tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post3863425439041514241..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Treta da semana: a lei e a realidade.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger55125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-31654460919989943802014-02-05T09:46:26.599+00:002014-02-05T09:46:26.599+00:00A melhor educação da criança começa por ser no con...A melhor educação da criança começa por ser no contexto em que o seu pai e mãe biológicos se amam e respeitam e cuidam da criança que conceberam, propiciando-lhe uma identidade emocional e psicológica inteiramente consistente com a sua identidade genética. <br /><br />Se a sociedade for constituída por famílias desestruturadas e disfuncionais, dificilmente será uma ajuda para a educação das crianças. <br /><br />Pelo contrário, o que vemos em termos de aborto, abandono de crianças, abuso sexual de crianças, insucesso escolar, abandono escolar, delinquência juvenil, raptos parentais, luta pela custódia das crianças entre divorciados, criminalidade juvenil, pornografia infantil, bullying, praxes, etc., mostra que a própria sociedade anda moral e sexualmente desorientada. <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-29145641950236076352014-02-04T19:18:54.134+00:002014-02-04T19:18:54.134+00:00Acho inacreditavel que hoje em dia ainda hajam pes...Acho inacreditavel que hoje em dia ainda hajam pessoas que nao sao capazes de ver que o que importa e que a crianca tenha alguem que lhe de o que precisa e que a oriente na vida ate que essa crianca o possa fazer por si propria. Pode-se discutir qual o cenario mais apropriado para que esse acompanhamento seja o melhor possivel mas privar uma crianca de alguem que este disposta a fazer todos os sacrificios associados a esse acompanhamento e que ainda por cima ama essa crianca e duma parvoice e crueldade inimaginavel nos dias de hoje. Alem disso, quem pensa que so e necessario dois progenitores para criar uma crianca nao quer ver a realidade. "It takes a village to raise a child" - e nos dias que correm ainda isso e muitas vezes insuficiente...Unknownhttps://www.blogger.com/profile/13468258661524841800noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-62697546384767641712014-02-04T14:58:59.056+00:002014-02-04T14:58:59.056+00:00Todos os indivíduos, Chineses, portugueses, hetero...Todos os indivíduos, Chineses, portugueses, heterossexuais, homossexuais, transsexuais são o resultado de um espermatozoide e de um óvulo, transportando em si mesmo os cromossomas de uma mulher e de um homem. <br /><br />A dignificação do casamento heterossexual monogâmico pretende fazer corresponder o ambiente que rodeia o nascimento e crescimento de cada indivíduo à sua própria estrutura e identidade genética. <br /><br /> Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-34444052101423218642014-02-04T14:31:44.165+00:002014-02-04T14:31:44.165+00:00LUIS MIGUEL SERQUEIRA DIZ:
"Nem todos somos...LUIS MIGUEL SERQUEIRA DIZ: <br /><br />"Nem todos somos o fruto de um homem e de uma mulher".<br /><br />Conhece alguém que seja o resultado de dois espermatozóides ou de dois óvulos? Ou será que conhece alguém que tenha 23 cromossomas humanos e 23 de porco? <br /><br /><br />Enfim, temos que ter paciência... Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-18218245313885274642014-02-04T12:33:01.529+00:002014-02-04T12:33:01.529+00:00O CASAMENTO HOMOSSEXUAL E O ARGUMENTO DA INTOLERÂN...O CASAMENTO HOMOSSEXUAL E O ARGUMENTO DA INTOLERÂNCIA E DO ÓDIO<br /><br />Um dos argumentos utilizados para sustentar a equiparação da união entre duas pessoas do mesmo sexo a duas pessoas dos dois sexos existentes apela à compaixão e à tolerância, acusando os defensores do casamento heterossexual monogâmico de ódio e intolerância. <br /><br />Trata-se também aqui de um argumento falho e débil, por vários motivos.<br /><br />Em primeiro lugar, ele pretende fazer de conta que a relação heterossexual monogâmica é apenas uma entre várias orientações e preferências particulares, privadas e subjetivas, esquecendo o modo como ela é universal, pública e objetivamente baseada no relevo estruturante que a complementaridade de géneros e a relação entre um homem e uma mulher têm para o género humano globalmente considerado e para cada indivíduo em concreto. <br /><br />Em segundo lugar, se ele pretende associar a liberdade e a não discriminação com a possibilidade de casar com aquela(s) pessoa(s) por quem o indivíduo se sente atraído, não se vê com que base é que limita o casamento a duas pessoas do mesmo sexo e não o abre a mais pessoas de um ou ambos os sexos, como sustenta o islamismo, ou até a seres de outra espécie. <br /><br />Também essa postura pode ser considerada intolerante e especista. Na verdade, se os defensores das orientações e das preferências conhecem o carácter infindável de permutações e combinações sexuais possíveis, não se percebe porque é que, consistentemente, não advogam tantos casamentos quantas essas possíveis permutações e combinações. <br /><br />De acordo com premissas que acolhem, essa seria a única conclusão lógica de máxima tolerância e menos ódio. <br /><br />Em terceiro lugar, ele não leva na devida conta que uma sociedade democrática baseada em princípios de igual dignidade humana, e igualdade de género, a tolerância deve ter na racionalidade e na moralidade o seu fundamento e os seus limites. <br /><br />Há sempre que colocar limites à tolerância. <br /><br />Considerando que todos os indivíduos são o produto de uma união entre um homem e uma mulher, é inteiramente racional e razoável concluir que uma preocupação moral com as possibilidades concretas do bem estar de cada indivíduo deve assentar na universalização da especial proteção da união entre um homem e uma mulher, de acordo com princípios de igual dignidade e complementaridade de género, respeito e amor. <br /><br />Dessa união depende o indivíduo, incluindo o homossexual, não apenas para nascer, mas para também para ter condições de desenvolvimento física e psicologicamente rico, saudável e equilibrado, inteiramente consentâneo com a sua própria identidade genética e cromossomática. <br /><br />Isto, no pressuposto de que a promoção e estabilização seria benéfica para a generalidade dos indivíduos e, por consequência, para toda a sociedade. <br /><br />Não se percebe o que é que aqui poderá existir de intolerante, irracional ou odioso. <br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-5411674336111693092014-02-04T11:26:19.157+00:002014-02-04T11:26:19.157+00:00O CASAMENTO HETEROSSEXUAL MONOGÂMICO E A SEPARAÇÃO...O CASAMENTO HETEROSSEXUAL MONOGÂMICO E A SEPARAÇÃO ENTRE DIREITO E RELIGIÃO <br /><br />Um argumento utilizados para defender o casamento entre pessoas do mesmo sexo prende-se com a tradição de autonomia do direito face à religião, sustentando que a mesma não teve nem deve ter um papel determinante na definição do casamento. <br /><br />Este argumento tem vários problemas. <br /><br />Em primeiro lugar, dele não resulta nenhuma justificação para o casamento nem nenhum critério positivo ou negativo, quantitativo ou qualitativo. <br /><br />Dizer que o casamento é uma união civil é o mesmo que dizer nada, já que o direito civil, por si só, pode criar inúmeros casamentos, tantos quantos a imaginação permitir. <br /><br />Na verdade, nada impede que se escreva, no artigo 1577º do Código Civil, que se defina o casamento como a união estável entre um ser humano e um cão, ou entre uma parede e uma janela. <br /><br />Como vimos anteriormente, a razão fundamental para a especial dignidade social e jurídica da união heterossexual monogâmica radica no dado objetivo de que a mesma é estruturante do género humano e de cada indivíduo em concreto, sempre sendo assim em todos os tempos e lugares. <br /><br />Isto é assim, para todas as pessoas, quer tenham quer não tenham religião e independentemente de sexo, raça, ideologia ou (des)orientação sexual. <br /><br />A união entre um homem e uma mulher é anterior e superior ao Estado e ao direito. <br /><br />Não foi o homem que criou esta união. Foi ela que gerou o homem. <br /><br />A união entre um homem e uma mulher é constitutiva e estruturante do género humano e de cada indivíduo. <br /><br />Se uma ou mais confissões religiosas têm doutrinas acerca do casamento inteiramente consistentes com esse dado, como sucede com o Cristianismo, isso só abona em favor da racionalidade e universalidade dos seus valores e princípios. <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-54978727333547092632014-02-04T11:00:33.116+00:002014-02-04T11:00:33.116+00:00O PADRÃO DO CASAMENTO DE UM DEUS QUE SE APRESENTA ...O PADRÃO DO CASAMENTO DE UM DEUS QUE SE APRESENTA COMO LOGOS<br /><br />Não se trata de apelar ao ódio ou à discriminação. Que confusão! <br /><br />Trata-se apenas de dizer que todos nós, em todos os tempos e lugares, mesmo aqueles que se definem como homossexuais, somos o resultado de um padrão heterossexual monogâmico que é constitutivo e estruturante da nossa própria identidade. <br /><br />O seu argumento sobre a compaixão prova demais, porque levaria à legalização da poligamia, da zoofilia, etc. <br /><br />Compaixão das pessoas não pode significar concordância com tudo o que fazem e todas as ideias que defendem, mesmo quando imorais e irracionais. <br /><br />O seu argumento sobre a felicidade não pensa na felicidade coletiva a curto, médio e longo prazo nem vê os efeitos que a (des)estruturação da sociedade com base em (des)orientações, preferências ou impulsos, desvalorizando a estrutura familiar básica, pode ter no número de abortos, mães solteiras, crianças abandonadas, violência juvenil, toxicodependência, abandono escolar, insucesso escolar, pobreza, doenças sexualmente transmissíveis, etc. <br /><br />Em vez de acusar os outros de ódio e intolerância examine os seus argumentos e leve-os às suas consequências. É o que eu me limito a fazer.<br /><br />Os seus argumentos são tão subjetivos e irracionais que até os apelos a padrões universais, à lógica e à racionalidade são consideradas ofensivos e intolerantes. <br /><br />Quanto à poligamia na Bíblia, também aí se revela a sua impreparação. A Bíblia, como é um livro de verdade, narra o que as pessoas pecadoras e decaídas faziam, sem esconder nada. Mas ela é clara ao explicar que se afastaram do padrão de Deus. <br /><br />O padrão bíblico do casamento encontra-se em Génesis e retomado mais tarde por Jesus Cristo. <br /><br />Ele é claro. <br /><br />Génesis: <br /><br />"E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou." <br />(Génesis 1:27) <br /><br />"Portanto deixará o homem o seu pai e a sua mãe, e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne". (Génesis 2:24)<br /><br />Jesus Cristo: <br /><br />"Porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher, E serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne." (Marcos 10:6-8)<br /><br />A criação confirma inteiramente este padrão: todos somos o resultado de um espermatozóide e de um óvulo e, em condições normais, todos temos 23 cromossomas de um pai e 23 cromossomas da uma mãe. <br /><br />Deus estabeleceu um padrão moral e estabeleceu-o na natureza. Todas as variações humanas são, em boa verdade, corrupções desse padrão. <br /><br />Daí que seja importante dignificar, proteger, prestigiar esta relação, distinguindo-a de todas as degenerescências sem fundamento lógico, biológico, antropológico e... teológico. <br /><br />Ao combatermos a corrupção do casamento, combatemos a corrupção da sociedade. <br /><br /><br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-54759178444417690522014-02-03T20:11:47.440+00:002014-02-03T20:11:47.440+00:00No entanto, uma organização religiosa que delibera...No entanto, uma organização religiosa que deliberadamente viole as leis do país — que incite ao ódio, que promova a discriminação, que abertamente proclame a intolerância — está a resvalar naquilo que é proibido de fazer. Ninguém pode forçar uma organização religiosa a aceitar a participação de certas pessoas nas suas cerimónias — as organizações religiosas são privadas, e estabelecem as regras que quiserem dentro dos limites da lei. Portanto, se quiserem proibir o matrimónio entre pessoas do mesmo género, podem fazê-lo. Mas não podem impedir que a sociedade civil, que se rege por regras mais abrangentes, mais tolerantes, menos discriminatórias, tenha as suas regras diferentes.<br /><br />Claro que posso, como cidadão, questionar se faz sentido, para mim, fazer parte de uma organização que promove a intolerância e incentiva o ódio e a discrminação contra certos cidadãos, em vez de promover a compaixão — o desejo de diminuir o sofrimento das pessoas. Mas isso é uma decisão pessoal. Havendo liberdade de religião, posso aceitar que certas pessoas não sejam compassivas e que prefiram ser membros de uma religião que gosta de inflingir sofrimento em terceiros. Posso não compreender, mas como há liberdade de religião, tenho de aceitar.<br /><br />Por isso tudo, amigo Criacionista Bíblico, penso que fez uma apologia muito bem estruturada do sacramento do matrimónio, e está de parabéns pela defesa dos seus princípios de forma clara. Mas quando quer aplicar os seus princípios a uma sociedade esclarecida que combate activamente a intolerância, a discriminação, e o incentivo ao ódio, e que substitui isso pelo desejo de diminuir o sofrimento e de aumentar a dignidade, a saúde, a educação, e fundamentalmente a liberdade de todos os seus cidadãos, sem os discriminar, então terá de fazer um esforço muito maior do que isso.<br /><br />Não existe nenhum «imperativo universal» que justifique a intolerância, a discriminação e o ódio. Em compensação, posso aceitar que existam imperativos universais — não com esse nome — que justificam o amor, a inclusividade, a compaixão, a tolerância, o auxílio, a liberdade, e muitos mais semelhantes valores éticos, que a nossa sociedade civil se propõe defender com unhas e dentes contra todos aqueles que os procuram derrubar.<br /><br />Claro que a nossa sociedade não é perfeita. Mas como gosto de dizer: a democracia é uma utopia em construção. Os valores e os ideais da democracia são extremamente elevados — estão muito acima dos valores e ideais dos cidadãos que vivem nessa democracia. Mas o papel da democracia enquanto construção utópica é «elevar» o nível moral dos seus cidadãos, apontando-lhes uma ética superior com princípios fundamentais muito elevados, e legislar de acordo a que se chegue a esse objectivo. Claro que não é de um dia para o outro. Não foi por proibir a discriminação e a intolerância e torná-la num crime que as pessoas deixaram, da noite para o dia, de serem inclusivas e tolerantes. Mas está-se a apontar um caminho.<br /><br />Não há nenhum caminho que defenda a disciminação, a segregação, a diminuição da dignidade de uns relativamente a outros, a intolerância, o ódio, etc. que conduza a uma sociedade mais livre em que os seus membros sejam mais felizes. Liberdade e felicidade são sinónimos, e promover uma é incentivar a outra. Repressão, intolerância e constrangimentos à liberdade provocam sempre infelicidade, insatisfação e sofrimento.Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-64872491253878889322014-02-03T20:11:28.188+00:002014-02-03T20:11:28.188+00:00Ia muito bem até aos dois últimos parágrafos.
Est...Ia muito bem até aos dois últimos parágrafos.<br /><br />Estou essencialmente de acordo com todos os primeiros pontos. Deve-se sem dúvidas encorajar o casamento (ou mesmo o matrimónio) e a constituição de uma família — e a sua preservação — como peça-chave da sociedade. Deve-se igualmente incentivar as relações duradouras, especialmente as que envolvam crianças, e procurar assegurar que estas vivam num ambiente saudável e digno.<br /><br />Concordo evidentemente com tudo isto. Concordo mesmo que haja um interesse público na dignificação e estabilização das relações de dois indivíduos que estão casados. Até penso conseguir concordar com um «imperativo moral e jurídico» que proteja o regime de casamento.<br /><br />O resto, infelizmente, é meramente copy & paste do que já disse anteriormente, e ainda por cima está a contradizer a Bíblia, sua fonte de autoridade, pois esta não condena a poligamia e a poliandria, mas, em vez disso, dá fortes exemplos a seguir de indivíduos considerados sagrados e que eram polígamos. Se a Bíblia não condena a poligamia, porque deveria o amigo Criacionista Bíblico fazê-lo?<br /><br />Também não é papel do Estado preservar a dignidade do <em>sacramento do matrimónio</em>. Esse é o papel da entidade religiosa que promove esse tipo de cerimónia. Havendo liberdade religiosa, e uma separação de papéis entre Estado e as organizações religiosas, a cada qual compete as suas funções. O Estado tem um imperativo jurídico (e posso aceitar que seja mesmo moral) de promover e preservar a dignidade do casamento civil, independentemente do género, idade, etnia, religião ou orientação política dos cônjuges. E considero que as organizações religiosas têm pelo menos o imperativo moral de fazer o mesmo relativamente aos seus sacramentos e cerimónias, pelo menos se quiserem ser levadas a sério pela sociedade.<br /><br />Tal como não é permitido ao Estado legislar sobre a forma como as organizações religiosas entendem as suas cerimónias e as dignificam e justificam (porque há liberdade religiosa) — excepto quando violam as leis do país, o que aqui não é o caso — da mesma forma, havendo separação de funções, também não cabe a nenhuma organização religiosa se pronunciar sobre a forma como a legislação funciona e é aplicada a <em>todos</em> os cidadãos, mesmo aqueles que não são crentes.<br /><br />Penso que aqui reside a essência da falha da sua argumentação. Ela é válida (e dignifica) para <em>o sacramento do matrimónio</em>. Cabe à sua organização religiosa, qualquer que ela seja, justificar (seja de que forma for, nem precisa de ser de uma forma racional ou lógica) a defesa das suas cerimónias e sacramentos <em>para os seus crentes</em>. Cabe também às organizações religiosas decidirem se vão ser tolerantes e compassivas, se se querem ajustar ou não à realidade como ela é, ou se preferem defender ilusões que só causam sofrimento e insatisfação. Isso é uma decisão da organização religiosa, e só dela. Nem sequer os crentes têm muito voto na matéria; não há organizações religiosas democráticas :)<br /><br />Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-18936138467620462242014-02-03T19:41:54.897+00:002014-02-03T19:41:54.897+00:00Veja o caso da China: diminuindo a repressão e aum...Veja o caso da China: diminuindo a repressão e aumentando um pouco a liberdade de expressão, sabemos hoje que a China totalitária não é o paraíso que Mao Tse Tung afirmava ser. Mas já não era um paraíso na altura. O que acontecia é que os chineses eram proibidos de reclamar.<br /><br />O aquecimento global também não é um resultado da diminuição de piratas do mundo. Veja o <a href="http://www.venganza.org/about/open-letter/" rel="nofollow">gráfico</a>. É um clássico exemplo de confundir correlação com causação, e que, por ser obviamente absurdo (apesar do gráfico estar correctíssimo!), toda a gente o percebe.<br /><br />Não se sabe com exactidão se a homossexualidade tem componentes genéticas e epigenéticas e causadas pelo desenvolvimento embrional, mas suspeita-se que sim (os estudos ainda não são 100% conclusivos). Tudo o que sabemos é que <em>não</em> é causado pelo meio cultural; <em>não</em> é um hábito comportamental; <em>não</em> é uma moda, mania, ou uma consequência da mudança da sociedade.<br /><br />A expressão dessa homossexualidade é que pode ser um resultado do aumento da tolerância numa sociedade — numa sociedade em que os homossexuais são perseguidos e reprimidos, eles (e elas) andarão muito caladinhos com medo de serem mortos... como acontece em muitos países do mundo (e, recentemente, até na Rússia).<br /><br />Vou dar um contra-exemplo. Neste momento, na maior parte dos países mais tolerantes do mundo, não se sabe a quantidade de indivíduos transsexuais e transgénero que existem. Isto porquê? Porque a transfobia ainda é maior do que a homofobia (e é explicável porque assim é do ponto de vista sociológico e antropológico). Enquanto que, num inquérito anónimo, os indivíduos homossexuais e bissexuais não se sentem «perseguidos» e portanto respondem quanto à sua condição com sinceridade — porque sabem não poder ser discriminados por causa disso — já os indivíduos transgénero não sentem esse grau de liberdade, por isso, como externamente não se distinguem dos indivíduos cisgénero, preferem ocultar a sua condição. Mesmo que procurem apoio psicológico, a maioria dos especialistas, embora estejam familiarizados há décadas com as questões LGB, têm pouca ou nenhuma experiência com os indivíduos T, e por isso, estes, sabendo isso mesmo, recusam-se a procurar apoio clínico. Assim, do ponto de vista estatístico, como são pouquíssimos os que respondem aos inquéritos, o seu número parece ser negligível (pelo menos quando comparado com os indivíduos LGB).<br /><br />Se um dia aumentar a tolerância para com os indivíduos transsexuais e transgénero, então será de esperar que estes números aumentem — não porque a transsexualidade ou transgenderidade seja um hábito ou comportamento, mas porque deixou de haver repressão e discriminação deste tipo de indivíduos.<br /><br />Já o consumo de estupefacientes é meramente comportamental (e induzido socialmente) e não tem componentes genéticas ou epigenéticas. Por isso é que em Portugal a toxidependência foi reclassificada como doença, em vez de ser um crime, a fim de se poder proporcionar a esses indivíduos um tratamento adequado e a capacidade de refazerem as suas vidas. O exemplo português é sempre mostrado em congressos e conferências sobre o problema da toxicodependência para mostrar que a diminuição da repressão e penalização e a sua substituição por acompanhamento e tratamento conduz a uma diminuição drástica do consumo de estupefacientes, com as consequências vantajosas que isso trás para a sociedade como um todo.Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-56956689721161695452014-02-03T19:41:27.633+00:002014-02-03T19:41:27.633+00:00Oh amigo criacionista bíblico,
Até acredito que t...Oh amigo criacionista bíblico,<br /><br />Até acredito que tenha lido alguma coisa sobre o assunto, mas se calhar foi em sites criacionistas bíblicos, mas está <em>completamente errado</em>.<br /><br />A homossexualidade não se «consuma» em comportamentos. Como disse anteriormente, um homem pode ir ao cú a outro homem e não se considerar homossexual. Pelo exemplo inverso, um homossexual pode-se assumir perfeitamente como tal mas ser casto e praticar abstinência sexual (aliás, é uma precondição para muitos padres na Igreja Católica).<br /><br />Isso da «homossexualidade é um comportamento» era lá nos tempos do Freud. Acorde: estamos no século XXI. Mesmo os comportamentalistas dos anos 1960 andam um pouco em descrédito.<br /><br />Explique-me o que quer dizer com «quanto maior for a protecção da "orientação sexual", maior é a desorientação sexual». É que o que eu leio nisto é: quanto mais os pais protegerem as crianças e as condicionarem a determinado comportamento sexual, mais elas se desorientam. Isto faz pouco sentido, mas se realmente os estudos comprovam isso, até posso acreditar que seja verdade. Mas também seria importante referir a data desses estudos.<br /><br /><em>Ou seja, há uma tendência para o aumento dos comportamentos homossexuais em sociedades que positivamente promovam e apoiem a homossexualidade.</em><br /><br />Está a confundir correlação com causação. Há <em>sempre</em> cerca de 10% de seres humanos homossexuais ou bissexuais, independentemente da época ou lugar — é um condicionamento biológico. O que pode é haver proibição de manifestação dessa homossexualidade. Seria o mesmo que dizer: «hoje em dia há muito mais cancro do que antigamente». Não é verdade! O que acontece é que há muito mais capacidade de detecção do cancro de forma prematura — porque as pessoas são muito mais conscientes da existência de cancro e fazem muito mais testes; e estes são cada vez mais fáceis de fazer, mais efectivos a detectar, mais baratos, mais acessíveis — isto faz com que sejam reportados muito mais casos do que antigamente. E ainda bem, porque assim os podemos tratar. O mesmo se passa com coisas como a seropositividade, por exemplo. Mas também com coisas como a depressão. Porque é que são detectados muitos mais casos de depressão hoje em dia? É porque hoje em dia temos diagnósticos bem melhores para a mesma.<br /><br />Se lhe <em>parece</em> que «há mais homossexuais» é pura e simplesmente porque a homossexualidade deixou de ser reprimida como era nos tempos do Estado Novo. Mas ela sempre existiu. Não há «aumento de homossexualidade»; há, sim, a homossexualidade que sempre existiu na mesma proporção que agora é visível, porque os homossexuais não são discriminados.<br /><br />O que me pode com certeza afirmar é que numa sociedade intolerante e repressiva deixa de haver manifestações públicas de homossexualidade, e isso é de facto verdade. Quem imaginaria, antes dos anos 1970, de que existissem 10% de padres católicos homossexuais? Não se podia falar disso. Hoje em dia pode-se. E por isso é que os números <em>parecem</em> aumentar.<br /><br />Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-27580676219359930152014-02-03T19:08:24.861+00:002014-02-03T19:08:24.861+00:00Posso também jogar o jogo com as suas regras: repe...Posso também jogar o jogo com as suas regras: repetir vezes sem conta a mesma vez até que desista :) Não é assim que se ganham argumentações.<br /><br />Cuidado com os «universais». Nem todos somos o fruto de um homem e de uma mulher. A maioria é, mas a maioria não são «todos». Nem todos dependemos dessa relação para o nascimento, pelo menos não sentido de que essa relação foi uma relação saudável. Basta mencionar os casos de violência doméstica ou violação. Pode nem ter havido qualquer «relação» no sentido antropológico da palavra, mas meramente penetração conducente à gravidez. Já não falando nos casos em que a mãe morre à nascença da criança, e esta deixa de ter um dos pais. Mais os inúmeros casos de órfãos porque ambos os pais morreram à nascença... e, finalmente, os incontáveis casos de crianças que perderam ou foram afastadas dos pais, e cuja única solução para ter um ambiente familiar saudável é terem a sorte de serem adoptadas por alguém compassivo e generoso que o deseje fazer.<br /><br />Portanto, muito cuidado com esses universais. É verdade que uma grande parte da população teve a sorte de ter dois pais biológicos durante a maior parte da sua vida enquanto criança, mas infelizmente isso não é verdade para uma substancial parte da população.<br /><br /><em>Quando a união entre um homem e uma mulher, que é a matriz do género humano e de cada indivíduo, é diluída e rebaixada pela comparação com outras relações que nada têm que ver com o género humano e com a estrutura de cada indivíduo, ela perde a sua singularidade, o seu prestígio, a sua exclusividade a sua dignidade.</em><br /><br />Esse seu argumento é completamente ridículo. As coisas têm dignidade porque as pessoas lhe emprestam essa dignidade. Não têm dignidade de forma intrínseca, especialmente por serem de certa forma «exclusivas». Um médico não perde dignidade por existirem advogados e engenheiros; têm-na porque o médico se comporta de forma digna. Um partido político não perde dignidade porque existe oposição; perde-a se tiver comportamentos pouco éticos. Podia acrescentar a esta lista um milhão de exemplos a mostrar como as coisas não perdem qualquer dignidade por não serem únicas. Posso ser mauzinho e dizer-lhe que um cristão não perde dignidade só porque existem quase seis mil milhões de pessoas no mundo que não são cristãos.<br /><br />Quanto à sua defesa da monogamia, só posso repetir mais uma vez: leia a Bíblia. Veja o que ela diz da poligamia. E faça-me um favor: não comece a refutar certas passagens da Bíblia só porque não lhe convêm, porque senão eu faço o mesmo!<br /><br />É que acabou de dizer que a Bíblia é uma construção irracional e artificial porque esta promove a poligamia... tenho a certeza que os seus irmãos de fé não acharam piada nenhuma a este seu argumento.Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-22055246013000019342014-02-03T19:00:05.683+00:002014-02-03T19:00:05.683+00:00Se lermos o Génesis, logo vemos o padrão de Deus p...Se lermos o Génesis, logo vemos o padrão de Deus para o casamento: um homem e uma mulher.<br /><br />Só como consequência do pecado é que foram adotados diferentes padrães, por causa da desobediência humana. <br /><br />Alguns dizem que o casamento heterossexual monogâmico é um conceito judaico-cristão e que portanto não pode ser universalizado, sob pena de se impor a uns a moral religiosa de outros. <br /><br />Mas como se vê, a existência de um padrão heterossexual monogâmico constitutivo do género humano e de cada indivíduo é realidade biológica e antropológica intemporal e universal. <br /><br />Esse é um dado irrefutável. <br /><br />É por causa dele, e não por qualquer capricho arbitrário ou obsessão com a uniformidade, que o casamento heterossexual monogâmico se mostra amplamente radicado no tempo e no espaço. Isso pouco ou nada tem que ver com exigências religiosas. <br /><br />Mesmo os indivíduos não cristãos ou os não religiosos foram o resultado da união entre o espermatozoide de um homem e óvulo de uma mulher, transportando em si os cromossomas de ambos. <br /><br />Quem disser que o casamento heterossexual monogâmico é um conceito judaico-cristão terá logicamente que concluir que os dados biológicos e antropológicos relevantes também são judaico-cristãos na sua origem! <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-73221880501363181322014-02-03T18:56:43.493+00:002014-02-03T18:56:43.493+00:00Independentemente das formas de organização do cas...Independentemente das formas de organização do casamento, uma coisa é certa: <br /><br />O Direito e o Estado devem ter um fundamento lógico e racional para as suas decisões normativas essenciais, sob pena de semearem o descrédito nas suas instituições e normas. <br /><br />As normas morais do Estado Constitucional só podem aspirar à primazia e à universalidade se se basearem, não em orientações, preferências ou pulsões subjetivas, <br />mas em dados universalizáveis. <br /><br />Considerando que todos os seres humanos, em todos os tempos e lugares, independentemente da etnia, nacionalidade, sexo, estado de saúde, ideologias políticas, convicções religiosas, condição económica e social, orientação sexual, etc., são o resultado da união entre um homem e uma mulher e transportam, em partes iguais, os cromossomas de um e de outro, existe um fundamento lógico, universal e intemporal para reconhecer a especial dignidade da relação entre um homem e uma mulher e construir sobre ela a mais importante instituição social. <br /><br />O Estado pode e deve reconhecer estatuto especial e singular da união entre um homem e uma mulher, porque tem fundamentos biológicos, antropológicos, sociais e morais suficientes. <br /><br />Se a ideia for conformar o casamento subjetivamente de acordo com os afetos, preferências e orientações, sem discriminar, então abre-se as portas a tantas formas de casamento quantas as possibilidades e combinações afetivas dos seres humanos e até de outras espécies (v.g. heterossexualidade, homossexualidade, poligamia, poligamia bissexual, incesto, zoofilia). <br /><br />Uma vez alterado qualitativamente o casamento, não há nenhuma razão lógica que impeça novas alterações qualitativas e quantitativas. <br /><br />O reconhecimento de um estatuto jurídico e social distinto e especial ao casamento heterossexual monogâmico não resulta de qualquer preferência subjetiva e arbitrária, resulta de a complementaridade dos dois sexos, em condições de igualdade, constituir um elemento constitutivo do género humano e de cada indivíduo concreto. <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-8604472169623598482014-02-03T18:56:22.997+00:002014-02-03T18:56:22.997+00:00Como é frequente na argumentação de inspiração cri...Como é frequente na argumentação de inspiração cristã, confunde (deliberadamente) «matrimónio» como «casamento». O matrimónio é, para muitas religiões (nem todas), um sacramento entre cônjuges. O que diz aplica-se ao matrimónio.<br /><br />O casamento é um contrato civil entre dois adultos que co-habitam um espaço, com capacidades cognitivas capazes de assumirem um compromisso legal que lhes garante, à luz da lei, direitos e deveres.<br /><br />Para a maioria dos cristãos portugueses, quem contrai matrimónio religioso automaticamente contrai casamento civil — é esse o papel da Concordata no nosso país. Isto leva a que se goste muito de argumentar que «casamento e matrimónio são idênticos», e ir buscar argumentos para o casamento que na realidade são para o matrimónio.<br /><br />De notar que eu nunca defendi a posição de que um casal de pessoas do mesmo género (ou uma família poligâmica/poliândrica) tenha o «direito» de contrair matrimónio religioso. Na maioria das religiões, não há reinvidicações democráticas por parte dos seus crentes. Cabe aos crentes aceitarem os preceitos e regras da sua religião escolhida, e ou os aceitam, ou não são crentes. Não faz sentido, para mim, «obrigar» a que as religiões mudem as suas regras para se «adaptarem» aos tempos modernos. São os crentes, esses sim, que têm de mudar — não a religião. A única excepção legítima a este princípio é quando os preceitos e regras de determinada religião vão contra a lei civil num Estado de Direito.<br /><br />Não é o caso. Assim, a sua argumentação deve estar restrita ao <em>sacramento do matrimónio</em>, tal como é aplicado de acordo com a sua fé, e de acordo com os ensinamentos da sua religião. Se assim for, obviamente que não posso argumentar — a sua liberdade de expressão e de adopção de religião concede-lhe o direito, a si e à sua religião, de impôr aos crentes as restrições e limitações que acharem bem. Ninguém tem nada a ver com isso (desde que não se violem leis civis, o que aqui claramente não é o caso).<br /><br />Mas por favor não confunda casamento com matrimónio. É que não tem mesmo nada a ver.Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-54426445860733339482014-02-03T18:46:59.594+00:002014-02-03T18:46:59.594+00:00Amigo criacionista bíblico,
Antes de falar sobre ...Amigo criacionista bíblico,<br /><br />Antes de falar sobre mais disparates sobre a monogamia vs. poligamia e poliandria, vá se informar mais sobre o assunto. Nem lhe estou a dizer para ir ler tratados de antropologia sobre as sociedades, ao longo dos tempos (incluindo o tempo presente!), em que a poligamia e poliandria, explícita ou implícita (como no caso português, em que o conceito de «família alargada» foi uma realidade durante séculos), foram a forma de organização social prevalecente.<br /><br />Não! Estou a dizer-lhe para a ler a Bíblia! É a sua fonte de autoridade!<br /><br />Eis alguns exemplos de sites cristãos que explicam como a poligamia e poliandria são sancionados na Bíblia:<br /><br />http://www.answersingenesis.org/articles/2011/05/24/polygamy-in-the-bible<br />http://www.biblicalpolygamy.com/<br /><br />Há muitos mais! E estes fundamentam os seus argumentos fazendo citações bíblicas!<br /><br />Por isso, como é que pode «a monogamia do casamento [ser] o seu elemento quantitativo estruturante» se a Bíblia diz o contrário??<br /><br />Amigo criacionista bíblico! Leia mais a Bíblia!Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-37012310123450924392014-02-03T18:36:25.957+00:002014-02-03T18:36:25.957+00:00Porque é que este princípio é «fundamental» para a...Porque é que este princípio é «fundamental» para a caracterização do género humano? Quais são as características «fundamentais» do género humano? De entre elas, porque é que umas são mais «fundamentais» que as outras? Porque é que podemos aplicar parâmetros de igualdade, de tolerância, etc. para uns e não para outros?<br /><br />O princípio de compaixão para com os que sofrem não é também «fundamental» para definir a espécie humana? Se sim, porque é que é tolerada a discriminação para uns, causando-lhes sofrimento? Só se a compaixão não for, de facto, fundamental. Então o que é que é fundamental?<br /><br /><em>Nela, cada um dos sexos afirma a sua autonomia, empobrecendo-se física e psicologicamente e colocando-se num beco sem saída reprodutivo.</em><br /><br />O que é que é uma «autonomia» afirmada pelos sexos? Em que medida é que a ausência de autonomia contribui para a felicidade individual, colectiva, e social? Como é que a existência dessa autonomia (o que quer que isso queira dizer) «empobrece fisicamente» uma pessoa? Se eu sou autónomo, fico doente? É isso que quer dizer? Ou fico maluco? Só através de uma não-autonomia (presumo que isto queira dizer «dependência»?) é que mantenho a sanidade mental? Quando, num casamento, um dos cônjuges morre, o outro fica fisicamente debilitado e enlouquece? Quantos casos assim conhece? A não-autonomia parcial ou temporária (um casal que não se vê todos os dias) aumenta a debilidade física e mental dos indivíduos? Onde e como é que isso foi estudado? Dê-me exemplos por favor!<br /><br />Quanto ao «beco sem saída reprodutivo», devo dizer que há imensos casais heterosexuais que não se podem reproduzir. Ou porque são velhos demais para isso, ou porque são doentes, ou porque economicamente não o podem fazer. E depois? Esses casais todos devem também ser legalmente dissolvidos? Desde quando é que, em Portugal, após 1975, o casamento tem como única função a reprodução? Ainda por cima, não estamos a falar justamente de adopção? O Império Romano durou mil anos, e teve sempre complexas (mas muito bem definidas) regras de adopção (mesmo em idade adulta).<br /><br />E, finalmente, há seres humanos que não têm 46 cromossomas. Já referi isto antes. São justamente os mais protegidos pela nossa sociedade.<br /><br />Ninguém está a refutar a «dignidade inerente e incomparável da relação entre um homem e uma mulher». Sem dúvidas que há dignidade nessa relação, e essa dignidade deve ser preservada. Estamos aqui apenas a falar na dignidade inerente e incomparável da criança, que, a meu ver, deve ter acesso a um lar digno com pessoas que lhe têm afecto, carinho, amor, e que lhe possam proporcionar uma vida saudável em segurança.<br /><br />E deve ser educada de acordo com o 10º Princípio da Declaração dos Direitos da Criança:<br /><br /><em>A criança deve ser protegida contra as práticas que possam fomentar a discriminação racial, religiosa ou de qualquer outra natureza. Deve ser educada num espírito de compreensão, tolerância, amizade entre os povos, paz e fraternidade universal, e com plena consciência de que deve devotar as suas energias e aptidões ao serviço dos seus semelhantes.</em>Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-43223473138040517022014-02-03T18:35:17.312+00:002014-02-03T18:35:17.312+00:00Para além da poligamia/poliandria legal, temos tam...Para além da poligamia/poliandria <em>legal</em>, temos também a <em>implícita</em>. Por exemplo, em países mediterrâneos como Portugal, é socialmente aceitável que as crianças sejam educadas por tias, primas, irmãs mais velhas, avós, etc. A minha mulher foi co-educada pelos pais, avós, e duas tias. A minha mãe educou cinco dos meus primos (que ainda hoje a consideram «a segunda mãe»). O meu pai (e a minha avó antes dele) foi educado por duas tias a partir dos 12 anos, vivendo numa cidade diferente dos pais biológicos, para poder estudar no liceu. Por vezes são compadres, comadres, ou outras pessoas «amigas da família» a educarem as crianças. Isto é vulgar e socialmente aceitável, mas seria extremamente estranho em países nórdicos onde o que é socialmente aceitável é apenas a família nuclear.<br /><br />Também é socialmente aceitável que a educação das crianças seja feita por instituições (normalmente privadas): externatos. Nalguns casos, essas crianças podem só mesmo ver os pais biológicos no Natal e, talvez, durante as férias grandes do Verão (nalguns casos nem sequer isso acontece). Hoje em dia está fora de moda, mas era frequente, num passado não muito distante, que as crianças fossem educadas em casa por preceptores, professores, amas, etc. sem contacto com os pais biológicos.<br /><br />Em nenhum destes casos se considerava que as crianças eram «afectadas psicologicamente» ou que se estava a diminuir a sua dignidade de alguma forma. Na maioria destes casos nem sequer era por «necessidade»: este alargamento dos responsáveis pela educação diária das crianças a muito mais pessoas para além dos pais biológicos era considerado socialmente aceitável e «melhor» do que a restrição meramente aos pais biológicos. Só recentemente é que a noção da família nuclear, com dois pais e uma ou mais crianças, onde os primeiros são os únicos e directos responsáveis pela educação das mesmas, é que tem sido o modelo prevalecente. A nossa sociedade mudou e afastou-se dos valores tradicionais. Isto não é nem mau, nem bom — é meramente consequência de mudanças sociais e económicas.<br /><br />O seu argumento, pois, de que as crianças se desenvolvem melhor no seio de um casal monogâmico e heterossexual que são os pais biológicos carece de fundamento histórico e social.<br /><br />Além disso, com o seu argumento, praticamente consegue dar a entender que a opção da adopção por casais de indivíduos do mesmo género também é moral e socialmente errada! Parece querer sugerir que mais vale que as crianças vivam nas ruas ou nos orfanatos do que entrarem num lar digno onde vão estar pessoas (sem quaisquer laços biológicos de cosanguinidade com elas) que a adoram e que querem fazer tudo por ela. <br /><br /><em>O género humano [...] enriquece-se na complementaridade psicológica, emocional e espiritual dos sexos.</em><br /><br />Isto até pode ser verdade, mas tem de explicar <em>porquê</em>. Não vale o argumento «porque toda a gente pensa assim!» porque não seria verdade! Muito menos «porque eu digo que é assim» :)<br /><br />De que forma é que é <em>medido</em> esse enriquecimento? (Decerto que não é um enriquecimento material!)<br /><br />Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-56722173325515030162014-02-03T18:34:12.013+00:002014-02-03T18:34:12.013+00:00Uma boa técnica de argumentação para baralhar o ad...Uma boa técnica de argumentação para baralhar o adversário é afirmar um conjunto de coisas, metade das quais verdadeiras e outras falsas, na esperança de que, pelo facto de fazermos afirmações verdadeiras e irrefutáveis, se consiga estabelecer a veracidade da totalidade do argumento :) Mas o inverso é verdade: se o argumento depende de afirmações falsas que são rapidamente desmontadas como tal, cai todo por terra.<br /><br />Um ser humano nasce sempre de pai e mãe. É verdade em 99.99999% dos casos. Mas hoje em dia pode ter dois pais ou de duas mães: basta um deles mudar de sexo após a concepção. É um estatuto legalmente aceite. Também há processos complicados que, embora ainda pouco estudados (por questões éticas), permitem teoricamente que uma mãe tenha um óvulo fertilizado artificialmente com material genético proveniente de outra mulher. Portanto, em breve, será possível um indivíduo ter duas mães à nascença e nenhum pai. Ok, ainda não aconteceu, mas o outro caso é muito mais frequente — que um dos pais mude de sexo após a nascença. Há mesmo já casos documentados de pessoas que são legalmente homens, mas com o aparelho reprodutor intacto, que conceberam crianças. São excepções à regra, bem sei, mas são um exemplo de que a «regra» de que um indivíduo tem sempre um pai e uma mãe já não é universal, nem é um facto, no século XXI. Portanto o seu argumento faria sentido no século XX, mas não faz sentido hoje em dia.<br /><br />Em segundo lugar, a monogamia é culturalmente determinada. Noutras culturas pratica-se a poligamia ou poliandria. A esmagadora maioria dos animais não é monógama, e mesmo os poucos casos que se conhecem, têm sido estudados muito escrupulosamente, mostrando-se que são menos monógamos do que se pensava. Entre os primatas, só o <em>homo sapiens</em> parece, em certas culturas, ser monógamo. Portanto esse seu argumento de que a «monogamia é natural» é completamente falso. É apenas uma convenção social, mais nada. Numa sociedade que tolera diferentes culturas, como é a nossa, a monogamia nunca deveria ser uma imposição legal, mas apenas uma opção. A alegação de que os sete mil milhões de indivíduos que vivem hoje em todo o mundo nasceram numa sociedade monogâmica é falsa. Muitos nasceram de facto numa sociedade assim, mas nem todos.<br /><br />Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-68312608558532126222014-02-03T18:08:11.560+00:002014-02-03T18:08:11.560+00:00A ESPECIAL DIGNIDADE JURÍDICA E SOCIAL DO CASAMENT...A ESPECIAL DIGNIDADE JURÍDICA E SOCIAL DO CASAMENTO ENTRE UM HOMEM E UMA MULHER <br /><br />A especial dignidade jurídica do casamento entre um homem e uma mulher baseia-se no dado biológico e antropológico objetivo de que no género humano existem dois sexos, o feminino e o masculino, sendo a união biológica entre um homem e uma mulher o meio natural que conduz à reprodução e ao nascimento de cada indivíduo. <br /><br />E é também por estar em causa o desenvolvimento desse indivíduo, nas suas fase de infância, adolescência e juventude, que existe um interesse objetivo em promover a estabilidade dessa relação, num contexto de igual dignidade, respeito e amor, de forma a garantir a cada um as condições físicas e emocionais adequadas e necessárias desenvolvimento saudável de cada ser humano. <br /><br />E porque daí depende largamente a conduta desse mesmo indivíduo em sociedade, existe mesmo um interesse público em dignificar e estabilizar essa relação. <br /><br />Daí que faça sentido que o casamento juridicamente reconhecido e protegido seja entre dois seres humanos de sexos diferentes e não entre dois seres do mesmo sexo ou entre vários seres humanos de um ou ambos os sexos. <br /><br />Ou seja, de factos biológicos e antropológicos intemporais e universais resulta um imperativo moral e jurídico universalizável de proteger a união entre um homem e uma mulher e de incentivar e promover a sua estabilidade, no respeito pela integridade psíquica e física dos envolvidos. <br /><br />Os imperativos categóricos universais não se baseiam em orientações, preferências ou pulsões individuais. Dependem de realidades também elas universais. <br /><br />A predominância universal do padrão heterossexual monogâmico como elemento gerador e estruturante de cada indivíduo é mais do que suficiente para fundamentar racionalmente a especial dignidade do casamento entre um homem e uma mulher e rejeitar desvios sem qualquer fundamento. <br /> Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-68106677389299410382014-02-03T18:01:31.221+00:002014-02-03T18:01:31.221+00:00Todos somos o fruto da união entre um homem e uma ...Todos somos o fruto da união entre um homem e uma mulher. Todos os indivíduos dependem dessa relação para o seu nascimento e deveriam depender para o seu saudável crescimento. <br /><br />Daí a necessidade de acentuar a dignidade e singularidade dessa relação, atribuindo-lhe um estatuto jurídico e social singular. <br /><br />Quando a união entre um homem e uma mulher, que é a matriz do género humano e de cada indivíduo, é diluída e rebaixada pela comparação com outras relações que nada têm que ver com o género humano e com a estrutura de cada indivíduo, ela perde a sua singularidade, o seu prestígio, a sua exclusividade a sua dignidade. <br /><br />Ela é degradada e degenerada. <br /><br />O casamento entre o homem e uma mulher tem uma lógica e uma racionalidade própria, do ponto de vista qualitativo e quantitativo. <br /><br />É constituído por dois, porque existem dois sexos. É constituído por um homem e uma mulher porque esses dois sexos são o feminino e i masculino. Deve ser monogâmico, porque a igual dignidade dos sexos assim obriga. Deve tender à estabilidade, porque se espera que desempenhe um papel importante na formação das crianças e jovens. <br /><br />Diferentemente, o casamento homossexual não tem qualquer lógica ou racionalidade. <br /><br />Ficamos sem saber porque é que têm que ser dois e não três, quatro ou cinco. Nem ficamos a saber qual é o interesse público na existência e na estabilidade da relação entre dois homens e duas mulheres. <br /><br />O casamento entre pessoas do mesmo sexo ou entre várias pessoas de ambos os sexos é uma construção irracional e artificial. <br /><br /><br /><br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-82242945612398160222014-02-03T17:49:23.414+00:002014-02-03T17:49:23.414+00:00"Não, porque a homossexualidade não é um comp..."Não, porque a homossexualidade não é um comportamento. Isso seria a mesma coisa que dizer que o casamento entre surdos deve ser proibido, porque pode causar comportamentos de surdez. É absurdo!" <br /><br />Não é absurdo! A homossexualidade consuma-se em comportamentos, em relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. <br /><br />E toda a evidência acumulada em estudos realizados na Escandinávia e nos Estados Unidos , facilmente consultável na internet, mostra que quanto maior for a protecção da "orientação sexual", maior é a desorientação sexual. <br /><br />Ou seja, há uma tendência para o aumento dos comportamentos homossexuais em sociedades que positivamente promovam e apoiem a homossexualidade. <br /><br />Assim é porque a homossexualidade, apesar de ter componentes genéticas e epigenéticas, como sucede com o consumo do álcool, das drogas ou do tabaco, está intimamente relacionada com o meio cultural. <br /><br /> <br /><br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-76013962914591602202014-02-03T17:32:28.163+00:002014-02-03T17:32:28.163+00:00Mas parece certo que a normalização do casamento h...<em>Mas parece certo que a normalização do casamento homossexual poderá, por si só, estimular a generalização desse comportamento.</em><br /><br />Não, porque a homossexualidade não é um <em>comportamento</em>. Isso seria a mesma coisa que dizer que o casamento entre surdos deve ser proibido, porque pode causar comportamentos de surdez. É absurdo!Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-73060940768149573002014-02-03T17:30:42.371+00:002014-02-03T17:30:42.371+00:00Há aqui um argumento que não percebo. De que modo ...Há aqui um argumento que não percebo. De que modo é que a união entre um homem e uma mulher deixa de ser dignificada e passa a estar desprotegida, a partir do momento em que a legislação portuguesa dignifica e protege também o casamento civil entre pessoas do mesmo género?<br /><br />Isto é como dizer que autorizar que se plantem maçãs faz com que as laranjas percam dignidade.Luís Miguel Sequeirahttps://www.blogger.com/profile/15538752866049989369noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-1496617459692889632014-02-03T15:25:17.629+00:002014-02-03T15:25:17.629+00:00A HOMOSSEXUALIDADE NÃO ESCOLHIDA NADA TEM QUE VER ...A HOMOSSEXUALIDADE NÃO ESCOLHIDA NADA TEM QUE VER COM CASAMENTO<br /><br /><br />A orientação sexual é frequentemente caracterizada como um padrão persistente de desejo afetivo, romântica e sexual por mulheres, homens ou por ambos. Considera-se, a este propósito, que a orientação sexual não é uma escolha. <br /><br />Porém, o argumento de que a orientação sexual não é escolhida e que por isso os homossexuais devem poder casar também é fraco. <br /><br />Em primeiro lugar, porque existem muitas outras propensões que não são escolhidas e que nem por isso são igualmente sancionadas e promovidas pelo direito. <br /><br />Por exemplo, os crimes de violação e abuso sexual têm sido justificados como o resultado de uma inclinação não escolhida. <br /><br />No que diz respeito à violação e agressão sexual, existem inclusivamente estudos científicos de instituições prestigiadas que, embora com argumentos que consideramos absurdos, apresentam essa propensão como natural e inata à luz da teoria da evolução. <br /><br />Do ponto de vista do autor da agressão sexual, trata-se também aí de um padrão persistente de desejo e atração, que só difere da definição de orientação sexual acima apresentada por nada ter de romântico. <br /><br />Por aqui se vê, que o simples facto de estarmos diante de propensões não escolhidas não é suficiente para justificar a sua dignidade de tutela jurídica. <br /><br />Em segundo lugar, não é inteiramente clara a interação entre fatores genéticos, epigenéticos e culturais na determinação do comportamento homossexual. <br /><br />Mas parece certo que a normalização do casamento homossexual poderá, por si só, estimular a generalização desse comportamento. <br /><br />A verdade é que a justificação do casamento heterossexual monogâmico nada tem que ver com questões de suposta orientação sexual, mas com a realidade biológica e antropológica indesmentível de que o género humano compreende dois sexos, o masculino e o feminino, dos quais depende, em partes iguais, a conceção e o desenvolvimento de cada ser humano.<br /> <br />As orientações sexuais são como os chapéus.... há muitas! <br /><br />Anonymoushttps://www.blogger.com/profile/13276264547853199902noreply@blogger.com