tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post5088624511966578277..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: Quantas realidades?Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger6125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-82167327727919349932007-11-27T21:55:00.000+00:002007-11-27T21:55:00.000+00:00A. J. Faria,eu sei, por que não estou dentro da di...A. J. Faria,<BR/>eu sei, por que não estou dentro da dimensão religiosa, que não consigo alcançar a lógica do pensamento religioso. Por isso, pelo menos naquilo que me é possível, observo o fenómeno religioso tão de fora quanto ele me deixa. E posso dizer-lhe que não é fácil. Todas as referências da nossa sociedade - pelo menos dos que, como eu, não nasceram em berço de ouro - estão mergulhadas na obscuridade religiosa. Levei anos a tentar livrar-me da ganga cultural do catolicismo. E se quer que lhe diga, nesta luta pela lucidez, parte-se muito de trás em relação aos que nascem já de olhos abertos. É difícil conseguir ver, num lugar onde a cegueira é considerada um dom. Mas, evidentemente, este é o meu ponto de vista.<BR/>Farei eu parte desses uns tantos? Provavelmente não. Se fizesse talvez não estivesse aqui a discutir este problema. Mas confesso que gosto dessas pessoas que passam bem sem a sombra de um amigo poderoso. Porque é estranho o seu discurso: refere-se aos "tantos" como se fossem abençoados quando apenas os referi como diferentes... Eu seria arrogante e presunçoso era se, admitindo-me crente, fizesse questão de pertencer aos eleitos de Deus.<BR/><BR/><BR/>António,<BR/>o meu 'pensamento económico' tinha esse sentido de que fala e ao mesmo tempo o equivalente ao do 'carro económico' cujo significado é 'gastar pouco'. :)<BR/>Quanto ao uso da ficção Divina como forma de domínio dos povos, é tão flagrante que se existisse Deus ele já cá teria vindo dizer que não tinha nada a ver com isso.<BR/><BR/><BR/>João,<BR/>concordo consigo que a questão do 'pensamento económico', só por si dava um debate interminável, principalmente de fosse com os nossos amigos do 'pensamento religioso'. <BR/><BR/><BR/>Ludwig,<BR/>existe no marketing um curioso conceito chamado 'qualidade percebida': não interessa a qualidade de um produto mas a maneira como o consumidor a vê. Do meu ponto de vista é um conceito suficiente para distinguir entre ciência e religião. A ciência preocupa-se e tem como finalidade encontrar as 'qualidades' das coisas. À religião interessa apenas a 'percepção' das coisas. Para a ciência a realidade é o objectivo e alegra-se sempre que dá uma passo na sua compreensão. Para a religião a realidade é um obstáculo transitório anterior à finalidade transcendente. Não é fácil falar com pessoas que têm um pé cá e outro lá. <BR/>Quanto à ciência alargar a visão a muitas pessoas eu também deveria ser optimista, porque estamos num processo evolutivo, e não deveria ser em vão que a matéria ganhou consciência. Mas, tal como Carl Sagan tinha aquela ideia de que poderia haver muitos planetas habitados por consciências, ou nenhum, dependendo da sua capacidade de auto-destruição, dá para perceber que os criacionistas se não conseguirem 'provar' que a evolução é falsa, tudo farão para que ela pare... <BR/>(Desculpe lá este meu abuso do seu espaço.)vodepArtur Torradohttps://www.blogger.com/profile/13328339594897001224noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-55346517080673996062007-11-27T18:09:00.000+00:002007-11-27T18:09:00.000+00:00Artur Torrado"Curiosamente, não me parece, até pel...Artur Torrado<BR/><BR/>"Curiosamente, não me parece, até pelas evidências da história, que a proposta científica se possa alargar a mais do que uns tantos."<BR/><BR/><BR/>Será atrevimento da minha parte perguntar-lhe se estará incluído nesses "tantos"...?<BR/>Pergunta desnecessária, obviamente...<BR/>E os restantes que não entram nesses "tantos" conforme refere,no qual se incluem pessoas das mais variadas áreas da sociedade, desde a ciência à cultura,até ao simples operário ou agricultor, como serão considerados ou denominados?<BR/><BR/>"O temor é aqui o elemento base de todas as emoções"<BR/><BR/>O crente que tenha uma base sólida na sua formação religiosa, de certeza que não possui o temor como sustentáculo na sua relação com Deus.<BR/>Torna-se abusivo extrapolar determinadas ideias formatadas de quem não vive a dimensão religiosa, e com isso criar uma imagem completamente deturpada do verdadeiro crente.<BR/><BR/>Cump,Anonymousnoreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-30285488894277585302007-11-27T10:48:00.000+00:002007-11-27T10:48:00.000+00:00Artur,«É aceitável o que diz A. J. Faria. O pensam...Artur,<BR/><BR/><I>«É aceitável o que diz A. J. Faria. <BR/>O pensamento religioso - e não parece contestável que existe um pensamento religioso - é, ou pelo menos tenta ser, um pensamento lógico.»</I><BR/><BR/>De acordo. E concordo que haja muitas formas de pensamento. O meu problema é confundirem o pensamento com a realidade. O que o A.J.Faria afirma não é apenas que há pessoas que acreditam em certas coisas, mas que essas coisas são «realidades» para além da nossa. Ora a essas «realidades» penso que é mais correcto chamar fantasia ou, no mínimo, pura especulação.<BR/><BR/>João e Artur,<BR/><BR/>Eu sou mais optimista quanto à ciência alargar a visão a muitas pessoas. Vejam que a maioria das pessoas nas sociedades industrializadas já adoptou esta posição de encarar as crenças religiosas (ou a falta delas) como uma opção pessoal e não como algo que é verdade ou mentira. Penso que nisto o progresso científico teve um papel muito importante por obrigar as religiões a tornar-se meramente «metafísicas» (o que eles chamam metafísica, que não é bem metafísica...)Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-81005634936246950122007-11-27T10:26:00.000+00:002007-11-27T10:26:00.000+00:00Caro Artur Torrado,Gostei muito da sua explicação,...Caro Artur Torrado,<BR/><BR/>Gostei muito da sua explicação, e, na parte da economia, creio ter sido 100% certeira. Por esse mesmo motivo tenho apelidado a economia de pseudo-ciência (sem entrar pelas parvoices associadas ao pseudo). É a unica disciplina que pretende ser ciência, mas, só consegue observar, ignorando factores para pseudo isolar fenómenos que depois pretende explicar, e que quando contrariados, tratam de fazer a ginastica necessária para dar a volta à questão, mesmo entrando em contradição com o que afirmava anteriormente. Esta atitude é tipica de quem quer o poder, e nesse aspecto, a economia tem demasiado de "religião".<BR/><BR/>A perspectiva de dominio dos povos, associada à religião, é que me leva a discordar de uma coisa no que afirmou. A religião pretende interferir no processo cientifico, pois a expressão de liberdade associada à ciência enfraquece, e muito, a posição de poder das religiões. Por isso é que muitos religiosos, e sobretudo os criacionistas ultimamente, pretendem imiscuir-se nos dominios da ciência. Veja-se o fervor com que insistem em repetir baboseiras, que são todas contrariadas por especialistas, sem margem para dúvidas, mas, que para quem não seja especialista, ficariam sem resposta, e esses senhores a cantar de galo, como se tivesse tido a maior das vitórias. Inventar e deturpar é fácil com informação parcial, que é a especialidade dessa gente, e para gente menos preparada, isso pode parecer sabedoria, mas, é apenas manipulação, e da manipulação nasce o poder.Antoniohttps://www.blogger.com/profile/05200952941766107760noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-84023075687540564132007-11-27T00:04:00.000+00:002007-11-27T00:04:00.000+00:00« é, ou pelo menos tenta ser, um pensamento lógico...« é, ou pelo menos tenta ser, um pensamento lógico.»<BR/><BR/>Parece-me que o mistério da santíssima trindade é um exemplo eloquoente de como essa afirmação é falsa.<BR/>Mas concordo que tenta parecer lógico.<BR/><BR/><BR/><BR/>«Curiosamente, não me parece, até pelas evidências da história, que a proposta científica se possa alargar a mais do que uns tantos.»<BR/><BR/>Às vezes sinto esse receio. Infelizmente há muita coisa que mostra que esse receio é razoável.<BR/><BR/><BR/>«Há muito tempo que o domina através do 'pensamento' económico...» <BR/><BR/>Hum... Não sei se estou de acordo. Mas isto só por si dava para um debate interminável. E há algo de verdade nesta afirmação.<BR/><BR/><BR/>À excepção destas passagens que destaquei, concordo com a generalidade do comentário, que me parece perpicaz e sensato.<BR/><BR/>O texto do Ludwig está como o costume :)João Vascohttps://www.blogger.com/profile/14810948198773329192noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-28865683811115286822007-11-26T23:16:00.000+00:002007-11-26T23:16:00.000+00:00É aceitável o que diz A. J. Faria. O pensamento re...É aceitável o que diz A. J. Faria. <BR/>O pensamento religioso - e não parece contestável que existe um pensamento religioso - é, ou pelo menos tenta ser, um pensamento lógico. O seu fundamento é a tradição milenar do exercício do poder autocrático e centralizado, essencial para a sobrevivência nómada. O temor é aqui o elemento base de todas as emoções e o pensamento fundamenta-se exclusivamente nelas.<BR/>O pensamento científico enquadra-se no processo de sedentarização e na inédita segurança que gerou, deixando ao homem, por momentos, a hipótese de se sentir indivíduo. Por momentos houve hipótese de contestar a tradição e conseguir seguir um caminho sem ela. O pensamento científico é uma atitude individual, que, sem a pressão do temor, permite ao homem, por momentos, avaliar a realidade sem a pressão emocional e ter como ideal a recusa do não demonstrável.<BR/>Parece-me bastante claro que não existe possibilidade de diálogo entre estes dois mundos. O acesso à liberdade de pensamento, a possibilidade de recusa da hierarquia e da tradição, o prazer de contrariar as ilusões dos sentidos, permanecem aterradores para os rebanhos que ainda teimam na metáfora da travessia do deserto. O pensamento científico procura os limites até onde pode ir a liberdade. O pensamento religioso delimita à partida o estreito caminho da vida. O primeiro quer o infinito aqui, o segundo prepara-se para ele depois.<BR/>Curiosamente, não me parece, até pelas evidências da história, que a proposta científica se possa alargar a mais do que uns tantos. É um caminho difícil, exigente para quem o segue, continuamente sujeito às 'evidências' incontornáveis da superstição e ao seu estruturado poder. O pensamento científico não está preparado para o poder, não o procura e não saberia o que fazer com ele. Ao contrário, o pensamento religioso é a própria formulação do poder, que se alivia através da soberba delegação de uma entidade suprema.<BR/>Hoje o pensamento religioso sabe que nada tem a temer do pensamento científico. Há muito tempo que o domina através do 'pensamento' económico...Artur Torradohttps://www.blogger.com/profile/13328339594897001224noreply@blogger.com