tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post4682964502318451412..comments2024-03-23T14:41:42.801+00:00Comments on Que Treta!: O negócio que se foi.Ludwig Krippahlhttp://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comBlogger70125tag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-8206313608552633552009-12-11T00:32:02.063+00:002009-12-11T00:32:02.063+00:00Ainda ao Nelson, :-)
"Lembro-me de ler sobre...Ainda ao Nelson, :-)<br /><br />"Lembro-me de ler sobre uma banda q dizia já ter ganho mais dinheiro em 4 meses só a vender CDs no final dos concertos, do que em 3 anos a gravar através de editoras e a vender pelo canal de distribuição normal. "<br />Pois eu acho normal. Se uma banda vender pelo canal normal, um CD de 10 euros, ficam 2 euros no estado, 4 euros em margens coemerciais de editoras e lojas, e custos de transporte, 0.5 pagam os custos de material com o fabrico, dos 3.5 que restam tem que se pagar a gravação, a publicidade, e os salários de toda a cadeia de produção e gestão, bem como os advogados da editora, e o IRC da mesma, e uma parcela para os músicos, que pode ser 50 centimos ou algo assim.<br />A vender CDs directamente, não declaram a venda, por isso não pagam impostos, não pagam para os distribuir, nem à loja que faz stocks, nem aos funcionários da loja. Não há margens para ninguém a distribuir ao longo da cadeia. O CD custa-lhes 50 centimos a fabricar, e é vendido aos mesmo 10 euros. É fazer as contas. Um CD que seja disco de prata, rende menos à banda que um milhar vendido no fim dos concertos. Mas, a questão continua a ser, que isso rende se o copyright impedir que o primeiro comprador coloque o CD na net à borla. Senão, levam 1 euro por cada bilhete, e 500 pessoas num concerto já é muito bom, para desconhecidos. Só que 500 a dividir por uma banda e pelo desgaste de material, é menos do que eu ganho por dia... Ui. É a loucura do enriquecimento dos artistas. Morte ao copyright!Antoniohttps://www.blogger.com/profile/05200952941766107760noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-12146338129489072882009-12-11T00:14:14.039+00:002009-12-11T00:14:14.039+00:00Nelson,
A realidade sobre o mundo sem copyright é...Nelson,<br /><br />A realidade sobre o mundo sem copyright é conhecida, basta olhar para o passado, e estudar um bocadinho para perceber que o que conhecemos hoje é uma parcela pequena, cuja escolha nem foi nossa. Não é pessimismo, é realismo, e seria bom que os defensores do desrespeito pelo copyright se deixassem de intitular (mesmo que indirectamente) de progressistas, porque a evolução histórica é que vai dizer onde está o progresso, e não a visão inflacionada que cada um tem das suas ideias. Um exemplo disso é o caso do Rudolph Giuliani, que quando se tornou mayor de NY resolveu impor uma politica de intolerância total sobre os pequeno delitos, naquilo que muitos chamariam de atitude populista, incluindo eu, mas, que se provou ser a forma de resolver o problema da criminalidade que se tinha genaralizado em NY, combatendo o sentimento de impunidade que começa no pequeno delito, mas, que vai em escalada até acabar no crime.<br />Se o fim do copyright vai ou não desenvolver a cultura, não sou eu ou o Nelson, ou o Ludwig, hoje que podemos afirmar. O que podemos fazer é como o Lud faz relativamente à religião, usar a informação que possuimos para decidir sobre o que devemos acreditar. Já conhecemos o mundo sem copyright, e com copyright, já ouvi a musica feita em versão amadora, e a mesma musica moldada pela editora por saber que iria recuperar o investimento, já vi o resultado do trabalho de amadores antes e depois do copyright, e pela quantidade e variedade, bem como pela acessibilidade, prefiro o trabalho com copyright, com a clara noção de que toda a cadeia de valor que gerou aquele trabalho desaparece com o copyright. E isso não me agrada.<br />Mas, também não me agrada que se proteja indefinidamente o trabalho de criação, ou que o direito de cópia seja transacionável à posteriori, pois isso não é proteger a criatividade, nem fomentá-la. Investimento à priori é um risco, e quem o assume merece protecção.<br /><br />Sobre outro assunto que ficou para trás, sobre os CPUs, e o custo marginal, cá vai mais uma correcção. Quando o CPU é desenvolvido, aponta-se a uma velocidade limite, e fabrica-se aos lotes, que são de qualidade homogénea por lote. Os lotes são testados a velocidades crescentes e é medida a geração de calor, e os lotes são graduados em velocidades, conforma a velocidade a que geram o limite de calor suportável para o desempenho fiável. Por isso, o custo marginal de produzir todos os CPUs da mesma familia é o mesmo. O que distingue o CPU a 2Ghz e o CPU a 2.5Ghz, da mesma familia, é só que o lote dos de 2Ghz aqueceu demais, mais cedo, nos testes, porque saiu da mesma máquina, com as mesmas quantidades de materiais e tempos de fabrico. Um custa é 3 vezes mais que o outro, porque assim a empresa recupera o investimento, espremendo a carteira dos que estão dispostos a pagar mais. O custo marginal de ambos é igual, o preço de venda, não.<br />Até é um bom modelo para o mundo da música. Paga-se mais nos primeiros anos, e quando a procura desce, desce o preço.Antoniohttps://www.blogger.com/profile/05200952941766107760noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-60786749489991219432009-12-10T22:00:34.765+00:002009-12-10T22:00:34.765+00:00(continuação)
«Não é devido ao negócio estar mori...(continuação)<br /><br /><i>«Não é devido ao negócio estar moribundo que se pode sustentar o argumento em que se pode ir contra a lei que, para mim, reflecte o direito legítimo do autor/editora vender o seu produto com a condição que ele define. […] Tens alguma justificação para que isto não seja válido no contexto do entretenimento???»</i><br />O meu argumento é que do ponto de vista do estado e da sociedade em geral, não vale a pena, é inútil e contra-producente, apoiar um negócio moribundo. Tal como quando se passaram leis para se tentar proteger as carroças dos automóveis (em Inglaterra a certa altura foi obrigatório andar uma pessoa à frente de cada automóvel a abanar uma bandeira vermelha). Permitir que a indústria recorra às leis existentes, e em alguns casos abuse delas, para manter o seu negócio, já é grave o suficiente. Aprovar leis novas que violam liberdades civis para proteger a continuidade esse negócio é inaceitável.<br /><br />Se é “apenas entretenimento” como dizes então não vejo razão para o estado levantar uma palha sequer para o proteger, quanto mais andar a garantir direitos de exploração comercial. Se for tudo à falência e deixar de se fazer “entretenimento”, ninguém morre por isso.<br /><br />Mas viveríamos todos pior! Os chamados direitos morais dos autores podem-se justificar por outras vias, mas os direitos comerciais existem para o bem da sociedade, não dos autores! Entendeu-se que dar monopólios temporários era um mal menor se tal incentivasse maior criação. Como diz a constituição dos EUA, “para promover o progresso da ciência e das artes úteis”. É por isso que não se aceita que cada autor imponha todas as condições que bem entender. É por isso que se aceita que estes direitos sejam vendidos a terceiros (ás editoras), que podem depois fazer e autorizar coisas contra os desejos dos autores. <br /><br />Se a arte é “apenas entretenimento” não justifica que se gaste o dinheiro dos contribuintes nem sequer para fazer respeitar os caprichos dos seus criadores, mais ou menos ridículos. Não merece o contracto social chamado direitos de autor, ponto final.<br /><br /><i>«Eu vendo a minha música, sou um artista extravagante (não devem faltar) e impõem, por exemplo, que se reze antes de ouvir a música dele. Acho parvoíce, mas não és obrigado a comprar, então não compres.» </i><br />Na música é raro, mas os produtores de software até metem muitas condições idiotas e abusivas nas suas “licenças de utilizador” (que ninguém lê). Mas imaginemos que compras um CD, e ao abri-lo em casa tem lá dentro uma “licença” a dizer que tens de fazer o pino para o ouvires. Que pessoalmente reconheças esse direito ao autor, e o cumpras, ou vás devolver o CD, é uma coisa. O autor é que não pode esperar que o estado te mande um polícia a casa para te vigiar e prender caso não faças o pino ao ouvir o CD. Isso era mais doidice que a doidice do autor. Eu nem sequer reconheceria a esse autor o direito de te espiar pela janela e de te processar no civil caso não cumprisses, e creio que a lei concordaria.Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-62967662637969232742009-12-10T21:57:43.143+00:002009-12-10T21:57:43.143+00:00Mário Miguel,
«Calminha aí, sites que não tenham ...Mário Miguel,<br /><br /><i>«Calminha aí, sites que não tenham nada de ilegal não são fechados, e que eu saiba não é proibido dar borlas, basta ver o caso da Ana Free, ou do Radiohead que optaram por outras estratégias vencedoras.» </i><br />Estou a falar de sites como o Mininova, e as redes de partilha de ficheiros em geral, que a apesar de terem muito conteúdo legal, colocado ou autorizado pelos autores, não deixam de ser perseguidos e de os tentarem encerrar. O Mininova, ao contrário do Pirate Bay, até retirava torrents quando os detentores de direitos assim o pediam. E até tentou implementar um sistema mais pró-activo, mas não foi suficiente. Um tribunal ordenou agora que deixassem apenas os torrents colocados confirmadamente pelos detentores dos direitos. O próprio Youtube tem sofrido pressões do género, e se não tivesse o Google por trás, que é poderoso e tem dinheiro para ir pagando, não sei como estaria hoje. Se a decisão do Mininova lhe fosse aplicada, 99% dos vídeos tinham de ser retirados. É aquela coisa de culpar as ferramentas e os serviços pelas acções dos seus utilizadores, e através disso torná-las menos atractivas e difíceis de usar até para os que cumprem as regras. <br /><br />E já adivinho Mário que vais dizer que os autores que não querem ter os seus conteúdos nestes sites não são a isso obrigados. Mas os sites também não devem ser obrigados a adivinhar os desejos dos autores, ou a serem os “polícias” deles. E lembro-te também que não foi este o entendimento quando surgiu a rádio por exemplo. Não era possível às estações de rádio funcionarem, a não ser com uma playlist muito limitada, se tivessem de pedir autorização e negociar pagamento por cada música que colocam no ar. Optou-se por uma espécie de licença global estabelecida por lei. Caso contrário ainda hoje tínhamos rádios piratas a emitir de barcos em alto mar.<br /><br />Felizmente a legislação de direitos de autor não serve apenas para garantir que os desejos dos autores sejam cumpridos. É um equilíbrio entre os desejos dos autores (e intermediários) e os do público. É suposto ser algo bom para a sociedade em geral, e não apenas para alguns!<br /><br />Tal como era uma pena não deixar a rádio florir, só para respeitar os desejos individuais dos autores e artistas, também é uma pena deitarmos fora essa espécie de “biblioteca de Alexandria” virtual que são as redes de partilha de ficheiros, sem que existam alternativas comerciais que ofereçam algo parecido. Algo como o Spotify, por exemplo, que tendo de pedir autorização nunca poderá ter tanta variedade, mas já dá acesso a uns milhões de músicas de forma gratuita com publicidade ou por assinatura. Coisas que só após 10 anos as editoras começam finalmente a autorizar (embora geralmente só após adiantamentos milionários e, como é o caso do Spotify, participação accionista na empresa). <br /><br />(continua)Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-46073293235992604922009-12-10T18:03:30.571+00:002009-12-10T18:03:30.571+00:00António,
Acho essa uma visão muito pessimista da ...António,<br /><br />Acho essa uma visão muito pessimista da situação. O que está a acontecer são os artistas utilizarem a internet para se tornarem conhecidos, para se aproximarem dos fans, e com isso conseguirem vender muita coisa (concertos, merchandising e não só) ou angariarem donativos para financiar a gravação de álbuns. Há até sites para organizar isso, o sellaband.com por exemplo. E há as bandas, anteriormente envolvidas com editoras, a auto-financiar a gravação de novos álbuns e a ganhar mais com isso. Lembro-me de ler sobre uma banda q dizia já ter ganho mais dinheiro em 4 meses só a vender CDs no final dos concertos, do que em 3 anos a gravar através de editoras e a vender pelo canal de distribuição normal. <br /><br />Pois é... o negócio das editoras não é dar dinheiro aos músicos, é ganhar dinheiro com eles! Ainda nos últimos dias foram notícia dois casos de como as editoras evitam pagar aos artistas:<br />http://remixtures.com/2009/12/canada-majors-arriscam-se-a-pagar-quase-4-mil-milhoes-de-e-por-violacao-de-copyright/<br />http://remixtures.com/2009/12/artista-acusa-warner-music-group-de-esconder-dinheiro-das-vendas-da-sua-banda/<br /><br />Se as editoras não existissem e os músicos tivessem dependido apenas dos concertos ao vivo e da rádio até hoje, tudo isto que a internet oferece poderia ter surgido igualmente agora. O facto das editoras ainda serem o meio dominante para financiar a gravação (e até já começo a duvidar se serão, face à quantidade de música feita fora), é mais por razões históricas do que por ser o modelo "ideal" ou mais lucrativo para os artistas. E não estou com isto a tentar desculpar ou justificar a partilha de ficheiros. Apenas a argumentar contra essa visão pessimista de que sem as editoras vai ser tudo muito pior.<br /><br />No entanto também reconheço que se as editoras não existissem muitos artistas habituados só a viver de concertos, até vissem a internet e os MP3 como ameaças. Afinal foi isso que aconteceu quando o Thomas Edison começou a gravar rolinhos de música. :)Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-28273628439510231982009-12-10T16:07:17.607+00:002009-12-10T16:07:17.607+00:00Ludwig,
«Não. Os aguadeiros vendiam o serviço de ...Ludwig,<br /><br /><i>«Não. Os aguadeiros vendiam o serviço de levar água às pessoas. Esse serviço deixou de ser um negócio rentável. As empresas de água engarrafada vendem algo diferente, como a qualidade da água, por exemplo. É por isso que os aguadeiros desapareceram e essas empresas não.»</i><br /><br />Engano teu. O serviço fundamental é vender água num contentor transportável mantém-se, o que mudou é a qualidade do conteúdo e onde ele é vendido. É como vender com <i>Copyright</i>, mas mudar a forma como vendo os CD's, vendendo com mais qualidade de som (Super Áudio CD) e com faixas de vídeo etc...<br /><br /><br /><i>«Como proibir torneiras para proteger os aguadeiros.»</i><br /><br />Para fazeres o paralelismo exacto isto estaria correcto se alguém ligasse a tubagem da EPAL à fonte do Luso e distribuísse para toda a rede essa água e lucrasse com isso. Nesse caso proibir as torneiras de se abrir quando é distribuído água do Luso sem autorização é perfeitamente justificável.<br /><br /><br /><i>«Tu argumentas que quem celebra um contrato deve ser legalmente obrigado a cumpri-lo. Não é verdade, mas vamos começar por assumir que sim. Nesse caso, se te recusares a celebrar o contrato não és obrigado a cumpri-lo. Por isso se eu me recusar a comprar o CD não tenho nenhuma obrigação contractual que me impeça de o sacar da net.»</i><br /><br />Para mil e uma obrigações que estás sujeito na sociedade não fizeste contrato nenhum, e tens que as cumprir sem apelo nem agravo.<br /><br /><br /><i>«Quanto ao contracto penso que também não tens razão. Se o cumprimento do contracto é para ser imposto por força da lei, então só o deve ser naquilo que é legítimo a lei impor. Pagamentos, sim. Se ouvimos a música à quinta feira em vez de à sexta, não.»</i><br /><br />Porque não? Mesmo sendo um exemplo idiota, porque não quando aplicado ao puro entretenimento? Eu vendo a minha música, sou um artista extravagante (não devem faltar) e impõem, por exemplo, que se reze antes de ouvir a música dele. Acho parvoíce, mas não és obrigado a comprar, então não compres. Eu sei que isto parece de doidos, mas serve para exemplificar como exemplo limite. Mesmo que a lei não contemple esse tipo de acordo (de puro entretenimento). que não coloca a integridade da pessoa em perigo, então não vejo porque não.<br /><br /><br /><i>«E a troca de listas de números que foram voluntariamente publicadas pelos autores é algo que a lei não deve ter legitimidade para impedir.»</i><br /><br />Se o autor as publicou com a condição de que quem ler tem que fazer algo, então está a subverter a condição que levou o autor a publicar caso não cumpra o que o autor estipulou, pois ele publicou nessas condições, não noutras.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-74119974889182192522009-12-10T15:06:04.968+00:002009-12-10T15:06:04.968+00:00Mário Miguel,
« Por mais idiota que seja o acordo...Mário Miguel,<br /><br /><i>« Por mais idiota que seja o acordo, isso não me dá o direito de eu ir por outra via sacar a música. Azar para quem vende se vender menos.»</i> <br /><br />O que está em causa é não é o direito de sacar música. É a legitimidade de proibir os outros de o fazer.<br /><br />Tu argumentas que quem celebra um contrato deve ser legalmente obrigado a cumpri-lo. Não é verdade, mas vamos começar por assumir que sim. Nesse caso, se te recusares a celebrar o contrato não és obrigado a cumpri-lo. Por isso se eu me recusar a comprar o CD não tenho nenhuma obrigação contractual que me impeça de o sacar da net.<br /><br />Ou seja, a proibição de partilha tem de existir para além do contrato. Tem de afectar toda a gente quer queira quer não. E isso eu proponho que é ilegítimo. Se eu cantar uma música, usar um aparelho para a descrever como uma lista de números e disponibilizar voluntariamente esses números para estações de rádio, editoras, e publico em geral não é legítimo querer depois proibir o acesso a esses números.<br /><br />Quanto ao contracto penso que também não tens razão. Se o cumprimento do contracto é para ser imposto por força da lei, então só o deve ser naquilo que é legítimo a lei impor. Pagamentos, sim. Se ouvimos a música à quinta feira em vez de à sexta, não.<br /><br />E a troca de listas de números que foram voluntariamente publicadas pelos autores é algo que a lei não deve ter legitimidade para impedir.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-80440243564539240922009-12-10T14:59:04.166+00:002009-12-10T14:59:04.166+00:00Mário Miguel,
«Pois... No caso do aguadeiros não ...Mário Miguel,<br /><br /><i>«Pois... No caso do aguadeiros não acabaram, vedem à mesma a água "encaixotada", só que em vez de serem particulares são empresas,»</i> <br /><br />Não. Os aguadeiros vendiam o serviço de levar água às pessoas. Esse serviço deixou de ser um negócio rentável. As empresas de água engarrafada vendem algo diferente, como a qualidade da água, por exemplo. É por isso que os aguadeiros desapareceram e essas empresas não.<br /><br />Na música passa-se o mesmo. Há um serviço de distribuição que deixou de ser rentável. O resto é rentável. Concertos, edições limitadas, musica paga antes de ser gravada, e assim por diante. Por isso é lógico que o mercado abandone a distribuição e se dedique ao resto.<br /><br />Mas pessoas como o António defendem que se imponha restrições legais cujo único propósito é defender um negócio ultrapassado. Como proibir torneiras para proteger os aguadeiros. E isso é absurdo. Se o negócio não sobrevive sem leis cuja única justificação seja proteger o negócio, esse negócio não merece sobreviver.Ludwig Krippahlhttps://www.blogger.com/profile/12465901742919427145noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-8903541482090619132009-12-10T13:18:29.892+00:002009-12-10T13:18:29.892+00:00Nelson,
«O estado, ao proteger especificamente um...Nelson,<br /><br /><i>«O estado, ao proteger especificamente um certo modelo de negócio, no “big picture” está de facto a favorecer umas empresas em detrimento de outras, a limitar a concorrência e a evolução do mercado.»</i><br /><br />Limitar concorrência? Como assim? Então se as pessoas tem que pagar, não será óbvio que quem opte por oferecer é que ganhará? Não é proibido oferecer sem <i>Copyright</i>, certo? Ou estás implicitamente a querer dizer que devido à dinâmica do <i>Copyright</i> esses produtos são mais apetecíveis por terem maior "qualidade"?<br /><br /><br /><i>«Ao fecharem-se sites que servem de plataforma para distribuição de conteúdos gratuitos (ilegais ou não) atacam-se os alicerces dos modelos de negócio alternativos.»</i><br /><br />Calminha aí, sites que não tenham nada de ilegal não são fechados, e que eu saiba não é proibido dar borlas, basta ver o caso da <a href="http://pt.wikipedia.org/wiki/Ana_Free" rel="nofollow">Ana Free</a>, ou do Radiohead que optaram por outras estratégias vencedoras.<br /><br /><br /><i>«As grandes editoras ao extorquirem milhões de qualquer empresa que queira fazer seja o que for com música na internet, geralmente sob ameaça de processo em tribunal, ainda antes de estarem sequer em actividade quanto mais terem lucro, estão a dificultar o aparecimento e desenvolvimento de canais de distribuição alternativos (e lucrativos para as editoras a longo prazo)»</i>.<br /><br />Não estão não, estão é a dificultar que se prevarique, mais nada, os canais de distribuição legais vão de vento em popa, basta ver o iTunes, mesmo que tenha decrescido, vende a rodos. Os canais de distribuição alternativos nada têm a temer.<br /><br /><br /><i>«E se se vier a taxar os ISPs, ou a obrigá-los a vigiarem ou desligarem os seus clientes, está-se a interferir no negócio e desenvolvimento destes»</i>.<br /><br />Mas SÓ dos que prevaricam, os outros, não os metas no mesmo saco. Esse podem fazer o que lhes bem entenderem. Ninguém é obrigado a assinar com as editoras.<br /><br /><br /><i>«E tudo isto são esforços e despesas (algumas da responsabilidade do estado) para dar falsas esperanças a um modelo de negócio moribundo.»</i><br /><br />Não é devido ao negócio estar moribundo que se pode sustentar o argumento em que se pode ir contra a lei que, para mim, reflecte o direito legítimo do autor/editora vender o seu produto com a condição que ele define. Quem compra, se não gostar do acordo, que não compre, como já disse várias vezes aqui. Tens alguma justificação para que isto não seja válido no contexto do entretenimento???<br /><br /><br /><i>«As editoras têm todo o direito do mundo de continuarem em toda a velocidade em direcção ao precipício. Mas não podem exigir que o estado vá construindo uma ponte para quando lhes faltar chão debaixo dos pés, em detrimento daqueles que estão a caminhar para terra mais firme. Isso não ajuda ninguém.»</i><br /><br />Os que caminham para terra firme que o façam com música sem <i>Copyright</i>. <br /><br /><br /><i>«Mas já agora que justificação vês para que esses direitos durem sequer a vida toda do autor?»</i><br /><br />Foi ele que fez a obra, logo só a publicou mediante esse acordo, concordo com isto só para o entretenimento.<br /><br /><br /><i>«Quem faz e vende bens físicos não tem direito de impedir ou exigir pagamento no caso de revenda, aluguer, etc»</i> <br /><br />O que se lucra com uma casa, e o que o arquitecto ganha com um projecto é radicalmente diferente do que se ganha com um único álbum, logo a comparação falha neste ponto.<br /><br /><br /><i>«Não se o upload for feito através de um servidor com uma VPN ou se fizerem o upload para um site tipo rapidshare e afins»</i><br /><br />É não devido a aldrabice e a contornar com intenção de fugir à coisa, que não está presente neste caso a intenção e a acção de aldrabar. Isentar que se seja apanhado não implica que não se seja culpado, não faças esta confusão.<br /><br /><br /><i>«Quanto ao software que cortaria chamadas telefónicas.»</i><br /><br />Desacordei disso, lembras-te? No entanto se for efectivamente e indubitavelmente para o bem público que haja escutas, nem me ponho a pensar duas vezes, embora tenha que ser feito com critérios rigorosos, e não para simples palavras proibidas sem o mínimo sentido.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-64455265640343193012009-12-10T13:17:05.943+00:002009-12-10T13:17:05.943+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-57659404258295114872009-12-10T12:07:08.936+00:002009-12-10T12:07:08.936+00:00Nelson,
Faço perfeitamente ideia daquilo que me d...Nelson,<br /><br />Faço perfeitamente ideia daquilo que me desafia no comentário de "09/12/09 06:43". Se "não houver copyright", e não havia, a cultura era para os ricos que eram amigos do rei e afins e que iam aos concertos dos autores elitistas da epoca. Das centenas que existiam, hoje conhecemos uns quantos, cuja obra foi escolhida pelos interpretes, para gravarem, e os restantes foram esquecidos pois não tinham tanto interesse para quem os sabia tocar.<br />Havendo tanta tecnologia, e nenhuma protecção de cópia, o mais provável seria impedir a entrada dessa tecnologia nas salas, nem que fosse à bruta, com recurso à propria tecnologia. Mala de senhora fica no vestibulo, e nem entram telemoveis ou gravadores. Querem ouvir, pagam! Sempre foi assim, até haver copyright. Se deixar de haver copyright, pode voltar a ser assim ou muito semelhante. Eu não sou obrigado a deixar gravar um "acto privado", por muito que paguem para o presenciar. Eu como artista não sou muito prejudicado, mas, muitos consumidores potenciais vão deixar de ter acesso. Estão melhor? Dúvido...Antoniohttps://www.blogger.com/profile/05200952941766107760noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-841783789209369372009-12-10T00:25:36.440+00:002009-12-10T00:25:36.440+00:00Mário Miguel,
O estado, ao proteger especificamen...Mário Miguel,<br /><br />O estado, ao proteger especificamente um certo modelo de negócio, no <i>“big picture” </i> está de facto a favorecer umas empresas em detrimento de outras, a limitar a concorrência e a evolução do mercado. Ao fecharem-se sites que servem de plataforma para distribuição de conteúdos gratuitos (ilegais ou não) atacam-se os alicerces dos modelos de negócio alternativos. As grandes editoras ao extorquirem milhões de qualquer empresa que queira fazer seja o que for com música na internet, geralmente sob ameaça de processo em tribunal, ainda antes de estarem sequer em actividade quanto mais terem lucro, estão a dificultar o aparecimento e desenvolvimento de canais de distribuição alternativos (e lucrativos para as editoras a longo prazo). E se se vier a taxar os ISPs, ou a obrigá-los a vigiarem ou desligarem os seus clientes, está-se a interferir no negócio e desenvolvimento destes. E tudo isto são esforços e despesas (algumas da responsabilidade do estado) para dar falsas esperanças a um modelo de negócio moribundo.<br /><br />As editoras têm todo o direito do mundo de continuarem em toda a velocidade em direcção ao precipício. Mas não podem exigir que o estado vá construindo uma ponte para quando lhes faltar chão debaixo dos pés, em detrimento daqueles que estão a caminhar para terra mais firme. Isso não ajuda ninguém.<br /><br /><i>«Agora se eu compro sabendo que não posso copiar para dar a um amigo, não compro, ou se compro não faço, simples.» </i><br />Compreendo e respeito. Embora geralmente até tenhas o direito, por lei, de fazer cópias para uso privado. A não ser que tenha protecções anti-cópia cuja neutralização é ilegal (que já foi outra treta que enfiaram aos governos… pq senão era o fim, bla bla bla). Nesse caso a lei diz que precisas de ir ao IGAC pedir uma ferramenta que te permita fazer uma cópia. Ferramenta essa que eles não têm. :)<br /><br /><i>«Direito de autor, não é direito dos descendentes do autor, é o que eu acho correcto, embora não seja o que ocorre.» </i><br />Assino em baixo. Mas já agora que justificação vês para que esses direitos durem sequer a vida toda do autor? Quem faz e vende bens físicos não tem direito de impedir ou exigir pagamento no caso de revenda, aluguer, etc. Quem faz uma casa ou um prédio, vende uma vez e pronto. Ninguém paga nada ao arquitecto, engenheiro ou empreiteiro que fez uma casa ou um prédio quando o revende ou aluga. Há um século atrás, pelo menos nos EUA, os direitos de autor duravam 14 anos, podendo ser renovados por outros 14. Agora creio que vai em vida mais 90 anos. <br /><br /><i>«Não, mas não poderia reclamar se eu tivesse um servidor de música a fazer uploads em fartura e me desligassem a Net.» </i><br />Dependendo da natureza do servidor, e das músicas, e se já tivesses sido avisado antes, sim até se pode dizer que concordo. Embora sendo uma ligação doméstica, segundo a legislação europeia aprovada recentemente, terias de ser ouvido primeiro, e consideradas as provas contra ti, e poderias apelar judicialmente depois.<br /><br /><i>«Jogue-se ao gato e ao rato, haverá forma de identificar quem faz upload.» </i><br />Não se o upload for feito através de um servidor com uma VPN ou se fizerem o upload para um site tipo rapidshare e afins. Os ratos têm muito por onde fugir. E é esse jogo do gato e do rato técnico-juridico que já dura à 10 anos e que eu acho desejável que termine. Esta coisa da “resposta gradual” só vai dar dinheiro aos sites tipo rapidshare e aos serviços VPN. Não vai dar dinheiro é aos artistas. Grande progresso, hein?<br /><br />Quanto ao software que cortaria chamadas telefónicas. Os telefones são usados todos os dias para coisas mais graves que a “pirataria”. Se fosse para cortar chamadas de quem estivesse a combinar assaltar ou matar alguém, ou planear ataques terroristas, até eram “disparates” bem mais graves que reproduzir ilegalmente obras, não? Nem por isso se aceita vigilância indiscriminada, nem se exige às empresas de telecomunicações que o impeçam ou paguem por isso.Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-962458332033125702009-12-09T22:43:36.484+00:002009-12-09T22:43:36.484+00:00Nelson,
«[...] proteger umas empresas em detrimen...Nelson,<br /><br /><i>«[...] proteger umas empresas em detrimento de outras ou limitar a concorrência ou a evolução tecnológica»</i><br /><br />Não é isso que está em causa na música.<br /><br /><br /><i>«Deve ser o mercado a escolher os vencedores, não o estado!»</i><br /><br />Com o <i>copyright</i> continua a ser o mercado a definir os vencedores, e não é por haver <i>copyright</i> que não pode haver música sem ele, certo?!<br /><br /><i>«A cópia para uso privado é legal! Não tens aí em casa CDs copiados? Cassetes gravadas da TV ou da rádio? Fotocópias? Pagaste a alguém?»</i><br /><br />Para uso privado na boa, backup etc... Agora se eu compro sabendo que não posso copiar para dar a um amigo, não compro, ou se compro não faço, simples. Onde está a dúvida?<br /><br /><br /><i>«As cópias temporárias efectuadas pelos computadores e equipamentos de rede também são reconhecidas como legais, por exemplo»</i><br /><br />E???<br /><br /><br /><i>«As bibliotecas dão acesso às obras sem se pagar. E sem pedir autorização aos autores! Então isso não é ilegítimo, Mário? :) »</i><br /><br />Se os autores não reclamam, então é legítimo (na minha opinião).<br /><br /><br /><i>««Simples: Direito de autor, não é direito dos descendentes do autor.»<br /><br />Mário, não conheces mesmo a lei, pois não?»</i><br /><br />Por acaso até conheço, até podes ver eu a comentar em posts anteriores onde se fala nisso, o que eu disse foi a minha opinião, lamento se não fui claro, e repito: Direito de autor, não é direito dos descendentes do autor, é o que eu acho correcto, embora não seja o que ocorre.<br /><br /><br /><i>«O que é ilegal pode ser alterado, basta haver vontade política. Sim, é legitimo as editoras/autores tentarem proteger os seus direitos, mas só até certo ponto. Os direitos e liberdades de uns acabam quando esbarram nos direitos e liberdades dos outros. E aí temos de nos entender uns com os outros, ou não saímos do sítio. Não me digas que aceitavas que te entrasse um polícia em casa todos os dias para ver se tinhas cópias ilegais (ou outras coisas piores)?»</i><br /><br />Não, mas não poderia reclamar se eu tivesse um servidor de música a fazer uploads em fartura e me desligassem a Net.<br /><br /><br /><i>«Pode, e é, todos os dias. Um software que filtre as coisas automaticamente, não resulta. Encripta-se o tráfego e pronto.»</i><br /><br />Jogue-se ao gato e ao rato, haverá forma de identificar quem faz upload.<br /><br /><br /><i>«E já agora, aceitavas um software automático que te desligasse as chamadas telefónicas quando ouvisse certas palavras (indiciadoras de algo ilegal)? »</i><br /><br />Não, pelo simples facto de dizer coisas ilegais seria um disparate não comparável a reproduzir ilegalmente uma obra.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-53224488598604511202009-12-09T22:33:10.525+00:002009-12-09T22:33:10.525+00:00Já agora uns vídeos sobre o que tenho falado aqui....Já agora uns vídeos sobre o que tenho falado aqui.<br /><br />Os princípios económicos dos bens abundantes:<br />http://www.youtube.com/watch?v=VuxMJ8lnYA4<br /><br />O dilema do inovador:<br />http://www.youtube.com/watch?v=Q1vw23YHFds<br /><br />Why $0.00 is the Future of Business:<br />http://www.youtube.com/watch?v=RZkeCIW75CUNelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-68546649552063387102009-12-09T22:11:17.747+00:002009-12-09T22:11:17.747+00:00«O problema é esse mesmo, é das outras não terem e...<i>«O problema é esse mesmo, é das outras não terem esse direito e não a industria criativa ter.» </i><br /><br />Pelo contrário! O proteccionismo é um grande problema e é economicamente indesejado. Não cabe ao estado proteger umas empresas em detrimento de outras ou limitar a concorrência ou a evolução tecnológica. Deve ser o mercado a escolher os vencedores, não o estado! Já agora voltávamos aos tempos em que os reis atribuíam monopólios de tudo e mais alguma coisa, e geralmente a quem interessava por razões politicas. Mais, se o estado deixasse as empresas venderem os seus produtos como bem entendessem, não haveria garantias nem outros direitos dos consumidores. Era bonito, era…<br /><br /><i>«embora eu por mim não acharia reprovável (ao nível do entretenimento) que as condições fosse as mais exóticas. Mas uma coisa é certa, cópia não paga é punível por lei.» </i><br /><br />Entretenimento (também) é cultura e é desejável promover o seu acesso. Tem de haver um equilíbrio. E não, a cópia não paga <b>nem sempre</b> é punível por lei. A cópia para uso privado é legal! Não tens aí em casa CDs copiados? Cassetes gravadas da TV ou da rádio? Fotocópias? Pagaste a alguém? Achas que é ilegal? As cópias temporárias efectuadas pelos computadores e equipamentos de rede também são reconhecidas como legais, por exemplo. Claramente ilegal é vender cópias sem autorização do autor (e nem sequer comprá-las é ilegal). No resto a legislação começa a ficar turva... cinzenta.<br /><br /><i>«Fechar bibliotecas? Porquê? Não vi nenhum autor a reclamar, ouviste???» </i><br /><br />As bibliotecas dão acesso às obras sem se pagar. E sem pedir autorização aos autores! Então isso não é ilegítimo, Mário? :) <br /><br />E sim, há quem se queixe. Há um autor na Nova Zelândia que diz que é roubo andarem a emprestar livros sem lhe pagar:<br />http://techdirt.com/articles/20090925/0100086317.shtml<br /><br /><i>«Simples: Direito de autor, nao é direito dos descendentes do autor.» </i><br /><br />Mário, não conheces mesmo a lei, pois não? Também gostava q assim fosse, mas... Os direitos sobre gravações podem expirar em 50 anos, mas os direitos de autor duram durante a vida do autor mais 70 anos! Os descendentes herdam os direitos e têm feito muita coisa estúpida, como os descendentes do irlandês James Joyce que quiseram proibir a leitura de passagens dos livros dele numa cerimónia de homenagem. E a viúva do Frank Zappa também não quer que ninguém toque as músicas dele:<br />http://techdirt.com/articles/20090414/0315454503.shtml<br /><br /><i>«A questão é esta, se é considerado ilegal e se é legitimo as editoras/autores verem os seus direitos salvaguardados, qual é o problema? Privacidade? » </i><br />O que é ilegal pode ser alterado, basta haver vontade política. Sim, é legitimo as editoras/autores tentarem proteger os seus direitos, mas só até certo ponto. Os direitos e liberdades de uns acabam quando esbarram nos direitos e liberdades dos outros. E aí temos de nos entender uns com os outros, ou não saímos do sítio. Não me digas que aceitavas que te entrasse um polícia em casa todos os dias para ver se tinhas cópias ilegais (ou outras coisas piores)?<br /><br />Atentar contra direitos fundamentais para proteger o raio de um negócio, seja ele qual for, <b>não</b> é legítimo! Como disseste isto é “pipocas”, não insulina. Ninguém morre se as editoras forem à falência.<br /><br /><i>«A privacidade pode ser mote para encobrir uma ilegalidade? Mas isso resolvia-se bem com software que faria a coisa de forma independente do homem.» </i><br /><br />Pode, e é, todos os dias. Um software que filtre as coisas automaticamente, não resulta. Encripta-se o tráfego e pronto. E já agora, aceitavas um software automático que te desligasse as chamadas telefónicas quando ouvisse certas palavras (indiciadoras de algo ilegal)?Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-3433822727375512222009-12-09T20:59:17.978+00:002009-12-09T20:59:17.978+00:00Nelson,
«A analogia da água envenenada foi um pa...Nelson,<br /><br /><br /><i>«A analogia da água envenenada foi um paralelismo à forma como a industria criativa está a tentar proibir certos actos privados (ou para fins privados) para proteger os seus lucros, coisa que acho inaceitável.»</i><br /><br />Paralelismo feito de forma incorrecta.<br /><br /><br /><i>«É o direito da indústria criativa ter protecção jurídica para todos os seus caprichos???? E as outras não têm o mesmo direito porquê????»</i><br /><br />O problema é esse mesmo, é das outras não terem esse direito e não a industria criativa ter.<br /><br /><br /><i>«Não Mário, o direito de autor não funciona assim. Os criadores não podem impor todas regras que quiserem (a não ser que haja algum contrato prévio assinado, e mesmo assim...)»</i><br /><br />Sim, tudo não pode estar ao nível das lei, embora eu por mim não acharia reprovável (ao nível do entretenimento) que as condições fosse as mais exóticas. Mas uma coisa é certa, cópia não paga é punível por lei.<br /><br /><br /><i>«O estado é que define na lei os direitos dos autores, assim como os direitos dos utilizadores. Os autores só têm o direito de controlar a venda das suas obras devido ao monopólio temporário concebido pelo estado. Sem isso, esse direito não existe.»</i><br /><br />Exacto, e é isso que é transgredido actualmente à grande...<br /><br /><br /><i>«Se é ilegítimo aceder a um conteúdo sem o comprar e/ou respeitar as condições dos autores, por idiotas que sejam, ninguém o disse ao legislador! Temos de começar por fechar as bibliotecas. Depois proibir a cópia privada (é da maneira q se paga menos nos CDs e DVDs graváveis) e depois ainda com as excepções para educação, hospitais, direito de se fazer citações, etc, etc»</i><br /><br />Fechar bibliotecas? Porquê? Não vi nenhum autor a reclamar, ouviste???<br /><br /><br /><i>«E pq não tornar os copyrights eternos? Os bisnetos, trinetos e tetranetos dos autores também devem receber por obras q eles nem fizeram.»</i><br /><br />Simples: Direito de autor, nao é direito dos descendentes do autor.<br /><br /><br /><i>«Eu compreendo os teus argumentos Mário, mas os direitos de autor não são uma coisa de preto ou branco. Não é "como eu quero ou põe-te a andar".»</i><br /><br />Claro que é, pois estando no campo do entretenimento é isso mesmo, queres compras, não queres não compres, não morres por isso, só amuas. Se vai sacar à borla, se usufruis, porquê não pagar esses "amendoins"?<br /><br /><br /><i>«Este equilíbrio, e o facto de os direitos incidirem principalmente sobre a cópia, foi concebido à volta de um certo modelo de negócio: a venda de cópias. A partir do momento em que a tecnologia colocou esse modelo de negócio em crise, a lei também está desfasada e precisa de ser reequacionada.»</i><br /><br />Sim, sei perfeitamente a história da coisa... Se a industria se lixar isso é outro filme, não confundas... Agora que eles têm o direito de o fazer é legítimo, se é desactualizado e os leva a ruína isso é outra coisa que de repente parece que indicia que o coisa seja reprovável. Não faças esta misturada.<br /><br /><br /><i>«A outra opção é o maximalismo do copyright. Assumir que os interesses da indústria devem estar acima de tudo, e siga em frente tipo rolo compressor. É preciso passar por cima da privacidade de cada um, da neutralidade dos intermediários, da confidencialidade das comunicações, etc. E depois ainda se vai ver que não chega e é preciso fazer pior.»</i><br /><br />A questão é esta, se é considerado ilegal e se é legitimo as editoras/autores verem os seus direitos salvaguardados, qual é o problema? Privacidade? A privacidade pode ser mote para encobrir uma ilegalidade?<br />Mas isso resolvia-se bem com software que faria a coisa de forma independente do homem.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-72928383280595667362009-12-09T19:25:34.141+00:002009-12-09T19:25:34.141+00:00(continuação)
Eu tendo a achar que se deve alarga...(continuação)<br /><br />Eu tendo a achar que se deve alargar o princípio da cópia privada à partilha de ficheiros na internet. Eventualmente, com uma taxa que o compense, se for necessário (e é discutível). Precisamente por não ser fundamentalmente diferente da gravação de filmes da TV, música da rádio, ou emprestar CD/DVD ao amigos, e por ser tão ou mais difícil de proibir e controlar. E também pq há modelos de negócio que podem ser edificados com base nisso e que a longo prazo serão mais ou menos inevitáveis.<br /><br />A outra opção é o maximalismo do copyright. Assumir que os interesses da indústria devem estar acima de tudo, e siga em frente tipo rolo compressor. É preciso passar por cima da privacidade de cada um, da neutralidade dos intermediários, da confidencialidade das comunicações, etc. E depois ainda se vai ver que não chega e é preciso fazer pior. Em França o sector já conseguiu a "resposta gradual" e não satisfeitos agora querem também uma taxa de 1€ nas ligações à internet. Se querem mais 10 anos de conflitos, discussões e processos em tribunal sem que nada de fundamental mude, força. Acho que ninguém ganha com isso, excepto talvez os advogados e aqueles que vão ganhando alguma coisa com a pirataria.Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-41394814469839558032009-12-09T19:23:57.928+00:002009-12-09T19:23:57.928+00:00Mário Miguel,
«o envenenar água da torneira seria...Mário Miguel,<br /><br /><i>«o envenenar água da torneira seria o equivalente a quem não quer usar o «copyright» fosse boicotado»</i><br /><br />A analogia da água envenenada foi um paralelismo à forma como a industria criativa está a tentar proibir certos actos privados (ou para fins privados) para proteger os seus lucros, coisa que acho inaceitável.<br /><br /><i>«É o direito deles, azarzinho para quem quer adquirir o que foi feito e distribuído sobre essa regra [...] Se quem vende disser o disparate que deves ouvir o cd unicamente às sextas-feira e que deves pagar uma multa se cantares aos sábados, parece-me que se alguém comprar mediante esse acordo devia cumprir»</i><br /><br />É o direito da indústria criativa ter protecção jurídica para todos os seus caprichos???? E as outras não têm o mesmo direito porquê???? Não Mário, o direito de autor não funciona assim. Os criadores não podem impor todas regras que quiserem (a não ser que haja algum contrato prévio assinado, e mesmo assim...). Podem tentar, que tal tenha valor jurídico é que já é outra história. Muito menos podem os criadores impor regras ou multas a quem não aceitou nem sequer um contracto implícito (quem não comprou). O estado é que define na lei os direitos dos autores, assim como os direitos dos utilizadores. Os autores só têm o direito de controlar a venda das suas obras devido ao monopólio temporário concebido pelo estado. Sem isso, esse direito não existe.<br /><br />Se é ilegítimo aceder a um conteúdo sem o comprar e/ou respeitar as condições dos autores, por idiotas que sejam, ninguém o disse ao legislador! Temos de começar por fechar as bibliotecas. Depois proibir a cópia privada (é da maneira q se paga menos nos CDs e DVDs graváveis) e depois ainda com as excepções para educação, hospitais, direito de se fazer citações, etc, etc. A rádio também leva por tabela, que isso de passar músicas sem autorização prévia explicita também não pode ser correcto. E pq não tornar os copyrights eternos? Os bisnetos, trinetos e tetranetos dos autores também devem receber por obras q eles nem fizeram.<br /><br />Felizmente as coisas não são assim. Segundo a nossa lei, os intérpretes, músicos e produtores de gravações fonográficas nem sequer têm o direito de se queixarem do uso privado de cada um. Só os autores e compositores se podem queixar no caso de acharem que a exploração comercial das suas obras é ilegitimamente afectada. E depois cabe ao juiz decidir se tal é verdade ou não. Daí q nem se saiba se o download para fins privados é ilegal em Portugal.<br /><br />Eu compreendo os teus argumentos Mário, mas os direitos de autor não são uma coisa de preto ou branco. Não é "como eu quero ou põe-te a andar". São uma série de tons de cinzento, que tentam equilibrar a exploração comercial com as necessidades de acesso à informação, acesso à cultura (que é de todos!), e claro a privacidade de cada um. Este equilíbrio, e o facto de os direitos incidirem principalmente sobre a cópia, foi concebido à volta de um certo modelo de negócio: a venda de cópias. A partir do momento em que a tecnologia colocou esse modelo de negócio em crise, a lei também está desfasada e precisa de ser reequacionada. <br /><br />(continua)Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-21948230615805588572009-12-09T15:36:55.582+00:002009-12-09T15:36:55.582+00:00(...Continuação)
«E há quem o faça para experimen...(...Continuação)<br /><br /><i>«E há quem o faça para experimentar, conhecer, encontrar coisas novas de que goste e que depois compra.»</i><br /><br />Se quem fez a coisa concordar com isto, tudo bem, se não concordar, é ele que terá o direito de restringir, e não o consumidor de adquirir.<br /><br /><br /><i>«Fazer partilha de ficheiros não é fundamentalmente diferente de gravar músicas da rádio, filmes da TV, copiar os CDs ou DVDs emprestados pelos amigos, etc. A diferença é uma de escala e facilidade»</i>.<br /><br />É um facto, embora não suporte nenhuma ideia em concreto. Argumento neutro...<br /><br />Se quem vende disser o disparate que deves ouvir o cd unicamente às sextas-feira e que deves pagar uma multa se cantares aos sábados, parece-me que se alguém comprar mediante esse acordo devia cumprir, eu, obviamente, não compraria. Simples... Por mais idiota que seja o acordo, isso não me dá o direito de eu ir por outra via sacar a música. Azar para quem vende se vender menos.<br /><br /><br /><i>«É irrealistico esperar que as pessoas não usem a tecnologia. E é irrealistico pensar que se pode acabar com a coisa por meios repressivos.»</i><br /><br />O facto de ser irrealista parece ser um facto, mas o facto de não se poder conter a cópia é bem diferente de se tentar com isto de forma subtil e indirecta validar e legitimar a cópia não comprada, caso ela esteja protegida pelo <i>«copyright»</i>.<br /><br /><br /><i>«Restam duas alternativas, modelos de negócio que aproveitem a partilha que já é feita, ou serviços legais que sejam ainda mais convenientes e atractivos. Enquanto a industria insistir em vender os seus produtos assim em vez de assado, como os consumidores querem, e exigir inutilmente q as suas vontades sejam respeitadas, não sai do sitio.»</i><br /><br />os cliente podem exigir muita coisa: que o produto seja bom, que esteja em funcionamento, que seja conforme etc... Mas não podem exigir de borla o que não é. Se essa politica levar à falência as editoras, por mim, tanto faz. O direito de quem faz a coisa é superior a vontadinha que eu tenho ter à borlix o CD X ou Y.<br /><br /><br /><i>«É preciso colocar as questões "morais" ou ideológicas de lado e ser pragmático. Isto se quiserem resolver a questão... pq se quiserem continuar a investir contra moinhos de vento e manter tudo na mesma, tanto me dá.»</i><br /><br />É um direito de quem vende, como já disse só compra quem quer e ninguém é obrigado a comprar nada, certo?! Estamos a falar de "pipocas" e não de Insulina... Se falirem, azar.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-14786318498755928282009-12-09T15:36:32.806+00:002009-12-09T15:36:32.806+00:00Nelson,
«Pois, houve uma adaptação, coisa que as ...Nelson,<br /><br /><i>«Pois, houve uma adaptação, coisa que as industrias do copyright não querem fazer.»</i><br /><br />Sim, houve uma adaptação ao mercado, mas a forma do negócio é a mesma, agua engarrafada vendida às pessoas, nada mais, a adaptação foi como ela foi embalada distribuída e comercializada, de resto, o negócio é exactamente o mesmo: venda de água encaixotada, nada mais. Parece que queres dar a ideia que a base do negócio mudou, mas não, isso não ocorreu. <br /><br /><br /><i>«E nem toda a gente compra água engarrafada. Quem não se importa de beber água da torneira (eventualmente filtrada, etc) não precisa de comprar água engarrafada.»</i><br /><br />Exactamente, quem não quer comprar musica com <i>«copyright»</i>, da mesma forma que não compra água da torneira, não compra, e vai beber água da torneira, ou música sem <i>«copyright»</i>. Eu não diria melhor. O que dizes continua a não invalidar o facto de quem quer usar <i>«copyright»</i> no seu trabalho, não o possa fazer e legitimar essa "protecção".<br /><br /><br /><i>«A cota de mercado dos "aguadeiros" caiu. Se eles tivessem reagido da mesma forma das industrias criativas, e se lhes tivesse sido dado o mesmo proteccionismo, a esta hora já a água da torneira vinha envenenada para ninguém a beber!»</i><br /><br />Falso paralelismo, errado até à ultima casa decimal. Hoje em dia quem quiser dar a sua música de borla pode dar, o envenenar água da torneira seria o equivalente a quem não quer usar o <i>«copyright»</i> fosse boicotado, como exemplo seria um troiano nos mp3 que os autores forneceriam sem <i>«copyright»</i>, mas não é isso que ocorre. Que fique claro. Quem não quer usar <i>«copyright»</i> pode fazer sem espinhas. Quem quer também, qual é mesmo o problema????<br /><br /><br /><i>«Mas quando há "azar" vão-se queixar aos estados para pedirem cada vez maiores protecções, para suster o tal modelo de negócios que está a falhar. Parece que na industria criativa as coisas não podem falhar. Há sempre mais proteccionismo governamental para salvar a coisa.»</i><br /><br />É o direito deles, azarzinho para quem quer adquirir o que foi feito e distribuído sobre essa regra (eu só vendo quem concordar com isto, não concordas, sem problema,<br />não compras, mas não vais por trás adquirir. FIM da história...). Quem fez só disponibilizou o produto mediante essa regra, e como estamos a falar de coisas que não estão no patamar da insulina ou coisa similar, então a coisa é simples. <br /><br /><br /><i>«Sim, há quem não compre pq não vale a pena ou é caro demais. Quem saca da net o que nunca compraria não causa mal nenhum a ninguém.»</i><br /><br />O autor/empresa que fez o produto é que é dono dele até ser cedido sobre o acordo que é determinado e aceite por ambas as partes. Se é dono é quem decide se pode ou não ceder a coisa. Não é o consumidor que diz que quer aceder à coisa e prontos, isto é colocar todo ao contrario. <br /><br />(Continua...)Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-76138640836087097252009-12-09T15:34:21.144+00:002009-12-09T15:34:21.144+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-33536935966761278642009-12-09T15:33:57.071+00:002009-12-09T15:33:57.071+00:00Este comentário foi removido pelo autor.Mário Miguelhttps://www.blogger.com/profile/01472023038138126432noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-356421367882617652009-12-09T06:43:56.165+00:002009-12-09T06:43:56.165+00:00António,
Se trabalhou em informática claro que nã...António,<br /><br />Se trabalhou em informática claro que não trabalhava a custo marginal, mas marcava os preços aplicando uma margem por cima do custo marginal de cada produto, certo? E essa margem é sempre tão alta quanto o mercado deixa. Devem-se contar pelos dedos das mãos as vezes que falei com revendedores sem se queixarem das margens estarem a ficar pequenas demais para cobrirem os gastos. Quem define as margens é a procura e sobretudo a concorrência, e desta há muita! Pode-se pressionar os revendedores para subirem as margens, pode-se espernear e arrancar cabelos! No fundo o mercado é q manda (por muito que as industrias criativas o queiram ignorar e culpar tudo na "pirataria"). E lá estão os serviços, a assistência técnica, etc, a subsidiar as baixas margens no hardware. Dificilmente alguma loja de informática existiria hoje só com a venda de hardware.<br /><br />Vejamos um exemplo de um produto subsidiado a interferir com um mercado: o programa e-escolas. O governo obrigou as operadoras de telemóveis a subsidiar portáteis para estudantes, com a assinatura da banda larga associada (e em troca das licenças 3G q receberam à borla). Resultado: os fabricantes vêm-se agora à rasca para vender portáteis mais caros aos estudantes. É certo q as operadoras compram-lhes os portáteis, mas usam o seu poder para espremê-los ao máximo. É um negócio de lucro quase nulo. A marca para a qual eu trabalhava, inicialmente nem participou e teve períodos em q voltamos a sair por causa disso. Agora imagine-se se as operadoras começavam a oferecer portáteis a custo zero, subsidiados com assinaturas de banda larga, e alargado ao público em geral. "Ninguém" mais conseguiria vender portáteis. Só as operadoras lucrariam alguma coisa e, em vez de reduzir os efectivos, melhor seria as marcas fecharem já os escritórios em Portugal! Não estou a criticar o programa e-escolas. É apenas um exemplo de como um produto financiado por outros meios que não a venda, altera um mercado para os que insistirem em vendê-lo.<br /><br />Onde eu quero chegar, mais uma vez, é que se vender um produto é um mau modelo de negócio, tudo o resto são tretas. Não adianta fazer birra, há que arranjar alternativas. E nem de propósito cá está mais um artigo no techdirt a argumentar q lá por esse modelo ser mau, não significa que não existam outros modelos de negócio bons e lucrativos para a música, e que esta sempre foi usada para acrescentar valor a outras coisas (como discos de plástico):<br />http://techdirt.com/articles/20091208/1052477252.shtml<br />Eu acrescentaria pedaços de papel (bilhetes), e q o negócio da música também inclui tradicionalmente um meio gratuito (a rádio) que promove o resto. A diferença para os novos modelos de negócio não é tão grande assim.<br /><br />Perdoa-me os “testamentos”, mas este é um assunto que me apaixona e pelas razões que já indiquei tenho tempo para desperdiçar. E não é por querer tudo à borla, é porque gostava de ver soluções positivas a aparecer e as coisas avançarem. Esta guerra da indústria contra os partilhadores não dá em nada e já dura há 10 anos. Nem um centavo mais para a criação resultou dela.<br /><br />Proponho-te um exercício António. Imagina que nunca tinha havido venda de CDs, discos de vinil, cassetes, etc. Havia apenas actuação ao vivo e a rádio. Nem copyrights existiam (não havia cópias sequer!). E agora surgiu a internet, com todas as suas potencialidades. Qual era a modelo que idealizavas para ti e para os músicos em geral? Criavas os copyrights, as editoras, a venda de música, etc? Colocavas isso com o papel dominante e protegia-lo a todo custo?Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-2513715644496258752009-12-09T06:08:19.480+00:002009-12-09T06:08:19.480+00:00António,
O exercício das 1000 ou 1001 frutas nem ...António,<br /><br />O exercício das 1000 ou 1001 frutas nem sequer é real. Os fruticultores e agricultores não sabem exactamente o q vão produzir. Podem ter uma estimativa. De resto, tem razão. Na produção de fruta dificilmente se consegue atribuir um custo de produção a cada unidade. No fundo têm-se custos anuais mais ou menos fixos de manter a propriedade, aplicar adubos, pesticidas, etc. E o custo marginal por peça de fruta é... aproximadamente zero. Basicamente os produtores vendem ao preço mínimo que permita escoar a produção. Resultado: volta e meia lá estão eles a manifestar-se em Lisboa ou em Bruxelas q os preços estão baixos demais (há pouco tempo foram os produtores de leite). E lá vêm os governos com cotas de produção, subsídios para não produzirem, etc. É o q dá um custo marginal quase zero combinado com concorrência "em demasia".<br /><br />Quanto aos CPUs, os primeiros exemplares "custam uma exorbitância" quando o fabricante o consegue justificar pelo desempenho. A AMD não tem conseguido fazer muito isso. E o custo de produção dos primeiros exemplares também é geralmente MUITO superior. É uma questão de quantos saem a funcionar e quantos saem estragados (ou a funcionar a baixa velocidade) em cada "bolacha" de silício. Veja-se um produto semelhante, mas em que a concorrência pelo preço é ainda mais aguerrida: a memória. O preço de venda anda tão perto do custo marginal q tivemos a Qimonda quase a fechar. Por muito que a Qimonda quisesse vender mais caro, o mercado é que define os preços.Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-29251019.post-11051729193986913532009-12-09T04:41:27.040+00:002009-12-09T04:41:27.040+00:00Mário Miguel,
«No caso do aguadeiros não acabaram...Mário Miguel,<br /><br />«No caso do aguadeiros não acabaram, vedem à mesma a água "encaixotada", só que em vez de serem particulares são empresas, como a Luso, e ao invés de andarem na rua a venderem fazem-no nos supermercados.»<br />Pois, houve uma adaptação, coisa que as industrias do copyright não querem fazer. E nem toda a gente compra água engarrafada. Quem não se importa de beber água da torneira (eventualmente filtrada, etc) não precisa de comprar água engarrafada. A cota de mercado dos "aguadeiros" caiu. Se eles tivessem reagido da mesma forma das industrias criativas, e se lhes tivesse sido dado o mesmo proteccionismo, a esta hora já a água da torneira vinha envenenada para ninguém a beber!<br /><br />«isso não implica que quem quer usar o copyright não tenha direito de o fazer, se for suicídio, azar.»<br />Concordo completamente. Mas quando há "azar" vão-se queixar aos estados para pedirem cada vez maiores protecções, para suster o tal modelo de negócios que está a falhar. Parece que na industria criativa as coisas não podem falhar. Há sempre mais proteccionismo governamental para salvar a coisa.<br /><br />«Ninguém é obrigado a comprar, só compra quem quer, quem não quer comprar também não quererá de borla, ou quererá???? Ahh pois é...»<br />Sim, há quem não compre pq não vale a pena ou é caro demais. Quem saca da net o que nunca compraria não causa mal nenhum a ninguém. E há quem o faça para experimentar, conhecer, encontrar coisas novas de que goste e que depois compra. Os estudos mostram q os "piratas" da net são simultaneamente os melhores clientes. Fazer partilha de ficheiros não é fundamentalmente diferente de gravar músicas da rádio, filmes da TV, copiar os CDs ou DVDs emprestados pelos amigos, etc. A diferença é uma de escala e facilidade. É irrealistico esperar que as pessoas não usem a tecnologia. E é irrealistico pensar que se pode acabar com a coisa por meios repressivos. Restam duas alternativas, modelos de negócio que aproveitem a partilha que já é feita, ou serviços legais que sejam ainda mais convenientes e atractivos. Enquanto a industria insistir em vender os seus produtos assim em vez de assado, como os consumidores querem, e exigir inutilmente q as suas vontades sejam respeitadas, não sai do sitio. É preciso colocar as questões "morais" ou ideológicas de lado e ser pragmático. Isto se quiserem resolver a questão... pq se quiserem continuar a investir contra moinhos de vento e manter tudo na mesma, tanto me dá.Nelson Cruzhttps://www.blogger.com/profile/15350967995626751478noreply@blogger.com