumentos absurdos na defesa do copyright. Vê, por exemplo, o comentário do Nuno, que escreve <i>«A comparação que é feita com a refeição estaria adequada se eu em casa recriasse o mesmo prato que como no restaurante mas só o conseguisse fazer se roubasse os ingredientes da cozinha do restaurante»</i>. Se eu criticar este comentário do Nuno e o interpretares como sendo uma crítica ao teu pode-te parecer que estou a atacar um espantalho quando não é esse o caso.<br /><br />Mas no caso da minha discussão com o Miguel, o problema é que ele nunca foi claro acerca do direito à remuneração. Nota que ele afirma coisas como <i>«tens todo o direito a ser remunerado da forma como quiseres!»</i>, que podem ser interpretadas de muitas formas diferentes e eu tenho de dissecar essas ambiguidades para poder justificar a minha posição.<br /><br />Se alguém defender que o autor tem direito a remuneração pelo seu trabalho, ponto final (e já encontrei quem o fizesse) eu rejeito essa alegação. Se alguém defender que o autor tem direito a remuneração pelo seu trabalho sempre que alguém usufrua dele, eu também rejeito essa alegação. Não sei ao certo qual é a posição do Miguel quanto a isto, mas qualquer das duas que seja eu rejeito. E volto ao meu blog como exemplo concreto.<br /><br />Supõe que eu punha aqui um paywall e exigia 5€ para ler cada post. O Miguel concordava, premia o botão, pagava os 5€ e estava a ler o post. Entretanto chegavas tu a casa dele e lias o post à borla. A minha posição é que não se justifica uma lei que me permita coagir-te a pagar-me os 5€ também só pelo facto de teres usufruído do meu post. Exigir o pagamento ao Miguel é legítimo porque foi um contrato celebrado entre nós. Ele clickou no “accept” e comprometeu-se a pagar. Mas tu, neste caso, não terias qualquer obrigação contratual e punir-te por usufruíres de algo sem pagar quando não te comprometeste a pagar seria inaceitável.<br /><br />Quando se trata de um bem público suficientemente importante é aceitável que se imponha obrigações destas a toda a gente (de forma progressiva, e não utilizador pagador). Isso são os impostos. Mas nunca é um direito individual ganhar dinheiro impondo obrigações legais de remuneração a quem não se comprometeu a remunerar, nem é legítimo criar leis que visem coagir as pessoas a fazer isso.<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-3637112485339853432014-01-25T07:36:54.685+00:002014-01-25T07:36:54.685+00:00Ludwig,
Se eu tivesse tempo para copiar os gigaby...Ludwig,<br /><br />Se eu tivesse tempo para copiar os gigabytes de texto que passei a discutir ARGUMENTOS sobre este assunto contigo no teu blogue, bem que podia escrever uma tese de doutoramento sobre o assunto.<br /><br />Faz-me a justiça de reconhecer que só ao fim de páginas e páginas de argumentação sobre os assuntos em discussão é que comecei a lamentar que caissem em saco roto. Nota que com "cair em saco roto" não me refiro a reconhecers que tenho razão: é normal que ao fim deste tempo nenhum de nós tenha sido persuadido pelo outro. O que me refiro é o facto de que toda a essa discussão ter sido ignorada como se nunca tivesse existido, como se continuasses igualmente ignorante a respeito da posição que criticas.<br /><br />É estranho quereres discutir argumentos sem sentires uma espécie de "deja vu". Se tivesse interesse em dar argumentos que já refutaste, e cujas refutações já refutei, e cujas refutações às refutações já refutaste, e cujas refutações às refutações das refutações já refutei e por aí fora, ia discutir com o Perspectiva, que tem opiniões certamente mais absurdas que as tuas.<br /><br />O meu interesse em discutir contigo (ARGUMENTOS) está provado nos gigabytes de texto em comentários no teu blogue, e dura enquanto as discussões trazem algo de novo. E muitas vezes começamos a discutir do início um assunto, e há um certo grau de repetição, mas também há um certo grau de novidade. Nessa altura, a discussão ainda tem interesse.<br /><br />Mas quando já passámos pelo ciclo de refutação e contra-refutação pela N-ÉSIMA vez, e o texto seguinte que escreves sobre este assunto ignora tudo o que foi escrito, quer por mim quer por qualquer outro interveniente com a opinião que estejas a criticar, todos eles a esclarecerem que estás a atacar um espantalho e não a posição deles, não dá muita vontade de iniciar o ciclo novamente. A sensação é a seguinte: vou perder o meu tempo (e bastante) a expôr a minha opinião com clareza, e a única pessoa que vai acompanhar a discussão (sim, porque ao fim de dezenas de comentários ninguém tem paciência para acompanhar a nossa discussão senão nós dois), assim que acabar a discussão vai reagir como se ela nunca tivesse acontecido.<br /><br />Portanto, neste caso não estava com vontade de discutir este assunto, mas sim de fazer um comentário sarcástico sobre como distorces a opinião que pretendes criticar, e acrescentar que ignoras os esclarecimentos que já te foram prestados anteriormente. Pelo menos qualquer leitor incauto fica esclarecido, e se tiver curiosidade pode ver os comentários de discussões anteriores onde estes assuntos foram discutidos.<br /><br />Dizeres que é assim que discuto sempre, que não discuto ideias, não apresento argumentos e estou sempre a criticar a forma como discutes é de uma injustiça enorme. Olha, é fazeres aquilo que aqui critico: ignorares as TONELADAS de papel que as nossas várias discussões necessitariam se fossem transcritas. A menos que gostes passar horas/meses da tua vida a discutir "a tua forma de discutir", estás a ignorar todos os assuntos que já discutimos neste espaço.<br />É verdade que neste caso estou "sem paciência" (e tempo/disponibilidade) para discutir este assunto, e fiquei-me por um comentário sarcástico, mas no que diz respeito a discussões sou uma pessoa geralmente com muita paciência e gosto por esgrimir ideias e conhecer novas perspectivas - se me faltou a paciência, as nossas discussões sobre este assunto já estavam mesmo muito, muito, muito repetitivas.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-14452356564785320162014-01-24T23:19:45.105+00:002014-01-24T23:19:45.105+00:00Não me parecem boas comparações. É impossível recr...Não me parecem boas comparações. É impossível recriar a experiência do filme, actualmente em exibição, em casa, a não ser que este seja filmado de forma clandestina dentro de uma sala de cinema. Não é possível fabricar uma versão mais barata. A comparação que é feita com a refeição estaria adequada se eu em casa recriasse o mesmo prato que como no restaurante mas só o conseguisse fazer se roubasse os ingredientes da cozinha do restaurante, impossíveis de achar cá fora.Nunohttps://www.blogger.com/profile/16035352676068444522noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-66357865492944263742014-01-24T14:59:08.670+00:002014-01-24T14:59:08.670+00:00João Vasco,
Admito que o muito é subjectivo mas, ...João Vasco,<br /><br />Admito que o muito é subjectivo mas, subjectivamente, parece-me que nestas discussões perdemos muito tempo com coisas como <i>«mostrei como te fazes de desentendido»</i>, <i>«na próxima conversa vais-te esquecer [...] e novamente fazeres-te desentendido»</i>, <i>«se valesse a pena responder, tu já saberias a resposta»</i>, já para não falar de outras como <i>«devias fazer a justiça de passar a responder a esses argumentos»</i> no mesmo comentário em que te recusas a dizer quais são esses argumentos, etc.<br /><br />Parece-me muito mais útil dizer as coisas e pronto. Talvez aches que estou a ser desonesto ou a fazer-me de desentendido, mas o que me lembro dos teus argumentos era a tese de que é mais útil para todos se todos contribuirmos para a cultura. Nos casos em que isso for verdade, é um bom argumento para o financiamento público. Como se faz como o teatro, por exemplo. Mas não contribui nada para justificar a concessão de monopólios sobre a cópia de representações simbólicas, números e afins.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.com