tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post5677925241029159033..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Ontologia e bruxaria.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger57125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-49525968523874051812009-05-04T13:59:00.000+01:002009-05-04T13:59:00.000+01:00“Um problema caracteristicamente ontológico é que ...“Um problema caracteristicamente ontológico é que categorias de entes existem.”<br />Bem, depende. Entretanto a malta ocidental especializou-se, e não se chateando com o Aristóteles nem com a árvore predicativa isagógica, decidiu especializar a coisa e, para além da lógica, da física, etc há… a ontologia. Mas a classificação não tem muita importância para a conversa. Nesse caso diria que as categorias de entes que há não constituem o problema do “ser enquanto tal”.<br /><br />“Por exemplo, será que "linha" ou "plano" referem entidades que existem ou meros conceitos? Para responder isso é fundamental a experiência.”<br />Proponho até que a própria ideia de ser -- o problema mais fundamental da ontologia -- não pode ser abordado sem ter a experiência de algo.”<br />Aqui baralho-me. É que eu não consigo conceber nada sem a “experiência de algo” ;) a própria matemática pura é experimentada por alguém. Se queres dizer que induzimos a “linha” ou o “plano” por mera adstrição de experiências perceptivas, a coisa não é tão líquida: as operações lógicas não são estritas experiências perceptivas; isto é, nós também temos experiência de nós próprios, e até na percepção há uma notícia de si, os nossos modos de sentir, pensar, etc Claro que tudo isto na vida é dado a monte, mas voltando à experiência estética, ela, no seu acrescento à experiência “natural” expõe a experiência de si que caracteriza o humano, por exemplo a beleza enquanto afecção reflexiva do sujeito; a linha ou o plano são também afecções do sujeito, com correspondências “modais” à experiência passiva e activa (identificar o mundo; agir nele e com ele). Eu diria que a “linha” e o “plano” são conceitos que remetem para o mundo existente, onde não há linhas nem planos puros ;) e onde certas linhas podem atravessar o nosso corpo e matar-nos, o que é uma curiosa e ontológica diferença. Seja como for, e repetindo-me, nem a lógica nem a arte nem a estética são ontologia; claro que estas actividades têm remissões experienciais e epistemológicas entre si, mas não se subsumem nem indistinguem.<br /><br />Nós produzimos conceitos a partir da experiência, isso sem dúvida; mas a experiência não é meramente neutra e perceptiva.Vítor Máculahttps://www.blogger.com/profile/02048391254830817477noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-69498391039799257562009-05-04T12:36:00.000+01:002009-05-04T12:36:00.000+01:00Vitor,
Um problema caracteristicamente ontológico...Vitor,<br /><br />Um problema caracteristicamente ontológico é que categorias de entes existem. Por exemplo, será que "linha" ou "plano" referem entidades que existem ou meros conceitos? Para responder isso é fundamental a experiência.<br /><br />Proponho até que a própria ideia de ser -- o problema mais fundamental da ontologia -- não pode ser abordado sem ter a experiência de algo.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-81482463550100700582009-05-04T12:13:00.000+01:002009-05-04T12:13:00.000+01:00PS: a "logia" não se reduz à comunicação, transfer...PS: a "logia" não se reduz à comunicação, transferência de informação; era esse o meu ponto "estético"; podes querer ilegitimar como i-logia toda a restante actividade reflexiva, mas isso...Vítor Máculahttps://www.blogger.com/profile/02048391254830817477noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-81370909430025882992009-05-04T12:11:00.000+01:002009-05-04T12:11:00.000+01:00Olá, Ludwig
"Agora revês a tua ontologia e decide...Olá, Ludwig<br /><br />"Agora revês a tua ontologia e decides que a linha, mesmo que a vejas, pode não existir e ser meramente ilusória."<br />Continuas a com-fundir ontologia (pura determinação da "actividade de ser") com fenomenologia e ciência (como as coisas são e se constituem).<br /><br />A experiência estética é uma questão de experiência; claro que podes ler a "Divina Comédia" como uma expressão de coita pela Beatriz e isso remeter para os teus amores perdidos, e com o o último do Lynch os teus sonhos em que se condensam medos e estertores vitais. Mas... e já me ia repetir para ambas questões ;)<br /><br />abraçoVítor Máculahttps://www.blogger.com/profile/02048391254830817477noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-9356480582723432482009-05-02T09:00:00.000+01:002009-05-02T09:00:00.000+01:00Vitor,
Concordo com a necessidade de distinguir o...Vitor,<br /><br />Concordo com a necessidade de distinguir o que existe e o imaginário. Mas não me parece útil tentar fazê-lo à parte da evidência.<br /><br />Imagina que estás na bancada de um estádio e vês uma linha laranja na relva. Como primeira abordagem ontológica podes propôr que a linha laranja existe porque essa vês, enquanto que o elefante voador que podes imaginar não existe porque apenas o imaginas.<br /><br />Aproximando-te da linha vês que é formada por laranjas todas encostadas em fila. Agora revês a tua ontologia e decides que a linha, mesmo que a vejas, pode não existir e ser meramente ilusória. Afinal o que existia eram as laranjas que não vias. Ou vais mais fundo e decides que o que existe são átomos e as laranjas são também uma ilusão criada pela forma como o teu cérebro categoriza as configurações de átomos (ou vais ao contrário, como Platão, e decides que só existem ideias).<br /><br />Nisto proponho que a evidência -- o tal conteúdo que queres separar da existência -- é fundamental para percebermos não só que coisas existem mas para termos uma ideia do que é existir. Sem esta validação empírica dos conceitos não conseguimos sequer saber o que queremos dizer quando dizemos que algo existe (muito menos explicá-lo a outros...).<br /><br />Quanto à distinção que faço entre uma -logia e a poesia, posso reduzi-la a um aspecto fundamental. Uma -logia visa dar ao receptor informação da qual este não dispunha. É o que faz a ciência. Podes nunca ter visto átomos nem ter ouvido falar disso mas se estudares física aprendes imensas coisas acerca do assunto.<br /><br />A poesia é uma forma de reacender o que já lá está. Se amaste, um poema de amor pode-te fazer sentir algo intensamente. Se nunca amaste o mesmo poema não te diz nada, nem percebes que parvoice é essa de uma dor que desatina sem doer.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-22814182846974191182009-05-01T17:42:00.000+01:002009-05-01T17:42:00.000+01:00OK, Ludwig, “algo existe” ;)
“Mas nisto tudo esta...OK, Ludwig, “algo existe” ;)<br /><br />“Mas nisto tudo estamos à procura de relatos rigorosos cujas proposições correspondam à realidade. (...) Se a ontologia (o relato) pretende corresponder ao que existe então deve ser fundamentada por evidências acerca daquilo que representa.”<br />Este parece-me ser o busílis. A evidência corresponde a “algo que se mostra”; ora, o existir das coisas não se mostra separado dum conteúdo qualquer que se mostre, e nem consegue ser trazido à evidência indutivamente como uma determinação formal ou material (uma esfera ou a côr vermelha, por exemplo). O problema da exigência da clareza e da distinção é que ela só é possível – como exigência, se é sempre exequível ou não é outra conversa – relativamente a uma percepção visual ou representação pictórica ou escultórica; ou então relativamente a um conceito do entendimento, a um modelo matemático, geométrico, etc Tudo isto está muito correcto, e mais ou menos adequado conforme os casos, relativamente ao “como” existe isto ou aquilo, a maçã ou o homem, as formas do entendimento, os conteúdos psicológicos da imaginação e dos sonhos, etc Mas o existir, que corresponde simples e trivialmente à “actividade de ser” de qualquer X que exista, é indicável enquanto determinação desse X, mas não é de todo evidenciável; pode ser dito, e é o que fazemos tranquilamente numa prévia e indistinta identificação, no sentido em que todos sabemos a diferença entre um bife que exista e um bife imaginário, sobretudo quando temos fome ;)<br /><br />O meu ponto inicial era apenas este: a ontologia corresponde a uma tentativa de relato, conceptualização e especulação, acerca dessa “inevidência”; e que não se deve confundir com uma descrição da “evidência” das coisas existentes, seja nos seus conteúdos perceptivos, seja nas suas formas conceptuais ou categoriais, esses sim trabalháveis em direcção a uma maior acuidade e rigor determinativo (exequível conforme as capacidades e limites particulares ou universais do humano, mas passíveis precisamente dessa exigência).<br /><br />Isto não significa que a exigência epistemológica de clareza esteja erradicada dessa tresvariada actividade, ela é até o que instaura o seu sentido, a sua vontade, a sua direcção; mas até hoje, ninguém conseguiu produzir ou descobrir, uma representação, imagem, conceito, etc analisáveis, de tal trivial determinação; quanto mais pôr-se a questão da verificação, que nem sei se faz ontologicamente sentido (teria primeiro de ver constituir-se tal determinação). Este parágrafo é extremamente discutível do ponto de vista ontológico, e quedo-me aqui. Até porque não sou filósofo ;)<br /><br />“Outra coisa é lidar com o bruto facto da nossa existência evocando aquilo que sentimos por sermos. Isso é mais poesia que logos. É uma invocação de sentimentos e não um relato rigoroso.”<br />Esta é mais ao meu gosto mas não me vou esticar muito LOL Erradicar o poético ou artístico do “logos”, isto é, reduzir a validade ou legitimidade discursiva e reflexiva à “ratio”, é um latinismo curioso mas não me convence. A experiência estética ou poética não é nenhuma invocação de sentimentos; concebo que alguém possa entender ou experimentar “A Divina Comédia” do Dante ou o último filme do Lynch desse modo: isso é um problema subjectivo de cada qual e ninguém é obrigado a apreender todas as possibilidades da actividade humana. Mas o poético ou artístico não correspondem enquanto tais a isso; correspondem sim a uma intensificação das formas e forças que temos, somos e acedemos, através dum jogo entre estas que produza novos modos de ser; criações, se se quiser. E é uma nobre actividade do logos – reflexiva, produtiva e inventiva; e com categorizações universais, não é como gostar ou não de café, simpatizar ou não com o Francisco ou com a Alberta, que evidentemente são também actividades nobres LOL mas outras. O interesse estético do Dante ou do Lynch não está na invocação e comunicação de sentimentos deles, mesmo que tais sejam ou não usados enquanto uma das forças com que a obra trabalha, mas na transformação que em nós operam a partir dum jogo inaudito dessas forças e formas; isso é a experiência estética. E é evidentemente profundamente ontológica, no sentido em que joga com modificações de ser; mas não é ontologia. Este parágrafo é também extremamente discutível, mas isto estou disposto e ferranhamente decidido a discuti-lo e desenvolvê-lo com quem vier LOL não me refiro aqui mas no geral, que isto sim me interessa, ao contrário da ontologia, que só me arrebata numa ou outra estranha e branca insónia, e digo-o assim porque não sou filósofo mas tão só amigo dos filósofos ;)<br /><br />Não percebi bem a da magia, como se deve de evidenciar pelo parágrafo anterior. Quero dizer, como diz – e bem – o povo: há uma magia nas palavras LOL Refere-se a uma ilusão de que basta nomear ou pensar algo para pô-lo na existência como se fôssemos um deus criador?<br /><br />abraço, bom fim de semanaVítor Máculahttps://www.blogger.com/profile/02048391254830817477noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-75367156296502322992009-04-30T22:54:00.000+01:002009-04-30T22:54:00.000+01:00Zeca,
Só uma nota no seu excelentíssimo texto (ou...Zeca,<br /><br />Só uma nota no seu excelentíssimo texto (ou não!).<br /><br />O Ateísmo é uma crença (verdadeiro!) na inexistência de um Deus. E não na crença de que a ciência "possui toda a verdade", que é algo que nem o mais fanático do cientismo pode honestamente dizer.<br /><br />Não tem dogmas. Não tem postulados, excepto a inexistência de Deus.<br /><br />Ou seja, pode-se ser ateu e ser comunista, ter determinados dogmas. Ou ser nazi (menos provável) e ter outros dogmas. Poderia ser ainda fascista (extremamente improvável) e ter ainda outros dogmas. Ou então humanista. Pode ser democrata ou monárquico. Pode ainda ser uma besta total ou uma pessoa extraordinária. Um neo-liberal ou um voluntário da EMI.<br /><br /><I>Não passará pela cabeça de ninguém analisar o pensamento humano com o rigor da matemática ou das ciências exactas.</I><BR>Correcção: Não passará pela cabeça de ninguém <I>alheio à realidade</I> analisar... etc. Não te quero desapontar, mas a análise exacta do que se passa no cérebro é uma das áreas mais excitantes neste momento na ciência, com descobertas <I>horárias</I> e avanços de cortar a respiração.<br /><br />E não, não acredito que a vida é uma pastilha elástica, pois senão a pastilha elástica não teria esse nome ;), e nem é fruto de "acaso" algum, mas principalmente da seta do tempo.<br /><br /><I>“Mui” mal vai quem tem por verdade absoluta uma verdade provisória.</I>Ah, se ao menos os religiosos te ouvissem!Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-20662656750284560422009-04-30T20:59:00.000+01:002009-04-30T20:59:00.000+01:00”Não. É clareza. Não confunda as duas senão fica a...<I>”Não. É clareza. Não confunda as duas senão fica ainda mais baralhado do que é costume...”</I><BR>Não me recorda de ficar baralhado. Mas, com afirmações destas… quem não fica baralhado!<br /><br />Se eu disser: “hoje é quarta-feira!”<br />E se o LK responder: “Não. Está errado!”<br />Eu digo que o LK respondeu com “muita certeza”. Ele diz que não. Foi apenas com “clareza”, e que não devo confundir as coisas. <br />Particularidades do Pensamento Crítico, que eu, em boa verdade, não domino.<br />Para mim, quem afirma algo de forma tão absoluta é peremptória demonstra “certeza”. Pra um especialista de pensamento crítico demonstra apenas “clareza”.<br />(É evidente que esta afirmação pode ser errada, mas isso não está em causa!)<br /><br />Ora, tendo em atenção que “Clareza” significa: “que é claro; que é distinto (de outro semelhante); transparência (no sentido ou na forma); que é inteligível; que é perfeitamente demonstrativo de uma qualidade…<br /><br />Certeza significa: qualidade do que é certo; convicção; firmeza no que se afirma, convicção (ou convicção indubitável no que se afirma); <br /><br />Era isto a que eu me referia. Mas o LK nega-se a aceitar, já que continua a ver em toda a gente uma certa menoridade intelectual.<br /> Não é em vão que eu acho que ele julga estar a falar para os jovenzitos que são seus alunos e que têm a obrigação de o escutar. <br /><br />Quando será que o LK se apercebe da realidade?<br /><br /> <br />Segundo o dicionário editora 5ª e 8ª edição, certeza pode ser definida como: <I>“ Estado de espírito caracterizado pela crença de que se está na posse da verdade. “</I><BR> Esta definição é muito importante e demonstra bem que o ateísmo é uma crença – a crença no facto de que a ciência possui toda a verdade.<br />Tem os seus “dogmas” (os seus axiomas), os seus postulados (e os seus apóstolos)… etc. <br />(Isto é digno de um Post no meu blog).<br /><br />Um gravíssimo problema dos ateístas, que por aqui comentam, é a ideia de que o Homem é um ente racional de comportamento (sentimento, sensibilidade, consciência, compreensão…), linear e padronizado. Não passará pela cabeça de ninguém analisar o pensamento humano com o rigor da matemática ou das ciências exactas. <br />Por outro lado, não se pode separar o Homem das suas capacidades – o Homem não é apenas um animal. Logo tudo o que diga respeito ao Homem tem que ser analisado numa base ontológica, porque a ciência (o que quer que isso seja) fica a meio do caminho. <br />É claro que a ciência se limita a LER o que existe na natureza – para mim escrito pela mão do Criador; para os ateus escrito por uma pastilha elástica chamada “acaso”. <br /><br />Enfim!<br />Há quem queira medir forças entre a finita, muito limitada, transitória e inacabada capacidade humana de perceber a natureza, e a capacidade infinita do Criador, ou da própria natureza em si.<br /><br />Quem assim procede vive a remendar as opiniões e a colocar rótulos sobrepostos. <br />“Mui” mal vai quem tem por verdade absoluta uma verdade provisória. <br /><br />Porque razão uma cobra venenosa mata as presas e se morder em si própria não morre? O veneno não é letal?Zeca Portugahttps://www.blogger.com/profile/03866670400149262170noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-36351658808044680622009-04-30T19:33:00.000+01:002009-04-30T19:33:00.000+01:00Nuvens,
É como te digo, tens uma noção de evoluçã...Nuvens,<br /><br />É como te digo, tens uma noção de evolução radicalmente oposta à minha :). Dizer, ou implicar que uma barata tem um design superior ao nosso é perverter as palavras demasiado longe.<br /><br />Talvez partas de pressupostos completamente errados. Dizes que um ser vivo tem "duas funções", mas isso é errado. Um ser vivo tem imensas funções, e é obrigado a ter nenhumas. Repara, não há nada que diga que determinado ser vivo tem de "sobreviver" ou "reproduzir-se", que o digam todos os seres vivos que morrem (100%), e todos aqueles (em menor número mas mesmo assim imensos) que não se reproduzem. Serão seres vivos "falhados" ou menores por não cumprirem as suas "funções"? E quem determinou essa obrigatoriedade?<br /><br />Por aqui vês que o ser vivo não tem essas funções, mas sim essas possibilidades, características que os permitem reproduzir-se, mas isso nem sequer advém de nenhuma obrigatoriedade ontológica, é apenas fruto do facto de que ao longo de muito tempo, os seres vivos existentes são descendentes de outros seres vivos que se reproduziram <I>de facto</I>.<br /><br />Outro problema é que tens "dúvidas profundas" sobre a nossa superioridade suposta. Parece-me uma atitude muito generalizada, uma espécie de anti-"especiismo" (análogo ao anti-racismo) muito em voga, politicamente correcto, mas no seu fundo, "deep down", pouco honesto com as próprias pessoas que os proferem.<br /><br />A mim, parece-me uma análise da situação completamente ridícula. Percebo o perigo da soberba ao contemplarmos a magnificência do <I>homo sapiens</I>, mas é um risco que corro alegremente, pois é um facto inatacável em termos sãos.<br /><br />Não é por acaso que os religiosos pensam que o ser humano é "divino", diferente dos outros animais. É porque é. Não existe outro animal que tenha a linguagem que nós temos (para além de coisas demasiado básicas que para pouco servem), e que permitem criar e levar a evolução a outro patamar de velocidade completamente diferente, devido à cultura (que é a evolução em esteróides).<br /><br />É perigoso? Sem dúvida. Podemos estar perante apenas 6 a 10 000 anos de luminosidade humana até ao glorioso rebentamento final de tudo e mais alguma coisa.<br /><br />Mas dizer que isto vale menos do que as centenas de milhões de anos que os dinossauros estiveram cá a comerem-se uns aos outros e a ulularem gritos que hoje só conseguimos imaginar em filmes, é tão ultrajante como o meu exemplo da pedra.<br /><br />Estás simplesmente a dar pontos à quantidade de anos que cada espécie vive, como se nós não fôssemos os únicos seres a conseguir contá-los sequer.<br /><br />Talvez seja esta disposição mental anti-humana que sinto demasiado generalizada a génese de um ambientalismo mal ajustado e apocalíptico. É, sem dúvida, e isso já descobri há bastante tempo, um sinal de que ainda não crescemos muito para além da tradição judaico-cristã do apocalipse e do juízo final.Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-76801102613412176102009-04-30T15:30:00.000+01:002009-04-30T15:30:00.000+01:00O link é este
http://www.ted.com/index.php/talks...O link é este <br /><br />http://www.ted.com/index.php/talks/hans_rosling_shows_the_best_stats_you_ve_ever_seen.htmlnuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-41967093594640823752009-04-30T15:29:00.000+01:002009-04-30T15:29:00.000+01:00Vou deixar um vídeo sobre como apresentar dados so...Vou deixar um vídeo sobre como apresentar dados sobre a realidade de forma interessante. <br /><br /><br />"Hans Rosling: Debunking third-world myths with the best stats you’ve ever seen."<br /><br /><br />http://www.ted.com/index.php/talks/hans_rosling_shows_the_best_stats_you_ve_ever_seen.htmnuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-52777954597338870352009-04-30T15:24:00.000+01:002009-04-30T15:24:00.000+01:00Este comentário foi removido pelo autor.nuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-44203240155523700982009-04-30T14:39:00.000+01:002009-04-30T14:39:00.000+01:00Vítor,
«Não podemos ficar simplesmente pelos argu...Vítor,<br /><br /><I>«Não podemos ficar simplesmente pelos argumentos que nós próprios aqui pomos? ;)?</I> <br /><br /><br />Claro que sim. O problema é só percebermos primeiro o que cada um está a dizer :)<br /><br />O bruto facto da existência pode ser descrito numa ontologia trivial como "algo existe". Outro problema ontológico importante é esclarecer o que se quer dizer com "existir", e nisto os existencialistas têm em mente algo diferente da maioria dos restantes. Mas nisto tudo estamos à procura de relatos rigorosos cujas proposições correspondam à realidade.<br /><br />Outra coisa é lidar com o bruto facto da nossa existência evocando aquilo que sentimos por sermos. Isso é mais poesia que logos. É uma invocação de sentimentos e não um relato rigoroso.<br /><br />Mas penso que esta parte da discussão é pouco clara e pouco relevante. A distinção que quero fazer é na direcção da dependência. Se a ontologia (o relato) pretende corresponder ao qu existe então deve ser fundamentada por evidências acerca daquilo que representa.<br /><br />Se a querem usar sem exigir evidências então já não é ontologia mas sim uma forma de magia onde se atribui poderes às palavras em si.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-82406940190116793602009-04-30T14:31:00.000+01:002009-04-30T14:31:00.000+01:00Barba
Esqueci-me de comentar a pedra. A pedra não ...Barba<br />Esqueci-me de comentar a pedra. A pedra não evolui, não tem adaptações melhores nem piores, não re reproduz, se bem que há algumas teorias sobre outro tipo de materiais como cristais e alguns tipos de moléculas onde devido a alguma capacidade de replicação algo de parecido com selecção natural se possa ter passado. mas não consigo explicar se forma simples, no entanto as moléculas que se auto-replicam são em princípio em maior número certo.<br /><br />De qualquer forma o termo evolução dever ser usado para seres vivos, esse é o âmbito do conceito.nuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-79345240848103780502009-04-30T14:28:00.000+01:002009-04-30T14:28:00.000+01:00Primo Bruce
A Palmira agora esreve em dois blogue...Primo Bruce<br /><br />A Palmira agora esreve em dois blogues: no jugular num blogue colectivo do jornal Público dedicado às eleições de 2009. Diversificou os seus interesses, está uma analista política de alto gabarito embora continue a espancar os cristãos sem dó nem piedade.Anrtónio Parentenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-69879864209545897092009-04-30T14:21:00.000+01:002009-04-30T14:21:00.000+01:00Barba.
Eu não me considero mais evoluido do que a...Barba.<br /><br />Eu não me considero mais evoluido do que as baratas porque elas estavam aqui quando os primeiros vertebrados apareceram ( versões maiores mas fundamentalmente iguais) , sobreviveram a inúmeras extinções em massa e são provas de que o design é superior à inteligência da criatura.<br /><br />Repara no seguinte factor, um ser vivo tem duas funções, sobreviver e reproduzir-se. <br />Elas cumprem as duas com exemplar eficácia e eficiência sendo que mesmo dentro da própria espécie tem taxas de mutação/adaptação que faz com que sejam de eliminação quase impossível, e se adaptem a qualquer meio onde exista calor.<br />Por isso em termos de evolução elas são muito evoluídas, tem milhões de anos que os comprovam e uma capacidade de nos parasitar irritante. <br />Agora , não tem o nosso sistema nervoso central , o nosso cérebro, a nossa visão, cultura e sentimentos ( mas tb não lhes faz falta). É certo, mas o nosso ramo evolutivo , o dos símios , foi pressionado nesse sentido, essas são as nossa armas e temos de as usar da melhor maneira. Tendo em conta que já estivemos várias vezes perto da extinção total e existimos numa fracção de tempo destes animais, fico com dúvidas profundas da nossa superioridade suposta. <br />Os continentes continuam a movimentar-se, e um destes milhões de anos tudo o que conhecemos desaparecerá, aposto , que um dos últimos seres a observar um céu iluminado por uma gigante vermelha, será na terra uma barata e no mar esponjas e medusas, linhagens imensamente antigas de um design à prova do tempo. <br />Resumindo: somos mais inteligentes e achamo-nos mais do que somos. : )))nuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-46088150563846087222009-04-30T13:25:00.000+01:002009-04-30T13:25:00.000+01:00“Penso que é por isso que a fenomenologia ficou mu...“Penso que é por isso que a fenomenologia ficou muito aquém daquilo que Husserl queria...”<br />Não percebo muito bem esta obsessão com o Heidegger, quero dizer, a colagem ao que estou a dizer. Já em Aristóteles a “filosofia primeira” é isso mesmo; e o próprio termo ontologia define-se etimologicamente assim: não é física, não é descrição das instanciações (as árvores, as peras, os cães, etc). Curiosamente, eu com o termo “fenomenologia” penso mais no Hegel LOL, mas percebo a aferição histórico-filosófica que o Ludwig faz; simplesmente, nem os termos e actividades filosóficas se reduzem ao seu “último autor”; nem este é o Heidegger; nem estas caixolas assim como a minha carola disponível me parecem permitir levantamentos histórico-filosóficos minimamente decentes aqui e agora; etc Não podemos ficar simplesmente pelos argumentos que nós próprios aqui pomos? ;)<br /><br />“Dizer que a ontologia é a existência das coisas é como dizer que a geologia é as rochas. Isto é incorrecto. São relatos. Acerca da existência das coisas e acerca das rochas<br /><br />Não percebi. A ontologia é um relato acerca da existência, não tendo em conta as suas formas específicas ou particulares. Eu nunca disse que a ontologias era o on, retirando-lhe o “logos”. Disse apenas que a ontologia não trata do conteúdo daquilo que é, mas do puro facto de ser, da estrita determinação de “existe”, "há", "é concreto", como quiser chamar a coisa com o Heidegger ou com o Cioran ou com quem bem entender desde que se refira a isso mesmo. Mas já me ia repetir, não vale a pena.Vítor Máculahttps://www.blogger.com/profile/02048391254830817477noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-83342165341584087832009-04-30T12:50:00.000+01:002009-04-30T12:50:00.000+01:00Nuvens,
Se achas que o ser humano não é mais evol...Nuvens,<br /><br />Se achas que o ser humano não é mais evoluído do que uma barata, temos diferentes noções de "evolução" :). Sei que estás a tentar dizer que uma barata moderna é tão "evoluída" como o ser humano porque são ambos adaptados ao ambiente.<br /><br />Tens portanto uma definição de "evoluído" que é simplesmente dizer "adaptado". Para mim, isso é insuficiente. Tal como eu vejo as coisas, isso quereria dizer que uma pedra é tão evoluída como eu, porque bem vistas as coisas, ela está tão aqui como eu.<br /><br />Se a palavra "evoluída" pode ser usada desta maneira, deixa de ter significado algum. Mas como claramente tem, por <I>reductio ad absurdum</I> a tua posição é inconsistente ;).Barba Rijahttps://www.blogger.com/profile/06514373829674181118noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-79783732139440385362009-04-30T11:54:00.000+01:002009-04-30T11:54:00.000+01:00Primo Parente,
Agradeço a sua opinião, só que eu ...Primo Parente,<br /><br />Agradeço a sua opinião, só que eu deixei de passar no DRN. O atendimento é uma chungaria e não tenho vida para os pedantismos do Dério. No entanto se vir a Palmira mande-lhe por favor as minhas saudades.Bruce Lósehttps://www.blogger.com/profile/07121889922073184606noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-63231446828199410872009-04-30T11:48:00.000+01:002009-04-30T11:48:00.000+01:00Bruce Lóse
LOL.
Tenhomais uns itens para acrescent...Bruce Lóse<br />LOL.<br />Tenhomais uns itens para acrescentar a essa lista, mas presumo que seja perda de tempo. Nunca vamos obter resposta. Et pour cause ... <br />CristyAnonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-88485320725545624302009-04-30T11:27:00.000+01:002009-04-30T11:27:00.000+01:00Primo Bruce Losé
Foi publicado no De Rerum Natura...Primo Bruce Losé<br /><br />Foi publicado no De Rerum Natura o melhor artigo contra o criacionismo que li nos últimos anos. Coloca o meu irmão Perspectiva numa posição muito difícil.<br /><br />O título do post é "Terá Darwin ressuscitado Deus?"António Parentenoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-88381850930991448652009-04-30T11:25:00.000+01:002009-04-30T11:25:00.000+01:00Barba
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Não estão mais evoluídos, repara, exi...Barba<br />-----<br /><br />Não estão mais evoluídos, repara, existem fósseis vivos como aquele peixe o celacanto. ele está praticamente inalterado o que prova que estava perfeitamente adaptado, não avançou em nenhuma direcção, está em harmonia com as exigências do seu meio.<br /><br />"não fosse ainda hoje estaríamos provavelmente no estado de células uni-celulares"<br /><br />E ainda estamos, as bactérias estão aí , não desapareceram , e temos um novo reino o Archae que é entre os virus e as bactérias e que não muda há milhões de anos, nada descende dele e tem o mesmo antepassado comum.<br /><br />Todos os que estamos somos os descendentes dos mais adaptados, não mais evoluídos. é diferente, um PC actual é mais evoluído que o Z 80 . Uma bactéria actual é o resultado de pressões de evolução, não é melhor nem pior. <br /><br /><br />Um peixe cego das cavernas não é certamente mais atrente nem capaz que os seus antepassados com olhos. Neste, perdeu qualidades. è mais evoluido para o seu ambiente, menos avançado no entanto porque é cego.<br /><br />Há morcegos que chegados ás ilhas perderam a capacidade de voar e andam apenas pelo chão. São mais evoluídos que os seus pares do continente, mas menos avançados porque perderam a capacidade de voar.<br /><br />A selecção natural apura a espécie muitas vezes em detrimento do indivíduo.<br /><br />Nesse sentido não há avanço, apenas adaptação.nuvens de fumohttps://www.blogger.com/profile/09998512886438705410noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-79122004469018759222009-04-30T10:03:00.000+01:002009-04-30T10:03:00.000+01:00Cristy,
Não te preocupes com os esquecimentos, te...Cristy,<br /><br />Não te preocupes com os esquecimentos, tenho um post-it “Miguel Panão” no monitor:<br /><br />1)a intenção do preservativo é diferente do calendário; diferente como?<br />2)é obrigação da ciência considerar e estudar os milagres como tal; mas quais?<br />3)o vudu e a eucaristia são fundamentalmente diferentes; mas porquê?<br />4)a argumentação do Ludwig é muito rebuscada e auto-referencial; Sprechen Sie Portugiesisch?<br />5)o deus dos católicos é o Senhor-Seja-Ele-Quem-For-Mas-Não-É-Esse-Que-Dizes; o que é um católico?<br /><br />Tenho mais post-it à volta para o “Mats”, “Sabinito” e “Perspectiva” mas para já só têm desenhos e um link que lhes hei-de enviar ( http://www.youtube.com/watch?v=un_aZa73xfA&feature=related ) com referência a outro vogal executivo da virtude.Bruce Lósehttps://www.blogger.com/profile/07121889922073184606noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-63155479608534017802009-04-30T08:52:00.000+01:002009-04-30T08:52:00.000+01:00Miguel,
adenda: tenho mais paciència para o Zéquin...Miguel,<br />adenda: tenho mais paciència para o Zéquinha e para o Nuno Goms, pelas razões adiantadas.<br />Cristy<br />P.S. Vai voltar a desaparecer sem respodner às perguntas e aos argumentos?Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-48363150909566969322009-04-29T20:35:00.000+01:002009-04-29T20:35:00.000+01:00Vitor,
Dizer que a ontologia é a existência das c...Vitor,<br /><br />Dizer que a ontologia é a existência das coisas é como dizer que a geologia é as rochas. Isto é incorrecto. São relatos. Acerca da existência das coisas e acerca das rochas.<br /><br />Penso que é por isso que a fenomenologia ficou muito aquém daquilo que Husserl queria...Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.com