domingo, outubro 26, 2014

Treta da semana (passada): sem autoria.

João Grancho, ex-secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário, copiou de outros autores uma boa parte da sua comunicação sobre "A dimensão moral da profissão docente", apresentada em 2007 em Espanha (1,2). Como não referiu as fontes nem distinguiu as partes copiadas das partes que escreveu, plagiou. Nas muitas discussões em que me meto a propósito do copyright, por vezes vejo o plágio a ser apresentado como um exemplo de violação dos direitos de autor. Grancho parece partilhar esta opinião, declarando-se inocente de plágio por se tratar de «um mero documento de trabalho, não académico nem de autor»(3). Ou seja, não sendo uma questão de autoria, não pode ser plágio, subentendendo-se que o plágio só o é se violar algum preceito do tal direito de autor. Penso que a maioria dos leitores facilmente concordará que a desculpa de Grancho é uma treta. Mais difícil será convencê-los de que é uma treta porque o mal do plágio não nada que ver com autoria ou direitos de autor. Deve-se simplesmente ao atentado contra a verdade, a honestidade e a reputação de terceiros. Mas argumentar só vale a pena quando não é trivial, por isso aqui vai.

Eu defendo que nenhum autor tem o direito de restringir a cópia ou o uso de obras que voluntariamente decidiu publicar. Antes de publicar, claro que sim. Todos temos direito à privacidade e, como os direitos de uns acabam onde começam os dos outros, ninguém tem o direito de devassar a privacidade de terceiros reproduzindo ou divulgando o que é privado. Mas, quando decidimos tornar pública uma obra, ultrapassamos a fronteira além da qual os nossos direitos dão lugar aos dos outros. Aí já não temos legitimidade para proibir ou restringir o que quer que seja só por termos sido autores. O meu direito de decidir quem pode ou não pode ler, copiar, usar ou distribuir este texto extingue-se no momento em que carrego no “Publish”.

Por isso, se alguém copiar isto para o seu blog insinuando que é o autor, não está a violar qualquer direito que eu tenha sobre este texto. Não é uma situação análoga a uma invasão de propriedade ou a um furto, em que se apropriam de algo que é meu. É, antes, análoga à situação do miúdo que parte um vidro com uma bolada e culpa o companheiro de jogo, inocente, quando a vizinha vem à janela saber o que se passou. É uma mentira que nega o direito à verdade e imputa demérito a quem tem mais mérito e mérito a quem não o merece. É isso que faz o plagiador. É indiferente se é um documento “de trabalho” ou se “não é de autoria”, seja lá o que isso for. O que importa é que, ao cometer plágio, arroga-se de méritos que não tem, acusa implicitamente o autor de mentir e nega à audiência o direito de saber a verdade.

1- Jornal de Negócios, Secretário de Estado plagiou textos sobre a "dimensão moral" do professor
2- Público, Os originais e as cópias de João Grancho
3- Público, Secretário de Estado demite-se por “imperativos de consciência” após notícia do PÚBLICO sobre plágio

24 comentários:

  1. "Aí já não temos legitimidade para proibir ou restringir o que quer que seja só por termos sido autores. O meu direito de decidir quem pode ou não pode ler, copiar, usar ou distribuir este texto extingue-se no momento em que carrego no “Publish”."

    Tens de explicar o porquê disto um pouco melhor. :)

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  2. Wyrm,

    Outra vez? OK :)

    A minha vida privada, os meus livros e o meu computador estão dentro da minha esfera de direitos. Aqui mando eu e tu não tens nada que vir cá meter o bedelho.

    Mas os meus direitos acabam onde começam os teus e, pela mesma razão, não tenho o direito de interferir na tua vida privada, nos teus livros e no teu computador.

    Por isso, se decido pôr isto num servidor de onde tu possas descarregar para o teu computador, a partir daí tenho tanto direito de te proibir de fazer cópias do ficheiro no teu computador como tu tens de me proibir de ir à casa de banho aqui em casa, almoçar na minha cozinha ou escrever coisas no meu teclado.

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  3. Não percebi a tua argumentação relativamente ao plágio. Se admites que, no momento da publicação de um artigo, cessam todos os teus direitos sobre o mesmo, então cessa igualmente o direito de reclamares plágio - pois abdicaste do direito das tuas palavras serem identificadas como tuas.

    A isto chama-se "domínio público". Qualquer pessoa pode reclamar a autoria de um texto que esteja no domínio público. Um autor, quando coloca o seu trabalho no domínio público, cessa de reclamar o direito que usem o seu trabalho referindo quem foi o autor original; deixa, efectivamente, de existir "autor original".

    No caso que citas, houve plágio porque o texto citado NÃO estava no domínio público.

    Portanto, relativamente a obras que estejam no domínio público, como defendes a existência de plágio? Não percebi a tua argumentação (embora compreenda que queiras que todas as obras passem a estar no domínio público. Isso é outra conversa e já defendeste a tua posição mil e uma vezes)

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    1. Não, Luís, ninguém pode reclamar a autoria de um texto que esteja em domínio público. Por favor, parem de lançar confusão.
      O direito de autor na Europa contém os direitos morais (que incluem a atribuição) e os direitos patrimoniais (copyright).
      Os autores podem, se quiserem, abdicar dos seus direitos patrimoniais, mas nenhum autor pode abdicar dos seus direitos morais, mesmo que o queira fazer. Este direito é inalienável, irrenunciável e imprescritível (Capítulo VI Artigo 56º do CDADC).

      Só existem duas formas de uma obra em domínio público ganhar direitos patrimoniais:
      a) a obra é inédita e, portanto, quem a fizer publicar beneficia de 25 anos de direitos patrimoniais, a contar da publicação.
      b) a obra é de tal forma transformada que se torna uma nova obra, com os direitos patrimoniais de 70 anos após a morte (e não, publicar um livro do Eça de Queiroz corrigindo a ortografia para Português actual não conta como uma nova obra e não gera novos direitos patrimoniais).

      Não existe nenhuma forma de uma obra em domínio público ganhar novos direitos morais. A lei NÃO permite o plágio.

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  4. Miguel,

    «Se admites que, no momento da publicação de um artigo, cessam todos os teus direitos sobre o mesmo, então cessa igualmente o direito de reclamares plágio - pois abdicaste do direito das tuas palavras serem identificadas como tuas.»

    Em primeiro lugar, o plágio viola um direito da audiência a quem o plagiador se dirige por estar a cometer uma fraude ao tentar enganar as pessoas. Quando anulo um trabalho de um aluno por ter copiado partes da Wikipedia sem atribuição não o faço por achar que ele violou direitos de quem escreve na Wikipedia. Faço-o porque estava a tentar aldrabar-me. Estava, como vem no dicionário da Priberam, a «Copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais.»

    O plágio pode violar um direito do autor mas não é um direito de autor. É simplesmente um direito, que todos têm, de não ser acusado daquilo que não fez. Se tu copiares este texto e alegares que foste tu o autor estás implicitamente a acusar-me de mentir às pessoas quando eu dou a entender que sou o autor. O direito que violas é esse de me imputar culpa por algo do qual sou inocente. É análogo a partires um vidro e dizeres que fui eu.

    «A isto chama-se "domínio público". Qualquer pessoa pode reclamar a autoria de um texto que esteja no domínio público.»

    Se por “pode” estás a dizer que tem a capacidade de o fazer, concordo. Porque qualquer um pode plagiar. Mas se tu copiares Os Lusíadas e disseres que és o autor estás a plagiar. Isto não tem nada que ver com domínio público. Tem que ver simplesmente com o facto de estares a dizer ou a dar a entender que és o autor quando não és.

    É verdade que se fizeres isso com algo no domínio público não cometerás uma ilegalidade, mas isso é porque o copyright é simplesmente um monopólio sobre a cópia e não tem nada que ver com questões éticas ou morais.

    «Portanto, relativamente a obras que estejam no domínio público, como defendes a existência de plágio?»

    Penso que deve ser fácil perceber se considerares o que o termo quer dizer: «Copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais.» Se dizes “isto fui eu que inventei” mas não foi, é plágio. Tanto faz se é copiar o resultado de uma conta num exame, um trecho dos lusíadas ou a última música do Abrunhosa.

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    1. O problema que tenho com a definição de plágio da forma como a citas é porque esta definição está contextualizada nos trezentos anos de existência de leis que protegem o direito de autor. Não há mal nenhum nisso, especialmente para aqueles que, como eu, defendem o direito inalienável do autor ser reconhecido pelo seu trabalho, e de poder ser remunerado (se quiser) pelo mesmo.

      O teu exemplo da Wikipedia também não é bom. A maior parte do conteúdo da Wikipedia não está no domínio público (embora existam áreas que estejam), mas é distribuída com uma licença Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 Unported License. Significa isto que a maior parte dos artigos foram licenciados pelos seus autores de forma a que possam ser distribuídos publicamente desde que se faça uma citação à sua origem/fonte/autor. Os teus alunos não estão meramente a «aldrabar-te», estão a violar os termos de utilização da Wikipedia, o que é diferente (mesmo que o resultado final seja o mesmo).

      Onde tens razão é apontares a falha no caso do domínio público. Efectivamente é proibido reclamar a autoria de obras no domínio público; realmente não tinha lido bem as condições nas quais as obras são consideradas de domínio público e as restrições que isto implica. De facto não é possível «obter» qualquer forma de direito de autor sobre uma obra que está no domínio público. Ou seja, se eu imprimir os Lusíadas e substituir o meu nome pelo do Camões, estou a reclamar o direito de autor sobre uma obra que está no domínio público, e isso viola as leis de direito de autor. Posso re-publicar os Lusíadas ou copiar excertos do mesmo, mas não posso atribuir-lhe a minha autoria, porque a autoria de obras não pode ser reclamada sobre obras no domínio público.

      Não tem nada a ver com «mentir» ou «fraude»; o plágio é só, no limite, um crime, porque viola as leis de direito de autor — que também regulam, obviamente, as obras de distribuição livre e as obras no domínio público.

      Enfim, neste ponto estava errado. Seja como for, o meu argumento é que é difícil definir «plágio» a partir do momento em que se deixa de reconhecer o direito do autor sobre a sua obra (no momento em que a divulga publicamente).

      No entanto, gostei da tua argumentação de que as pessoas têm o direito a não serem acusadas daquilo que não fizeram, porque efectivamente é um direito que todos temos (até podemos ser acusados, mas temos o direito de nos defender!). Assim sendo, já percebi o que é para ti o plágio, e obviamente que não posso discordar dessa definição!

      A da Priberam pouco me interessa, pois é apenas fruto de 300 anos de legislação de direito de autor :) Prefiro a tua, que não requer que os autores tenham direitos para mesmo assim poder ser identificado o plágio e haver forma de o prevenir. Bem esgalhado!

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    2. Oops, levei um susto tão grande ali em cima, que comentei demasiado rápido. Uff! :-)
      Se calhar queres editar o comentário para explicar que o que está escrito não é assim.

      "Seja como for, o meu argumento é que é difícil definir «plágio» a partir do momento em que se deixa de reconhecer o direito do autor sobre a sua obra (no momento em que a divulga publicamente)."

      O facto dos autores e titulares dos direitos poderem abdicar ou perderem direitos patrimoniais (o direito de fazer dinheiro com a obra) nunca implica deixar de reconhecer o direito do autor sobre a sua obra.

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  5. Ludwig,

    «Eu defendo que nenhum autor tem o direito de restringir a cópia ou o uso de obras que voluntariamente decidiu publicar.»

    Não discuto o facto de defenderes.
    O que digo é que, como autor, quando decido publicar não espero, nem me parece tolerável que alguém se faça passar por mim e, muito menos, retire disso proveitos que lhe não são devidos. Independentemente, claro, do facto relevantíssimo num político, de querer parecer aquilo que não é à custa de outros.
    Não digo que não me citem, ou que me ignorem. Propaguem à vontade o que escrevo, comentem, citem, critiquem, reproduzam, mas, refiram quem é o autor, não se façam passar por mim e, se estiverem a ganhar dinheiro com isso, não esqueçam a quem o devem.

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  6. Carlos Soares

    «O que digo é que, como autor, quando decido publicar não espero, nem me parece tolerável que alguém se faça passar por mim e, muito menos, retire disso proveitos que lhe não são devidos.»

    Concordo que não é aceitável que se façam passar por ti. Não é aceitável, por um lado, para as pessoas a quem dirigem essa mentira e, por outro, pelo que essa mentira te possa imputar.

    Mas isso não tem nada que ver com seres autor ou não seres autor. Isso é verdade em qualquer situação em que mintam acerca do que fazem e acerca do que tu fazes. Se fizeres a conta 1244x234 não criaste uma obra de autoria, mas se eu copiar o resultado e disser que fui eu quem fiz a conta estou a plagiar porque estou a mentir acerca do facto de que quem fez a conta foste tu.

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  7. Miguel,

    «O problema que tenho com a definição de plágio da forma como a citas é porque esta definição está contextualizada nos trezentos anos de existência de leis que protegem o direito de autor.»

    Em primeiro lugar, uma lei que concede um monopólio sobre a cópia a quem domina os processos industriais de cópia não tem nada que ver com autoria. É apenas um subsídio à distribuição.

    Mas o mais relevante para esta conversa é que eu não estou a falar do plágio como uma questão legal mas como um problema ético. A lei diz que é proibido espetar ferros num cão mas é permitido espetar ferros num touro. A ética não diz o mesmo. São coisas diferentes.

    «Não há mal nenhum nisso, especialmente para aqueles que, como eu, defendem o direito inalienável do autor ser reconhecido pelo seu trabalho, e de poder ser remunerado (se quiser) pelo mesmo.»

    Eu reconheço o direito do autor ser remunerado pelo seu trabalho da mesma forma como qualquer outra pessoa. Com a anuência prévia de quem o irá remunerar e sem interferir com direitos ou liberdades de terceiros.

    Assim, se eu decidir vender velas na tua rua, tenho o direito de ser remunerado por quem me quiser comprar velas mas não tenho o direito de restringir o uso de electricidade para melhorar o meu negócio. Se eu quiser abrir um restaurante tenho o direito de ser remunerado por quem queira comer a comida que faço mas não tenho o direito de proibir que cozinhem em casa pratos equivalentes ou mesmo idênticos.

    Pelos mesmos princípios, eu tenho o direito de procurar quem me queira pagar para escrever posts, concordar um preço e fazer esse negócio. Tal como qualquer outra pessoa. Mas não tenho o direito de mandar nos computadores dos outros só para poder vender mais ou mais caro. O simples facto de eu querer que tu me pagues 10€ por teres lido este post não te obriga a remunerar-me por teres lido este post.

    «Não tem nada a ver com «mentir» ou «fraude»; o plágio é só, no limite, um crime, porque viola as leis de direito de autor»

    Experimenta fazer um search pela palavra “crime” nesta página. Penso que quando notares que aparece pela primeira vez no teu comentário comprenderás que estás a falar de algo diferente. É verdade que, pela nossa lei, uma pessoa que empreste o portátil ao primo pode incorrer num crime punível até 3 anos de cadeia (o comodato é um direito exclusivo do autor e no software não há excepção para isso) mas um político que, depois de ser eleito, faça o contrário daquilo a que se comprometeu fazer não comete ilegalidade nenhuma. Mas eu não estou simplesmente a descrever o resultado de negociatas entre grupos de interesse nos tratados internacionais que nos deram o copyright que temos nem as dificuldades de conseguir um sistema leal que responsabilize os legisladores e governantes quando são eles a decidir que leis temos. Eu estou a argumentar acerca dos fundamentos éticos que nos poderiam guiar até leis mais justas.

    «Enfim, neste ponto estava errado. Seja como for, o meu argumento é que é difícil definir «plágio» a partir do momento em que se deixa de reconhecer o direito do autor sobre a sua obra (no momento em que a divulga publicamente).»

    Não há dificuldade nenhuma. Primeiro, vais ao dicionário e usas o significado que a palavra “plagiar” já tem:

    «Copiar ou imitar, sem engenho, as obras ou os pensamentos dos outros e apresentá-los como originais.»

    Depois limitas-te a constatar que isto não tem nada que ver com direitos de autor. Obras ou pensamentos são obras ou pensamentos quer concedas monopólios legais sobre a sua reprodução quer não. “Os Lusíadas” foi escrito antes sequer do Statute of Anne, mas é possível plagiar essa obra se a copiares e apresentares como um original teu.

    Uma vez dados estes dois passos, bastante simples, é trivial perceberes que o problema ético do plágio é ser uma mentira. Se isso é legal ou não depende do legislador. Essa parte já é uma questão de lobbies, grupos de interesse, pressões políticas e afins, mas não é preciso isso para perceber o que é o plágio.

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  8. Uma notícia interessante que mostra que lagartos "evoluem" para... lagartos (!) em apenas... quinze anos(!) .

    Esta notícia é interessante do ponto de vista criacionista. Desde logo, ela mostra como a variação e adaptação que pode existir dentro de género não é aleatória, baseia-se em informação pré-programada nos genes, é rápida, não necessita de milhões de anos e não transforma um ser vivo noutro diferente e mais complexo.

    Ela corrobora a ideia criacionista de que nos cerca de quatro mil anos desde o dilúvio para cá pode haver diversificação, especiação e adaptação dentro do mesmo género, sem que isso prove a origem acidental da vida ou a transformação de um género noutro diferente e mais complexo.

    As observações mostram que lagartos "evoluem" para... lagartos e que tentilhões "evoluem" para... tentilhões.

    Isso em nada refuta a Bíblia, porque ela diz, precisamente, que os seres vivos se reproduzem de acordo com o seu género e é isso, e só isso, que realmente observamos.

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    1. Eu sou capaz de apostar que caso o Criacionista procure tempo suficiente (onde já ouvi esta?), ele vai encontrar um artigo que prova que os criacionistas evoluem para... criacionistas! Disso eu não tenho dúvida.

      A minha dúvida é outra: será que no final temos um criacionista muito fundamentalista, um tanto fundamentalista ou fundamentalista o suficiente para ser recambiado para a Síria?

      Fica a questão em para debates futuros.

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    2. Já agora, caro criacionista, porque não colocar o link para o outro artigo que está ali mesmo ao lado do seu: Lagartos mostram como a evolução é previsível.

      Lá voltamos à velha teoria de escolher o que interessa e ignorar o que é contrário...

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  9. Se é previsível é porque está pré-programada nos genes e não é o resultado de mutações aleatórias.

    Não se trata de uma prova de evolução de partículas para pessoas, mas simplesmente da presença, num ser vivo altamente complexo e plenamente funcional, de uma capacidade de reengenharia genética regulada, adaptativa e rápida que é mais uma evidência de design que nenhum criacionista nega.

    Os mesmos factos, diferentes interpretações!

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  10. O António Carvalho necessita de ler:

    GUIA PARA LEITURA CRÍTICA DOS ESTUDOS CIENTÍFICOS: MARCAÇÃO DE CORES

    Os criacionistas são, de longe, quem mais referências fazem a artigos científicos neste blogue. O problema dos criacionistas nunca é com os factos, mas com as interpretações e especulações que os evolucionistas constroem em torno desses factos.

    Por vezes, depois de referir um artigo, os criacionistas são acusados de não citar uma parte em que os autores do mesmo interpretam os factos documentados à luz da teoria da evolução ou especulam sobre a importância dos mesmos para o processo evolutivo de supostos milhões de anos impossíveis de observar.

    Os criacionistas não ignoram essas partes do artigo!

    De um modo geral, elas estão sempre presentes, mesmo quando os factos em si mesmos nada tem que ver com a evolução. Essas especulações envolvem o que se terá passado ao longo de milhões de anos, algo que obviamente nunca foi nem poderia ter sido observado pelos autores do artigo científico.

    Por vezes, os factos e as interpretações e especulações evolucionistas são apresentadas como um todo, como se a verificação dos primeiros constituísse prova irrefutável das segundas.

    A única “prova” da evolução encontra-se nessas interpretações e especulações e nunca nos factos em si mesmos.

    Na verdade, se não tivessem essas interpretações e especulações, os autores dos artigos poderiam ser acusados de criacionistas.

    Por causa das confusões entre factos e interpretações é que os estudos científicos devam ser lidos criticamente. É isso que nós fazemos e recomendamos que todos façam. Especialmente aqueles que se querem especializar em pensamento crítico!

    Importa sempre distinguir entre factos observáveis e mensuráveis, por um lado, e interpretações, especulações, modelos e teorias, por outro lado.

    Sugiro que os factos reportados sejam assinalados com marcador florescente de cor amarela. As interpretações e especulações evolucionistas podem ser assinaladas com marcador cor-de-rosa.

    Em seguida, há que identificar as pressuposições evolucionistas (v.g. naturalismo, uniformitarismo) por detrás das interpretações, especulações, modelos e teorias. Essas pressuposições estão normalmente implícitas, devendo ser identificadas e assinaladas na margem do artigo.

    Quem adotar este método logo verá que os factos em si mesmos podem ser facilmente interpretados à luz da Bíblia e que a evolução de um género para outro diferente e mais complexo nunca é realmente comprovada empiricamente.

    Ela é sempre pressuposta ou imaginada pelos autores do artigo e usada para interpretar os factos.

    Esta estratégia crítica ajuda a clarificar o pensamento e a desenvolver nitidez na análise.

    Aplicada ao artigo referido pelol António Carvalho, vemos que diferentes subespécies do mesmo género de lagartos desenvolveram os mesmos traços adaptativos (parte amarela), o que nenhum criacionista nega e que desmente até as previsões do evolucionista Stephen Jay Gould. As referências à hipotética evolução ao longo de milhões de anos são puramente especulativas (parte cor de rosa).

    O facto de 100 (!) diferentes subespécies de lagartos, em diferentes ilhas, se adaptarem de forma semelhante e convergente, corrobora plenamente a ideia de que essa adaptação, longe de ser cega e aleatória, foi inteligentemente pré-concebida e programada e regulada nos seus genes, numa interação dinâmica com o meio que os rodeia.

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  11. O Criacionista disse: "O António Carvalho necessita de ler:"

    Eu digo: o Criacionista se quer ser levado a sério, tem de aprender a responder às criticas que lhe fazem aos respectivos comentários.
    É muito feio deixar as pessoas a falar sozinhas. Pelos vistos essa sua Bíblia nada diz sobre o respeito, e é pena!
    Devia ainda ler os posts que as pessoas enviam. Talvez aprenda algo de novo em vez de estar sempre a encharcar o blog de tretas repetidas e repetitivas! Podia sempre aprender algo realmente importante sobre ciência e pensamento crítico. Um pouco de mente aberta, em vez de se remeter a uma suposta "ciência" de um livro com pelo menos 2000 anos e que nem sequer é um livro científico, diz muito sobre a sua cultura...
    Novamente: é pena!

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    1. Ainda bem que a Bíblia não é um livro científico, no sentido trivial do termo. Se fosse, estaria cheio de erros e precisaria de ser revisto periodicamente, o que não é o caso. Ela é a revelação de Deus acerca da origem, o sentido e o destino do Universo e, por isso, o livro mais importante da história universal.

      A Bíblia é um livro de história. Ela conta acerca da criação, queda, corrupção, catástrofe, explicando porque existe DNA com quantidades inabarcáveis de informação codificada, porque mutações, doenças e morte e porque existem rochas sedimentares nos cinco continentes, cheias de fósseis de seres vivos abruptamente sepultados.

      Ela explica porque é que o Universo é inteligível e o ser humano inteligente para o estudar e compreender pelo menos parcialmente. Para fazerem ciência, os cientistas precisam de pressupor a inteligibilidade do Cosmos a sua própria inteligência. Para funcionar, a ciência necessita da regularide do Cosmos e da universalidade das leis da lógica. A Bíblia estabelece e explica essas premissas, esclarecendo o seu fundamento ontológico numa Criação racional.

      Por isso, a Bíblia é o livro científico por excelência, quando se encara a ciência no seu sentido mais profundo.

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    2. “[…]estaria cheio de erros e precisaria de ser revisto periodicamente[…]”

      Acho que é exactamente esse o problema. Precisa de ser revista, e não só no que diz respeito à ciência, as relações humanas evoluíram muito em 2 mil anos. Só é pena que continue tudo na mesma, tal como a lesma!

      “A Bíblia é um livro de história.”

      Pelos vistos só tem partes da história (“h” minúsculo)… A História (“h” maiúsculo) ainda está para descobrir se tudo o que lá vem realmente aconteceu. O problema é que já não está ninguém vivo que possa provar…

      “[…]explicando porque existe DNA […]”

      Eu desafio-o a colocar uma única citação da Bíblia sobre ADN (e não “DNA”, eu ainda falo Português). A descoberta dos ácidos nucleicos e da sua importância para a Biologia só ocorreu durante a 2ª parte do séc. XX. Há quase 2 mil anos de obscurantismo desde a Bíblia até ao ADN.

      “[…]a ciência necessita da regularide […]”

      Claramente o amigo Criacionista não está familiarizado com o princípio da incerteza, senão, lá se ia a previsibilidade… Esta existe, mais ou menos, e de uma forma estatisticamente previsível. Mas no mundo quântico, nada é a 100%.

      “Por isso, a Bíblia é o livro científico por excelência, quando se encara a ciência no seu sentido mais profundo.”

      É uma frase sem qualquer sentido. Afinal, o que significa a ciência no seu sentido mais profundo? Até parece que a ciência tem uma face esotérica ou até espiritual.

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  12. 1) “Os criacionistas são, de longe, quem mais referências fazem a artigos científicos neste blogue”
    Gostava de saber como pode provar tal tese. Nem neste blogue tal é verdade nem em qualquer outro.
    2) ”Os criacionistas não ignoram essas partes do artigo”
    Por toda a internet, desde sempre que os criacionistas são conhecidos pela sua deslealdade ao fazer citações abusivas, em especial de Darwin. Tal já foi reconhecido por vários dos leitores deste blogue – nem sequer preciso de procurar outros para argumentar mais.
    3) “Essas especulações envolvem o que se terá passado ao longo de milhões de anos, algo que obviamente nunca foi nem poderia ter sido observado pelos autores do artigo científico.”
    Já por várias vezes critiquei este argumento, e continuo à espera de uma resposta: os cientistas não podem provar o que não viram à milhões de anos, mas os criacionistas podem provar que foi um ser todo-poderoso que criou o universo…
    4) “A única “prova” da evolução encontra-se nessas interpretações e especulações e nunca nos factos em si mesmos”
    As provas estão por todo o lado e todos os dias aparecem novas provas sem que seja sequer preciso procurar. Só não vê quem não quer. Ainda ontem coloquei mais um link…
    5) “É isso que nós fazemos e recomendamos que todos façam. Especialmente aqueles que se querem especializar em pensamento crítico”
    Esta também não está mal. Eu sou 100% a favor, assim como também sou a favor de uma leitura crítica de todos os livros religiosos. Porque é que não pode ser assim?
    6) “Quem adotar este método logo verá que os factos em si mesmos podem ser facilmente interpretados à luz da Bíblia”
    Essa é do melhor. Então a Bíblia umas vezes dá jeito que seja manual de ciências outras vezes nem por isso… Convém que se decida meu caro. E já agora, que tal corrigir os erros científicos que a Bíblia contém? (Também já publiquei links para esta lista, mas sem resposta).
    7) “As referências à hipotética evolução ao longo de milhões de anos são puramente especulativas”
    Que treta! Então se o artigo é relativo a evolução rápida, em décadas?!?
    8) “se adaptarem de forma semelhante e convergente, corrobora plenamente a ideia de que essa adaptação, longe de ser cega e aleatória, foi inteligentemente pré-concebida e programada e regulada nos seus genes, numa interação dinâmica com o meio que os rodeia.”
    Mais treta. As adaptações não existem “a priori”, vão acontecendo porque existe pressão evolutiva para tal. Argumentar o contrário é de quem não percebe de biologia, e muito menos de evolução. Como argumentar contra quem não sabe e não quer aprender?

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  13. O António Carvalho diz:

    "os cientistas não podem provar o que não viram à milhões de anos, mas os criacionistas podem provar que foi um ser todo-poderoso que criou o universo…"

    Deus não pode ser provado com base numa autoridade exterior, porque Ele é a autoridade última! No entanto, as suas afirmações podem ser corroboradas (e não provadas) pelos factos.

    Por exemplo, a Bíblia diz que a vida foi criada pela Palavra de Deus.

    Isso pode ser corroborado pelo facto de a vida depender de quantidades inabarcáveis de informação codificada, extremamente complexa, integrada, densa e miniaturizada, em quantidade e qualidade que transcende toda a capacidade científica humana, sendo que a informação é um grandeza imaterial, distinta da matéria e da energia, que tem sempre uma origem mental e espiritual.

    O António de Carvalho diz:

    "As provas estão por todo o lado e todos os dias aparecem novas provas sem que seja sequer preciso procurar."

    O Ludwig trouxe muitas dessas "provas" a este blogue. Eis o que ele trouxe.

    a) gaivotas dão... gaivotas!

    b) lagartos dão... lagartos!

    c) tartarutas dão... tartarugas!

    ....etc., etc., etc. Em todos as "provas" só víamos seres vivos a reproduzirem-se de acordo com o seu género como a Bíblia ensina...



    Quanto aos "erros científicos da Bíblia", seria bom identificá-los, para os criacionistas lhe responderem.

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    1. Caro Criacionista:

      1) “No entanto, as suas afirmações podem ser corroboradas (e não provadas) pelos factos.”

      Da mesma forma, embora nenhum cientista tenha presenciado os factos, é possível reconstruir a forma como aconteceu analisando os dados disponíveis.
      O que não pode é dizer: “Vocês não estavam lá” e depois que esse mesmo argumento para os criacionistas não é válido. Estavam lá ou não? É essa a questão, porque foi esse mesmo o desafio que fez. E eu critico o argumento que se não serve uns não pode servir os outros!

      2) “Por exemplo, a Bíblia diz que a vida foi criada pela Palavra de Deus.”

      Como é que pode ser provado tal, se ninguém estava lá para atestar?

      3) “Isso pode ser corroborado pelo facto de a vida depender de quantidades inabarcáveis de informação codificada[…]”

      Esse argumento é uma falácia. Só porque não conseguem conceber que tais níveis de informação possam evoluir por si só, embora todos os dados apontem no sentido contrário, não é argumento para dizer que não pode ser.

      4) “a) gaivotas dão... gaivotas! […]”

      Eu já fiz este desafio várias vezes e como ainda não tenho uma resposta, volto a repetir: onde é que leu, onde é que ouviu, que os seres vivos de uma geração para a outra dão um ser novo e completamente diferente? É uma parvoíce de todo tamanho. Aliás, se conseguir provar tal coisa, definitivamente que acaba com todas a Biologia como a conhecemos! É porque podemos seguir uma linha evolutiva, suave, como diz o Richard Dawkins (odiado cientista de estimação de todos os ramos criacionistas) é como conceber um Boeing 747 a partir de um monte de sucata, de um momento para o outro – tal é parvo! E implica um desconhecimento de como a evolução funciona.

      5) “Quanto aos "erros científicos da Bíblia"

      Eu volto a colocar o link: Scientific errors in the Bible. Outro caso curioso, sendo este de origem islâmica: Bible's Scientific Errors. E ainda outro: The Holes in the Holy Bible.

      Para os mais preguiçosos cá vão algumas pérolas, só para atiçar:
      - Os insectos têm 4 patas e não 6 como diz a ciência (e eu ainda sei contar!).
      - O Sol foi criado depois da luz (ou seja, não é a origem da luz).
      - A Terra foi criada antes do Sol e das estrelas (com todos os problemas de física que daí decorrem),
      - Existem duas criações no Génesis: qual é a verdadeira?
      Etc....

      Eu não fico admirado. Para um livro com 2000 anos até nem está mal, só não pode é ser um manual de ciências.

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  14. O PAPA, A CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO (1)

    O Papa veio recentemente dizer que Deus não é um mágico, não fazendo as coisas de repente. Para ele, Deus criou através do Big Bang e da evolução, ao longo de milhões de anos. Existem vários problemas teológicos e científicos com esta afirmação. Vejamos alguns:

    1) O ensino acerca da criação, queda, corrupção e dilúvio global catastrófico é reiterado desde o Génesis até ao Apocalipse. No Novo Testamento, Jesus Cristo fala da criação de um homem e de uma mulher no princípio da Criação, e não no fim dela como ensina o (Big Bang), mencionando também o dilúvio global. O Apóstolo Paulo afirma que todos descendemos de um só homem e que a morte entrou no mundo por causa do pecado de Adão. O Apóstolo Pedro prediz que nos últimos anos muitos se irão esquecer do dilúvio global dos tempos de Noé. Adão, Eva, Caim, Abel, Noé são mencionados como personagens históricos reais. Os nomes dos descendentes de Noé correspondem a muitos nomes de povos e lugares desde a antiguidade até aos nossos dias. De um dilúvio global falam-nos centenas de culturas da antiguidade. Se o Papa não acha credível todo esse ensino, que pensará ele do único versículo da Bíblia em que o Papado se pretende apoiar?

    2) As teorias do Big Bang e da evolução constituem, acima de tudo, tentativas assentes em premissas do naturalismo filosófico ateu, para explicar tudo o que existe sem recorrer a causas inteligentes e sobrenaturais. Não acreditando na racionalidade e no poder de Deus, elas necessitam do tempo e do acaso. Elas assumem a verdade do naturalismo a priori, negando e desvalorizando as imensas evidências de criação super-inteligente do Universo. Curiosamente, essas teorias têm sido duramente fustigadas pelos factos observados. Por exemplo, a origem das estrelas, as galáxias maduras em locais mais distantes, a quantidade de luz intergaláctica ou as estruturas de quasares, são apenas alguns dos problemas que o modelo do Big Bang não consegue resolver. A descoberta de tecidos moles, ligamentos, proteínas, cromossomas, DNA, em fósseis com dezenas e centenas de milhões de anos, é um sério desafio à suposta antiguidade da Terra. A extrema complexidade e funcionalidade do genoma corroboram inteiramente uma criação racional. As mutações que observamos todos os dias, longe de criarem estruturas e funções inovadoras e mais complexas, são preponderantemente deletérias. Existem mais de três mil mutações conhecidas no genoma humano responsáveis por quase mil doenças. As mutações, de que a literatura médica dá amplo relato, são evidência de corrupção e não de evolução. Mesmo alguns evolucionistas reconhecem que a sobrevivência do Big Bang e da evolução se deve apenas ao objetivo ideológico de afastar qualquer alternativa teista.

    3) Em sentido contrário, o Apóstolo Paulo ensina que as evidências da inteligência e do poder de Deus são facilmente visíveis na criação, sendo as pessoas inexcusáveis por não levarem essa evidência a sério. A estrutura matemática e computacional do Universo, os códigos complexos e miniaturizados, contendo quantidades inabarcáveis de informação e meta-informação genética e epigenética altamente densa e complexa, juntamente com os triliões de triliões de galáxias e estrelas que se sabe existirem no Universo, testemunham de um Deus racional, omnipotente e (super-)inteligente. Tudo isso é evidencia de grande inteligência e poder. Se o Universo, a vida e o homem foram efetivamente criados por um Deus racional e omnisciente, porque é que o Papa não acredita na teoria do design inteligente e muito menos na doutrina bíblica da criação?

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  15. O PAPA, A CRIAÇÃO E A EVOLUÇÃO (2)

    4) A criação tal como é ensinada na Bíblia é um processo racional, ordenado, estruturado, poderoso, eficaz e pleno de intencionalidade, cuidado e bondade. Ele adequa-se plenamente aos atributos de racionalidade, poder e moralidade com que Deus se revela. O homem tem dignidade intrínseca e capacidade racional e moral porque criado à imagem de Deus. O primeiro casal foi criado numa Terra recém-criada e paradisíaca. Na Bíblia, a morte, a corrupção e a catástrofe são a consequência do pecado humano e da maldição que, por causa dele, Deus fez impender sobre toda a Criação. Se a Terra está em 2/3 coberta de água e se o outro 1/2 é constituído por camadas de rochas sedimentares contendo triliões de fósseis, isso deve-se ao dilúvio. É para nos livrar das consequências físicas e espirituais do pecado, com implicações eternas, que Jesus Cristo incarna, morre e ressuscita ao terceiro dia, por sinal no evento mais marcante da história universal. Em sentido contrário, a evolução tal como apresentada por Darwin e os darwinistas atuais é um processo cego, irracional, ineficiente, cruel, assente em milhões de anos de predação, doenças, sofrimento e morte, sem qualquer sentido moral. O homem é um acidente cósmico aleatório, sem qualquer pretensão de dignidade, racionalidade e moralidade. Na tentativa de conciliação que o Papa faz, Adão e Eva são colocados não num paraíso, mas num cemitério, com inúmeros vestígios de crueldade, sofrimento e morte à sua volta.

    5) A Bíblia ensina que Deus não é um mágico. Em Atos dos Apóstolos ensina-se que o poder de Deus não é para vender a mágicos e que muitos mágicos de então destruíram os seus livros quando ouviram falar do poder de Jesus Cristo. Deus é pura e simplesmente… Deus! Ele revela-se como o Criador do Universo e das leis naturais e, por isso, está acima delas. Foi nessa qualidade, de Deus connosco, que Jesus Cristo incarnou, transformou a água em vinho, multiplicou os pães e os peixes, acalmou as tempestades e caminhou sobre as águas, curou cegos e coxos e, finalmente, ressuscitou dos mortos ao terceiro dia. Esses factos estão profundamente gravados na história universal, visto que foram nela os mais marcantes. Os mesmos não podem ser facilmente apagados. É certo que eles são humana e naturalmente impossíveis, não havendo qualquer explicação científica para eles. Eles testemunham da sua causa divina e sobrenatural, que não humana ou natural. Significa isso que os mesmos não podem ter acontecido? Não! A vida é uma realidade que todos podemos observar todos os dias. E no entanto, a sua origem também desafia todas as leis da física, da química e da biologia, havendo inclusivamente uma lei científica (biogénese) que diz que a vida nunca surge de químicos inorgânicos. A vida é tão miraculosa quanto todos os milagres de Jesus. E no entanto, ela aí está a testemunhar do poder sobrenatural de Deus, apresentado como o Verbo (Logos) de que todo o Universo depende.

    A tentativa de conciliar a Bíblia com a evolução é má teologia, má ciência e má filosofia.

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    Respostas
    1. Criacionista,

      Eu não concordo!
      Aliás tenho em muito boa consideração o Papa Francisco, que me parece ser uma pessoa razoável, racional, tão, mas realmente tão a anos luz dessa cambada de vendedores da "banha da cobra" que grassam nas comunidades com origem nos esquemas tipo americano, como IURD, Mormons, Cientologia, etc.

      Uma coisa pode sem dúvida aprender com ele: sabe que o caminho não pode ser pela radicalização e pelo fundamentalismo religioso, que é sabido desde há séculos, ser a origem de tanta miséria e sofrimento por esse mundo fora.

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