sábado, outubro 30, 2010

Explicação criacionista.

O Mats escreveu há dias sobre a migração dos pássaros e o truque de voarem em V para se cansarem menos. Muitos pássaros migram em bandos nesta formação porque cada um aproveita a corrente de ar ascendente criada pelo pássaro à sua frente. Segundo o Mats «Não há explicação naturalista para a migração. Como é que um ateu, desesperado por uma explicação naturalista, pode justificar a necessidade de se voar em V? Esta estratégia tinha que ser bem conhecida ANTES de se embarcar numa viagem de 4000km. Como é que a ave aprendeu princípios de geometria e aerodinâmica?»(1)

A explicação naturalista para a migração é bastante óbvia. Basta ver que as populações migratórias migram para sobreviver, para escapar à falta de alimento, predadores ou temperaturas extremas. A selecção natural encarregou-se de eliminar os pássaros que optassem por morrer de fome ou frio em vez de voar para outro lado. E se é preciso voar em V, então aqueles que teimassem voar noutra letra deixariam menos descendentes. De resto, não é difícil descobrir esta formação porque, mesmo sem licenciatura em aerodinâmica ou teologia aplicada, os pássaros sentem que lhes custa menos voar quando se põem atrás da ponta da asa do pássaro à sua frente. Por isso, «Não há explicação naturalista» é apenas a forma caracteristicamente modesta do Mats exprimir a sua ignorância.

E esta alegação sugere haver outro tipo de explicação. Curioso para saber que explicação seria essa, pedi ao Mats que elucidasse o mecanismo pelo qual terão surgido estas características e perguntei se os pássaros do seu exemplo já migravam 4000km no paraíso. Mas o Mats ignorou esta pergunta e disse não saber quais são os mecanismos. A sua explicação também não adiantou nada: «Por design inteligente sobrenatural.»(2)

O problema disto é que diz o mesmo que se fosse “por vontade do Elvis” ou “pelo poder de Grayskull”. Sendo impossíveis de testar, não se inferindo delas nada acerca do que se observa, não se justifica escolher uma em detrimento das outras. E a única coisa que o Mats diz saber é que o pássaro migra 4000km porque foi desenhado para isso por um ser inteligente, justificando-se com esta analogia:

«Não sei quais foram os “mecanismos” que Deus usou, nem sei quais os “mecanismos” que os programadores do WordPress usaram para criar este serviço. No entanto, embora eu não saiba os mecanismos, isso não me impossibilita de verificar que tanto os pássaros como o WordPress tem causas inteligentes.»

No entanto, o Mats sabe usar um teclado, a menos que escreva os textos pelo poder da oração. E basta ler os ficheiros php do WordPress para ver exactamente o que os programadores escreveram. Mesmo que não seja programador, o Mats conhece algo do mecanismo pelo qual o WordPress foi criado. Além disso, o Mats percebe o propósito das características do WordPress. Por exemplo, percebe que o botão “Publish” foi criado com o propósito de publicar o texto. É por isso que o Mats consegue verificar a hipótese da criação inteligente do WordPress. Porque a assume nessa hipótese algo acerca de como foi criado e para que fim.

São estes aspectos da hipótese que servem para distinguir entre o que tem origem natural e o que surge por artifício. Sei que o desenho de um floco de neve tem origem inteligente mas que o floco de neve surge por processos naturais porque tenho uma ideia de como se pode fazer um desenho, e do seu propósito, e uma noção de como a água congela sem qualquer propósito. Se vejo um xamã a dançar e pedir chuva percebo a intenção mas, sem indícios de um mecanismo pelo qual a dança faça chover, mesmo que eventualmente chova não vou concluir que foi por causa dele. E se bem que tenha ideia de como se pode esculpir uma pedra para parecer um seixo, quando encontro seixos à beira do rio presumo que resultem da erosão pela água porque não vejo que haja um propósito para criar esses seixos deliberadamente.

Com a desculpa do sobrenatural, a hipótese do Mats não esclarece o mecanismo da alegada criação inteligente. Além disso, a criação inteligente implica um propósito, e o Mats também não explica porque é que o seu deus obrigou o pássaro a migrar 4000km duas vezes por ano. Em contraste, a selecção natural esclarece a evolução desse comportamento por um mecanismo que dispensa inteligência ou propósito. E é uma hipótese que podemos testar, constatando que os pássaros migram naquelas circunstâncias em que a migração é necessária à sua sobrevivência.

O Criacionismo é um argumento por ignorância. Não fazem ideia de como surgiram os seres vivos. Não fazem ideia do propósito das varejeiras, dos bolores ou de obrigar os pássaros a migrar. Nem querem saber. Vangloriam-se da ignorância como se fosse uma virtude. E daqui inferem que tudo foi criado pelo menino Jesus. Fingem que inferem, porque, obviamente, da ignorância nada disto se conclui. É apenas para disfarçar os preconceitos a que chamam fé. Porque, por esta mesma falta de razões, também deviam concluir que a malária, o cancro e a gripe foram criadas por um deus inteligente. Afinal, são igualmente ignorantes acerca dos mecanismos e do propósito de tal criação.

1- Darwinismo, Migração: mais um problema sério para o naturalismo
2- Comentário no mesmo post.

27 comentários:

  1. Os pássaros já treinavam a migração no paraíso, porque até eles perceberam logo de início que guardar a maçã proibida à vista de todos ia dar merda mais tarde ou mais cedo.

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  2. populações migratórias migram para se reproduzirem em locais propícios à postura de ovos

    tortugas, passaritos (andarilhas árcticas que não parecem andorinhas)
    e para quando a criação por um deus pouco inteligente
    e com defeitos de construção?

    se Vulcano era coxo Deus poderia ser débil mental

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  3. Kripp, falhaste a lição de ontem. Não é maçã, é "fruto". Sinceramente, é por estas e por outras que Portugal não sai do marasmo...

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  4. Não me levem a mal, mas achei este raciocínio um pouco estranho:

    (...)
    "Embora a viagem de 88 horas necessite de um consumo de 82.2 gramas, o seu “reservatório" [de gordura extra] só tem até 70 gramas. Isto é, menos 12 gramas do que é necessário para a viagem. Por outras palavras, as aves ficariam “sem gasolina” cerca de 800 quilômetros antes de chegar ao Hawai. Consequentemente, mergulhariam para a sua morte, exaustas e esfomeadas."
    (...)

    Até onde me lembro das aulas de biologia, quando as reservas de gordura de um animal acabam devido à escassez de alimentos, seu organismo passa a consumir as proteínas presentes em seu corpo. Seria como um carro capaz de, numa emergência, usar parte de seus componentes como combustível.

    Na prática, os pássaros que chegam ao seu destino o fazem esqueléticos, exaustos e completamente esfomeados, tornando-se presas fáceis para predadores. Aos que não conseguem - que não são poucos - paciência, pois "mergulhar para a sua morte, exausto e esfomeado" faz parte de um plano muito maior e incompreensível.

    :p

    Nota: A referência 2 aponta para o mesmo link que a referência 1.

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  5. "e o Mats também não explica porque é que o seu deus obrigou o pássaro a migrar 4000km duas vezes por ano."

    Explica o Jónatas, certamente assim: é o castigo desses pássaros por a Eva ter provado de um fruto expressamente proíbido pode Deus (e assim tendo perpetuado o maior pecado de sempre: desobediência a Deus, pecado este que condenou o resto da criação às trevas e ao sofrimento para toda a eternidade).

    E está explicado: a mulher teve o periodo, o homem tem a maçã de Adão, e o passaroco (que nada teve a ver com a história) é obrigado a passear 4000 km duas vezes por ano. Não é óbvio?

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  6. *proíbido por Deus

    Bolas, saiu com um erro. Peço perdão.

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  7. Demente,

    «Nota: A referência 2 aponta para o mesmo link que a referência 1.»

    Yup... é o mesmo post.

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  8. @Ludwig Krippahl

    Ahm... ok. Achei o comentário usando ctrl+f e escrevendo "ludwig". E "euri", de novo.

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  9. perspectiva disse...
    RESPOSTA AO BARBA RIJA

    Eu apenas me limito a tratar o Ludwig pelo nome que ele (não eu) deu
    a ele próprio, e que resulta da sua visão do mundo.

    Isso é falta de educação? Não.

    Bom, na nossa sociedade , o jogo dos interesses e das necessidades está limitado a certas normas, se um indivíduo se autodenomina imbecil, a que valor se dá importância?

    Aos do indivíduo ou aos nossos próprios valores?
    Ou às normas aceites pela sociedade?

    Um blogue pode funcionar com birras, insultos, estultícies várias, o João Vasco lembra-me alguns dos meus ex-subordinados e muitos os meus ex-alunos, assim como vários de vocês,
    consequentemente intimamente sinto um certo desprezo pelo vosso egotismo, não há nada a fazer, pois são produto desta sociedade em quem mais grita tal como em muitos grupos de símios mais importante é.

    Assim o macho de dorso dourado do blogue, é aquele que melhor estrutura o seu discurso em que nega a visão do outro.

    Logo dizer isto:

    "É respeito pelo Ludwig e pela sua visão do mundo, ainda que discorde dela."

    é transposição no sentido de reescrever um significado

    e isto aplica-se a câmaras municipais e a todos vós

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  10. enganei-me no sítio, era no outro post
    não que interesse obviamente

    A questão essencial é se a sociedade entender, que os seus membros devem conhecer ambas as vossas visões ou priveligiar uma
    como acontece actualmente

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  11. O Ludwig,

    Bem legal o seu blog. Acabei conhecendo pelo blog do Mats.

    Viu? Até a visita em blog criacionista tem o seu lado positivo hehehe

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  12. consequentemente intimamente sinto um certo desprezo pelo vosso egotismo, não há nada a fazer, pois são produto desta sociedade em quem mais grita tal como em muitos grupos de símios mais importante é.

    ... no qual o teu texto se encaixa perfeitamente....

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  13. quer dizer, agradeço o teu misantropismo, mas compreendes que ele se auto-refuta... não deve ser levado a sério...

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  14. O meu texto é inconsequente, seu Barba

    o meu temor por este país reside neste deixa andar

    neste egotismo, cujo maior expoente é representado por indivíduos como este:

    Jairo Entrecosto disse...
    Boa noite.

    Peço desculpa por esta indelicadeza de comentar fora do assunto do seu artigo, mas gostaria de chamar a atenção para o problema do neo-ateísmo em Portugal.
    Como podem confirmar no link abaixo, o nível do ataque aos religiosos já está a ir por caminhos muito escuros:

    http://neoateismoportugues.blogspot.com/2010/10/o-humor-do-portal-ateu.html

    se não percebe isso seu barba
    a minha existência é inconsequente
    a da sociedade
    e da falta de objectivos e de capacidade para educar esta sociedade
    são para mim preocupantes

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  15. não sou misantropo, sou realista
    chateei-me ontem com um bando de adolescentes

    como me chateei com chefias e subordinados no passado
    quando podia ter perfeitamente deixar andar

    porque acredito no que faço

    que quer tenho fé

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  16. e dei um erro no previlegiar

    logo auto-refutações lógicas ou erros de forma

    ou fazer-me ouvir (ler) é coisa que não me interessa

    escrevo supersticiosamente para me distrair das realidades

    nestas irrealidades (descobri em Abril que isso me acalma)
    penso nos vossos problemas pequeninos
    não penso noutros gritos muito maiores que os vossos

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  17. ardoric,

    cá por mim prefiro a explicação mais pacífica veículada aqui por crentes da espécie católica de que se trata da expressão de «Amor» de «Deus» misturado com o «Dom de SI Mesmo», ou assim :-)

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  18. Em contraste, a selecção natural esclarece a evolução desse comportamento por um mecanismo que dispensa inteligência ou propósito. E é uma hipótese que podemos testar, constatando que os pássaros migram naquelas circunstâncias em que a migração é necessária à sua sobrevivência.


    Mas isto É inteligência e propósito... built-in, chame-se-lhe instinto, evolução ou o que se quiser, e seja qual for a explicação que melhor convier!

    Deveras, seria tão mais simples retirar ideias preconcebidas sobre estes assuntos e ver exclusivamente aquilo que a realidade nos mostra:

    Inteligência natural = Sobrevivência final! :)

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  19. AS “EXPLICAÇÕES” EVOLUCIONISTAS:

    A explicação naturalista para a migração é claramente insuficiente. Ela começa por não explicar a origem da vida e da informação codificada de que ela depende. Muito menos explica a transformação de uma espécie noutra mais complexa. Também não explica a origem das aves ou da capacidade de voar.

    Ela limita-se a contar histórias da carochinha. Por exemplo, falar em eliminação de pássaros por selecção natural não explica a sua origem, mas apenas o modo como morrem, perdendo a informação genética de que dependem. Nenhum criacionista nega a selecção natural. No entanto, a mesma não explica a origem das espécies. Só explica a morte.

    A origem inteligente da vida é muito fácil de testar cientificamente. Sabemos que os códigos e a informação codificada têm sempre origem inteligente, não se conhecendo nenhuma excepção a esta regra.

    Sabemos que a vida depende de um código, constituído por sequências de bases de nucleótidos e aminoácidos, e de informação codificada nessas sequências, em quantidade, qualidade, complexidade e densidade que transcendem toda a capacidade científica humana. Sabemos que não existe nenhuma explicação naturalista para a origem desse código.

    Daí que possamos concluir, sem margem para dúvidas, que a vida só pode ter sido criada por alguém com uma inteligência que transcende toda a capacidade tecnológica humana.

    O evolucionismo é um argumento por ignorância. Não fazem ideia de como surgiram os seres vivos. Não fazem ideia do propósito das varejeiras, dos bolores ou de obrigar os pássaros a migrar.

    Dizem que nada tem um propósito e que tudo é produto do acaso. Nem sabem nem querem saber. Vangloriam-se da ignorância como se fosse uma virtude. Apenas dizem que a vida surgiu por acaso, sem que exista qualquer evidência nesse sentido.

    Apenas dizem que as mutações e a selecção natural criam novas espécies, quando uma e outra só causam, na melhor das hipóteses, adaptação de espécies existentes, quando não doenças e morte.

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  20. LUDWIG KRIPPAHL E O EFEITO BOOMERANG DOS SEUS ARGUMENTOS EVOLUCIONISTAS:

    LK: Sabes, estou convencido que os micróbios se transformaram em microbiologistas ao longo de milhões de anos.

    IC: A sério? Grandes afirmações exigem grandes evidências!! Quais são as tuas?

    LK: É simples! O meu “método científico”, o meu “naturalismo metodológico” e o meu “empírico” são infalíveis. Se os criacionistas soubessem bioquímica, biologia molecular, genética, etc., poderiam observar que:


    1) moscas dão… moscas

    2) morcegos dão… morcegos

    3) gaivotas dão… gaivotas

    4) bactérias dão… bactérias

    5) escaravelhos dão… escaravelhos

    6) tentilhões dão… tentilhões

    7) celecantos dão… celecantos (mesmo durante supostos milhões de anos!)

    8) guppies dão… guppies

    9) lagartos dão… lagartos

    10) pelicanos dão pelicanos

    IC: Mas...espera lá! Não é isso que a Bíblia ensina, em Génesis 1, quando afirma, dez vezes, que os seres vivos se reproduzem de acordo com o seu género?

    LK: Sim, mas os órgãos perdem funções, total ou parcialmente e existem parasitas no corpo humano…

    IC: Mas…espera lá! A perda total ou parcial de funções não é o que Génesis 3 ensina, quando afirma que a natureza foi amaldiçoada e está corrompida por causa do pecado humano? Também os parasitas mostram a corrupção. É isso, e só isso, que se vê!

    Afinal, os teus exemplos de “método científico”, “naturalismo metodológico” e “empírico” corroboram o que a Bíblia ensina!!

    Não consegues dar um único exemplo que demonstre realmente a verdade aquilo em que acreditas?

    LK: …a chuva cria informação codificada…

    IC: Ops! Cuidado com a tua cabeça! Os teus argumentos contra os criacionistas têm um efeito boomerang e acertam-te em cheio nela, começando a afectar-te os neurónios e as sinapses seriamente…

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  21. O LUDWIG, O DEVER DE RACIONALIDADE E O CHUMBO A PENSAMENTO CRÍTICO


    A certa altura, nos seus posts, o Ludwig referiu-se a um dever de racionalidade a que, alegadamente, todos devemos estar subordinados.


    O problema do Ludwig é que, por causa da sua visão ateísta e naturalista do mundo, não consegue justificar racionalmente a existência desse dever de racionalidade.

    Em primeiro lugar, se o nosso cérebro é o resultado acidental de coincidências físicas e químicas torna-se difícil ter certezas sobre a nossa própria racionalidade.

    Não é por acaso que o Ludwig se autodescreveu como “macaco tagarela” quando é certo que o próprio Charles Darwin punha em causa a fiabilidade das convicções que os seres humanos teriam se fossem descendentes dos macacos.

    Em segundo lugar, se Universo, a vida e o homem são fruto de processos cegos, aleatórios e irracionais, não se vê como é que de uma sucessão naturalista de acasos cósmicos pode surgir qualquer dever, e muito menos um dever de racionalidade.

    Já David Hume notava o que há de falacioso em deduzir valores e deveres (que são entidades imateriais) a partir de processos físicos.

    O Ludwig é o primeiro a dizer que não existem deveres objectivos e que toda a moralidade é o resultado, em última análise, de preferências subjectivas arbitrárias.

    Na verdade, se a visão ateísta do mundo estiver correcta, quando afirma que o Universo, a vida e o homem forem o resultado de processos irracionais, a ideia de que existe um dever de racionalidade é, em si mesma, totalmente arbitrária, porque destituída de qualquer fundamento racional.

    Ou seja, o Ludwig mostra a sua irracionalidade porque sempre que afirma o dever de racionalidade o faz sem qualquer fundamento racional.

    Ele viola o dever de racionalidade sempre que afirma a sua existência!

    O dever de racionalidade existe apenas se for verdade que o Universo e a vida foram criados de forma racional por um Deus racional que nos criou à sua imagem e semelhança e nos dotou de racionalidade.

    Apesar da corrupção moral e racional do ser humano, por causa do pecado, continuamos vinculados por deveres morais e racionais porque eles reflectem a natureza do Criador.

    Daí o dever de racionalidade.

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  22. FÉ NUM DEUS RACIONAL E A FÉ NO ATEÍSMO IRRACIONAL

    A fé em Deus não é uma fé cega e irracional. Pelo contrário, ela baseia-se em factos observáveis e constitui o fundamento necessário para a própria existência da racionalidade.


    Se não acreditamos em Deus, acreditamos que o Universo, a vida e o homem são irracionais, porque produto de processos cegos, aleatórios e sem sentido e propósito.

    E isso significa que os nossos próprios cérebros e pensamentos são o resultado desses processos, o que negaria a respectiva racionalidade. É claro que essa crença criaria grandes problemas científicos e epistemológicos, para além de não ter qualquer base empírica.

    Nunca ninguém viu a matéria e a energia a surgirem do nada, a vida a surgir da não vida ou uma espécie a transformar-se noutra diferente e mais complexa.

    Diferentemente, se acreditamos que, como a Bíblia ensina, o Universo, a vida e o homem foram criados por um Deus racional, através de processos racionais e com uma estrutura racional, e que o ser humano foi criado à imagem e semelhança de um Deus racional, então temos boas razões para crer na racionalidade do Universo e da vida e da nossa própria capacidade para os compreendermos.


    Mas será que temos boas razões para crer no Deus da Bíblia?

    Claro que temos! A estrutura matemática e racional do Universo, notada por muitos cientistas, corrobora inteiramente a Bíblia.

    O mesmo sucede com a extrema sintonia do Universo para a vida, também notada por muitos cientistas. O mesmo sucede com a existência de leis naturais, testificando ordem e regularidade no Universo.

    O mesmo sucede com as quantidade e qualidade inabarcáveis de informação codificada nos genomas.

    Ora, tanto quanto a experiência nos mostra, não existe informação codificada sem uma origem inteligente.


    A isto acresce todo o testemunho histórico da Bíblia acerca da criação, da queda, da corrupção, do dilúvio, da dispersão, de Israel e da vida, morte e ressurreição Jesus Cristo, juntamente dos vestígios arqueológicos que testemunham da sua veracidade ao mínimo detalhe.

    Desde os triliões de fósseis, os tecidos moles de dinossauro ou as camadas intercontinentais de sedimentos, que corroboram o dilúvio global, até aos achados arqueológicos do Egipto e de Israel.

    Tudo isso corrobora a nossa fé na Bíblia.

    O Ludwig quer que abandonemos a nossa fé racional para a aderirmos à sua fé irracional.

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  23. SELECÇÃO NATURAL NÃO É EVOLUÇÃO!!!


    O Ludwig, volta e meia, sugere que os criacionistas não acreditam na evolução porque ainda não perceberam a selecção natural.

    Quem o ouvir, pensa que existe na selecção natural uma qualquer sabedoria oculta que os criacionistas não consegue compreender.

    Mas quando o Ludwig procura explicar os mistérios da selecção natural ficamos a saber que gaivotas dão gaivotas e chitas comem gazelas!!

    No primeiro caso, trata-se de uma espécie a reproduzir-se replicando a informação genética que está pré-programada no património genético da espécie. Quando muito, assiste-se a alguma adaptação a diferentes meios ambientes, de acordo com a variação genética existente.

    No segundo caso, trata-se de iundivíduos de uma espécie a destruir a informação genética contida nos indivíduos de uma outra espécie.

    Em nenhum dos casos assistimos à criação de informação genética nova, codificadora de estruturas e funções inovadoras.

    Nem a reprodução dos seres vivos de acordo com a sua espécie nem os comportamentos predatórios desmentem o ensino bíblico acerca da criação especial e da corrupção de toda a natureza depois da queda do homem no pecado.

    A selecção natural não cria códigos! Ela apenas elimina informação genética pré-existente...

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  24. AVES MIGRATÓRIAS: MARAVILHAS DA CRIAÇÃO!

    O Ludwig veio afastar as considerações criacionistas sobre as aves migratórias, tentando explicar a sua existência através da selecção natural.

    Isto, note-se, apesar de esta não criar códigos nem informação codificada, capaz de criar estruturas inovadoras e mais complexas, mas apenas morte e consequente perda de informação genética pré-existente.

    A verdade é que as aves migratórias são autênticas maravilhas da criação.

    Desde logo, elas dependem, para a sua existência e reprodução, da existência de informação codificada que a comunidade científica humana não consegue compreender e replicar.

    Além disso, elas constituem evidência de design inteligente do Criador.

    Muitas das soluções de propulsão das aves migratórias nem sequer podem ser imitadas pelos cientistas.

    Outras têm inspirado os engenheiros, que muito aprendem com os designs do Criador.

    As asas destas aves são modelos de aerodinâmica, podendo aguentar grandes viagens em condições climatéricas por vezes adversas.

    Nalguns casos, as aves conseguem voar milhares de quilómetros por cima dos oceanos sem pararem para se alimentar.


    Para isso, elas têm que resolver a hora a hora problemas complexos de aproveitamento da energia, já que têm que ter o peso certo para voar e a quantidade certa de gordura para se alimentarem durante o voo.

    As mesmas podem voar depressa ou devagar, não necessitando de assegurar uma velocidade mínima para poderem voar, como sucede com os aviões. Também para isso ela necessitam de optimizar o uso da energia.

    As aves migratórias têm, desde há muito, um sistema de GPS que lhes permite fazer grandes viagens sem se perderem e depois regressar ao local de início da viagem.

    Nalguns casos, as mesmas voam para ilhas no meio do oceano, não havendo margem para qualquer erro. Algumas aves voam desde o Polo Norte até ao Polo Sul, e volta, todos os anos.

    As aves foram programadas com a informação necessária à optimização de energia. O facto de voarem em formação “V” permite-lhes poupar 23% da energia e chegar em segurança ao seu destino.

    A maravilha da criação está nisto:

    As aves migratórias sabem exactamente a energia de que necessitam antes de iniciar uma viagem de milhares de quilómetros.

    Elas sabem exactamente a quantidade de gordura que devem acumular.

    Elas sabem aproveitar a energia de que dispõem para percorrer a distância da sua viagem.

    Elas conhecem a sua rota migratória, mesmo quando viajam pela primeira vez para uma ilha no meio dos oceanos.

    Eles dispõem dos instrumentos de navegação necessários para chegar ao seu destino.

    Mesmo quando voam pela primeira vez eles voam em “V” para poupar energia.

    O conhecido ornitologista dinamarquês Finn Salomonsen, escreveu o seguinte acerca da capacidade de navegação das aves:

    “The ability of birds to find their way while flying is a mystery and a puzzle. Few other questions have over the years given rise to so many theories and speculations as this one.”

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  25. LUDWIG DIAPARATA SEM LIMITES E SEM SENTIDO:

    "É apenas para disfarçar os preconceitos a que chamam fé."

    Fé é acreditar que a vida e o código e a informação codificada de que ela depende surgiram de químicos inorgânicos por acaso. Nunca ninguém viu isso.

    "Porque, por esta mesma falta de razões, também deviam concluir que a malária, o cancro e a gripe foram criadas por um deus inteligente."

    A Bíblia explica. As doenças e a morte são manifestações de corrupção resultande do pecado.

    Não é por acaso que as doenças referidas são largamente o resultado de degradação genética, biológica e ambiental.


    "Afinal, são igualmente ignorantes acerca dos mecanismos e do propósito de tal criação."

    A criação era perfeita, mas encontra-se corrompida.

    É precisamente por isso que o Criador quer restaurar os nossos corpos e toda a sua criação.

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  26. É tão giro ver o Jónatas a falar consigo próprio... e gasta uma hora inteira só para ser completamente desprezado por toda a gente que nunca há de ler esse lençól... é triste de facto...

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  27. Jónatas (aka perspectiva),

    Eu por acaso li na diagonal os comentários, e aqui vou apontar alguns dos problemas dessa argumentação.

    A explicação naturalista para a migração é claramente insuficiente. Ela começa por não explicar a origem da vida e da informação codificada de que ela depende. Muito menos explica a transformação de uma espécie noutra mais complexa. Também não explica a origem das aves ou da capacidade de voar.

    Ora a explicação criacionista também começa por não explicar a origem de Deus, um ser incomensuravelmente mais poderoso e complexo que toda a matéria, energia, vida e informação no Universo (ou não o teria conseguido criar). Também não explica com que mecanismo ou processo tal ser criou o universo e os seres vivos. Nunca ninguém viu estrelas, planetas e seres vivos a aparecerem do nada como que por "artes mágicas".

    O dever de racionalidade existe apenas se for verdade que o Universo e a vida foram criados de forma racional por um Deus racional que nos criou à sua imagem e semelhança e nos dotou de racionalidade.

    Em primeiro lugar isto é uma falácia do apelo às consequências. Em segundo lugar é contraditório. Se a nossa racionalidade, e o dever de a usarmos, só pode ter sido concedida por um criador racional, então de onde vem a racionalidade desse criador? Apareceu espontaneamente? Então e a nossa não pode aparecer espontaneamente como consequência da complexidade dos nossos cérebros, porquê?

    Se seres racionais e morais só podem ser criadas por outros seres com capacidades iguais ou superiores, então Deus teve de ter um criador. E por aí fora.

    A estrutura matemática e racional do Universo, notada por muitos cientistas, corrobora inteiramente a Bíblia.

    O mesmo sucede com a extrema sintonia do Universo para a vida, também notada por muitos cientistas. O mesmo sucede com a existência de leis naturais, testificando ordem e regularidade no Universo.


    A Bíblia diz em algum lado q o universo pode ser descrito matematicamente? Não creio...

    Quanto à "extrema sintonia do Universo para a vida", como é q se pode dizer tal coisa de um universo no qual, tanto quanto sabemos, não existe vida em 99,9999999999...[por ai fora]% da sua extensão. Isto seria algo como criar o planeta terra inteiro só para que um ácaro pudesse viver algures num grãozinho de pó. E mesmo assim esta analogia ainda está fora da escala da coisa.

    Sim, o universo é racional e inteligível, mas não podia ser de outra forma. Se o universo não fosse baseado em regras invariáveis (ou muito pouco invariáveis) ao longo do tempo e do espaço, desabava tudo. Nenhuma estrutura poderia existir num universo onde, por exemplo, as partículas se atraíssem umas às outras agora e daqui a 5 minutos se repelissem. Tal como um edifício acabaria por desabar se as propriedades do cimento e do aço sofressem flutuações violentas e constantes.

    Era impossível existirmos num universo onde não existissem regras constantes passíveis de serem entendidas e aprendidas. Logo, este parece-me fraco argumento.

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