domingo, dezembro 11, 2011

Treta da semana: o “Coelho da Merkel”.

Num blog do Expresso, o Tiago Mesquita escreveu que «A subserviência do nosso Primeiro-ministro e da tropa instalada neste miserável governo à chanceler alemã e sua agenda privada só não se torna mais escandalosa porque é, em certa medida, um traço distintivo da nossa nacionalidade, uma característica tipicamente portuguesa»(1). Tenho visto várias vezes esta ideia de que o nosso governo está a instituir políticas de austeridade com grande empenho por mera subserviência ou parolice. É evidente que as medidas recessivas são um disparate, tal como a conversa de que temos de ficar com menos salários e pensões, ou trabalhar mais horas, porque andámos a viver à grande e a esbanjar dinheiro. Não foram os trabalhadores e os pensionistas que afundaram a economia, não é cortando nos rendimentos que o PIB vai crescer e se todos os países desatam a poupar ninguém vai conseguir pagar o que deve. Mas é um erro perigoso julgar que nos estamos a afundar por os políticos serem parvos. É precisamente o contrário.

Os próximos anos vão ser desnecessariamente difíceis para a grande maioria. Os salários vão baixar, o desemprego vai aumentar e muitos negócios vão falir porque haverá menos procura por esses bens ou serviços. Mas para aquela pequena minoria que vive de ter muito dinheiro e apostar as dívidas dos outros, vão ser anos de grandes oportunidades. A privatização de empresas públicas, o spread crescente das dívidas soberanas, os empréstimos para recapitalização dos bancos, a deflação causada pela austeridade, entre outros, trarão muito lucro a quem tenha capital e contactos para beneficiar disto. Como o Passos Coelho. Nestes últimos anos foi director, administrador, presidente ou vice-presidente de várias empresas. Catorze em sete anos, se não me enganei a contar (2). Ser administrador de uma empresa durante sete anos sugere alguma competência administrativa. Mas de catorze, só sugere bons contactos.

É isto que se passa pela Europa. Na Itália trocaram o governo eleito – mau, mas eleito – por empregados dos banqueiros. Na Grécia quase houve um referendo, mas logo se deixaram de democracias. A Irlanda endividou-se até às orelhas para pagar as apostas falhadas dos bancos. E, por cá, somos “administrados” como se vê. Cortes, austeridade, emagrecimento e aumento da competitividade para, supostamente, se atingir o objectivo impossível de todos aumentarem as exportações sem ninguém importar. Economicamente, é óbvio que é a solução errada para o problema errado (3). Mas isto nem é economia, nem democracia, e muito menos parvoíce. É uma burla tão grande, tão arrojada e tão óbvia, que muita gente até prefere acreditar que os políticos são parvos só para não ver o barrete que enfiam.

1- Tiago Mesquita, Obama tem um cão de água português. Merkel tem um Coelho
2- Tretas.org (sem afiliação a este blog) Pedro Passos Coelho
3- Por exemplo, Krugman, Killing the Euro; O'Rourke, A Summit to the Death) mas ; Haldane & Madouros, What is the contribution of the financial sector?; Sachs, Jeffrey Sachs: 'That's not a free market, that's a game'.

15 comentários:

  1. Oh grande Krippahl agora a sério

    Os continentais que paguem a crise é próprio de Albertos e Camarões insulares
    A economia eurropeia é uma rede

    Mas para aquela pequena minoria que vive de ter muito dinheiro e apostar as dívidas dos outros, vão ser anos de grandes oportunidades.
    Olhe que não olhe que não
    O joe Berardo tinha 300 e tal milhões de contos
    agora em Eurros fora as dívidas incobráveis deve ter um quinto do que tinha

    Vá dizer ao pessoal que comprou 200 milhões em obrigações
    portuguesas com 3 e 7% de desconto há um ano e picos e há dois que vão ganhar muito dinheiro em 2020 ou 2021 queles acreditam

    e então em dívida grega com o clima a derretê-la a cada minuto

    olhe cas junk bonds e os bit con's devem render mais
    isso e as escrituras do palácio de Belém e da torre Eiffel e de terrenos na Lua


    É evidente que as medidas recessivas são uma grande merda e imprimir dinheiro até ter que comprar pão com um saco de notas era melhore
    infelizmente melhor só para os que tiverem emprego que ganham 30 milhões ao dia e gastam 10 milhões num almoço e inda sobra pró jantar


    tal como a conversa de que temos de ficar com menos salários (era só o que faltava deviamos era aumentá-los 35% como fizemos nestes 10 anos
    (250 contos em 99 e 2200 euros em 2009
    1250 euros- 2200= -950 foi o que se ficou a perderr com o eurro
    e a inflação baixinha em 92 estava a 9% e os juros a 6%
    era melhorr certamente e os salários subiam 5 ou 7?

    e pensões, ou trabalhar mais horas, porque andámos a viver à grande e a esbanjar dinheiro....olha que carros abaixo de 2007 aqui há poucos
    (o pessoal reformado da CGD é dos poucos que tem de 2006
    dantes ganhavam mais cas professoras e os oficiais

    ahora o pessoal da CGD anda nas reformas de 1700 e 1900 brutes
    uma injustiça quando um prof do 9ºescalão anda nos 2300 e um oficial ma nã cavalheiro nus 2500 a 3000 (aqui num há generais)

    Não foram os trabalhadores e os pensionistas que afundaram a economia, (ajudaram é em pensões e subsídios e salários do funcionalismo que vão 70% dos gastos de estado) não é cortando nos rendimentos (ao invés de salários lapso froidianus-KrippahliaNus)que o PIB vai crescer
    (ai isso não vai de certeza....se diminuir só 30 ou 40% se chegarmos ao escudo vai ser uma sorte

    em 1995? eram 90 mil milhões de dólares de PIB


    e se todos os países desatam a poupar ninguém vai conseguir pagar o que deve....e a comprar dívida nacional ainda ficam mais pobres né?


    Mas é um erro perigoso julgar que nos estamos a afundar por os políticos serem parvos...é por gostarem de jogar com os medos dos outros
    a ver se eles cedem e se o eurro lhes custa menos

    chama-se esperteza saloia (em Alemão Krippahlica Schadenquê?)

    Os próximos anos vão ser desnecessariamente difíceis para a grande maioria e prá minoria nacional-capitalista idem...prá próxima vez que nos virmos é capaz da transferência de capital ser inversa

    Os salários vão baixar, (o meu já tá em Zero mai baixo caisso é capaz de ser dificile) o desemprego vai aumentar e muitos negócios vão falir porque haverá menos procura por esses bens ou serviços....
    ou adaptam-se como os irish's emigram
    o café fica mais baratucho e com um bolo para estimular o consumo

    o spar's nacional faz descontos de 50% e 75% em vales etcetera

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  2. Cortes, austeridade, emagrecimento e aumento da competitividade para, supostamente, se atingir o objectivo impossível de todos aumentarem as exportações sem ninguém importar.


    ora se meter dinheiro na economia durante 10 anos tamém nã aumentou a con petite y vida de

    se calhar desvalorizar como os etíopes e os gajos do zimbabuébué dava mais con petite y vida de

    Economicamente não há grandes soluções

    Só se o Abu Dabi nos der crédito como fez ao Dubai

    O Koweit também deu crédito ao Irak e o Irak Iphod o KuVait

    exportar para fora da Eurropa com a recessão caí bem tamém num dá

    se o euurro se vai a eurropa e a união afunda

    se fica há ajustamentos à alemã

    Em 1999 um herr professor in investigación

    70,000 dólaresin 99 Belgium em 2010 82,000
    68,000 Denmark 84,in 2010
    65,000 em 99 France 88,em 2010
    72,500 dólares em 99 Germany 78,000 in 2010
    ainda não

    1999 25000 libras irlandesas a 225$ 30 mil dólares e picos Ireland 71,000 dólares em 2010 (duplicou

    Portugal 300 contosx 14 in 1999 para 3000 e tal eurrosx14 em 2010 segundo krippahl (dá 200% né)


    100 000 000 de liras 10,5 mil contos Italy 75,000 dólares a 200$ por dólar dá 15,000 contos logo tamém nã ganharam assis tanto
    isto de fazer as contas a 12 meses e a 14 dá cuimbrash

    Spain 66,800 a 77,800 agora 2011
    e umas 350 mil pesetas a 450 mil em 1995

    Switzerland 97,600 dólares hoy e 900 contos a 150$ o franco Suiço
    6000 francos suiços x12 meses 72,000FSUIçes em 2002 para é dividir 97,600 por francos
    1999 30 a 40 mil libras em 99 uns 45 a 60 mil dólares United Kingdom 99,800 em 2010

    é só fazer as contas

    injectar dinheiro durante 10 anos deu nisto

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  3. de notar que em 11 anos a Alemanha foi dos que aumentou menos

    la folie allemande....n'est pas?

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  4. que é um grande barrete em eurros ou bit con's issu é certo

    Arranja umas soluções melhores cagente elege-te imperador da res pubica centro africana

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  5. os 300 mil da con's trução civil vão todos para a maçonaria pa resolver o problema do desemprego

    ou vão con's truir outra ilha da Madeira e mais 10 aeroportos em Alcaçovas e no fluviário de Mora ou no centro de estudos islãmicos de Mértola ou na nova Junta de São joão de Ovar a 2 milhões em betonice

    é que os 30% de gastos do estado que sobram (dos 70% em salários pensões e subsídios medicamentosos e outros) deviam ser para coisas melhorzitas que estimular o emprego dos sociólogos no desemprego

    dos institutos no prego e outros que tais

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  6. Quero acreditar que não é uma burla. Que é apenas uma forma mal informada e errada de fazer política e propor soluções, sem olhar a factos ou outras evidências disponíveis. Porque se passo a acreditar que é uma burla, que o fazem de forma consciente, então passa a haver justificação para acções muito mais desesperadas.

    Mas por vezes também acho que é óbvio que quem nos governa trata apenas da vidinha dos amigos. Ainda asssim, prefiro acreditar que são casos isolados e que a grande maioria acredita que o que querem implementar é, de facto, o melhor caminho, mesmo não sendo factualmente.

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  7. Nisto tudo a cena que mais acho piada ainda é a parte em que a promessa é que temos de sofrer um período de austeridade para mais tarde ter prosperidade.

    No entanto, não está em nenhum plano como promover essa prosperidade. Como raio é que medidas como a de aumentar as taxas moderadoras é suposto tornar o Serviço Nacional de Saúde mais acessível? Como é que tornar mais fácil despedir é suposto gerar emprego (e que condições é que se garante aos empregados)? Isto de trabalharmos mais horas vai beneficiar-nos como, exactamente?

    Não há respostas para estas perguntas. A austeridade vem e não há plano nenhum para a retirar. Ao ceder a este tipo de medidas estamos a hipotecar o nosso futuro, estamos a caminhar na direcção errada na promessa de depois retomar o caminho certo, mas sem nos mostrarem no mapa onde retomaremos esse caminho.

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  8. No entanto, não está em nenhum plano como promover essa prosperidade. Como raio é que medidas como a de aumentar as taxas moderadoras

    é suposto tornar o Serviço Nacional de Saúde menos acessível

    menos compras de medicamentos comparticipadus Omeprazol Antibióticos
    (que de pouco servem para os rinoviridae que andam por aí) menos diuréticos para perder peso, menos 200 ou 300 mil embalagens de ansiolíticos

    menos caixas de Cardiol e Fluvastatina em genérico) para velhotas que o tomam há 10 ou 15 anos e têm o colesterol abaixo de 160 e até bem abaixo
    (causando problemas na contrução membranar celular)etc

    eu também respondia às restantes mas são tão estúpidas que dispenso

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  9. Por falar em stupidity: Uma maior integração fiscal e económica devia ser o que cimentaria uma união europeia.
    Quanto às medidas para o conseguir (integração económica demoram anos e certamente deixá-las nas mãos de políticos que exterminaram a frota pesqueira europeia e a agricultura de alguns estados é pouco asisado)

    Também é pouco sóbrio alimentar quimeras de uma europa desindustrializada (de indústria pesada e num só a favor do ambiente)e próspera.

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  10. 72,500 dólares em 99 Germany 78,000 in 2010

    1999 30 a 40 mil libras em 99 uns 45 a 60 mil dólares United Kingdom 99,800 em 2010

    expandir o budget do civil service e pensionistas de luxo
    e criar um estado de serviços que não servem ao estado nem às populações que o terão de pagar

    isso é que é estúpido

    e dos restantes 30% do orçamento há um serviço de transportes limitado a algumas regiões que é cronicamente deficitário
    uma RTP que pesa metade dos cortes deste subsídio

    e um estado-Madeira que emprega 33% da população activa (directa e indirectamente) e subsidia a restante
    pois sermos uma grande sociedade de serviços como a Madeira ou as ilhas britânicas era o ideal...

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  12. Deixando de lado a economia ou a validade das medidas, parte do problema é que recentemente, com dinheiro para gastar aconteceu o mesmo: quem mais ganhou foi quem tinha dinheiro e sobretudo contactos. E com isto não digo apenas o anterior governo, mas pelo menos desde que tenho idade para me lembrar, os dias loureiros, duartes limas, fernandes gomes, avelinos, valentins, varas, ruis pedros soares, etc  e estes são os que têm o desplante de aparecer na tv. Ao "povo" terá custado menos porque havia umas migalhas que se podia atirar para tapar o sol com a peneira, mas agora, nem isso. E se calhar os passes foram subsidiados a mais, as scuts não deviam existir, muita gente tem baixas a mais, ou usa o subsidio de desemprego fraudulentamente. Ficaram ricos? Não, mas isso não significa que no fim das contas não estejamos a viver acima das nossas possibilidades. 

    Claro que tenho pena do tipo que apenas "abusava" porque tinha portagens de borla e agora não tem dinheiro sequer para a gasolina e não tenho pena do engravatado que assinou o contrato da auto-estrada em que recebe dinheiro, mesmo que, deliberadamente ou não, não tenha sabido prever o número de veículos que lá iriam passar. 

    Mas mal ou bem, é uma democracia e temos culpa porque elegemos quem elegemos e não exigimos mais. 

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  13. Xovan,

    «Quero acreditar que não é uma burla. Que é apenas uma forma mal informada e errada de fazer política e propor soluções, sem olhar a factos ou outras evidências disponíveis.»

    Eu também prefiro começar por essa premissa. Mas, eventualmente, a asneirada é tanta e tão tendenciosa que se torna bastante mais plausível a hipótese de ser propositado.

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  14. Ludwid,
    se chegarmos à conclusão que é propositado, e admito que o que temos assistido nos últimos anos deixa qualquer crente na boa vontade de quem nos governa bastante céptico, então o que se segue? É que não estou a ver a justiça a funcionar. É que já deixei de ter fé em qualquer organização política há muito. Talvez mesmo até nas que ainda estão para vir, tal não é a desconfiança. E as alternativas que se nos colocam, os chamados tecnocratas, não são melhores. São um completo by-pass à democracia e promovem agendas muito concretas e longe de não serem políticas, ao contrário do que asseguram os seus proponentes.

    Portanto, o que temos de perguntar é, o que se segue? Como damos a volta? Há alguma hipótese de passarmos por isto sem haver tragédias maiores, como as que acontecem pela Grécia?

    Se for como dizes, então, infelizmente, vale mais começar já a preparar o que aí vem. E não vai ser bonito.

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  15. Lud wide? tá a alargar?
    os chamados tecnocratas, não são melhores. São um completo by-pass à democracia...ora além de bypass tar passado tamém ninguém bota para a democracia
    nos últimos 37 anos bota-se na oligarquia que se quer

    dantes nã habia escolha na oligarquia

    putanto ó demo crata se há democracia puqué queu nem posso escolher os deputados ou quem quero como autarca?

    olha cum tecnocrata dava aqui um jeitão na câmara dos lordes
    (desde que nã fosse um krippahl (que krippahl nos guarde desse desastre te candidata nã ...senão sais Sidónio...mim começa a treinar logo logo

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