domingo, julho 29, 2012

Treta da semana: o que eles querem sei eu.

O Gonçalo Portocarrera de Almada escreveu que se deve promover, «com empenho, o direito à liberdade de todos os cidadãos» e que «um compromisso conjugal definitivo não só não é uma excepção a essa irrenunciável prerrogativa da condição humana, como uma sua excelente e muito meritória realização. Compete ao Estado garantir que a todos sejam dadas todas as condições necessárias para que as suas opções sejam verdadeiramente livres, mas não lhe cabe impedir aquelas escolhas que, mesmo não devendo ser exigidas a todos, podem legitimamente ser queridas por alguns. Um ordenamento jurídico que proíbe qualquer compromisso sério, como é o que pressupõe uma entrega definitiva, com o pretexto de assim salvaguardar a autonomia dos cidadãos, não é apenas uma lei paternalista, mas uma norma que não respeita a liberdade dos indivíduos e que, neste sentido, é potencialmente totalitária.» (1) Estou inteiramente de acordo. O Estado deve respeitar o direito das pessoas de assumir «um compromisso conjugal definitivo» e não deve proibir um compromisso sério a quem o quiser assumir.

É isso que o Estado português faz. Quando duas pessoas se casam, são só essas pessoas que decidem quão definitivo e sério é o seu compromisso. O Estado não as obriga a divorciar-se por estarem casadas há tempo demais nem o notário recusa oficializar um casamento só por os nubentes declararem que é para a vida toda. É como quiserem. É por isso estranho o Gonçalo afirmar que «Quando o Estado e as instituições internacionais [...] não permitem a possibilidade jurídica de um matrimónio civil indissolúvel [...] incorrem na mais insanável contradição porque, em nome da liberdade, combatem uma das suas mais nobres e altruístas expressões.» Lido à letra, isto não faz sentido porque proibir os contractuantes de dissolverem o contracto não lhes dá mais liberdade. Pelo contrário. Neste caso, tira-lhes a liberdade de serem, aos 40 ou 60, diferentes do que eram aos 18 ou aos 25.

Mas o Gonçalo é padre católico e não deve gostar de usar os termos com o seu significado literal. Neste caso, parece usar o termo “liberdade” no estranho sentido de “o Estado obrigar alguém a ficar casado, mesmo que já não queira, só porque assinou um papel”. Isto para um profissional da reinterpretação bíblica não é façanha nenhuma (2) mas, para leigos como eu, é confuso. Afinal, ser livre não é o mesmo que ser obrigado. Além disso, leis que obriguem a permanecer casado quem já não quer não trazem vantagens aos envolvidos e desperdiçam o dinheiro dos impostos. O único benefício é para pessoas como o Gonçalo.

As religiões, que não são a fé de cada um mas as instituições que a regulam, são organizações peculiares. A maioria das organizações, sejam clubes de futebol, empresas ou partidos políticos, divide os seus esforços entre os seus objectivos e os meios para os conseguir. Mas os objectivos das religiões são, literalmente, do outro mundo. Por isso, neste acabam por dedicar todos os esforços aos meios, que passam a ser os próprios fins. Dinheiro, poder e influência. É daqui que vêm as tentativas constantes de meter o bedelho na vida das pessoas. O Gonçalo lamenta o «laicismo que pretende relegar a fé cristã para a intimidade das consciências, ou os esconsos das sacristias», mas é precisamente aí que a fé pertence. Na intimidade e nas igrejas. Nunca na lei. Fazer da fé pessoal uma norma social viola o direito de ter fé, o direito de não a ter e o direito de mudar de ideias. Além disso, é um perigo. Muita gente julga que a religião é terrível no Irão, Afeganistão ou Arábia Saudita por serem muçulmanos mas que os cristãos são porreiros. Isto é um erro. Qualquer religião é tão terrível quanto puder. O cristianismo dá exemplos que baste, ao longo da história, e mesmo o catolicismo do século XXI o demonstra repetidamente com casos como a lavagem de dinheiro no Vaticano, o encobrimento da violação de crianças e a perseguição do racionalismo.

Na Índia, Sanal Edamaruku mostrou que a água milagrosa que brotava de uma estátua de Jesus não vinha de Deus mas sim de um cano entupido. Como a lei de lá pune quem “magoa sentimentos religiosos”, os bispos católicos querem mandá-lo já para a prisão enquanto aguarda julgamento (3). A diferença entre a situação na Índia e em Portugal não está no catolicismo, que é o mesmo, nem nos padres, que defendem a mesma ideologia. A diferença está na sociedade e na lei. A religião católica é menos tolerante na Índia porque pode e só é mais tolerante cá porque não tem outro remédio.

Muitos, crentes e não crentes, protestam contra o “ateísmo militante” por criticar religiões e dizer mal das crenças das pessoas. Mas é preciso. A fé é um substrato fértil para estas organizações que visam impor a todos as suas ideologias e ficções, e só uma pressão contrária constante pode manter a fé na esfera privada, onde pertence e onde só faz mal a quem quer. Por isso, e por muito repetitivo que seja, é preciso continuar a desmascarar estas demagogias. Os religiosos profissionais vão sempre lutar por mais poder, seja para obrigar uns a ficar casados, proibir outros de casar, regular a sexualidade ou o que mais conseguirem. Nunca vão reconhecer que todos temos o direito de mudar de opinião, seja no casamento, seja na fé ou religião. Se convencem a sociedade que renunciar ao direito de mudar de opinião acerca do casamento é um exercício de liberdade, é mais fácil fazerem o mesmo com a fé a tornar a apostasia num crime. Ou a blasfémia, ou tudo o que não lhes der jeito. Só param onde os pararmos.

1- Gonçalo Portocarrero de Almada, A opção por um matrimónio civil indissolúvel, via Senza
2- Por exemplo, como Deut. 21, 18-21:«Se alguém tiver um filho rebelde e incorrigível, que não obedece ao pai e à mãe e não os ouve, nem quando o corrigem, o pai e a mãe pegarão nele, levá-lo-ão aos anciãos da cidade para ser julgado. E dirão aos anciãos da cidade: "Este nosso filho é rebelde e incorrigível: não nos obedece, é devasso e beberrão". E todos os homens da cidade o apedrejarão até que morra. Deste modo, eliminarás o mal do meio de ti, e todo o Israel ouvirá e ficará com medo.»
3- Slate, Jesus Wept e New Humanist, Sanal Edamaruku update: Indian Catholics demand apology over miracle debunking

79 comentários:

  1. Está fixe. Mas achas que eles eram mesmo capazes de mandar alguém para a cadeia na europa se pudessem? Isso é uma coisa de terras distantes. Em terras de Cristo tal nunca aconteceu.

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  2. Fantástico post, Ludi!
    Como eu te entendo!....

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  3. Esse indiano, dito "céptico", é um grande aldrabão. Agora resta-lhe ficar rico, com a popularidade e a fama alcançada junto da malta ocidental acredita mesmo que o quiseram prender por ele ter desmascarado um milagre.

    É preciso ser muito ingénuo para acreditar que a Igreja Católica o quer na prisão por ele ter desmascarado um suposto milagre. Para começar, a Igreja Católica nem sequer disse que havia um milagre. Que tal? O caso do Sanal é uma anedota.

    http://neoateismoportugues.blogspot.pt/2012/07/conhece-sanal-edamaruku.html

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  4. Jairo,

    Esse é sempre o mesmo truque. A Igreja Católica também não diz, oficialmente, que as peregrinações a Fátima, as velas e queimar pernas de cera servem para curar varizes, arranjar emprego ou recuperar casamentos. Aos ateus, vários padres até dirão que Deus não faz dessas coisas e não intervém.

    No entanto, claramente encoraja o negócio e os donativos, e lucra muito com a superstição desses crentes "menos sofisticados" que, por todo o lado, julgam que beijar aquela estátua ou acender uma vela ao pé daquela outra tem poderes mágicos. Coisas como essa água que escorre misteriosamente da estátua e milagres afins valem muito dinheiro para a Igreja Católica pelo número de pessoas que atrai (e, com elas, missas, lembranças e donativos).

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    1. São agora 3 eleitos em linha e é possível que muitos alucinados nunca tenham ganho um jogo de 3 em linha tão depressa Um da Ordem dos...Inomináveis
      Outro de 2ªordem ou 13ªcom ervilhas
      e um 3º da ordem dos Luditas con Luzitas
      bolas acho que esta deve ficar nos annais...

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  5. Ludwig, o truque é teu. Se sabes que alguma autoridade católica burlou católicos em Fátima, estás a fazer o quê aqui? Já devias estar no Ministério Público.

    Se dizes que a Igreja Católica não promete a ninguém que as peregrinações a Fátima resolvem esses problemas às pessoas, onde te baseias para dizer que a Igreja "claramente encoraja" esse "negócio" ?

    Por um lado tu acusas a Igreja de querer controlar as pessoas, por outro lado acusas implicitamente a Igreja de não controlar as pessoas que fazem peregrinações a Fátima com objectivos não prometidos nem defendidos pela doutrina e autoridades católicas.


    Vamos discutir a questão em causa. Referiste o caso do Sanal Edamaruku como exemplo da intolerância católica. Mas...

    ...agora já sabes que a Igreja Católica, começando nos bispos locais, não reconheceu nenhum milagre no caso investigado pelo ateu indiano Sanal. Portanto, a treta de que o querem prender por ele ter negado um milagre católico, é simplesmente estúpida.

    Agora também já sabes que a queixa não foi apresentada por ele ter supostamente desmascarado o suposto milagre, mas por ele ter acusado as autoridades católicas de inventarem uma burla para lucrar com o dinheiro dos fiéis.

    Agora sabes que o bispo local disse que os até os católicos podem duvidar desse suposto milagre. Portanto, como poderiam as autoridades católicas, ao mesmo tempo, apresentar queixa de um ateu por algo que até aceitam que seja feito pelos católicos?

    Resumindo, agora sabes que a Igreja Católica local não quer prender nem apresentou queixa contra qualquer ateu por ele ter "blasfemado" contra um milagre católico.

    Resta aguardar se vais ser honesto e reconhecer que enganaste os teus leitores. Tenho uma ideia sobre qual será a tua atitude, mas vou aguardar para ver..

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    1. Mais um cristão novo, a caìr de velho. :)) (pobre jairo)

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  6. Ludwig, para te facilitar a vida:

    Se tiveres alguma prova de que as autoridades católicas locais inventaram um esquema para que saísse água do crucifixo, disseram que o fenómeno era um milagre e passaram depois a cobrar dinheiro aos peregrinos que acorreram ao local, resolves já a questão. E até podes enviar essa prova para o teu amigo Sanal.

    O mentiroso e caluniador nunca provou nenhuma dessas acusações.

    É isso que está em causa.

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    1. Jairo,

      Vc tem uma grave dificuldade de leitura. O Sanal não disse que a igreja inventou um esquema para que a água saísse do crucifixo.

      O proprio Sanal disse que o fato ocorre por um problema no encanamento, não se tratando portando de um milagre.

      Aonde a igreja erra: Em vez de resolver o problema do encanamento e agradecer o Sanal, faz o contrário, procura a justiça com o intuito de pressioná-lo.

      E ele usou as imagens produzidas pela TV9 como fonte. E mesmo que não tivesse provas, basta o bom senso para perceber que não se trata de um milagre :-)

      Outra coisa, ninguem disse que a igreja cobra pelo acesso ao local. Mas qualquer igreja lucra com o movimento dos fiéis, até mesmo aquelas que não pedem dinheiro de uma forma explícita.

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  7. Jairo,

    Lá estás tu a requisitar coerência dos "cépticos". Prepara-te porque eles vão continuar a mudar o assunto.

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  8. Lucas, é que a tragédia do honesto Sanal comove-me. Estou até a pensar em propor-me como advogado dele. É o caso mais fácil do mundo. Se, como acreditam ingénuos como o Krippahl, ele está a ser acusado por ter negado a veracidade de um milagre católico, basta citar o bispo local que também colocou em dúvida a veracidade do milagre. E ainda as declarações de todos as organizações queixosas, declarando assertivamente que a Igreja não reconheceu nenhum milagre. Já me imagino nas alegações finais:

    - Senhor juíz, os malvados acusadores cometem o mesmo crime que imputam ao meu cliente: dizem que não houve nenhum milagre! Proponho que tanto o Sanal, como os acusadores, sejam queimados vivos por negarem o milagre. I rest my case.

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  9. O ponto de partida do post é uma afirmação do padres Gonçalo Portocarrera de Almada sobre o divórcio. A citação ocupa a totalidade do primeiro parágrafo e Ludwig Krippahl conclui: "Estou inteiramente de acordo". Devia o post terminar aqui mas afinal Ludwig não está inteiramente de acordo como nos mostra no parágrafo seguinte. Diz que não dar a possibilidade do matrimónio ser juridicamente indissolúvel é "retirar-lhes a liberdade". Não é. Ao não permitir essa opção o Estado limita as opções, interfere ma vida das pessoas, condiciona-lhes o futuro, não as considera adultas para assumirem compromissos. E Ludwig Krippahl aceita a intereferência do Estado na vida das pessoas, a sua tutela, (será que devemos ser considerados menores até aos 85 anos?) desde que estejam de acordo com os seus princípios (dele, Ludwig). Se a lei viesse coincidir com princípios religiosos gritaria logo: "ai, Jesus, onde está a minha rica laicidade?!"

    Depois vem o estafado argumento de "ser livre não é ser obrigado". E que exemplos nos dá Ludwig? Estes: 1) "È aí que a fé pertence" (nos esconsos das sacristias). 2) "Na intimidade e nas igrejas." 3) "Nunca na lei.". Há aqui um erro grave: Ninguém quer meter a "fé" na lei. Ninguém é obrigado a ser cristão e a ter fé em Deus. Trata-se duma questão civil e cada um tem direito a usar os argumentos quem muito bem entender, quer Ludwig Krippahl esteja de acordo ou não.

    A questão do casamento e do divórcio tem a ver com a organização social e aí todas as opções podem ser tomadas. O padre Gonçalo Portocarrera de Almada defende mais uma. Ludwig Krippahl está contra. Poderia argumentar mas não argumenta.

    Porquê? Por dois motivos: 1) Não tem argumentos, se os tivesse não diria que "está completamente de acordo" (vamos ver se agora recua e diz que "era irónico") 2) Tem uma agenda como vice-presidente da Associação Ateísta Portuguesa: "estimular as medidas que contribuam para a laicidade do Estado e a secularização do país, tendo como referência a República francesa;". Será que a guilhotina da Revolução Francesa vai regressar? O que é a "laicidade" do Estado, caros comentadores? A redução da liberdade individual, a criação de guetos anti-religiosos, perseguições a quem tem fé, prisões? O que é a "secularização" do país? A pena de morte? Incendiar igrejas como se faz por esse mundo fora? Se isso é a laicidade e a secularização eu digo: Não, obrigado!

    Perguntarão os estimados comentadores: Ludwig Krippahl não tem argumentos porquê? Basta ler os dois últimos parágrafos: um milagre indiano e a apologia do ateísmo militante. São estes os argumentos? Alguém se lembra do tema do post? Ah, era o divórcio.

    Pois é, mais um post de treta. O que ele quer sei eu.

    P.S. - Este comentário foi escrito no estilo do post.

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  10. OS PROBLEMAS DO LUDWIG COM VALORES E NORMAS MORAIS

    1) O Ludwig é naturalista, acreditando que o mundo físico é tudo o que existe. Sendo assim ele tem um problema, porque valores e normas morais não existem no mundo físico.

    2) O Ludwig diz que a observação científica é o único critério válido de conhecimento. Ora, nunca ninguém observou valores e normas morais no campo ou em laboratório.

    3) O Ludwig diz que a moral é subjectiva. Ora, se são os sujeitos que criam valores e normas, eles não estão realmente vinculados por eles, podendo cada um criar valores e normas a seu gosto.


    4) O Ludwig está sempre a dizer aos outros que não devem dizer aos outros o que devem ou não devem fazer. Ou seja, ele faz exactamente o que diz que os outros não devem fazer.


    5) De milhões de anos de processos aleatórios de crueldade, dor, sofrimento e morte não se deduz logicamente qualquer valor intrínseco do ser humano nem qualquer dever moral de fazer isto ou aquilo.


    Conclusão: sempre que fala em valores e normas morais o Ludwig é irracional e arbitrário.


    P.S.

    É claro que muitos ateus têm valores! Também eles foram criados à imagem de um Deus moral e muitos vivem com dignidade e liberdade numa civilização judaico-cristã.

    O problema é que os ateus não conseguem justificar logicamente esses valores a partir da visão do mundo naturalista e evolucionista a que aderem pela fé.


    Como diz a Bíblia (Romanos 1, 21ª e 22), “tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe renderam graças…” “…dizendo-se sábios, tornaram-se loucos”.

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  11. O Ludwig e as organizações ateístas fundamentalistas em que milita procuram por todos os meios ao seu alcance manifestar no espaço público, com espalhafato, as suas convicções religiosas enquanto remetem para assunto privado e clandestino aquelas com que não se identificam. Alguma disciplina da evolução ainda há-de explicar, um dia, a sobrivência destes artefactos de incoerência e pouca tolerância numa série de mentes.

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    1. Muito bem, Nuno Gaspar.

      Nós marcarmos a diferença: nunca nenhum católico dirá que o ateísmo deve ser vivido na "intimidade" ou nas casas do Ludwig e amigos, porque nós não temos medo do confronto público de ideias, não temos medo da democracia nem da liberdade.

      Não somos intolerantes, não queremos abafar as opiniões dos outros, queremos um Estado neutro que não seja ocupado pelo ateísmo intolerante a anti-democrático, nem sonhamos com a Revolução Francesa onde a guilhotina servia para cortar cabeças. Não queremos um mundo intolerante, extremista, fundamentalista, pretensamente "laico" e "secular" onde o medo ocupe o espaço público.

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  12. VALORES ÉTICOS E A NOSSA MATRIZ JUDAICO-CRISTÃ


    1) Os princípios éticos da nossa sociedade têm sido o resultado da matriz judaico-cristã que a estruturou durante séculos. É apenas com com base nesses princípios que se pode defender, logicamente, a igual dignidade de todos os seres humanos.

    2) Se os seres humanos são um acidente cósmico e o produto de milhões de anos de predação, crueldade, sofrimento e morte, é totalmente arbitrário afirmar que têm valor intrínseco e que devem ser tratados de forma igual.


    3) O que tem valido aos Estados ocidentais é a sua matriz de moralidade, igualdade e justiça social derivada da Reforma Protestante e da Bíblia que a estruturou durante os últimos quatro séculos.


    4)São os valores judaico-cristãos que nos ensinam o desvalor de certos actos, que devemos considerar criminosos, ou das drogas, bem como o valor da educação e do desenvolvimento pessoal.


    5) Mas os valores não são massa e energia, nem se podem observar no campo ou em laboratório, existindo apenas num mundo espiritual e imaterial, refutando, pela sua própria existência, uma visão estritamente materialista, naturalista e ateísta do mundo.


    6) É fácil deduzir logicamente a existência de valores de dignidade e igualdade a partir da premissa, que o Génesis estabelece, de que existe uma dimensão imaterial e valorativa no mundo, resultante da natureza boa e justa de Deus, e da igual dignidade de todos os seres humanos por terem sido criados à imagem de Deus.


    7) Mas é impossível deduzir, de forma lógica e não arbitrária, a existência desses valores a partir de uma visão materialista que nega a existência da dimensão espiritual e de tudo que não se pode ver e testar cientificamente.


    8) Em todo o caso, o Ludwig, como especialista que diz ser em pensamento crítico poderia testar esse exercício aqui, de forma racional e fundamentada. Ficamos à espera.

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  13. O LUDWIG E AS SUAS CONDENAÇÕES MORAIS AUTOCONTRADITÓRIAS

    Para poder criticar o comportamento dos religiosos, o Ludwig tem que pressupor a existência de valores morais objectivos.


    Caso contrário, são as suas próprias preferências morais subjectivas contra a dos religiosos.


    A Bíblia ensina que existem valores morais objectivos.

    A teoria da evolução (com a sua ênfase no carácter amoral e predatório de milhões de anos de processos evolutivos), não.


    A Bíblia ganha, porque o Ludwig tem que postular a visão bíblica do mundo para as suas condenações morais serem plausíveis...

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  14. LEITURA PARA FÉRIAS: RECORDANDO O DEBATE

    TRÊS ATEUS SEPULTARAM O ATEÍSMO COM OS SEUS PRÓPRIOS ARGUMENTOS NATURALISTAS.

    1) Ludwig Krippahl diz que um código tem sempre origem inteligente.

    2) Richard Dawkins afirma que no DNA existe um código quaternário, com os símbolos ATGC, que codifica grandes quantidades de informação como um computador.

    3) Por concordar com o Ludwig em 1) e Dawkins em 2), o ex-ateu Anthony Flew, ao fim de 60 anos a dizer o contrário, concluiu que então o código do DNA só pode ter tido origem inteligente, abandonando assim o seu ateísmo.


    Teve assim lugar o funeral do ateísmo.

    Os ateus Ludwig Krippahl e Richard Dawkins carregaram a urna e abriram a cova.

    Anthony Flew enterrou-o.


    A Palmira Silva ainda tentou a respiração boca a boca, mas sempre que abria a boca ainda conspurcava mais o defunto.

    Ludwig Krippahl e Richard Dawkins permanecem até hoje diante da sepultura do ateísmo a velar o morto, a embalsamá-lo e mumificá-lo, para ele não cheirar mal.

    As exéquias foram celebradas pelos criacionistas.

    Que descanse em paz.

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  15. Aqui está o famoso estado laico defendido pelos ateístas portugueses:

    Instalações do Estado - Câmara Municipal de Lisboa - são usadas para actividades de propaganda da Associação Ateísta Portuguesa:

    http://www.aateistaportuguesa.org/2010/04/16/ciclo-ateismo-laicidade-e-anticlericalismo-em-portugal/

    É esta a neutralidade que se pretende? É este o Estado laico e secular que se quer? O que diria a AAP se este espaço fosse usado por uma associação religiosa?

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    1. Bem denunciado, António. Estes ateístas da treta não passam de uns cínicos.

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  16. Para os católicos romanos o casamento é indissolúvel. Termina apenas com a morte de pelo menos um dos cônjuges. Pode ser anulado mas isso não equivale a um divorcio.

    Quando dois católicos contraem casamento religioso sabem que é para sempre.

    É uma livre escolha.

    O casamento civil é outra coisa. É um contrato e nada tem a ver com o direito canônico.

    Para os católicos o único que tem valor é o casamento religioso.

    Assim sendo os católicos não podem apelar entre si à lei civil para imporem um ao outro o divórcio ou uma regulação do poder dentro do casal contrária à lei canônica.

    Isto claro enquanto os dois forem católicos.

    Ser católico implica também o dever de obediência.

    Faz portanto pouco sentido um contrato de casamento perpétuo na lei civil. Se um católico opta pelo divórcio já não é católico.

    Está a desobedecer à autoridade da igreja.

    Mesmo que o outro cônjuge peça o divórcio perante a lei civil e se ponha ao fresco - certamente porque abjurou da sua fé - o católico romano está vinculado (até à morte do outro cônjuge) ao votos do casamento. Devendo assim abster-se de satisfazer a concupiscência da carne.

    Dura lex sed lex.

    Será difícil à lei civil conseguir um mecanismo que fiscalize o comportamento de pessoas católicas separadas de facto. E mesmo a forma de punir tal comportamento não me parece muito claro.

    Segundo sei houve um apelo - a meu ver coerente - para que advogados católicos não se ocupem de divórcios civis de católicos.

    É o caso do casamento gay. A ICAR proíbe as relações homossexuais. Logo um católico não pode ter uma relação homossexual quanto mais casar. Existe essa possibilidade na lei mas certamente nenhum católico irá utilizá-la.

    Outra questão que penso que nunca foi levantada foi a da possibilidade de apelar para a objecção de consciência de juristas e profissionais de saúde no que concerne a questões que contrariem a sua fé religiosa: contracepção, divórcio, regulação do poder paternal, papel da mulher no casamento, transfusões de sangue, consumo de certos alimentos, etc e etc.

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  17. No caso do tal indiano há duas coisas a distinguir:

    A ICAR como instituição e o comportamento dum (ou de alguns) membros.

    Se um católico mesmo padre ou bispo comete um crime isso não vincula a ICAR como instituição. Se um médico assalta um banco, mesmo com a ajuda duma quadrilha de médicos, isso não vincula a ordem do médicos.

    Não existem provas que Fátima ou outra coisa qualquer tenha sido feita pela ICAR como instituição. Mesmo que as aparições de Fátima ou o cano da água fossem obre dum ou mais padres e só os vinculava a eles.

    Agora a questão ética que se coloca é :

    Em Fátima depois de algumas reticências iniciais a ICAR apoia e incentiva. Os católicos mais esclarecidos dizem à boca cheia que aquilo é uma fé dos simples.
    Parece-me pouco ético a ICAR não se pronunciar claramente sobre estas aparições e dizer claramente e sem ambiguidades o que pensa delas. E é claro abster-se de lucro com elas.

    Outra questão ética é :

    É licito à ICAR utilizar uma lei que restringe a liberdade religiosa ?

    Do ponto de vista legal, pelo menos na India pode, Agora a questão é se deve.

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    1. A India é um país muito tosco, prova disso é um transito.

      Os condutores despreparados + lei ridícula + estradas péssimas criam o transito mais perigoso do mundo.

      E as autoridades ainda permitem que se coloque Pirâmides para ver se reduz a "energia negativa" para reduzir os acidentes :-)

      Qualquer pessoa com bom senso pensa: Que merda isso né?

      Mas na India se alguem falar que isso não resolve o problema e não conseguir provar [inversão do onus da prova] ainda vai em cana pela lei da blasfemia.

      É curioso ver os católicos dizendo coisas como "não queremos abafar as opiniões dos outros" e ao mesmo tempo não fazem nenhum manifesto contra o que esta sendo feito contra o Sanal.

      Esta é uma prova que a "tolerância" só acontece por conta do desenvolvimento da democracia e não por mérito da igreja.

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    2. é um transito -> é o transito

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  18. Perspectiva:

    Para poder criticar o comportamento dos religiosos, o Ludwig tem que pressupor a existência de valores morais objectivos.

    Ok .

    Vamos então dar uma lição de valores morais objectivos ao L. K.:


    O que fazer quanto à escravatura ?

    Quais os direitos dos pais e dos filhos ?

    Deverão existir princípios não relativistas e absolutos sobre estas questões.

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  19. Jairo,

    Não acuso ninguém de burla porque burla é um crime, e não tenho evidências de que violem a lei. Mas as consultas da Maya, os livros da Alexandra Solnado e os bruxedos do professor Karamba, mesmo que não configurem um crime de burla, são, no entanto, eticamente condenáveis porque quem paga por estes serviços está enganado acerca do que vai comprar.

    O mesmo se passa com os peregrinos a Fátima. No site oficial do santuário há coisas como

    «Peregrinar é: [...] Um ato de Louvor e intercessão», implicando que alguém há de interceder pelo peregrino. E também «Nas suas promessas tenha sempre em conta que Deus não quer mais do que cada um pode;» implicando que Deus quer alguma coisa e que dá algo de volta pela promessa. Se bem que não haja aqui nada preto no branco -- nestas coisas não convém que haja -- a mensagem é muito diferente do que os padres me dizem a mim, ateu, que é de que Deus não intervém no universo.

    E esta gente toda que lá vai cumprir promessas deixa muito dinheiro nos cofres da Igreja. Dinheiro que não deixaria se não tivessem a ideia de que Deus lhes vai dar algo em troca por isso.

    Eu não defendo que isto deva ser punido como crime. Mas defendo que quem critique estes negócios também não seja considerado criminoso.

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    1. É como dizeres que Deus não existe. Não é crime nenhum teres essa opinião mas pode ser condenável ao apresentares a ciência como prova dado que a ciência nunca provou a não existência de Deus.

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  20. António,

    «Ao não permitir essa opção o Estado limita as opções»

    Não é verdade. O Estado permite que estejas casado com a tua mulher de forma definitiva e indissolúvel. Basta que ambos o queiram.

    O que o Estado não faz é tirar-vos a possibilidade de mudarem de ideias. Isso não é limitar as opções.

    «Há aqui um erro grave: Ninguém quer meter a "fé" na lei.»

    É precisamente isso que querem. Pela fé que o casamento deve ser indissolúvel, querem que a lei tire para o resto da vida o direito ao divórcio a uma pessoa que, com 18 anos, assine um papel que o padre disse que devia assinar para se casar como Deus quer. A lei deve respeitar o direito de mudar de ideias.

    «A questão do casamento e do divórcio tem a ver com a organização social e aí todas as opções podem ser tomadas.»

    Não. O casamento civil é uma questão contractual, e um contracto deve poder ser dissolvido pelas partes contractuantes. Se o casamento religioso é indissolúvel, isso já concordo que cada religião deve poder decidir por si. Desde que se respeite o direito das pessoas mudarem de religião, não há problema. Mas como não pode haver um direito das pessoas decidirem se a lei se aplica a si ou não, os contractos legais devem ser mais permissivos. O direito de mudar de ideias é muito mais fundamental do que o direito de se obrigar a um casamento vitalício.

    «Não tem argumentos, se os tivesse não diria que "está completamente de acordo" (vamos ver se agora recua e diz que "era irónico") »

    Estou completamente de acordo com a parte que citei e com a qual afirmei estar de acordo. Nomeadamente, que o Estado deve respeitar o direito das pessoas assumirem «um compromisso conjugal definitivo». É o meu caso. Eu assumi com a minha mulher um compromisso conjugal definitivo. E o Estado permitiu. Nunca encontrei qualquer obstáculo legal ao carácter definitivo do meu compromisso conjugal.

    O que sou contra é que o Estado intervenha se algum de nós mudar de ideias quanto a isto. Não é o papel do Estado proibir-nos de mudar de ideias.

    «um milagre indiano e a apologia do ateísmo militante. São estes os argumentos?»


    Não. Os argumentos são as linhas de inferência das razões básicas à conclusão final passando pelas conclusões intermédias.

    As razões básicas são estas:

    «Quando duas pessoas se casam, são só essas pessoas que decidem quão definitivo e sério é o seu compromisso. O Estado não as obriga a divorciar-se por estarem casadas há tempo demais nem o notário recusa oficializar um casamento só por os nubentes declararem que é para a vida toda. É como quiserem.»

    «proibir os contractuantes de dissolverem o contracto não lhes dá mais liberdade. Pelo contrário. Neste caso, tira-lhes a liberdade de serem, aos 40 ou 60, diferentes do que eram aos 18 ou aos 25.»

    «ser livre não é o mesmo que ser obrigado. Além disso, leis que obriguem a permanecer casado quem já não quer não trazem vantagens aos envolvidos e desperdiçam o dinheiro dos impostos.»

    São estas que suportam a conclusão de que não se deve legislar isto.

    Estas são conclusões intermédias:

    «O único benefício é para pessoas como o Gonçalo»
    « Qualquer religião é tão terrível quanto puder.»

    A parte do Sanal é apenas um exemplo de entre várias razões (os países muçulmanos, a história do cristianismo) para suportar estas conclusões intermédias, que depois apontam para a conclusão deste argumento que é de que é perigoso deixar de pressionar as religiões a manter a fé no foro privado. Isto, por sua vez, serve de conclusão intermédia no argumento principal que conduz à conslusão de que se deve rejeitar esta proposta do casamento legal indissolúvel.

    Para a próxima, tenta ler com mais atenção para me poupares o trabalho de fazer o diagrama todo do argumento...

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  21. Nuno Gaspar,

    «O Ludwig e as organizações ateístas fundamentalistas em que milita procuram por todos os meios ao seu alcance manifestar no espaço público, com espalhafato, as suas convicções religiosas enquanto remetem para assunto privado e clandestino aquelas com que não se identificam.»

    Não há problema nenhum em manifestar convicções na esfera pública, desde que sejam assumidas como convicções pessoais (e não alegadas como factos, caso em que é preciso mais do que a mera convicção para os legitimar) e que sejam apresentadas em igualdade com as outras, em pleno respeito pela liberdade de crítica e de oposição.

    O problema é que a fé é algo diferente. É uma meta-convicção, uma convicção no dever de estar convicto de algo. E isso não se dá bem com a discussão aberta. Por isso quem tem fé, seja no que for, deve optar por uma de duas alternativas. Ou a guarda para si, ou discute com os outros sem a premissa de que a sua fé lhe dá mais razão à partida. Seja como for, a fé não faz nada no debate público.

    E ainda menos nas leis. Aí é mesmo uma aberração.

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    1. Ludwig

      Espero que um dia, leias o que escreveste neste comentário e tenhas consciência da sua gravidade. Não vou comentar mais para a conversa não azedar.

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    2. O senhor António poderia pelo menos dizer o que tem o comentário de tão grave.

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    3. Ludwig diz:

      "Por isso quem tem fé, seja no que for, deve optar por uma de duas alternativas. Ou a guarda para si, ou discute com os outros sem a premissa de que a sua fé lhe dá mais razão à partida. Seja como for, a fé não faz nada no debate público.E ainda menos nas leis. Aí é mesmo uma aberração."

      É uma opinião subjectiva e não fundamentada de um indivíduo que se autodescreve como "macaco tagarela"...

      Como perguntava Charles Darwin, podemos confiar nas opiniões de um macaco, se é que ele tem algumas?

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    4. (regresso ao degredo, sem cerveja e tremoços com os colegas das tretas)

      A fé ..."É uma meta-convicção, uma convicção no dever de estar convicto de algo."

      O que caralho queres dizer com isto, Ludwig?

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  22. António Parente,

    «É como dizeres que Deus não existe. Não é crime nenhum teres essa opinião mas pode ser condenável ao apresentares a ciência como prova dado que a ciência nunca provou a não existência de Deus.»

    Provou sim. Em ciência, provar é pôr à prova, e a ciência, nos últimos séculos, pôs à prova muitas hipóteses que assumiam não haver Deus. O sucesso dessas hipóteses é a prova científica de que Deus não existe, tal como o sucesso da metereologia é a prova científica de que não existem espíritos da chuva, e o sucesso da medicina a prova científica de que as doenças não são causadas por maus olhados.

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  23. Tentas justificar o injustificável. Nem com mil diagramas lá vais.

    Mais uma vez tentas que o Estado assuma uma posição partenalista em relação aos cidadãos. Não confias na capacidade de discernimento das outras pessoas. Parece-me que confias apenas na tua. Achas que os outros não são capazes de manter um casamento para a vida toda mas tu achas-te capaz disso. Eu estaria do teu lado se a lei não permitisse outras escolhas. Se permite, tens de confiar que os outros são tão capazes como tu de tomarem decisões. Se escolhem um compromisso conjugal definitivo é problemas deles não é teu. Tens de respeitar a opção que tomam. Essa tua crítica à interferência religiosa na vida das pessoas também a fazes. Provavelmente mais do que a igreja Católica que assumindo que o casamento não pode ser dissolvido aceita a separação dos conjuges se a cohabitação for impossível. Parece-me que são mais tolerantes do que tu.

    Em relação aos contratos, são uma convenção humana e alguns não são dissolúveis, ao contrário do que pensas. Vê o caso da lei do arrendamento: durante décadas, um senhorio não podia unilateralmente acabar o contrato com o arrendatário mesmo que o quisesse. Estranho, não é?


    As "conclusões intermédias", etc, são tretas para encherem o post. Não acrescentam nem adiantam. Mete lá as maminhas das coelhinhas do playboy e pode chegar, com alguma imaginação, às mesmas conclusões.

    Em resumo: tretas. Nem com um milhão de diagramas.

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  24. Ludwig

    Sobre o comentário das 12h07m: obrigado por este momento de bom humor. Fiquei bem disposto para o almoço.

    Abraço!

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    1. António,

      Depois de almoçar e descansar, volta aqui para tentar explicar como a ciência poderia provar uma não existência.

      :-)

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    2. Acho que encontrei aqui qualquer coisa. Mas suspeito que o senhor António me irá mandar voltar a ler o Nostra Aetate.

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    3. Estimado Icarus

      O cientista Ludwig Krippahl já explicou tudo: a meteorologia já demonstrou a não existência de Deus. Por isso só posso dizer: siga a festa, avancem os tambores, siga a música.

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    4. António,

      Se eu fosse me basear só por este comentário do Ludwig, provavelmente eu ia concluir que ele não fez uma boa defesa.

      Mas como eu já leio as respostas dele a mais de 2 anos, acredito que ele já respondeu apropriadamente esta pergunta, várias vezes :-)

      Mas vc não respondeu a minha. Como se prova uma não existência?

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    5. Eu respondi, Icarus. Pela meteorologia.

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  25. António,

    «Mais uma vez tentas que o Estado assuma uma posição partenalista em relação aos cidadãos. Não confias na capacidade de discernimento das outras pessoas.»

    É precisamente o contrário. A minha posição é que se cada pessoa continua casada ou se divorcia é um assunto entre ela, o conjuge e a sua consciência. O Estado não deve intervir. Não deve haver um sistema legal pelo qual a pessoa transfira para o Estado a sua responsabilidade de decidir, a cada momento, se há de continuar casada ou não.

    «Se escolhem um compromisso conjugal definitivo é problemas deles não é teu.»

    Certo. E se depois mudam de ideias também é problema deles, não é meu, nem dos meus impostos nem do Estado. É esse o ponto fundamental. Se queres estar casado para sempre, força. Se mudas de ideias, é contigo. Seja como for, és tu que tens de resolver isso e não o Estado.

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  26. Ludwig,

    Aqui parece-me que a questão não é tão simples.

    Por exemplo: tu arrendas uma casa a alguém, assinas um contrato por 20 anos. Ao fim de 5 mudaste de ideias e querer tirá-la de lá - o estado intervém impedindo-te de o fazer, numa protecção da liberdade contratual. O teu hóspede seria afectado pela tua decisão, e por isso o estado protege-o.

    No caso do casamento, a ideia seria assinar um contrato para a vida, por livre vontade. Se mudasses de ideias, a pessoas com quem tivesses casado não seria «prejudicada» pela tua mudança de ideias. Do ponto de vista formal, sem considerações humanas (o que é um casamento, o significado que tem para ambos, para os filhos, a prisão que pode ser, etc..), o António tem razão.

    Mas a liberdade contratual é limitada de muitas formas e não apenas dessa. Não podemos trabalhar recebendo menos que o salário mínimo, não podemos auferir um salário mais alto em troca de prestar favores sexuais ao empregador, não podemos vender órgãos, etc...
    É verdade que não poder celebrar pelo civil «casamentos eternos» é uma limitação da liberdade contratual, como é não poder celebrar casamentos polígamos, ou vender órgãos, ou trabalhar por menos que o salário mínimo, mas não me parece pouco razoável dizer que indirectamente todas essas restrições acabam por aumentar a nossa liberdade.

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    1. meu adeus peorou mudasti

      ass i nar um con trato pra toda a vida meu....issé escravatura

      aqui o pessoal do bloco quando chega aos 40 troca a de toda a vida por uma com 20 anos a menos

      Não podemos trabalhar recebendo menos que o salário mínimo, ó pá aqui é por quilo de laranja
      não podemos auferir um salário mais alto em troca de prestar favores sexuais ao empregador, basta ao sub-chefe da linha de montage

      não podemos vender órgãos,os teus têm cirrose ou hepatite ?

      mioleira tá com priões é?

      con trato de arrendamente por 20 annes?
      e qual é o maluko que faz isse?
      a 2500$ aos retornados que ocupavam as casas e depois quiseram legalizar em 79 ou 81 pagam agora 50 aeurrios
      o con domínium já vae em 60 ao mês
      prós que pagam claro,,,,,

      tens cá uns exemplos do catano teu...

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  27. Jairo,

    Tal como tinha dito, o assunto foi mudado. Boa sorte em forçar os "cépticos" a reconhecer o erro.

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  28. Em termos abstractos eu poderia celebrar um contrato com termo ao fim de um número arbitrário de anos. Obviamente que, até nos casamentos, há cláusulas que anulam os termos do contrato. A única cláusula claramente abusiva seria a que diz que o contrato dura "até que a morte os separe". Contratos à prova de tudo são muito perniciosos, e não me admiraria que nalguns casos até sejam considerados inconstitucionais.

    Excepção para as PPP, que são sagradas. E quem lhes toca arrisca-se a ver a família transformada em sal e o seu fígado lentamente degustado por um abutre para toda a eternidade.

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  29. OS DISPARATES DO LUDWIG CONTINUAM... MAS SÃO FÁCEIS DE RESPONDER

    "Em ciência, provar é pôr à prova, e a ciência, nos últimos séculos, pôs à prova muitas hipóteses que assumiam não haver Deus."


    A ciência só funciona se se partir do pressuposto de que o Universo tem uma estrutura racional e ordenada, o que corrobora inteiramente o que a Bíblia diz sobre a sua criação racional...


    "O sucesso dessas hipóteses é a prova científica de que Deus não existe..."

    Que sucesso?

    Onde está a demonstração de que a energia se cria a ela própria ou de que a vida surge por acaso a partir de químicos inorgânicos?

    Como surge toda a informação codificada no genoma?

    Gostaria de ver esse sucesso explicadinho... se ele é assim tão evidente...


    "...tal como o sucesso da metereologia é a prova científica de que não existem espíritos da chuva"

    A metereologia não explica a origem do Universo nem nos diz como é que a água surge na natureza...

    Ela apenas nos ensina como é que funciona a natureza criada por Deus, mas corrompida por casa do pecado...


    "...e o sucesso da medicina a prova científica de que as doenças não são causadas por maus olhados."

    A existência de doenças apenas demonstra que as mutações destroem o genoma, causando doenças e morte, corroborando o que a Bíblia diz sobre a corrupção física que afecta toda a natureza...

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  30. Mats: Ninguém está a mudar de assunto.

    A questão colocada é :


    Se o estado permitir que duas pessoas façam um contrato perpétuo de casamento:

    Este contrato traria mais ou menos liberdade às pessoas?

    Quais as consequências previsiveis deste tipo de contratos?

    Se duas pessoas celebrarem um contrato perpétuo e estando os dois em igualdade de circunstâncias (ao contrário dum contrato de trabalho ou de arrendamento) a impossibilidade dum dos dois colocar fim ao mesmo pode ter duas formas:

    Os dois querem acabar com o contrato mas não podem.

    Aqui claramente há uma diminuição da liberdade dos dois

    Um quer acabar e o outro não.

    Qual o valor que deve prevalecer ? O direito de manter um contrato com uma forte componente afetiva ou o direito à livre determinação sexual e a viver onde e com quem se quer ?

    Parece-me, salvo melhor opinião, que os segundos valores se sobrepõe ao primeiro.


    Depois temos a parte prática, isto é, como aplicar a lei?

    O Manel celebra contrato perpétuo com a Maria mas passado uns anos vai viver com a Rita.

    A Maria recorre a tribunal e prova-se que :

    O Manuel não coabita com a Maria contra a vontade desta, não debita conjugalmente e pratica abundante adultério com a Rita.

    Provados os factos oq ue pode ordenar o juiz?

    Que este volte para a casa de morada de família, se abstenha de práticas sexuais ou outras com a Rita e que debite conjugalmente com a Maria?

    E se este se recusar ? Deverá ser preso até acatar a decisão do tribunal ? Deve ser forçado pelas forças de segurança a voltar à casa de morada de família?

    Ou perante o rompimento do contrato por uma das partes a outra parte nada poderá fazer ?

    É que se não puder romper o contrato nem divórcio litigioso pode requerer.

    Como se vê é disparate e do grosso.

    Se os dois querem um contrato de casamento perpétuo basta não se divorciarem.

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  31. Ludwig,

    Então o “ateísmo militante” é isso?! Sempre desconfiei que o teu lema fosse esse mas, ao bom jeito filosófico, nunca recusei o benefício da dúvida àqueles que, reclamando trabalhar na senda da ciência, se propõem acabar com todas as dúvidas. Alguns ateus militantes fazem-me lembrar alguns cantores de intervenção e poetas dos pobrezinhos, que tinham pena de quem tinha pena deles.
    Se o ateísmo militante fosse criticar as religiões e o que os homens têm feito de mal, por causa da religião ou de outras coisas, não seria ateísmo só por aí e, se fosse militante, deveria essa característica a algum propósito assumido.
    O que me parece é que o ateísmo é um “panfletismo” para quem filosofia, música, amor, história, oração, fé, esperança, caridade, bem, história, universo, um pássaro a voar, a vida, não passam de reacções físico-químicas, sem qualquer valor intrínseco, meros acidentes, que valem o que cada um neles quiser e puder encontrar. Até aqui, eu não veria nada de mais, no sentido em que cada um deve pensar o que bem entender. Mas os ateus não se ficam por aqui, por uma conceção materialista de tudo. Eles atacam (não se limitam a criticar) quem tem uma visão e conceção diferente e não o fazem com fundamento em nada que derive da conceção ateísta, pelo contrário, sem explicarem porquê, invocam valores e normas e imperativos, justamente os valores defendidos por aqueles que eles atacam.
    Algumas críticas do Ludwig, por exemplo, à religião católica fazem parte do rol de críticas que qualquer católico faz aos actos e condutas das pessoas, sejam ou não católicas. Onde o Ludwig descamba, sem desculpa, é na ligeireza, para não dizer, desfaçatez e malvadez, com que atribui à Fé em Jesus Cristo, esses pecados (que o são à luz desta fé e nunca a qualquer luz do ateísmo, que a não tem).

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  32. O ”VERDADEIRO” MILAGRE NATURALISTA

    Os naturalistas evolucionistas dizem que não acreditam em milagres, muito menos em milagres de um Deus eterno, racional infinito, omnisciente e omnipotente, tal como a Bíblia os apresenta.

    Eles querem "salvar" a ciência de um Deus assim concebido, sem perceberem que se a ciência funciona é exactamente porque o Universo tem uma estrutura racional e matemática que só a criação por um Deus racional, omnisciente e omnipotente pode justificar.


    Apesar de não acreditarem nos milagres de Deus, eles têm que acreditar no "grande milagre naturalista":

    o Universo, com os seus triliões de galáxias, estrelas, quasares, blasares, pulsares, sistemas solares, planetas, genomas, quantidades inabarcáveis de informação genética e epigenética, células, seres vivos perfeitos e funcionais, ecossistemas, etc., surgiu do nada, por acaso, sem qualquer causa!!!

    Falando sobre o Big Bang, o físico ateísta Paul Davies, no seu livro The Edge of Infinity, diz isso mesmo:

    “[The big bang] represents the instantaneous suspension of physical laws, the sudden abrupt flash of lawlessness that allowed something to come out of nothing. It represents a true miracle…”

    Para quem diz que não acredita em milagres, até que não está nada mau!!

    Isto é mais científico do que dizer “no princípio Deus criou os céus e a Terra”? (Génesis 1:1)

    Tudo dito, parece que chegados a este ponto do debate, estamos confrontados com duas alternativas:

    1) O nada criou o Universo, a vida e o ser humano e todos os códigos e informação codificada de que estes dependem.

    2) Um Deus eterno, omnisciente e omnipotente criou o Universo, a vida e o homem e todos os códigos e informação codificada de que estes dependem.

    Em qual destas proposições é mais fácil acreditar?

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  33. PELOS CRITÉRIOS DO LUDWIG, A TEORIA DA EVOLUÇÃO É UM MITO E FÁBULA.

    A afirmação da existência de Deus é corroborada inteiramente com base na ciência, tal como o Ludwig a define: “experimenta-se e está validado”.

    A lei da conservação da energia mostra-nos que o Universo não se pode criar a ele próprio, porque a matéria e a energia não se criam a si mesmas, mantendo-se sempre constantes.


    Isso tem sido experimentado e validado.

    A lei da entropia mostra-nos que a ordem e a energia transformável em trabalho existentes no Universo vão diminuindo progressivamente.

    Isso tem sido experimentado e validado.

    Ora, se existe ainda ordem e energia reutilizável isso significa que o Universo teve um princípio.

    Ora, se o Universo não se pode criar a ele próprio e se teve um princípio, isso quer dizer que teve que ser criado por uma entidade sobrenatural e eterna: Deus.

    Também tem sido experimentado e validado que não existe qualquer processo físico ou lei natural que crie informação codificada, na medida em que um código e informação codificada não são processos físicos, mas o resultado de actividade inteligente.

    Ora, se a vida depende, essencialmente de informação codificada em qualidade, quantidade, complexidade e transcende toda a capacidade científica e tecnológica humana, a única conclusão racional é a de que foi criada de forma (super)inteligente.


    Os judeus sabiam que os deuses dos mitos gregos nada tinham que ver com a realidade histórica, diferentemente do que sucedia com o Deus de Abraão, Isaque e Jacó, que fez promessas históricas capazes de confirmação e validação.

    Não é por acaso que o Deus de Abraão, Isaque e Jacó é hoje adorado na Grécia e não os deuses da mitologia grega.


    Os apóstolos de Jesus sabiam bem a diferença entre mitos e realidade.

    Eles diziam claramente que os milagres e a ressurreição de Jesus Cristo não eram mitos ou fábulas, mas factos históricos de que eles tinham sido testemunhas oculares.

    Foi por isso que estiveram dispostos a morrer violentamente na defesa desses factos.

    A ciência moderna deflagrou com base na crença de que um Deus racional criou o Universo de forma racional e os seres humanos com capacidade racional para o compreender.

    O drama do Ludwig é que, por mais experiencias e observações que façamos, nunca veremos o nada a criar qualquer coisa nem a vida a surgir da não vida por acidente, porque não existe nenhum processo físico que crie códigos e informação codificada.

    Também nunca veremos uma espécie menos complexa a transformar-se noutra espécie diferente e mais complexa.

    Tudo isso tem que ser imaginado.

    Nada disso pode ser experimentado e validado.

    Para além de não existir nenhuma experiência científica que diga que todo o conhecimento tem que ser experimental, pelos critérios do Ludwig, a teoria da evolução cósmica, química e biológica não é ciência: é apenas mito e fábula.

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  34. Ó Perspectiva !

    E a pila da lesma ? Como se explica?

    E aqueles pormenores da forma como a ética perpétua e não relativista lidam com a escravidão e os direitos e deveres dos pais e filhos?

    Numa perspectiva relativista sabemos como é.

    Resta-nos é saber como é que a lei eterna e imutável lida com estes problemas.

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    1. "E a pila da lesma ? Como se explica?"

      Tudo não passou de uma psicanalítica e freudiana "inveja do pénis" demonstrada pelo Ludwig...

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  35. COMO O LUDWIG É IRRACIONAL NAS SUAS CRÍTICAS A DEUS: DEU EM FAZER TEOLOGIA BARATA

    O Ludwig, apesar de não acreditar em Deus, emprega muito tempo a fazer teologia.

    Mas como quer fazer teologia pela sua própria cabeça, desconsiderando a revelação de Deus, incorre nas mais variadas contradições.

    Ele arroga-se os atributos da omnisciência e da perfeição moral para discorrer acerca do modo como Deus deveria ter criado o homem (sem autonomia moral, no entender do Ludwig) e do modo como Deus deveria agir diante do mal (erradicar o mal imediatamente, erradicando o homem no processo).

    Não acredita em Deus, mas pretende dar-lhe lições de moral!

    Estas críticas são tanto mais surpreendentes quanto é certo que o Ludwig fala frequentemente das mutações (e das doenças e sofrimento que elas provocam) e da selecção natural (e do sofrimento e da morte que ela provoca) como se fossem motores mágicos do progresso, do aperfeiçoamento físico e moral.

    Para ele, pelo menos nalguns dias do mês, as mutações, a selecção natural, as doenças e a morte até são positivas, porque nos produziram por acaso.

    Noutros dias do mês, ele fala das doenças, do sofrimento e da morte como se fossem um mal, culpando Deus por isso.

    Em que ficamos?

    O problema do Ludwig é que se somos o produto de um processo de milhões de anos de mutações, selecção natural, dor, doenças, sofrimento e morte, o Ludwig não tem sequer um padrão de bem e de mal, porque a evolução é aleatória, irracional e amoral.

    Com que base, por isso, é que o Ludwig pode dizer que o sofrimento e a morte são um mal se tudo na natureza é assim e se nós, supostamente, devemos a existência a esse processo?

    Só uma visão do bíblica do mundo, em que existe um Criador verdadeiro, bom, justo e pacífico, que nos criou à Sua imagem com liberdade e responsabilidade moral, permite fundamentar padrões morais objectivos e ver nas doenças, na dor, no sofrimento e na morte consequências objectivas da violação desses padrões.

    É isso que a Bíblia ensina.

    Existe um padrão de moralidade objectivo, o ser humano violou esse padrão, o ser humano suporta consequências objectivas.

    Na visão bíblica do mundo é que faz todo o sentido falar de liberdade, responsabilidade, crime e castigo, perdão e salvação.

    Essa ética não se deduz de um processo de evolução de milhões de anos de predação, dor, sofrimento, morte e extinções maciças, descrito como os evolucionistas como cego, aleatório, irracional e amoral.

    Sabemos que a posição do Ludwig é irracional e está errada porque mesmo quanto pretende criticar Deus, o Ludwig tem que julgar a dor, o sofrimento e a morte, não com base na teoria da evolução, mas partir de um padrão moral que só a visão bíblica do mundo pode fundamentar.

    Além disso, para quem acha que Deus não deveria assistir impassível às falhas morais do ser humano, o Ludwig mostra-se visivelmente incomodado quando, com base na Palavra de Deus, lhe são apontadas as suas falhas científicas e racionais.

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  36. Este comentário foi removido pelo autor.

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  37. No artigo do Pe. Gonçalo Portocarrera de Almada: "Compete ao Estado garantir que a todos sejam dadas todas as condições necessárias para que as suas opções sejam verdadeiramente livres, mas não lhe cabe impedir aquelas escolhas que, mesmo não devendo ser exigidas a todos, podem legitimamente ser queridas por alguns."

    Não cabe impedir... e não impede. Para impedir é necessário que algum casal tenha querido permanecer num casamento perene e a lei os tenha impedido de o fazer. Ou que um tal casal pudesse vir a existir nessa circunstância.

    Exemplos de coisas que a lei impede:
    - casamento entre pessoas e animais
    - casamento entre mais do que duas pessoas
    - casamento entre pessoas e objectos

    Parece-me desonesto afirmar que a lei actual impede duas pessoas de se casarem para sempre: todos conhecemos muita gente que se casou para sempre e assim viveram a sua vida até ao fim sem a lei os impedir ou sequer pretender fazê-lo.

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  38. A PENA DE MORTE PARA OS FILHOS INCORRIGÍVEIS (DEUTERONÓMIO 21, 18-21)

    O Ludwig, que acredita que todos somos o resultado de milhões de anos de crueldade predatória e sobrevivência do mais apto e que a moral é subjectiva, parece achar condenável a pena de morte para filhos incorrigíveis e rebeldes, imposta no Velho Testamento.

    Devemos lembrar que Deus queria dotar Israel de uma moralidade sólida, que garantisse a sua identidade e sobrevivência moral durante os milénios subsequentes.

    Na Bíblia Deus diz que os filhos devem honrar os pais e as mães.

    Isso significa não apenas que se devem abster de os tratar mal, mas ainda devem, além disso, trata-los com respeito, honra e amor.

    Na antiguidade, em que não existia Estado social, isso significava também o dever de cuidar deles.

    Quando estes deveres eram violados, os pais podiam morrer à fome, abandonados e negligenciados.

    Deus não queria isso.

    Pretendia-se que os filhos nunca usassem de violência para com os seus pais nem se tornassem uma ameaça e um mal para a comunidade.

    Se o fizessem, deveriam ser corrigidos, por meios menos radicais, esperando-se que acatassem as medidas correctivas que lhe fossem administradas.

    Só nos casos extremos, de absoluta indiferença e reincidência no mal, é que seriam punidos com a morte, sendo que Israel, acabado de sair do Egipto, não dispunha sequer de prisões e guardas prisionais.

    Infelizmente, temos hoje muitos exemplos de jovens que deixaram de obedeceram aos seus pais não quiseram saber dos seus bons conselhos.

    Uns procuram explorar e roubar os seus pais, não hesitando em usar de violência contra eles. A violência contra idosos não para de aumentar entre nós.

    Outros tornam-se criminosos, ladrões, violadores, abusadores, traficantes de armas, drogas, mulheres, crianças, órgãos humanos, etc.

    Outros ainda entraram mesmo para a política ou para o sector financeiro e não hesitaram em semear a corrupção, a maldade e a desgraça em larga escala, lançando inclusivamente toda a comunidade em situações de profunda calamidade, necessidade e miséria.

    Era isso que Deus não queria para Israel.

    É claro que os jovens em causa, se não quisessem ter o destino extremo que lhes estava reservado no caso de se mostrarem recalcitrantes e incorrigíveis, tinham uma boa solução, simples e eficaz: respeitar os pais, trata-los bem, acatar a sua disciplina e respeitar toda a comunidade, promovendo o bem comum.

    Se eles fizessem isso, o que é até muito fácil, nunca teriam problemas.

    No antigo Israel, em que a lei era amplamente conhecida de todos, o jovem incorrigível só enfrentaria a pena de morte se quisesse, na medida em que lhe eram dadas amplas oportunidades para se corrigir.

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  39. João Vasco,

    «Aqui parece-me que a questão não é tão simples.»

    Geralmente não é :)

    «Por exemplo: tu arrendas uma casa a alguém, assinas um contrato por 20 anos. Ao fim de 5 mudaste de ideias e querer tirá-la de lá - o estado intervém impedindo-te de o fazer, numa protecção da liberdade contratual.»

    Parece-me que, regra geral, essas restrições surgem para equilibrar o poder de negociação para garantir um desfecho mais justo. Isso sim é um dos papeis do Estado. Por exemplo, o empregador tem de dar indemnização se dissolve o contracto de trabalho, mas o trabalhador precisa apenas de avisar com um mês de antecedência. O locatário pode ir-se embora a qualquer momento perdendo apenas o mês de caução, mas o senhorio não pode dissolver o contracto sem acordo múto.

    Estas restrições não servem para aumentar a liberdade de opções contractuais. Isso seria contraditório e, além disso, são restrições obrigatórias e não opcionais. O que servem é para dar à parte menos favorecida (o trabalhador, ou inquilino, etc) um pouco mais de poder negocial que lhe permita fechar um contracto que, sem estas restrições, lhe seria muito desfavorável.

    Não é nada disso que acontece num casamento. Esse é um contracto entre duas parte iguais em poder de negociação.

    Além disso, o casamento afecta muitas coisas que o Estado não pode regular. Por exemplo, o Estado não pode permitir contractos de trabalho vitalícios nos quais o trabalhador fica proibido de se demitir. Isto daria ao Estado um poder inaceitável sobre a vida da pessoa, mesmo que tivesse, originalmente, assinado o contracto voluntariamente. O mesmo se passa no casamento. Tal como o contracto civil de casamento não pode incluir clausulas sobre práticas sexuais, sobre a religião ou intenção de voto dos nubentes, etc.

    Ou seja: a norma é que um contracto civil pode ser dissolvido pelo menos por uma das partes e pelo acordo de todas as partes envolvidas. Quando à restrições às partes que podem dissolver o contracto, estas justificam-se sempre pelo reequilíbrio de diferenças graves no poder de negociação que, de outra forma, levariam a contractos injustos.

    Neste contexto um casamento indissolúvel seria uma aberração contractual. Penso eu de que :)

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  40. Apesar de o ideal de Deus para o ser humano seja uma relação permanente entre um homem e uma mulher, esse ideal supõe uma relação de amor e respeito mútuo.

    A Lei de Moisés, em virtude da dureza dos corações humanos e da sua natureza pecaminosa e corrompida, permitia o divórcio...

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  41. Carlos Soares,

    Eu não atribuo os pecados à fé, mas sim à religião. As fés são valores que certas pessoas têm que lhes fazem prezar certas crenças. Isso, por si só, não é bom nem mau. As religiões são organizações que se aproveitam da fé para obter poder convencendo as pessoas de certas coisas para as quais não há qualquer evidência, ou há até evidência em contrário. As religiões são um exemplo saliente do mal que se pode fazer com a fé (a superstição, a ignorância deliberada e a aldrabice em geral são outros).

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    1. A fé no Deus verdadeiro é vantajosa, do ponto de vista científico.

      Podemos ter a verdade revelada sobre a origem, o sentido e o destino do Universo e da vida.

      Podemos ter um critério de verdade para o conhecimento científico.

      A criação, a queda, a corrupção, a catástrofe global, a divisão de povos e línguas de Babel são tudo pontos muito importantes para a compreensão da evidência observável.

      Isso permite-nos, entre outras coisas, perceber porque é que existem múltiplos códigos paralelos no DNA com informação codificada.

      Permite-nos saber que não se pode confundir cubos de gelo com DNA.

      Permite-nos saber porque é que existem triliões de fósseis e camadas transcontinentais de sedimentos com ampla evidência de catastrofismo.

      Permite-nos saber porque as montanhas se elevaram,porque é que existem diferentes povos e línguas, etc.


      O criacionista quer descobrir a verdade.

      É por isso que confia no relato do único que pode ter a verdade, toda a verdade e nada mais do que a verdade.

      Só Deus estava lá para criar e datar o Universo. Nenhum cientista estava lá.

      Se confiarmos nos cientistas nesta matéria que eles não podem observar e repetir nunca teremos a verdade.

      Apenas teremos as suas teorias falíveis baseadas nas suas pressuposições indemonstráveis e nas suas observações incompletas.

      Não é necessariamente a melhor receita para chegar à verdade.

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  42. António e Icarus,

    O problema da prova da inexistência de Deus está no termo "prova", que tem pelo menos três significados diferentes, o que causa muita confusão na conversa. Fica na calha um post sobre o assunto.

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    1. Ludwig,

      No meu caso, se tratava de uma pergunta retórica.

      De qualquer forma, vai ser bom ler um texto seu sobre isso. Só acho que vc anda prometendo textos demais :-)

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    2. FACTOS, LÓGICA E REFUTAÇÃO DO DARWINISMO

      A desgraça do darwinismo é que é refutado por duas simples observações e uma única conclusão lógica:

      1) em todos os casos conhecidos, a informação codificada tem sempre uma origem inteligente.

      2) o DNA tem informação codificada numa dimensão inabarcável, não se conhecendo uma explicação naturalista para a sua origem.

      3) A única conclusão racional, empírica e cientificamente sustentável é a da origem (super)inteligente do DNA.


      Isso tem implicações demolidoras para a teoria do Big Bang e para a evolução naturalista.

      Não fica pedra sobre pedra.

      Assim se compreende porque é que o registo fóssil não apresenta evidência de evolução gradual e porque é que as mutações, a selecção natural e a especiação tendem a reduzir e a degradar o genoma.

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    3. O problema da "prova" é que os criacionistas e os evolucionistas têm exactamente as mesmas evidências.

      A ciência é a mesma para criacionistas e evolucionistas.

      Os fósseis, o DNA ou as rochas são os mesmos.

      Os conhecimentos científicos são os mesmos, as revistas científicas são as mesmas.

      Não existe nada que os evolucionistas saibam sobre ciência que os criacionistas não saibam.

      Não existe nenhuma observação científica que o criacionismo bíblico negue.

      Tudo está na grelha interpretativa que se usa para interpretar a evidência.

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  43. Ludwig

    Por mim, não vale a pena fazeres o post. Percebi muito bem a tua ideia: através da meteorologia prova-se a não existência de Deus. A ideia é bastante clara :-)

    Goza o Verão e passa umas excelentes férias.

    Abraço

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  44. con parentes destes nã tens baptizado decente dos putos...
    goza o inferno na terra prás bandas de Lagos...
    Estrangulaço.

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    1. (via translate.google.com)



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      YB



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      chromeframe



      1 (<1%)

      o que eles querem nem eles sabem

      krippahl ache que quer atensão de 220 volts

      está na fase fecal...

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  45. Infelizmente os estudos científicos estão repletos de exemplos em que mutações genéticas, longe de criarem estruturas inovadoras, destroem as estruturas existentes, causando cancro e morte

    É corrupção, em vez de evolução...

    P.S. Os estudos também mostram que moscas da fruta "evoluem" para... moscas da fruta e seres humanos "evoluem" para... seres humanos.

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  46. Respostas
    1. estás preocupado com as tuas práticas é?
      eras seminarista ou foste aquele que apareceu no correio da manhã que era sacristão?
      fecham a internet às 11 e 54?

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  47. Um artigo científico interessante mostra que para modelar o micróbio mais "simples" são necessários 128 computadores!

    O que mostra que não há vida simples. Mesmo a vida mais "simples" é extremamente complicada.

    Por isso fracassam todas as tentativas naturalistas de explicar a origem da vida sem uma (super-)inteligência...

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  48. Um artigo científico veio apontar a relação entre mutações genéticas, nanismo e microcefalia, o que não ajuda a causa daqueles que acreditam na evolução de partículas para pessoas...

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    Respostas
    1. um artigo científico prova que voçês são microcefálicos?
      Bolas Deus Existe mesmo

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  49. Este comentário foi removido pelo autor.

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  50. Vale a pena ler o estudo sobre os 128 computadores, a trabalhar 10 horas seguidas, necessários para modelar, ainda que parcialmente, as interacções moleculares do micróbio mais "simples" que se conhece...

    O Ludwig, operando em modo de "macaco tagarela", diz que o DNA não codifica nada.

    No entanto, todos os dias temos notícias do prazer que os cientistas sentem quando conseguem decifrar um pouco mais dos códigos e da informação codificada presentes no genoma...

    Ambas as notícias corroboram inteiramente o design (super)inteligente da vida....

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  51. Um estudo sobre a a estrutura matemática da dinâmica de funcionamennto dos microRNA's... também ele consistente com o seu design (super)inteligente...

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  52. Respostas
    1. se é da criação não devia estar tudo morto primeiro?
      Bolas deus é mesmo analfa né?
      e depois diz que escreve
      nem desenhos de jeito faz....
      é só perspectivas muy mal desenhadas

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