tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post9073253104521027413..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Treta da semana (atrasada): não há dinheiro.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-79997624420076049462016-02-13T20:29:36.811+00:002016-02-13T20:29:36.811+00:00Ludwig,
Embora eu não seja formado em economia, a...Ludwig,<br /><br />Embora eu não seja formado em economia, acho que é relativamente fácil perceber que essa ideia não tem grande futuro, senão vejamos: o estado inventa dinheiro, que distribui pelos cidadãos, os cidadãos gastam o dinheiro (em quê? afinal parece que não é necessário economia, logo, só vejo o pessoal a gastar o dinheiro a financiar o estado, mas isso é outro assunto...), depois, o estado inventa mais dinheiro, e o ciclo é infinito. Hum... coiso...<br /><br />Deixa-me dar antes uma ideia que me parece ter mais pernas para andar, embora reconheça que sem uma estratégia concertada a nível mundial, também não vai longe.<br />Gabriel Zucman escreveu um livro intitulado "A riqueza oculta das nações" (Temas & Debates/Circulo de leitores). E lá calcula através de um método que ele descreve como sendo conservador, mas ainda assim, talvez seja a melhor estimativa do dinheiro depositado nas off-shores. Os valores apurados para 2013 só na Suíça, são (cf. pág. 47):<br />- Alemanha: 200 MM€ (mil milhões de euros)<br />- França: 180 MM€<br />- Itália: 120 MM€<br />- Reino Unido: 110 MM€<br />- Espanha: 80 MM€<br />- Grécia: 60 MM€<br />- Bélgica: 60 MM€<br />- Portugal: 30 MM€<br />- outros países europeus: 160 MM€<br />- países do golfo: 180 MM€<br />- Ásia: 180 MM€<br />- América latina: 170 MM€<br />- África: 120 MM€<br />- América do norte: 90 MM€<br />- Rússia: 50 MM€<br /><br />No total, só na Suíça, a estimativa é de 1,8 milhões de milhões de euros!!!<br /><br />Tendo em conta que por exemplo em Portugal este dinheiro devia estar com os rendimentos a serem taxados a 28%, mesmo que gerem 1% de juro, dá: 84 milhões de euros ao ano.<br /><br />Na página 63 apresenta o número: 130 MM€ que os estados a nível mundial perdem em impostos.<br /><br />Eu concordo com o sr. Zucman, esta deveria ser uma prioridade a nível mundial - eliminar os paraísos fiscais, a começar com o da Suíca, do Luxemburgo, de Singapurta e de todos eles. O problema? É a vontade política. Não é esta também a pedra no sapato para todas as soluções para a pobreza?António Carvalhohttps://www.blogger.com/profile/03399398401009464034noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-61783918502750693592016-02-13T12:50:32.107+00:002016-02-13T12:50:32.107+00:00A questão de não haver dinheiro é uma falsa questã...A questão de não haver dinheiro é uma falsa questão e é um modo cínico, ou manifesta ignorância, de justificar a privação das pessoas de bens e serviços. Se, por absurdo, eliminássemos todo o dinheiro, ou o colocássemos em sepultura, como se fez ao latim, deixaríamos de pensar que todos os problemas eram de falta de dinheiro. Os problemas passariam a ser eles próprios e não de dinheiro. <br />O verdadeiro problema é que o dinheiro se tornou cada vez mais o grande problema.<br />É sabido que as pessoas não comem dinheiro nem se deslocam em cima de notas ou de moedas. Não dêm dinheiro às pessoas, dêm-lhes bens e serviços e fiquem com o dinheiro todo.<br />Se amanhã não houvesse dinheiro, o mundo não estaria mais pobre e não haveria mais famintos, nem mais doentes, nem menos fruta, ou lojas mais vazias. <br />E podem ter a certeza de que, se não houvesse dinheiro, não haveria inflação, nem deflação, nem tantas outras situações deploráveis ligadas ao capitalismo financeiro.<br />As imensas vantagens da fungibilidade do dinheiro (e haja em consideração o facto de este conceito estar longe de ser coincidente com o conceito de moeda)talvez saíssem muito diminuídas de uma análise sobre as, também imensas, desvantagens.<br />O dinheiro tem vindo a adquirir uma tal abstração que se tornou um valor e uma mercadoria e um instrumento em si mesmo, profunda e terrivelmente dissociado da dinâmica e das leis da economia dos bens e serviços.<br />Digamos que o facto de ser um mercado (cujo peso e relevância nas economias é assustadoramente crescente e incontrolável) à parte dos mercados de trabalho, mercadorias e serviços, exige que se compreenda, sem ilusões, de que é que se está a falar quando se fala de dinheiro.<br />Fazem falta Newtons e Einsteins nas ciências económicas para nos ensinarem imensas coisas que é preciso saber. <br />No entanto, nestas áreas, que também atraem os mais dotados, os cérebros preferem ocupar-se em esquemas de enriquecimento... Carlos Ricardo Soareshttps://www.blogger.com/profile/03079231328814280040noreply@blogger.com