tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post2690121802555590343..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: 00111 – Licença para digitalizar.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-73736452019823738792007-02-23T10:02:00.000+00:002007-02-23T10:02:00.000+00:00Oi Miguel,Estás perdoado ;)«Por outro lado, se um ...Oi Miguel,<BR/><BR/>Estás perdoado ;)<BR/><BR/>«Por outro lado, se um biólogo, um matemático ou um filósofo podem ganhar a sua vida como professores do ensino público, a sua ascensão na hierarquia académica está inevitavelmente dependente do número de artigos que publicaram na revista y ou x. Essas publicações fazem tudo ao seu alcançe para fazer valer os seus direitos, vedando o acesso aos artigos através da Internet, cobrando quantias enormes por assinaturas anuais, etc.»<BR/><BR/>Não é bem assim. Em geral, as revistas permitem que os autores tenham cópias do artigo nas suas páginas pessoais. É quase sempre possível obter o artigo da página do autor, ou pedir-lhe um reprint directamente (muitas revistas dão ao autor uma molhada de exemplares do artigo).<BR/><BR/>Finalmente, há já várias publicações abertas, e acordos institucionais com muitas editoras. A B-On por exemplo, permite o acesso gratuito a muitas publicações.<BR/><BR/>Mais importante, os custos de publicação e de subscrição são mínimos no orçamento de investigação. A gestão de direitos tem um efeito nulo na motivação da ciência fundamental.<BR/><BR/>A razão porque normalmente é difícil encontrar estes artigos é porque não são de consumo popular, senão ligavas a mula e tinhas o pdf em 5 minutos :)<BR/><BR/>É por isso que eu acho que mais cedo ou mais tarde esse sistema de "gestão de direitos" vai acabar. É impossível regular transmissões digitais sem acabar com elas. Se deixas que transmitam 0s e 1s, deixas transmitir tudo.<BR/><BR/>Mesmo um policiamento apertado e milhares de processos por mês não adiantam. A única razão porque não se passou a usar protocolos mais seguros de partilha de ficheiros (como o do ants e afins) é por serem menos eficientes e simplesmente não vale a pena, porque a probabilidade de ser processado é tão baixa.<BR/><BR/>«O problema é que as alternativas que eles fornecem para resolver esta questão parecem pouco realistas e excessivamente utópicas... Mas vale sempre a pena explorar outras soluções.»<BR/><BR/>Para mim o problema não é a qualidade das alternativas, mas a inviabilidade deste modelo. É impossível continuar com a gestão de direitos de transmissão ou cópia. Podemos mudar para uma regulação de actividade económica, ou deitar isto fora e esquecer esta forma de incentivo, mas seja como for qualquer opção que dependa de controlar a informação digital está condenada ao fracasso.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-59006154506740132372007-02-22T18:49:00.000+00:002007-02-22T18:49:00.000+00:00Olá LudwigDesculpa a demora na resposta ;-)A socie...Olá Ludwig<BR/><BR/>Desculpa a demora na resposta ;-)<BR/><BR/><I>A sociedade deve incentivar a criatividade artística, e a melhor maneira é fazê-lo como o faz noutras áreas: financiado o ensino e a prática das artes sem conceder direitos exclusivos que acabam por prejudicar a divulgação, adaptação, e a própria criatividade.</I><BR/><BR/>Em parte, concordo. Isso que escrevestes faz-me lembrar um pouco o que já se passa no Brasil, com o projecto <A HREF="http://www.cultura.gov.br/programas_e_acoes/programa_cultura_viva/pontos_de_cultura/index.php" REL="nofollow">Pontos de Cultura</A>, em que músicos, artistas, documentaristas e programadores criaram com o apoio do Ministério da Cultura uma rede nacional de cursos de formação e acções práticas junto das comunidades locais, de forma a incentivar a produção cultural. <BR/><BR/>Isso passa-se no Brasil, um país com circunstâncias políticas, sociais, culturais e económicas muito especiais. Mas é difícil acreditar que este modelo possa ser transplantado para outras realidades, sobretudo europeias e americanas, e aplicado a larga escala.<BR/><BR/>Isto porque os estados raramente fomentam a cultura contemporânea e quando o fazem é no intuito de retirar benefícios concedidos por organizações comerciais ou obedecendo a lógicas de "compadrio" nada transparentes. <BR/><BR/>Por outro lado, se um biólogo, um matemático ou um filósofo podem ganhar a sua vida como professores do ensino público, a sua ascensão na hierarquia académica está inevitavelmente dependente do número de artigos que publicaram na revista y ou x. Essas publicações fazem tudo ao seu alcançe para fazer valer os seus direitos, vedando o acesso aos artigos através da Internet, cobrando quantias enormes por assinaturas anuais, etc. Outro instrumento de prestígio essencial para um cientista é a publicação de um livro numa reputada editora no seu campo de especialidade. E todos nós sabemos que apenas uma pequena minoria de autores disponibilizam online os PDFs do que vão publicando. <BR/><BR/>Tendo em conta a forma como a ciência e a cultura estão, perante as circunstâncias actuais, "atadas" a um regime de direitos de autor em que os grandes privilegiados são outros que não os próprios criadores, não vejo grande possibilidade de nos desembaraçarmos de um momento para o outro de um sistema de licenciamento. Deste modo, penso que uma licença global voluntária é uma medida compensatória que poderá servir como meio de transição para outro sistema, menos dependente de entidades comerciais.<BR/><BR/>Tendo dito isto, devo acrescentar que existem opiniões contrárias a esta no movimento da cultura livre. É o caso de <A HREF="http://copyriot.blogspot.com/" REL="nofollow">Rasmus Fleischer</A> e de <A HREF="http://www.palletorsson.com/" REL="nofollow">Palle Torsson</A> (<A HREF="http://www.piratgruppen.org/spip.php?article714" REL="nofollow">"The Grey Commons"</A>) e de <A HREF="http://www.merten-home.de/" REL="nofollow">Stefan Merten</A> (<A HREF="http://opentheory.org/copykillsmusic_en/text.phtml" REL="nofollow">"Copy kills (music kills) capitalism")</A>.<BR/><BR/>O problema é que as alternativas que eles fornecem para resolver esta questão parecem pouco realistas e excessivamente utópicas... Mas vale sempre a pena explorar outras soluções.Anonymousnoreply@blogger.com