domingo, outubro 05, 2014

Igualdade e diferenças.

O discurso de Emma Watson nas Nações Unidas, a propósito da campanha “HeForShe”, foi elogiado por frisar que o feminismo não implica odiar os homens (1). Realmente, a discriminação é um problema de todos e lutar por direitos iguais não exige odiar ninguém. Infelizmente, é provável que qualquer pessoa a quem seja necessário dizer isto será uma pessoa a quem não adianta dizê-lo. No entanto, por muito difícil que seja mudar mentalidades, é inevitável que as pessoas sejam substituídas, com o passar do tempo, e quanto mais se discutir estes problemas mais fácil será às próximas gerações corrigir os erros das anteriores. É neste espírito que vou criticar a definição que Watson propôs para o feminismo:

«A crença de que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. É a teoria da igualdade política, económica e social dos sexos.»

Concordo plenamente que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. É corolário do princípio fundamental de que todas as pessoas devem ter os mesmos direitos e as mesmas oportunidades. Não é por serem todas iguais, até porque cada pessoa é diferente das outras e até vai sendo diferente de si própria ao longo da sua vida. Devemos ter os mesmos direitos e oportunidades porque, independentemente das diferenças, somos seres que sentem, desejam, planeiam, sonham, anseiam e pensam ao longo da vida. É isso que nos torna todos diferentes, únicos até, mas também é isso que nos faz a todos igualmente dignos de viver o que somos e como somos, cada um à sua maneira. Se pensarmos nestes atributos que nos tornam diferentes e fundamentam os nossos direitos enquanto indivíduos, é fácil perceber como é injusto discriminar alguém pelo grupo em que o colocamos, seja pela cor, pelo sexo ou pelo sítio onde nasceu. Devemos julgar e respeitar cada pessoa pelo que essa pessoa é e não por uma média do seu grupo ou um preconceito acerca do que “essa gente” deve ser.

Na nossa sociedade, a discriminação sexual não é a pior. Por exemplo, discriminar as pessoas pelo sítio onde nasceram é mais grave. Quem vive em regiões mais afluentes tem dificuldade em admitir que as pessoas nascidas do lado de lá de uma linha arbitrária no mapa são tão merecedoras de direitos e oportunidades quanto as que nasceram do lado de cá. A orientação sexual também parece ser motivo de maior discriminação do que o sexo em si e quem não se encaixa nos estereótipos de género tende a sofrer ainda mais discriminação do que quem se conforma com o esperado de um homem ou de uma mulher (2). Mas a discriminação sexual é muito grave noutros sítios e é algo que, por cá, se percebe estar inversamente correlacionado com o civismo. Por isso, a discriminação sexual é um bom campo de batalha nesta guerra contra a injustiça de avaliar indivíduos pelos grupos em que os colocamos, sem esquecer que a guerra tem mais batalhas do que esta.

É da segunda parte da definição que discordo, a da «teoria da igualdade política, económica e social dos sexos». Logo à partida, parece sugerir que homens e mulheres devem ter os mesmos direitos porque são iguais, quando a igualdade de direitos não tem nada que ver com a igualdade no resto. Também é improvável que, ao darmos direitos e oportunidades iguais a toda a gente, passe a haver «igualdade política, económica e social» entre todos. Pessoas diferentes têm preferências e aptidões diferentes e não vão todas fazer o mesmo. É certo que Watson se refere à média dos homens e das mulheres e não ao que cada um faz individualmente mas, mesmo assim, não é razoável esperar que a igualdade de direitos resulte na mesma proporção de homens e mulheres em profissões como polícia de choque ou educador de infância. Também não deve ser só a discriminação que faz com que as top models femininas ganhem mais do que os seus congéneres masculinos, ou o contrário no futebol profissional. Se bem que estes exemplos sejam extremos, é provável que as diferenças físicas, hormonais e de desenvolvimento entre os sexos tenham efeitos médios perceptíveis na generalidade dos casos. É duvidosa a hipótese de que homens e mulheres individualmente livres de escolher o que fazem acabem por fazer, em média, exactamente a mesma coisa.

Mas é enquanto norma que esta “teoria” é mais prejudicial porque, se tentamos forçar uma igualdade social, económica e política entre os sexos, estamos a cometer precisamente a injustiça que devíamos combater. Estamos a subordinar os direitos de cada indivíduo a preconceitos acerca do grupo. Esta confusão entre a igualdade de direitos e a igualdade de escolhas, que leva à imposição de quotas e medidas afins, apenas muda o aspecto da discriminação sem resolver o problema. É como combater a escravatura exigindo paridade no número de escravos de diferentes raças. O problema que temos de resolver não é o de haver diferenças médias entre grupos. O problema é o de haver restrições às escolhas do indivíduo em função de medidas agregadas do grupo, o que acontece quer o objectivo da discriminação seja favorecer um dos sexos quer seja o de forçar a paridade. Para evitar lutar contra si próprio, o feminismo devia pugnar apenas pela igualdade de oportunidades e de direitos, o que inclui o direito à diferença sem discriminação.

1- UN Women, Emma Watson: Gender equality is your issue too.
2- Por exemplo, Não quer ser "ela". Não quer ser "ele". Só quer ser uma pessoa. Nota: se não conseguirem ler isto por o Público protestar que já não têm artigos de borla, abram o link uma janela privada ou limpem os cookies.

25 comentários:

  1. De acordo!
    Um dos maiores disparates que tenho ouvido a propósito é que, em nome do Princípio da Igualdade, "temos de tratar de forma diferente aquilo que é diferente.
    Não: tratar de forma diferente o que é diferente não é o Princípio da Igualdade. Será talvez o "Princípio da Diferença":
    O Princípio da Igualdade (constitucionalmente consagrado) é tratar de forma igual precisamente aquilo que é diferente!

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  2. AS INCONSISTÊNCIAS DA VISÃO DO MUNDO ATEÍSTA NO QUE TOCA À IGUALDADE

    O Ludwig diz que “devemos ter os mesmos direitos e oportunidades porque, independentemente das diferenças, somos seres que sentem, desejam, planeiam, sonham, anseiam e pensam ao longo da vida. É isso que nos torna todos diferentes, únicos até, mas também é isso que nos faz a todos igualmente dignos de viver o que somos e como somos, cada um à sua maneira.”

    No entanto, ficamos sem saber porque é que o facto as pessoas sentirem, desejarem, planearem, sonharem e pensarem lhes confere dignidade e direitos iguais.

    Especialmente quando se acredita que as pessoas são um acidente cósmico, feito de poeira cósmica, resultado de milhões de anos de crueldade predatória, seleção natural e sobrevivência do mais apto.

    Como é que um acidente cósmico pode reclamar dignidade intrínseca? Por definição um acidente não tem qualquer propósito nem serve qualquer fim.

    E reclama dignidade diante de quem? De outros acidentes cósmicos? Com que legitimidade? Com que credibilidade? Que norma obriga um acidente cósmico a reconhecer a igual dignidade de outra acidente cósmico? Não será essa norma também um acidente cósmico?

    O princípio da igualdade não faz sentido à luz de uma visão ateísta, evolucionista e secularista do mundo.

    Não é por acaso que Charles Darwin achava que as mulheres eram um perigo para a civilização, por serem, em seu entender, fúteis, emotivas e irracionais. Ele questionava-se se elas seriam mesmo da mesma espécie que os homens. Não é por acaso, também, que Darwin dizia que, a prazo, as raças superiores iriam exterminar as raças inferiores.

    Que outra coisa seria de esperar de alguém que dizia que a existência é uma luta pela sobrevivência à custa da destruição dos outros?

    O princípio da igualdade é, na realidade, uma doutrina cristã, cuja origem está em Génesis. Ele baseia-se no facto de homens e mulheres terem sido criados à imagem e semelhança de Deus.

    Têm, por isso, a máxima dignidade possível logo depois da dignidade do Criador.

    Do mesmo modo, Jesus Cristo incarnou com a forma humana, para morrer pelos pecados de todos, confirmando a dignidade que temos aos olhos de Deus. Ele enviou os seus discípulos para proclamar a sua salvação a todos os povos, sem qualquer discriminação.

    Os ateus querem manter o princípio da igualdade, porque o acham uma boa ideia. Mas eles rejeitam o seu verdadeiro fundamento: a Bíblia.

    Isto cria-lhes pelo menos dois problemas. O primeiro é que o princípio da igualdade não se deduz logicamente das premissas naturalistas, ateístas e evolucionistas de que partem, sendo mesmo inconsistente com elas. Quando insistem nele, os ateus mostram a sua irracionalidade.

    O segundo é ficarem sem critérios objetivos de semelhança e diferença, acabando por utilizar o princípio da igualdade de forma emotiva e subjetiva, revelando a arbitrariedade do seu modo de pensar.

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    1. Criacionismo Bíblico disse :

      "Darwin questionava-se se as mulheres seriam mesmo da mesma espécie que os homens"

      Jesus Fucking Christ!!!!!!!

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    2. Provavelmente muitos darwinistas nunca leram Charles Darwin. No seu livro The Descent of Man, 1895 podemos encontrar algumas preciosidades.

      Darwin achava que as mulheres "are characteristic of the lower races, and anti therefore of a past and lower state of civilization"

      C. Darwin, The Descent of Man, New York, 1896, 563 ss.

      Darwin também dizia que os homens atingem...

      ".. a higher eminence, in whatever he takes up, than can women—whether requiring deep thought, reason, or imagination, or merely the use of the senses and hands. If two lists were made of the most eminent men and women in poetry, painting, sculpture, music (inclusive of both composition and performance), history, science, and philosophy, with half-a-dozen names under each subject, the two lists would not bear comparison."

      Darwin, The Descent of Man, idem.

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    3. Ponderando sobre se era bom ter uma esposa, Charles Darwin dizia simplesmente que era melhor ter uma esposa do que ter um cão. Para Darwin, a mulher não passava de um animal doméstico.


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    4. Criacionista,

      Darwin pelos vistos pode ser filho do seu tempo; aliás, e normal que ele e outros da mesma altura façam comentários do mesmo tipo. Um caso bem conhecido é o de Paul Broca, um francês da mesma época que passou parte da vida a medir e pesar cérebros e tem muitas preciosidades do género.

      A Bíblia também é uma boa fonte de tesourinhos "manhosos". As suas preciosidades são ainda mais gritantes e mais entranhas à luz da actual cultura e normas sociais. O Génesis então, é do melhor, como a história do Jacob que trabalhou 14 anos para casar com 2 irmãs, 7 anos para cada uma, a primeira foi impingida pelo sobro que a trocou na noite de núpcias e assim arranjou mais 7 anos de trabalho grátis (Gén. XXX: 14-27) - um bom exemplo da moral! Depois o Jacob gerou 12 filhos, mas um deles, Judá casou vários filhos com uma mulher que não engravidava, Deus pelos vistos não gostava dos filhos de Judá e "fazia-os morrer" (Gén XXXVIII: 7 e 10). A mulher resolveu disfarçar-se de prostituta e engravidar do sogro (Gen. XXXVIII: 14-26). Sem dúvida outro bom exemplo de moral.
      Que dizer do próprio Deus, além de desejar a morte de quem não gosta, prefere a carne da oferta de Abel em vez das verduras do Cain (Gén. IV: 3 - 5)? Pelos vistos os filhos não são todos iguais, é como diz George Orwel: "os animais são todos iguais, mas há uns que são mais iguais!"

      A minha questão é: se os restantes livros e restantes autores, como filhos do seu tempo, devem ser lidos de acordo com a cultura da época, porque é que não se deve ler a Bíblia como um livro que tem 2000 anos e portanto é também um produto da sua época?

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    5. Criacionista,

      É pena que se limite apenas a alguns trechos de Darwin para o criticar. Embora concorde consigo que muitos darwinistas nunca leram Darwin (e é pena que não o tenham feito, pois ficariam pasmados com a profundidade do seu pensamento, e da extraordinária capacidade de argumentação que tinha há 150 anos, sendo incrível que ainda hoje muitos darwinistas desconhecem muita da argumentação de Darwin), também, verdade seja dita, citá-lo fora de contexto é batota!

      No mesmo trecho que cita, Darwin diz então: In order that woman should reach the same standard as man, she ought, when nearly adult, to be trained to energy and perseverance, and to have her reason and imagination exercised to the highest point; and then she would probably transmit these qualities chiefly to her adult daughters. embora reconheça que adquirir essas qualidades requeira muitas gerações.

      Ou seja: apesar do preconceito que Darwin tinha relativamente às mulheres, o que seria natural a qualquer pessoa do seu tempo, ele mesmo assim aponta a solução para o problema: se as mulheres foram educadas da mesma forma que os homens, e essa educação for feita ao longo de várias gerações, então as mulheres passarão a ter precisamente as mesmas capacidades que os homens. Talvez o preconceito de Darwin esteja apenas em não acreditar que tenham bastado umas 5 ou 6 gerações (desde o seu tempo) para isso acontecer.

      Darwin ainda acrescenta uma crítica social: diz ele que é justamente por se colocar a pressão social em que seja o homem a trabalhar para sustentar a família que se criam as assimetrias sociais entre homens e mulheres (...yet [men] generally have to undergo, during manhood, a severe struggle in order to maintain themselves and their families; and this will tend to keep up or even increase their mental powers, and, as a consequence, the present inequality between the sexes.) Leio isto admitindo que Darwin estava consciente que a desigualdade entre homens e mulheres era mantida artificialmente por uma sociedade que teimava em perpetuar essa desigualdade. Para Darwin, apesar de existirem diferenças entre os géneros, e ele as poder explicar (no sentido de dizer que não apareciam por «acaso cósmico» e muito menos «por inspiração divina», mas de acordo com um princípio plausível e explicável racionalmente), ele, ao longo de toda a obra, admite que «nada está escrito na pedra», e que, pelo contrário, é possível modificar todas e quaisquer qualidades supostamente intrínsecas, de qualquer espécie, ou de qualquer um dos géneros.

      Vejo nisto um pensamento filosófico profundo, resultante da observação, e concluo que Darwin estava muito mais atento à sua própria sociedade (para além da natureza que observava, é claro), e que, de certa forma, apontava mesmo a solução, o que seria, na altura, altamente provocador e mesmo perturbador: para Darwin, se a sociedade mudasse no sentido de educar mulheres e homens da mesma forma, e abolisse os papéis tradicionais de género, ao fim de algumas gerações, deixaria de haver pretexto para haver «desigualdade social» entre os géneros. Nos textos dele não é claro se Darwin pretendia uma sociedade assim ou não; o que ele diz apenas é que uma sociedade sem discriminação entre os géneros é possível, mas que não basta a vontade política durante uma geração ou duas: é preciso fazer um esforço continuado e progressivo ao longo de várias gerações. E nisto foi de facto visionário; e é espantoso de imaginar que alguém perdido no meio do puritanismo vitoriano e fortemente influenciado pelos seus preconceitos fosse mesmo assim capaz de «pensar fora da caixa», se me permitem a tradução livre da expressão anglo-saxónica.

      Assim, criticar Darwin por ser vítima do preconceito da sua época é infeliz e injusto, tal como seria injusto criticar Jesus o Nazareno por se comportar como um Judeu do século I. Melhor será ver no pensamento de ambos aquilo que diziam de sociedades futuras em que as pessoas se libertariam dos preconceitos da sua própria época, e admirá-los por isso.

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    6. Não se tratava de preconceito. Darwin acreditava mesmo que as mulheres, possuindo o cérebro mais pequeno, eram menos evoluídas do que os homens. Eram mais próximas dos macacos.

      Tudo era uma questão de tamanho cerebral. Ele dizia:

      ‘As the various mental faculties gradually developed themselves, the brain would almost certainly become larger. … the large proportion which the size of man’s brain bears to his body, compared to the same proportion in the gorilla or orang, is closely connected with his higher mental powers … .… that there exists in man some close relation between the size of the brain and the development of the intellectual faculties is supported by the comparison of the skulls of savage and civilized races, of ancient and modern people, and by the analogy of the whole vertebrate series.’

      The Descent of Man, 1896, p-. 54

      Para Darwin, se nada estava escrito na rocha, a igualdade entre homens e mulheres tambem não. Não existe, para ele, qualquer base sólida para defender a igualdade. Essa defesa é um desvio arbitrário relativamente à teoria...

      É irracional afirmar que a mulher está mais próxima dos primatas e depois dizer que a sociedade deve promover a igualdade dos sexos. É ilógico e arbitrário.

      Darwin achava que as diferenças entre homens e mulheres eram tão grandes que se admirava como ainda eram da mesma espécie, alertando para a possibilidade de no futuro essas diferenças aumentarem ainda mais.

      Diferentemente, em Génesis 1:27 le-se:

      "E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou".

      Para Deus, a igual dignidade entre homens e mulheres está assente na própria estrutura do Universo, desde a sua criação.

      Desta premissa resulta logicamente uma obrigação universal e intemporal de reconhecimento da igual dignidade e complementaridade dos sexos.

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    8. Estimado António Carvalho

      A Bíblia é um livro de verdade. Ela conta como as coisas realmente se passaram. Se nós contássemos a história do século XX também teríamos que contar acerca de Hitler e do Holocausto.

      A Bíblia não tenta apresentar mesmo os homens mais próximos de Deus (v..g. Abraão, Isaue, Jacó, David, Salomão), como santos e imaculados. Ela apresenta-os com os seus defeitos e pecados, para logo dizer que ainda assim Deus os ama.

      Jacó foi enganado por Labão, que lhe "impôs" as suas duas filhas, Leia e Raquel. A Bíblia não diz que enganar é bom. Ela relata o que apenas aconteceu depois de Jacó ter enganado Esaú, comprando a primogenitura por um prato de lentilhas.

      A nora de Judá, Tamar, enganou o sogro. Mais uma vez, a Bíblia apenas relata fielmente o que aconteceu, depois de ter dito qual era o plano de Deus para o casamento. Ficou bem claro que se tratou de desobediência a esse plano.

      No caso, de Caim e Abel, Deus viu a atitude de ambos e teve isso em conta. Caim terá tentado expiar os seus pecados sem derramamento de sangue, desvalorizando as consequências do pecado, diferentemente do que Deus tinha ensinado aos seus pais.

      Ainda assim, depois de matar Abel, Deus teve misericória de Caim e poupou-lhe a vida, colocando-lhe uma marca para impedir que alguém o matasse.

      Não se trata apenas da cultura da época. Muitos dos mesmos pecados e outros piores acontecem aqui e agora.

      A Bíblia ensina que todos pecámos e estamos separados da graça de Deus, necessitando de um Salvador, Jesus Cristo. Isso era verdade na altura e é verdade hoje.

      A Bíblia ensina que apesar dos nossos pecados, Deus nos ama e quer perdoar, se nós reconhecermos os nossos pecados e aceitarmos o seu perdão.

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    9. Criacionista,

      Pode ser do meu habito de ler na diagonal textos demasiado longos... mas parece-me que não respondeu à minha questão.

      Volto a formular:
      Porque há-de alguém ler a Bíblia sem considerar o seu enquadramento histórico, social e até político?

      A Bíblia foi escrita após anos de tradição oral. Os rabis eram treinados para decorar a Torá. Só muitos gerações após os hipotéticos eventos (a maior parte deles nem sequer tem validação histórica, em especial a história descrita no pentateuco), é que foram colocados por escrito.

      É preciso ver que antes do exílio na Babilónia, a religião hebraica nem sequer tinha o conceito de bem vs mal - isso foi uma novidade que só surgiu depois do contacto na Babilónia com o zoroastrismo, a grande inventora do cenceito!

      Mas não se disperse, a minha questão está ainda à espera...

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  3. A igualdade das pessoas perante a lei é um princípio de justiça, comummente aceite nas sociedades democráticas ocidentais, ditas de direito.

    A lei tem vindo a consagrar o princípio de não discriminação, por determinadas razões, reconhecendo que, entre as pessoas, existem diferenças que não devem “ditar”, nem ser fator de desigualdades. O conceito de desigualdade exprime um quadro social de injustiça.

    O princípio de não discriminação, no entanto, é bastante relativo. Em muitas situações, não discriminar é uma forma de discriminar.

    Em todo o caso, penso que um sistema normativo que seja suscetível de propiciar ou fomentar desigualdades não é bom.

    Por outro lado, o respeito que deve haver pelas diferenças exige a aceitação dessas diferenças, ou pelo menos uma convivência pacífica, tolerante, com elas, com ou sem hierarquização de valor, ou preferência.

    Da própria ideia de direito à liberdade decorre o dever de respeitar a liberdade dos outros.

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  5. A igualdade das pessoas perante a lei é um princípio de justiça, comummente aceite nas sociedades democráticas ocidentais, ditas de direito, porque as mesmas surgiram na sequência da Reforma Protestante e da redescoberta da Bíblia.

    Não é por acaso que as primeiras declarações de direitos surgiram exactamernte na Inglaterra e na Nova Inglaterra, bem como na Holanda, na suiça ou na Escandinávia, as áreas geográficas mais influenciadas pela Reforma.

    Daí irradiaram a toda a Europa católica, tendo sido incorporadas nos movimentos revolucionários.

    A primazia da justiça é uma doutrina judaico-cristã que se baseia no facto de Deus ser justo e de nós, criados à Sua imagem, devermos ser justos como Ele.

    Do darwinismo, assente em milhões de anos de crueldade predatória, selecção natural e morte, não se deduz logicamente nenhum princípio de justiça.

    Não é por acaso que o subtitulo do livro "A Origem das Espécies" é "o triunfo das raças mais favorecidas na luta pela vida".

    Para Charles Darwin, não existia lugar para a dignidade humana, ideia que ele atribuía a orgulho natural e preconceito natural, nem para a justiça.

    Na verdade, no sistema darwinista a crueldade predatória, a guerra e o genocídio são considerados biologicamente justos, porque neles os mais fortes triuinfam sempre (e por definição) sobre os mais fracos.

    Para o sistema darwinista, a própria ideia de liberdade moral não passa de uma ilusão que nos é imposta pelos nossos genes.

    A liberdade, a igual dignidade e a justiça têm a sua raíz no livro de Génesis, logo nos primeiros capítulos.

    Rejeitando Génesis, os ateus ficam sem qualquer fundamento para as deduzir logicamente.Eles têm que as pedir emprestadas à visão bíblica do mundo, apesar de rejeitarem a Bíblia que lhes serve de fiundamento. O resultado é illógico, irracional e absurdo.

    O livro de Génesis é fundamental não apenas para explicar um Universo matematicamente estruturado e a vida dependente de códigos e informação codificada, as rochas sedimentares ou os triliões de fósseis em todo o mundo, mas também para explicar a origem da igual dingidade humana, das normas morais universais, da libertdade e da responsabilidade e da justiça.

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  6. Um artigo científco recente, numa revista sujeita a revisão dos pares, sobre tecidos moles não fossilizados em ossos de dinossauro, que tem óbvias implicações para o debate sobre criação e evoluçao e a idade da Terra ... e dos dinossauros.

    O mesmo mostra que o debate é claramente científico, em torno de factos observados e da sua interpretação. Não se trata de fé privada v. ciência, mas do confronto de afirmações públicas sobre o mundo real.

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    1. Criacionista,

      Outra vez?!?
      Eu volto a colocar os links:
      http://www.livescience.com/41537-t-rex-soft-tissue.html

      outro
      http://www.apologeticspress.org/apcontent.aspx?category=9&article=1527

      Por favor caro Criacionista, actualize-se e deixe de só ler coisas com milhares de anos! (sim eu também sei fazer CTRL-C + CTRL-V).

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    2. Estimado António Carvalho

      O artigo que eu referi é de Jullho de 2013, e referia-se a tecidos moles descobertos num Tricerátopo e não ao T. Rex.

      Ainda assim, a "explicação" que refere está muito longe de convencer, porque não fdemonstra que o ferro pode preservar tecidos moles durante 65 ou 80 milhões de anos, mas, quando muito, alguns millhares de anos, o que é muito mais razoável.

      Por outro lado, todos os dias surgem notícias de fósseis de seres vivos supostamente com milhões de anos extremamente bem preservados e com aparência exactamente igual à que têm hoje, desmentindo a evolução (de que não há evidência) e corroborando o seu sepultameno abrupto recente.

      E também saem notícias mostrando que o chamado "junk DNA" tem afinal importantes funções regulatórias, não podendo ser simplesmente considerado vestígio da evolução, o que também corrobora a crença criacionista de que as estruturas foram criadas com uma função.

      No espaço exterior, as observações encarregam-se de desmentir a teoria do Big Bang todos os dias, nomeadamente quando mostram que a radiação ultravioleta intergaláctica esperada pelo Big Bang é 400 vezes superior à que realmente se observa e que as quantidades de isótopos 6 e 7 de lítio observadas também não correspondem às previsões do Big Bang.

      O modelo dominante de evolução cósmica, química, geológica e biológica, assente em premissas naturalistas e ateístas, está a desfazer-se a olhos vistos.

      Os factos e a lógica corroboram a criação, a corrupção e o dilúvio global recentes.

      Hoje em dia os evolucionistas, como o Ludwig Krippahl e o seu acólito António Carvalho, nada mais fazem do que correr atrás do prejuízo, postando "refutações" mais do que refutadas e sem pés nem cabeça!

      Alguns, como o Ludwig, vão mesmo ao ponto de se apresentarem como "macacos Tagarelas" (sic!), certtamente na esperança de que, à falta de melhor, alguns vejam neles o elo em falta ou, quem sabe, o proprio antepassado comum dos chimpanzés e dos macacos!

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    3. Digo... o antepassado comum dos chimpanzés e dos seres humanos.

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  7. Criacionista,

    Eu cá não tenho conhecimentos científicos suficientes para por em causa quer os dados quer as conclusões.
    Por outro lado, também não tenho motivos para por em dúvida as explicações.

    Finalmente, como num dos artigos que referi diz, o problema não parece ser com os dados, mas as conclusões e as questões que se levantam depois.

    Sinceramente, a mim não precisam de provar o que quer que seja. Parece estar tudo em ordem.
    Quem nunca aceita respostas da comunidade científica e que por outro lado parece estar sempre a querer arranjar desculpas para ver o que não existe, é a comunidade de fundamentalistas religiosos.
    Sempre foi, ninguém na comunidade científica pensa e escreve o que vocês criacionistas dizem e escrevem. Parece que só gostam de provar coisas a vocês mesmos...

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  8. LUDWIG KRIPPAHL (LK) ENCONTRA O FILÓSOFO SÓCRATES E DIALOGA COM ELE SOBRE A IMPOSSIBILIDADE DE TESTAR EMPIRICAMENTE A BÍBLIA

    LK: Sabes Sócrates, estou convencido de que o que a Bíblia diz não pode ser confiado porque, contrariamente ao conhecimento científico, não pode ser testado.

    Sócrates: A sério? Isso é interessante, embora devas aplicar isso a ti próprio quando dizes que a vida surgiu por acaso. Já testaste isso? Em todo o caso, mostra-me que a Bíblia não pode ser testada.

    LK: É simples! A Bíblia, sem qualquer fundamento empírico, ensina que os seres vivos se reproduzem de acordo com o seu género, o que é um perfeito disparate. Na verdade, quando olhamos à nossa volta apenas vemos que:

    1) moscas dão… moscas!

    2) morcegos dão… morcegos!

    3) gaivotas dão… gaivotas!

    4) bactérias dão… bactérias!

    5) escaravelhos dão… escaravelhos!

    6) tentilhões dão… tentilhões!

    7) celecantos dão… celecantos (mesmo durante supostos milhões de anos)!

    8) guppies dão… guppies!

    9) lagartos dão… lagartos!

    10) pelicanos dão… pelicanos (mesmo durante supostos 30 milhões de anos)!

    11) grilos dão… grilos (mesmo durante supostos 100 milhões de anos)!

    Sócrates: Mas, espera lá! Não é isso que a Bíblia ensina, em Génesis 1, quando afirma, dez vezes (!), que os seres vivos se reproduzem de acordo com o seu género? Os teus exemplos nada mais fazem do que confirmar a Bíblia! É com eles que pretendes provar que a Bíblia não pode ser testada?

    LK: Sim, claro! Teremos apenas que esperar algumas centenas de milhões de anos para ver como se transformam em géneros diferentes e mais complexos.

    Sócrates: Mas onde estavas tu há centenas de milhões de anos e onde estarás daqui a centenas de milhões de anos? Tens a certeza de que podes ou vais poder testar as tuas afirmações de hoje? É que eu pessoalmente não vejo como…

    LK: Talvez não, de facto. Mas a verdade é que os órgãos perdem funções, total ou parcialmente, (v.g. função reprodutiva) existem parasitas no corpo humano e muitos seres vivos morrem por não serem suficientemente aptos…

    Sócrates: Mas…espera lá! A perda total ou parcial de funções não é o que Génesis 3 ensina, quando afirma que a natureza foi amaldiçoada e está corrompida por causa do pecado humano? E não é isso que explica os parasitas no corpo humano ou a morte dos menos aptos? Tudo isso que dizes confirma Génesis 3!

    Afinal, os teus exemplos, com os quais pretendes dizer que é impossível testar a Bíblia apenas corroboram o que ela ensina!! Como queres que os criacionistas mudem de posição se os teus argumentos lhes dão continuamente razão?

    …em meu entender, Ludwig, deverias parar para pensar e examinar a tua vida, porque uma vida não examinada não é digna de ser vivida…

    …e já agora, conhece-te a ti mesmo antes de te autodenominares “macaco tagarela”…

    P.S. Todas as “provas” da “evolução” foram efetivamente usadas pelo Ludwig neste blogue!

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  9. O LUDWIG CONFESSA: NÃO EXISTE NENHUMA PROVA DEFINITIVA DE QUE O HOMEM EVOLUIU

    Recentemente, o Ludwig escreveu:

    “Não há nenhuma prova isolada e definitiva de que o ser humano evoluiu de um antepassado distante unicelular, ou de um antepassado primata comum ao chimpanzé. Mas, perante o conjunto das evidências, a hipótese é claramente plausível.”

    Esta afirmação do Ludwig é muito interessante, porque vem depois de alguns anos de debate com criacionistas. Foi difícil extrair esta confissão, mas ela lá acabou por sair!

    Custou, mas foi!

    A afirmação do Ludwig confirma o conselho que os criacionistas dão aos leitores de artigos científicos para distinguirem entre os factos (a assinalar com cor amarela) e interpretações e especulações a partir dos factos (a assinalar com cor de rosa).

    Quem usar esta metodologia depressa irá ver que as “provas” da evolução de partículas para pessoas, ou de um antepassado comum para chimpanzés e humanos, estarão sempre na parte cor-de-rosa. Assim é porque, como diz o Ludwig, “não há nenhuma prova isolada e definitiva de que o ser humano evoluiu”.

    Curiosamente, apesar de reconhecer isso, Ludwig concluir que “perante o conjunto das evidências, a hipótese é claramente plausível.”

    Mas como se pode concluir isso se “não há nenhuma prova isolada e definitiva de que o ser humano evoluiu de um antepassado distante unicelular, ou de um antepassado primata comum ao chimpanzé”?

    O que vemos aqui e agora são chimpanzés e seres humanos (as semelhanças e diferenças entre eles devem ser marcadas a amarelo).

    O hipotético antepassado comum e os milhões de anos de evolução têm, quando muito, que ser imaginados especulativamente (e por isso devem ser marcados a cor-de-rosa).

    Além disso, a frase do Ludwig adequa-se muito bem à ideia, que temos vindo a sustentar, de que os factos são os mesmos, para criacionistas e evolucionistas.

    A ciência é a mesma para uns e para outros. Nos factos, criacionistas e evolutionistas estão de acordo. Não existe nenhum facto observado que os criacionistas neguem.

    O problema é que, no entender dos criacionistas, a hipótese da evolução nem sequer é cientificamente plausível.

    Vejamos porquê:

    Hoje sabe-se que existem grandes diferenças epigenéticas entre chimpanzés e seres humanos, o que significa que a regulação da expressão da informação genética comum
    a ambos é, afinal, muito diferente.

    Mais, o “junk-DNA” que se pensava guardar vestígios da suposta evolução, é afinal fundamental para regular a expressão genética e até a codificação de muitas proteínas, contrariamente ao que se pensava.

    Além disso, sabe-se que as mutações são esmagadoramente deletérias, criando disfunções, doenças e morte, à razão de 1 000 000 de mutações deletérias por cada 1 mutação benéfica.

    O problema é que essas mutações tendem a acumular-se, sendo que a esmagadora maioria acaba por não ser eliminada por seleção natural, degradando progressivamente o genoma.

    Qual seria o resultado depois de vários milhões de anos de acumulação de mutações?

    Um outro problema, não menos grave para os evolucionistas, é que todo o conjunto das evidências realmente observadas relativas a chimpanzés, homens, mutações e seleção natural (assinaladas a amarelo) pode ser interpretado facilmente à luz do que a Bíblia ensina acerca de um Criador comum, de uma criação recente e da corrupção e decaimento que afeta toda a natureza criada desde que o pecado entrou no mundo.

    Ou seja, as evidências em si mesmas corroboram o que a Bíblia ensina. Só as interpretações e especulações dos evolucionistas é que contrariam a Bíblia.

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    Respostas
    1. Criacionista,

      Só para melhorar o nível... Dizem que as boas piadas fazem rir por 2s e pensar por 10min. Eu deixo 3 para pensar no caso.

      A culpa é do Darwin!

      Os porquês da vida..

      A revolta

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  10. "Devemos ter os mesmos direitos e oportunidades porque, independentemente das diferenças, somos seres que sentem, desejam, planeiam, sonham, anseiam e pensam ao longo da vida."

    Mas isto parece indicar que a igualdade depende do que fazemos e não do que somos.

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  11. Mats,

    Não é nada disso.

    Eticamente, penso que a moral devia condenar que te batam porque tu sentes dor e sofrimento. É essa tua subjectividade que é eticamente relevante. Por outro lado, bater numa pedra não levanta problemas éticos porque a pedra não sente.

    Sendo esse o critério, o direito a não levar pancada terá de ser estendido a todos que partilhem esses atributos, o que me inclui a mim mas também um macaco ou um cão.

    A ideia de que será errado bater-te por seres alegadamente semelhante à imagem de um hipotético deus não só é absurda – o que é que isso tem que ver com o caso? – como não permite fazer juízos éticos correctos acerca de seres que não tenham o mesmo aspecto.

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