tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post6010309172853181924..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Austeridade, parte 4: pagar o sector público.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-10997275482538193962014-05-06T13:41:29.926+01:002014-05-06T13:41:29.926+01:00" problema é que se, no sector privado, um pr..." problema é que se, no sector privado, um prestador de serviços "trabalhar pouco", eu rápidamente posso ir a um concorrente, se se gastam milhares de euros em inutilidades é problema do dono, etc."<br /><br />Isso não é verdade, se temos um contrato com a empresa A de cabo e queremos um serviço melhor, bom não há muito melhor, tlv tenha menos problemas mas tem menos serviço tb, isto tipicamente. no entanto existem tão poucos concorrêntes no mercado que não podemos falar bem de escolha.<br /><br /><br /><br />Em portugal as pessoas que acham o mercado muito bonito têm de meter na cabeça isto, não há suficientes consumidores para se falar de um mercado saudável. Aliás isto está na base da imensa quantidade de subsídeos para todo o tipo de produção. Isto acontece não por preguiça dos empresários mas porque sós não conseguimos competir com ninguém. <br /><br />Resumindo, em portugal quase sempre que se invoca a utilidade da concorrência o argumento não colhe.<br /><br />Já agora qual é o sector público que é mau ? os médicos ? os professores ? a polícia ? <br /><br />onde estão essas gorduras tão apregoadas ? é que ainda não se sabe<br /><br /><br />nuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-13683684494169153982014-05-04T18:21:50.664+01:002014-05-04T18:21:50.664+01:00Ludwig,
"ou que os funcionários públicos tra...Ludwig,<br /><br />"ou que os funcionários públicos trabalham pouco, mas no sector privado também se faz muita coisa inútil."<br /><br />O problema é que se, no sector privado, um prestador de serviços "trabalhar pouco", eu rápidamente posso ir a um concorrente, se se gastam milhares de euros em inutilidades é problema do dono, etc. No estado, no entnato, se o moço das finanças for incompetente ou simplesmente mal educado eu não posso fazer nada - apresentar queixa, na maioria dos casos, não me resolve o problema. Se os professores, os médicos ou os polícias do sector publico forem maus profissionais estou tramado. Por isso é que há um grande enfâse na qualidade (ou grande falta dela) dos funcionários publicos é porque não há alternativa. Quando se gastam rios de dinheiro em inutilidades o problema não é do actual gestor - que mudará, certamente, no próximo ciclo politico, é meu, do Ludwig e de quase todos os Portugueses. <br /><br />Desculpar o "mau" do sector publico com o facto de o privado não ser perfeito parece-me ser uma grande falácia, dado que são coisas demasiado diferentes.<br />LLhttps://www.blogger.com/profile/16676380902237691302noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-36441291990864651142014-05-03T13:57:18.560+01:002014-05-03T13:57:18.560+01:00(cont...)
«Todos eles pagam o mesmo que o Sr. Jo...(cont...)<br /><br /><br />«Todos eles pagam o mesmo que o Sr. João que tem dificuldades em sustentar-se a si e aos seus. Isto porque o prestador do serviço é o estado e cobra o mesmo preço a todos. Eu acho preferível que o estado garanta o serviço ao Sr. João mesmo que o prestador seja privado e cobre preço mais alto aos outros.»<br /><br />Eu não. Eu acho que o preferível era o Estado financiar os transportes públicos e compensar com impostos o dinheiro que isso injectaria na economia. O problema não é o Estado cobrar o mesmo a todos. O problema é o Estado tentar cobrir as despesas dos transportes públicos com o preço do bilhete, quando o preço do bilhete devia ser apenas uma taxa moderadora. Exactamente como se faz noutros serviços públicos.<br /><br />O mais importante é evitar a mistura entre o público e o privado, seja com empresas semi-públicas seja com contratos entre o Estado e empresas privadas. É bastante claro que isso só beneficia essas empresas.<br /><br />«“A inflação é a única medida que claramente prejudica mais quem tem muito dinheiro do que quem vive do seu trabalho”. Não percebo porquê a não ser que considere funcionários públicos e pensionistas como pessoas que não vivem do seu trabalho»<br /><br />Mesmo os funcionários públicos e pensionistas têm os seus rendimento se pensões actualizados pela inflação. Excepto no tal regime extraordinário da “austeridade”, que serve de desculpa para tudo...<br /><br />«Além disso quem tem parte dos seus rendimentos noutra moeda tem parte dos seus rendimentos a não serem afetados pela inflação. Quem é que faz negócios noutra moeda para não ser afetado? O rico ou o pobre?»<br /><br />Isso parece-me menos relevante do que o que acontece às reservas que tem na moeda inflacionada. Os ricos não são ricos por ter um rendimento alto, mas por ter um stock grande, e a inflação é o único “imposto” que pode incidir sobre esse stock sem problemas.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-56087256561929322872014-05-03T13:57:09.921+01:002014-05-03T13:57:09.921+01:00Pedro,
Obrigado pelos comentários interessantes. ...Pedro,<br /><br />Obrigado pelos comentários interessantes. Discordo, mas parte do interesse vem mesmo daí :)<br /><br /><i>«A de que austeridade significa redução de despesa pública. Austeridade parece-me significar apenas diminuição do défice. E a diminuição do défice tem acontecido, e ocorre em geral, por aumento de impostos e redução de salários, pensões, etc.»</i><br /><br />A austeridade não é mera redução do défice. É especificamente a redução do défice pela redução da despesa. Por exemplo, se um governo reduzir o défice recorrendo ao banco central para lhe dar empréstimos a juros muito baixos isto aumenta o PIB nominal (porque esse dinheiro será gasto) o que reduz o défice em proporção ao PIB à custa da inflação (porque reduz o peso dos encargos com empréstimos anteriores). Mas essa via de redução do défice não é austeridade.<br /><br />«E não há nada inútil, público ou privado, se o consumidor adquirir esses serviços de livre vontade.»<br /><br />Não é bem verdade. A utilidade dos bens e serviços é um contínuo. Não são todos igualmente úteis. Quando temos pouco dinheiro temos de optar por aqueles que têm mais utilidade. Comida, abrigo, medicamentos, por exemplo. Quando temos muito dinheiro e temos garantidos os mais necessários podemos gastar noutras coisas. Torneiras de ouro, relógios com diamantes, jardineiros e conselheiros de imagem.<br /><br />Um problema no sector privado é que os serviços e bens que são criados servem principalmente quem tem mais dinheiro, quando é quem tem mais dinheiro que tende a canalizar a maior parte do dinheiro para bens e serviços de pouca utilidade, visto já ter garantidos os mais úteis.<br /><br />Isto quer dizer que se medirmos a produtividade em utilidade veremos que o sector público é muito mais produtivo. É certo que um iate ou um colar de diamantes custam muito mais dinheiro do que um camião de vacinas, mas a vacinação é muito mais útil do que os colares de diamantes.<br /><br />«Sobre o que diz do setor público ser para quem precisa, isso é em parte verdade, mas em parte é apenas para todos.»<br /><br />Sim, concordo.<br /><br />«Para mim, e sendo um pouco mais técnico, considerando que a distribuição de rendimentos é bem aproximada por uma distribuição de poisson, escolheríamos os mais ricos a pagarem uma parte para os mais pobres. Quem são os mais ricos, os mais pobres e quanto seria transferido seria apenas uma função dos parâmetros da distribuição. Assim, não considerando apenas um ou outro caso específico, a classe média não seria em geral taxada nem receberia ‘benefícios’.»<br /><br />A redistribuição serve para resolver dois tipos de problemas. Um é garantir que todos podem ter uma participação mínima no mercado livre. Esse podia ser resolvido desta forma que sugeres, se bem que eu preferia uma simplificação: todos pagam em função da sua riqueza (rendimentos, propriedades, etc) de forma progressiva, e todos recebiam um ordenado de cidadão que era igual para toda a gente. Ia dar ao mesmo, porque quem estivesse no meio recebia de volta aproximadamente o que pagava.<br /><br />Mas há outro aspecto importante. O mercado livre é sempre distorcido pela vontade de quem tem mais dinheiro e não é fiável para garantir serviços ou bens de acesso universal. Também não serve para gerir monopólios naturais, tirar adequadamente partido de externalidades positivas, internalizar externalidades negativas e assim por diante. Por isso haverá sempre um grande conjunto de bens e serviços que têm de ser garantidos pelo Estado, além da regulação do comércio.<br />Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-41555767544615942082014-05-03T11:11:33.945+01:002014-05-03T11:11:33.945+01:00Isto já vai longo (tive que submeter em duas parte...Isto já vai longo (tive que submeter em duas partes) e comento apenas a seguinte afirmação: “A inflação é a única medida que claramente prejudica mais quem tem muito dinheiro do que quem vive do seu trabalho”. Não percebo porquê a não ser que considere funcionários públicos e pensionistas como pessoas que não vivem do seu trabalho (para além de considerar pessoas ricas como pessoas que não vivem do seu trabalho ou achar que estas também não ganham mais nos seus negócios pelos preços aumentarem). Além disso quem tem parte dos seus rendimentos noutra moeda tem parte dos seus rendimentos a não serem afetados pela inflação. Quem é que faz negócios noutra moeda para não ser afetado? O rico ou o pobre? Além disso como você disse as dívidas são alteradas o que é um desincentivo ao investimento o que pode afetar essencialmente os mais pobres (o mesmo é válido para a deflação).<br /><br />Abraço e continuação de bons comentários,<br /><br />PedroAnonymoushttps://www.blogger.com/profile/09985154072710448913noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-89993274708719683352014-05-03T11:08:38.738+01:002014-05-03T11:08:38.738+01:00Olá,
Concordo em parte consigo embora talvez por ...Olá,<br /><br />Concordo em parte consigo embora talvez por razões diferentes. Percebo do seu comentário que as nossas visões são diferentes, mas gosto muito pouco da ‘guerra’ que em Portugal se faz entre contribuintes líquidos e receptores líquidos, ou seja, entre funcionários públicos e do privado ou se calhar até entre qualquer trabalhador e pensionista. Não me parece que ter este tipo de estupidez na cabeça ajude ao que quer que seja. É importante não olhar apenas para o nosso umbigo. <br /><br />Passando a analisar o seu comentário, o primeiro parágrafo parece conter uma premissa falsa: A de que austeridade significa redução de despesa pública. Austeridade parece-me significar apenas diminuição do défice. E a diminuição do défice tem acontecido, e ocorre em geral, por aumento de impostos e redução de salários, pensões, etc. Quanto a contratos de associação, eu nem sei o que são, quanto a nacionalizações e submarinos completamente de acordo. <br /><br />Depois notar que riqueza é obviamente criação de bens e servições. E não há nada inútil, público ou privado, se o consumidor adquirir esses serviços de livre vontade. De seguida diz: “No sector privado, o indivíduo que tem dinheiro incentiva o trabalho que lhe der jeito”. É verdade. Mas o que é que lhe dá jeito? O que lhe dá dinheiro. Como obtém dinheiro? Se o consumidor comprar. Então o que lhe dá jeito é o que dá jeito ao consumidor. Excelente! Há é o problema de alguns não poderem pagar o valor de mercado!<br />Sobre o que diz do setor público ser para quem precisa, isso é em parte verdade, mas em parte é apenas para todos. O que é bom diga-se. Se as coisas funcionarem bem todos recebem, ricos ou pobres, do estado justiça e segurança. De resto concordo, tem que haver uma componente de redistribuição. Mas essa é bem feita? Eu acho que não. O que seria justo? Para mim, e sendo um pouco mais técnico, considerando que a distribuição de rendimentos é bem aproximada por uma distribuição de poisson, escolheríamos os mais ricos a pagarem uma parte para os mais pobres. Quem são os mais ricos, os mais pobres e quanto seria transferido seria apenas uma função dos parâmetros da distribuição. Assim, não considerando apenas um ou outro caso específico, a classe média não seria em geral taxada nem receberia ‘benefícios’. Quase pela definição de classe média estes serão a maioria e se a classe média não consegue pagar por algum serviço o estado também não o conseguirá providenciar a esta maioria uma vez que a receita estatal é proveniente dos seus cidadãos. Mas quem decide eleições? A maioria. Milton Friedman chamava a isto a lei de Director: Os ricos e os pobres pagam para a classe média ter benefícios. Eu posso dar um exemplo: Transportes públicos. São e foram altamente deficitários. Mesmo antes da ‘swapada’. O preço do bilhete deveria ser superior. Há muita gente (eu incluído) que consegue pagar um preço superior. Há muita gente que é professor catedrático ou que trabalha em empresas enormes que utilizam transporte públicos. Todos eles pagam o mesmo que o Sr. João que tem dificuldades em sustentar-se a si e aos seus. Isto porque o prestador do serviço é o estado e cobra o mesmo preço a todos. Eu acho preferível que o estado garanta o serviço ao Sr. João mesmo que o prestador seja privado e cobre preço mais alto aos outros. Havia (ou ainda há, não sei) gente que tinha desconto só por ser estudante. <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/09985154072710448913noreply@blogger.com