tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post3158321427644717987..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: CivismoLudwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger47125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-59483980869984929182008-03-12T01:43:00.000+00:002008-03-12T01:43:00.000+00:00Discográficas unidas contra ISP irlandês, ver aqui...Discográficas unidas contra ISP irlandês, ver <A HREF="http://exameinformatica.clix.pt/noticias/mercados/996623.html" REL="nofollow">aqui</A>. <BR/><BR/>REM lançam álbum no <I>iLike</I>, ver <A HREF="http://exameinformatica.clix.pt/noticias/internet/996612.html" REL="nofollow">aqui</A>.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-3805910876206679742008-03-10T05:07:00.000+00:002008-03-10T05:07:00.000+00:00Desidério:Não concordo com essa observação.Actualm...Desidério:<BR/><BR/>Não concordo com essa observação.<BR/>Actualmente quando vamos ao cinema temos de "confiar" que o filme seja bom.<BR/><BR/>A cultura do p2p a ese nível dá mais escolha ao consumidor: ele pode ver primeiro e pagar depois.<BR/><BR/>No sistema actual a maior parte do consumo artístico/cultural envolve uma boa dose de confiança no autor. No sistema que o Ludwig propõe as coisas não seriam muito diferentes a este nível.<BR/><BR/><BR/>---<BR/><BR/><BR/>Ludwig:<BR/><BR/>Há muitas formas diferentes de ser altruista. Mas só não seria altruismo estar a pagar a um artista se realmente houvesse o risco de a decisão de não pagar ter como consequência a impossibilidade de usufruir do bem - mas este é irrelevante.<BR/><BR/>Quando tu falas na sensação de financiar o último disco dos Radiohead não para os ajudar, mas para promover a arte deles (mesmo que vá ter o mesmo acesso a esta arte), então já estamos a falar numa forma de altruismo. <BR/>É um altruismo mais para o mecenas que para o caridoso, mas não deixa de ser altruismo.<BR/><BR/>Mas se discordas da palavra, chama-lhe outra coisa qualquer. Mas entende que quando eu me referia ao altruismo falava disto.<BR/><BR/>E esta é a grande diferença: tu acreditas que muitas pessoas vão pagar aos artistas para terem esta "sensação" de participar em algo. Ora eu conheço muita gente que joga computador, e que nunca andou a dar dinheiro aos programadores para "dar a algo em que acreditam". Idem aspas no cinama, etc...<BR/>Basicamente, creio que esse tipo de motivações e sentimentos influenciam as decisões de compra muito menos do que aquilo que acreditas. <BR/>E acho que é esse o cerne da nossa divergência.<BR/><BR/>E gostaria muito de estar errado.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-70066595265728214172008-03-10T04:36:00.000+00:002008-03-10T04:36:00.000+00:00Caro Ludi e restante maltaA mim parece-me uma comp...Caro Ludi e restante malta<BR/><BR/>A mim parece-me uma complicação desnecessária seguir à risca o modelo do Ludi: um autor — que já tem de ser consagrado — diz à malta que só escreve se primeiro lhe pagarem 10 mil euros. Ok, não digo que isso não seja engraçado e tal, e é claro que funciona se o gajo tiver um milhão de fãs. Mas qual é o problema de ele pôr o PDF no site e pedir 10 euros por ele? <BR/><BR/>É isto que me parece absolutamente inacreditável na posição do Ludi. E isto é o que há de odiento nos Evangelistas da Borla. Porque estão a fazer uma cultura em que um gajo não pode pedir dinheiro pelo que faz, depois de o ter feito e quando as pessoas podem ver se gostam; só pode pedir dinheiro antes de o fazer e quando as pessoas não podem saber se vai ser uma bela treta.<BR/><BR/>Uma coisa é admitir o seguinte: dado que a percentagem de ladrões na Net é imensa, se o gajo mete o PDF na Net e pede dinheiro, a malta puxa-o mas não paga. OK, quando admitimos isto, começamos a pensar noutros modelos de negócio, como a idiotice de pagar mil dólares para ser “creative partner”, quando se podia pagar apenas 5 euros se não fosse os borlistas que ainda por cima querem arranjar altas justificações metafísicas para a desvontade de financiar aqueles que fazem aquilo de que eles gostam. Mas uma coisa é admitir que só temos de pensar em modelos alternativos por causa dos free riders. Outra coisa é dizer que não, que não há free riders nenhum, estamos no melhor dos mundos, e isto assim é que é bonito. Não é. Bonito seria se todas as pessoas que fazem download de um software e gostam dele e o usam fossem ao site do homem, clicassem no botão da PayPal e dessem 5 dólares ao tipo. Só que praticamente ninguém faz isso. Não percebo o que há de tão maravilhoso nisto que mereça ser saudado. É uma bosta e das grandes.Desidério Murchohttps://www.blogger.com/profile/00564828402892604870noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-83687597787625484012008-03-09T11:16:00.000+00:002008-03-09T11:16:00.000+00:00João,Não devo ter explicado bem a distinção. Quand...João,<BR/><BR/>Não devo ter explicado bem a distinção. Quando eu compro um chocolate sou motivado pela sensação que vou sentir ao comê-lo. Quando dou uma esmola podemos dizer que sou motivado pela sensação de ajudar alguém.<BR/><BR/>A questão relevante não é se eu sou motivado pelo que sinto (sou sempre) mas se o que sinto é por beneficiar outros ou porque eu gosto de algo.<BR/><BR/>Dar dinheiro à banda porque se quer fazer bem ao músico é altruismo. Dar dinheiro à banda porque se quer incentivar a música de que se gosta e porque se quer participar nesse processo criativo não é altruismo.<BR/><BR/>O primeiro estará correlacionado com as necessidades do músico. Um altruista dará mais dinheiro aos músicos mais pobrezitos que mais precisam. Quando dás esmola não dás ao Bill Gates ou aos Radiohead.<BR/><BR/>O segundo está correlacionado com os interesses de quem paga. O que paga por interesse próprio dá mais dinheiro ao músico de quem gosta porque é isso que lhe dá prazer. Mesmo que o músico seja multi-milionário e haja outro ao lado a passar fome.<BR/><BR/>É esse interesse que deves incluir no modelo. Comprar o trabalho do músico ao músico de quem se gosta tem uma tabela de custos e recompensas diferente que comprar um disco de plástico a uma empresa anónima. O problema do teu modelo é ser o mesmo nos dois casos.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-18589985839436054252008-03-09T04:33:00.000+00:002008-03-09T04:33:00.000+00:00Ludwig:Parece-me que isso é uma maneira de dar a v...Ludwig:<BR/><BR/>Parece-me que isso é uma maneira de dar a volta à questão. As 10 moedas de satisfação por ter contribuído ou as -10 moedas de insatisfação pela "vergonha" são sentimentos altruistas.<BR/><BR/>Fizeste uma distinção entre altruismo "puro", em que o objectivo da acção é fazer bem aos outros - ponto - e o "altruismo interesseiro" (que não é altruismo, na tua opinião) em que se faz bem aos outros pela satisfação que isso proporciona. <BR/><BR/>Eu não concordo com essa distinção. <BR/>Acho que alguém que ajuda os outros porque isso o faz sentir bem não é um egoísta: é um altruista.<BR/>E em última análise acho que só o segundo tipo de altruismo é que existe: quando alguém faz bem aos outros ou procura a satisfação de fazer bem, ou procura fugir da culpa (e consequentes sentimentos desagradáveis) de não o fazer. <BR/><BR/>Por isso, aquilo que fizeste na tua análise foi pôr sujeitos altruistas, tais que a decisão de pagar faz sentido. <BR/>Só que muita gente apenas se preocupa com as 50 moedas da satisfação de ouvir a música e as 5 moedas de preço. As +10/-10 do orgulho/culpa acabam por não existir para muita gente.<BR/><BR/>A pergunta chave é "quanta?"João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-62952996116974666832008-03-08T20:19:00.000+00:002008-03-08T20:19:00.000+00:00João,Se alguém escreve na wikipédia a custo, se é ...João,<BR/><BR/>Se alguém escreve na wikipédia a custo, se é um esforço, e se o faz apenas a bem dos outros que vão ler é altruista.<BR/><BR/>Se alguém escreve na wikipédia por gosto, porque quer que leiam o que ele escreve e gosta de falar do que sabe, não é altruista.<BR/><BR/>Por exemplo, o tempo que eu perco com este blog (e tu, e outros comentadores) é um custo que eu invisto para receber a recompensa no gozo que isto me dá. Não é por vocês que o faço. É por mim. Pior ainda, o gozo que isto me dá deriva em grande parte do tempo que vocês aqui perdem. Apesar de fazer isto de borla sou um parasita da vossa atenção a beneficiar às custas do vosso tempo<BR/><BR/>Apenas não me envergonho porque, espero não estar errado, o sentimento é recíproco :)<BR/><BR/>Considera esta tabela de custos e benefícios:<BR/><BR/>A- paga 5 moedas e tem em troca 10 moedas de satisfação por contribuir para a composição da música e 50 moedas de satisfação por ouvir a música.<BR/><BR/>B- Não paga 5 moedas, tem 50 de satisfação pela música e -10 de arrependimento por ter perdido a oportunidade de ter contribuido para aquela obra de arte que tanto admira.<BR/><BR/>C- Promete 5 moedas, a música não se faz, não paga nada e tem 10 moedas de satisfação porque pelo menos tentou.<BR/><BR/>D- não se compromete, a música não se faz, e tem -10 moedas de arrependimento porque se calhar se ele e mais outros fãs tivessem feito um esforço o artista tinha podido gravar o álbum.<BR/><BR/>Ou seja, se tu entrares em conta que o fã não está a comprar um produto acabado embrulhado em plástico mas a decidir se quer contribuir para ter a música que gosta a tabela é diferente e é obviamente racional prometer o financiamento ao artista.<BR/><BR/>Sistemas com o da ArtistShare não funcionam por as pessoas serem papalvos mas porque as pessoas querem participar no processo de criar a arte que admiram.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-78176978570273713032008-03-08T14:09:00.000+00:002008-03-08T14:09:00.000+00:00Exactamente Ludwig,Estamos na teoria dos jogos! De...Exactamente Ludwig,<BR/>Estamos na teoria dos jogos! Demorei a perceber isso, mas o que é que queres!? :)<BR/>E é por aí que, penso, se vai encontrar a solução para os fantasmas do Desidério.<BR/>Assim que puder coloco aqui o meu comentário e a minha solução.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-89934534090807558042008-03-08T12:43:00.000+00:002008-03-08T12:43:00.000+00:00Ludwig:Duas coisas: a) Quando esta discussão começ...Ludwig:<BR/><BR/>Duas coisas: <BR/><BR/>a) Quando esta discussão começou, as discográficas ainda estavam de boa saúde. Eu dizia que era uma questão de geração, que praticamente só a malta "jovem" (e a malta ligada à informática) é que sacava músicas, e que à medida que essa malta fosse crescendo os negócios da música, do cinema, etc... fossem todos "afectados".<BR/><BR/>Na altura dizias que não, e dizias que não eram só os jovens que sacavam músicas, etc... Mas a primeira parte do cenário chatinho que previa está a verificar-se. Vamos ver depois como vai ser em relação ao cinema.<BR/><BR/><BR/>b) Aquilo que tu disseste é verdade: não importa apenas o valor esperado, mas o risco.<BR/>Simplesmente isso é extremamente desadequado para o cenário em jogo. Entre dois cenários em que num deles se ganham 5 moedas com probabilidade 100%, e outro em que ganhas 15 moedas com probabilidade 99% e 0 com probabilidade 1%, ninguém hesita. As pessoas só hesitam se existir algo mais em jogo: motivações que classificamos de altruistas.<BR/><BR/>Quanto ao facto das pessoas não se comportarem de forma racional, espanta-me que isso seja novidade. O que é curioso é que apesar de tudo, quando assumes que as pessoas são racionais e egoístas, fazes muitas previsões económicas que batem certo. Quase..<BR/>Um dia li um texto sobre como era possível a wikipedia, que pela teoria económica tradicional (a tal que assume racionalidade e egoísmo dos agentes) não existiria.<BR/>O autor defendia a economia tradicional dizendo que a wikipedia era uma excepção - mencionou o tal 1% mágico do Desidério e disse que a proporção entre contribuidores e utilizadores é muito mais baixa que esse resultado. O moral da história era: no geral, para os negócios, podes assumir os pressupostos antigos. A wikipedia é mesmo uma excepção.<BR/><BR/>Claro que o senhor podia estar enganado. Mas o que está em jogo é mesmo o altruismo: ou há mais ou menos do que ele pensa. E tu, mesmo que não o admitas explicitamente, estás a partir do pressuposto que há mais. E só partindo desse pressuposto é que é possível acreditar na viabilidade do modelo que propões.<BR/><BR/>E eu gostaria muito que tivesses razão. O copyright é insustentável e vai acabar. Vamos ver se ele não leva grande parte do cinema e da música atrás.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-46738765826542162372008-03-08T12:23:00.000+00:002008-03-08T12:23:00.000+00:00António Parente,A melhor forma de desbloquear é pe...António Parente,<BR/><BR/>A melhor forma de desbloquear é pelas evidências. Eu proponho que o copyright, pelo menos aplicado a actividades pessoais sem fins lucrativos, tem aumentado imenso na última década sem efeitos deletério para a música, literatura ou cinema.<BR/><BR/>As queixas têm vindo todas dos distribuidores e não dos criadores.<BR/><BR/>Sugiro a quem só tem ouvido a propaganda das discográficas considerar também outra perspectiva:<BR/><BR/>http://www.stealthisfilm.com/Part1/<BR/>http://www.stealthisfilm.com/Part2/<BR/>http://www.goodcopybadcopy.net/<BR/><BR/>São documentários gratuitos, interessantes, e que mostram alguns detalhes relevantes para compreender a situação como é (em contraste com a situação como pintada pelas discográficas, que confundem o fim do CD com o fim da música).Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-31158095728135784332008-03-08T11:00:00.000+00:002008-03-08T11:00:00.000+00:00- com - dá +O "bloqueio" é mútuo. Não vejo o Ludwi...- com - dá +<BR/><BR/>O "bloqueio" é mútuo. Não vejo o Ludwig nem o - com - dá + abdicarem das opiniões que emitem. Quando todos pensam estar certos, não há condições para chegar a um consenso. Mas não há nenhum mal nisso. As coisas são como são.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-86478261561091722042008-03-08T10:38:00.000+00:002008-03-08T10:38:00.000+00:00- com -.A tragédia dos comuns é um problema difere...- com -.<BR/><BR/>A tragédia dos comuns é um problema diferente pois trata-se de um zero sum game. Os outros tirarem proveito do pasto é chato porque sobra menos erva.<BR/><BR/>A música, tal como as descobertas científicas, a linguagem, a matemática, as receitas, etc. não são um zero sum game. Os benefícios que outros auferem não têm impacto nos custos. Se o objectivo é maximizar os benefícios minimizando os custos, que me parece um objectivo social razoável (o tal civismo) é contraproducente eliminar a possibilidade de ter beneficios sem custos.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-40910741087600248982008-03-08T09:04:00.000+00:002008-03-08T09:04:00.000+00:00Caros comentadores,o debate em torno do "copywrong...Caros comentadores,<BR/>o debate em torno do "copywrong" tem oscilado entre a questão da metafísica da cópia, como o Desidério faz questão de referir, e a viabilidade económica de um modelo de financiamento dos autores.<BR/>O Desidério diz que não quer discutir a "metafisica da cópia", parece-lhe muito mais importante saltar logo para trágicas conclusões sócio-politico-económicas de todo e qualquer modelo que venha a ser proposto, faz muita futurologia apocalíptica baseada (ou não) num modelo que ainda está embrionário: quer matar a criança à nascença e, no fim conclui que afinal é a metafísica da livre cópia que está errada.<BR/>Se o Desidério não quer discutir a metafísica da cópia então não discuta, mas não venha depois inferir sobre ela num contexto que a transcende em muito. Parece-me ser uma tentativa de julgamento sumário.<BR/>Para os outros comentadores que não estão bloqueados neste ciclo vicioso parece-me haver um futuro mais lucrativo.<BR/>É de facto necessário separar os dois problemas: a questão do direito à livre cópia e o problema de encontrar o modelo económico mais adequado.<BR/>Quando o Ludwig referiu o problema dos Free Riders e o comparou com a tragédia dos comuns identificou (ou intuiu), no meu entender, a questão central da dificuldade em encontrar um modelo de financiamento adequado. Só muito mais tarde é que o percebi, por isso gostaria de retomar esta questão no comentário que irei fazer a seguir.- com - da +https://www.blogger.com/profile/10647362847201511907noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-87265879563846287832008-03-08T02:14:00.000+00:002008-03-08T02:14:00.000+00:00Comparativo do Google Trend.Isto em princípio tem ...Comparativo do Google Trend.<BR/><BR/>Isto em princípio tem pouca validade.<BR/>Ver o que eu me refiro <A HREF="http://www.google.com/trends?q=buy+mp3%2C+free+download+mp3+&ctab=0&geo=all&date=all&sort=0" REL="nofollow">aqui</A>.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-33862617622489609152008-03-07T20:01:00.000+00:002008-03-07T20:01:00.000+00:00João,O teu modelo assenta em premissas que penso e...João,<BR/><BR/>O teu modelo assenta em premissas que penso estarem erradas. Considera esta aposta: lanças um dado (d6). Se tirares 3-6 dão-te tanto dinheiro como todo o dinheiro que tu tens. Se tirares 1-2 tens que dar todo o teu dinheiro.<BR/><BR/>O valor esperado é um lucro de 1/3 do teu dinheiro, mas penso que concordas que uma pessoa prudente não arriscava.<BR/><BR/>No entanto se a aposta fosse um euro talvez já arriscasses.<BR/><BR/>Não vamos resolver o problema de definir como as pessoas deviam decidir, mas posso te dizer que a maior parte das conclusões que dizem que as pessoas agem irracionalmente são mera consequência de assumir primeiro que o racional é ____ (preencher a gosto).<BR/><BR/>No teu caso assumes que racionalidade é maximizar o valor esperado, quando se pode igualmente propôr que é maximizar o pior resultado (jogar pelo seguro) ou maximizar o melhor resultado (go for broke), ou qualquer combinação destas ou outrass estratégias.<BR/><BR/>Além disso assumes que o valor do dinheiro é directamente proporcional ao número de moedas, o que também é falso. Há também outros factores como o arrependimento, etc.<BR/><BR/>Essencialmente, tu defines que a racionalidade é maximizar o valor esperado e concluis que votar é irracional, ou pagar ao artista para ele compor, ou comprar um seguro, ou jogar na lotaria, ou gastar dinheiro num alarme ou numa porta blindada, etc. Não me parece um modelo muito útil para prever o que as pessoas vão fazer :)<BR/><BR/>Além disso penso que não compreendeste bem o tal valor de participar. Não é altruismo. Eu não voto para me sacrificar pelos outros mas porque quero ir lá fazer contar a minha opinião, exercer o meu direito, sentir que ajudei o meu lado a ganhar ou que, se perder, sentir que fiz o que pude e não ficar a pensar que se houvesse menos gente como eu podiamos ter ganho. Nada disso depende de fazer bem aos outros.<BR/><BR/>Finalmente, eu não estou apenas a especular que a música possa sobreviver sem estes direitos de cópia. Temos evidências disso. Há anos que o tráfego p2p é a maior parte do tráfego na net, oucupa praticamente toda a largura de banda disponível e não é só distribuições de Linux que o pessoal partilha. No entanto a industria do entretenimento está na boa. Os músicos ganham dinheiro, batem-se recordes de bilheteira, os actores ganham dezenas de milhões. Os únicos que estão mal são os que copiam discos. Mas não admira, o produto que oferecem já não vale nada...Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-58937812990815115472008-03-07T18:43:00.000+00:002008-03-07T18:43:00.000+00:00João, isso não estava assim tão claro em«Claro que...João, <BR/><BR/><BR/>isso não estava assim tão claro em<BR/><BR/>«Claro que em última análise todas as motivações são egoístas, visto que é o nosso cérebro que as decide.»<BR/><BR/>Só a "decisão", não explicaria grande coisa.<BR/><BR/>No fundo não há altruístas, convenciona-se é que dada atitude ou pessoa é altruísta.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-85056755669470382052008-03-07T16:58:00.000+00:002008-03-07T16:58:00.000+00:00Mário Miguel:«Isso é aparente, porque o "altruísta...Mário Miguel:<BR/><BR/>«Isso é aparente, porque o "altruísta", recebe em troca tanto ou mais do que dá, mas de outra forma. Pode dar ajuda trabalhado num campo de refugiados, mas recebe <BR/>uma recompensa imaterial que o satisfaz de forma a suplantar o "desagrado" do trabalho dado.»<BR/><BR/>Isso é PRECISAMENTE aquilo que eu queria dizer com a minha conversa.<BR/><BR/>O nosso cérebro age sempre à procura de recompensa. Somos animais.<BR/>No entanto, às vezes o cérebro procura recompensas de um tipo "imaterial": podem passar pela admiração alheia, ou mesmo pela satisfação de ter contribuído para a comunidade, para uma obra de arte, etc... <BR/>Quando alguém age desta forma: ajuda em troca da satisfação de ajudar (por exemplo), dizemos que age altruisticamente. <BR/>Era isto que queria dizer.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-31459055632034755932008-03-07T16:24:00.000+00:002008-03-07T16:24:00.000+00:00João, Concordo com quase tudo o que escreveste, ex...João, <BR/><BR/>Concordo com quase tudo o que escreveste, excepto com algo que é um bocado irrelevante para esta discussão, que passo a indicar.<BR/><BR/>«Claro que em última análise todas as motivações são egoístas, visto que é o nosso cérebro que as decide.»<BR/><BR/>Parece-me que não. Deve-se fundamentalmente à busca da recompensa. É parecido mas não é o mesmo. <BR/><BR/>«Mas quando alguém, por tirar prazer em ser útil aos outros, ajuda sem receber mais em troca do que a satisfação de ter ajudado»<BR/><BR/>É falso.<BR/>Isso é aparente, porque o "altruísta", recebe em troca tanto ou mais do que dá, mas de outra forma. Pode dar ajuda trabalhado num campo de refugiados, mas recebe <BR/>uma recompensa imaterial que o satisfaz de forma a suplantar o "desagrado" do trabalho dado.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-67536419251895340362008-03-07T16:09:00.000+00:002008-03-07T16:09:00.000+00:00Ludwig:Não tens razão em duas coisas que dizes.A p...Ludwig:<BR/><BR/>Não tens razão em duas coisas que dizes.<BR/>A primeira é que se justifica pagar (altruismos à parte) porque "não temos certeza de quantos estarão dispostos a pagar e se o nosso contributo será decisivo".<BR/>Pois não.<BR/><BR/>Mas eu levei isso em conta na minha argumentação, caso contrário não teria usado o termo "valor esperado" que como sabes é um termo da estatística.<BR/><BR/>Mas vou expor este raciocínio com mais calma. Imagina que a probabilidade de existirem em todo o mundo exactamente 9 999 interessados em pagar o disco é de 1%. Suponho que tu concordarás comigo que esta percentagem está estimada por um enorme excesso.<BR/><BR/>Agora vamos ver os ganhos de cada decisão, ponderados à probabilidade de cada um dos cenários.<BR/><BR/>Pagar:<BR/>Ganho 5 moedas em qualquer cenário.<BR/>Ganho esperado: 5 moedas.<BR/><BR/>Esperar sem pagar:<BR/>Ganho 15 moedas em 99% dos cenários, e 0 moedas em 1% dos cenários.<BR/>Ganho esperado: 14.85 moedas<BR/><BR/>(Em ambos os casos não estou a considerar a probabilidade de serem menos de 9 999 visto que o resultado seria igual para ambas)<BR/><BR/>Nota bem que o problema disto é precisamente a incerteza. Se tu não sabes quantas pessoas estarão dispostas a pagar para contribuir pela obra, então face à ínfima probabilidade de tu fazeres a diferença, a decisão mais racional é mesmo não pagares.<BR/><BR/>---<BR/><BR/>A segunda coisa que dizes é que não se trata de altruismo porque gostas da sensação de contruibuir para a obra.<BR/>Ora isto faz tanto sentido como dizer que o Joel que passa a vida a ajudar os outros é um grande egoísta porque ele tira prazer em sentir que é útil aos outros.<BR/>Claro que em última análise todas as motivações são egoístas, visto que é o nosso cérebro que as decide. Mas quando alguém, por tirar prazer em ser útil aos outros, ajuda sem receber mais em troca do que a satisfação de ter ajudado, nós chamamos "altruista" a essa atitude. E é do nosso interesse admirar e louvar tais atitudes, para as encorajarmos (e aumentar a probabilidade de outros tirarem satisfação delas e assim ficarmos todos a ganhar).<BR/><BR/>Assim, quando alguém opta por um ganho esperado de 5 moedas abdicando do ganho esperado de 14.85 moedas, apenas porque gosta da sensação de contribuir, ele está a abdicar de algo (quase 10 moedas) apenas pela satisfação de contribuir. Isso é altruismo.<BR/><BR/>------<BR/><BR/>A comparação com o voto é perspicaz. <BR/>Curiosamente, a verdade é que "votar" nas actuais circusntâncias não é um acto racional, e há estudos que mostram que pessoas com maior propensão para comportamentos altruistas têm menor probabilidade de se abster nas eleições eh!eh!eh!.<BR/>Ainda assim é relativamente diferente o trabalho de perder 1h de manhã para participar em algo que vai ser falado e comentado durante meses, face ao pagamento de X dinheiro, quando se pode ter a música à mesma. A segunda hipótese exige uma dose de altruismo maior que a primeira. Além disso há altruismo e altruismo: é diferente alguém pagar dois ou três produtos por ano, ou pagar por grande parte dos que usa.<BR/>Mas nisto tudo, a comparação com o voto foi o argumento melhor que usaste. Ainda assim o essencial mantém-se: para o teu sistema funcionar - isto é mesmo assim! - é necessário que uma percentagem significativa das pessoas tenham comportamentos altruistas.<BR/><BR/>Podes achar que o teu sistema é funcional porque isso se verifica, mas não deixa de ser verdade que é necessário altruismo.João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-84705015468095540272008-03-07T16:05:00.000+00:002008-03-07T16:05:00.000+00:00E ninguém fala mal do Quim Barreiros! O Quim Barre...E ninguém fala mal do Quim Barreiros! O Quim Barreiros é um filósofo, um poeta!Abobrinhahttps://www.blogger.com/profile/10785046712147490698noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-1432637664426563742008-03-07T16:04:00.000+00:002008-03-07T16:04:00.000+00:00Meus carosTenho lido esta discussão na diagonal po...Meus caros<BR/><BR/>Tenho lido esta discussão na diagonal po falta de tempo, não de interesse, porque está espectacular. Alguém (não me lembro quem) mencionou a falta de dinheiro para comprar CDs e DVDs e livros porque são caros. Isso remeternos-ia para um seminário que houve na Universidade do Porto cujo título era qualquer coisa como se a cultura era cara. Infelizmente não pude ir, mas quem foi concluiu que sim, que era muito cara. <BR/><BR/>Porque é que então se compra um computador XPTO e se paga internet de banda muito larga para se descarregar programas e música, quando isso daria para muito CD, DVD e livros? Isso tem que ver um pouco com a sensação de que é tudo caro demais (e é!), mas também com um certo sentimento de posse e exibicionismo. <BR/><BR/>Porque eu posso não conseguir tocar tão bem como o cantor X nem actuar tão bem (ou pelo menos ser paga para isso) como o actor Y), mas o filme torna-se meu quando sou eu que com o meu esforço e o meu engenho saco aquilo da net. Ou isso ou porque sou capaz de ter uma rede social com nerds suficientes para conter um habilidoso qualquer. E saco com a MINHA internet super-rapidíssima que EU pago e que EU arranjei porque EU sou esperta. E que rentabilizo recorrendo a estes esquemas. <BR/><BR/>Este tipo de esquemas são esquemas de socialização estranhos em si mesmos, porque em vez de o pessoal se juntar a ouvir música dos outros, junta-se a falar da música e dos filmes que os outros fizeram... mas que EU descarreguei porque EU sou esperto. Porque EU sou geek e ser geek até está na moda!<BR/><BR/>Não sei se repararam, mas há um número de "eu" considerável nesta maneira de pensar. Mas é isso mesmo: há uma apropriação mais profunda que o próprio usufruir do que é criação dos outros.Abobrinhahttps://www.blogger.com/profile/10785046712147490698noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-83753113193459898192008-03-07T15:27:00.000+00:002008-03-07T15:27:00.000+00:00Bruce,«Estamos apenas a interpretar a tua proposta...Bruce,<BR/><BR/><I>«Estamos apenas a interpretar a tua proposta em dois níveis diferentes de optimismo, facilmente conciliáveis caso trabalhasses para um regime comercial em que pura e simplesmente ninguém tem vergonha de não pagar o que deve por lei.»</I><BR/><BR/>Não é verdade. Pelo contrário. O que pagas por lei são os impostos. O resto, no regime comercial, pagas pelo que queres. Queres uma mousse de chocolate baratinha compras os ingredientes e fazes. Não a queres fazer pagas a alguém que a faça. Queres um quadro original e não tens jeito para pintar pagas a quem o pinte. Gostas da música desta banda e queres que eles façam mais um álbum pagas por isso. Em todos os casos pagas se quiseres, a quem quiseres, e se não quiseres vais comprar mais barato ou fazes tu. É assim que o mercado funciona.<BR/><BR/>Proibir os isqueiros para obrigar o pessoal a comprar fósforos não é mercado. É um imposto disfarçado. O mesmo com a proibição da cópia para obrigar a pagar ao distribuidor.<BR/><BR/>Mais uma vez, é um erro assumir que a cópia é paga ao criador. Esse tem algo mais valioso para vende: o seu trabalho de criar. Quem precisa de cobrar à cópia é quem só vive de copiar o trabalho dos outros.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-17652776574202345722008-03-07T15:10:00.000+00:002008-03-07T15:10:00.000+00:00Ludwig, Não é preciso complicar! Julgo que ambos s...Ludwig, <BR/><BR/>Não é preciso complicar! Julgo que ambos sabemos perfeitamente das diferenças entre "inveja" e "altruísmo". Estamos apenas a interpretar a tua proposta em dois níveis diferentes de optimismo, facilmente conciliáveis caso trabalhasses para um regime comercial em que pura e simplesmente ninguém tem vergonha de não pagar o que deve <B>por lei</B>. Deixo-te de memória uma reflexão de Kafka, o proscrito perfeito do sistema que propões, que na economia dos bens escassos é a génese dos bens preciosos:<BR/><BR/>"Observo-me porque os outros me observam. Mas se mais ninguém o fizer, eu observo-me ainda mais de perto". <BR/><BR/>Falta muito deste caminho.<BR/>De resto, como leitor do teu blogue preciso urgentemente de um post do Sereníssimo Ladaínha e do seu acólito corcunda e verrugoso Lud Wig Arista.Bruce Lósehttps://www.blogger.com/profile/07121889922073184606noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-65850853935820652612008-03-07T15:04:00.000+00:002008-03-07T15:04:00.000+00:00Ludwig KrippahlEu pago uma parte e estou de acordo...Ludwig Krippahl<BR/><BR/>Eu pago uma parte e estou de acordo em pagar. No último Verão fui uma vítima das famosas bolas de berlim vendidas na praia. A partir desse dia tornei-me um feroz defensor da ASAE. É dinheiro bem empregue.Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-31087242536918722062008-03-07T14:33:00.000+00:002008-03-07T14:33:00.000+00:00António,«Em relação ao papel do Estado, eu não gos...António,<BR/><BR/><I>«Em relação ao papel do Estado, eu não gostaria de ver o dinheiro dos meus impostos a sustentarem o músico Quim Barreiros, por maior que seja o respeito humano que sinto por ele.»</I><BR/><BR/>Quem é que acha que paga os salários da ASAE? O Quim Barreiros?Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-83412302196924691792008-03-07T14:32:00.000+00:002008-03-07T14:32:00.000+00:00A emissora de rádio wfmu situada em new jersey é u...A emissora de rádio wfmu situada em new jersey é uma free form radio. Este ano cumpre 50 anos no ar ou no éter. Esta rádio é financiada através dos donativos dos ouvintes. Não tem publicidade nem apoios do estado. ainda por cima tem que pagar milhares de dólares ao equivalente americano da sociedade portuguesa de direitos de autor que se encarrega de distribuir todos esses impostos de forma obscura. A meta este ano para continuarem a fazer o seu trabalho é um milhão de dólares. Estão quase a conseguir. As pessoas que fazem os programas da melhor rádio do mundo não são pagas pelo seu trabalho.Unknownhttps://www.blogger.com/profile/04417517906098632120noreply@blogger.com