quarta-feira, julho 15, 2009

Miscelânea Criacionista: quem foi o primeiro?

Os criacionistas alegam ser preciso fé para aceitar que os seres vivos tenham surgido por processos naturais. O que é estranho. Todos os dias a natureza cria seres vivos a partir de outros parecidos. E por processos naturais. Como este poder da natureza torna supérfluo qualquer agente sobrenatural, os criacionistas preferem perguntar «De onde surgiu o primeiro ser vivo?»(1), assumindo implicitamente que houve um primeiro e que esse tinha algo de especial. Como resposta propõem que cada um dos primeiros foi criado, segundo a sua espécie, por milagres do filho do carpinteiro, pai de si próprio e nascido de uma virgem, que depois veio fingir que morria para nos perdoar o mal que os nossos antepassados fizeram quando nem sabiam distinguir o que era bem e o que era mal. Esta hipótese é demasiado rebuscada para resolver um problema que, no fundo, é meramente linguístico.

Os criacionistas tratam os “tipos” de organismos como categorias bem definidas e estanques, um erro que o Marcos Sabino demonstra quando aceita a evolução, tal como ela é, para logo a seguir dizer que não pode ser assim: «Se evolução for apenas “descendência com modificação” (que é o mesmo que dizer que os filhos serão diferentes dos pais) então há “evolução”. [...] Mas nós não queremos saber como os filhos são diferentes dos pais. [...] Se “evolução” for o processo que transforma um animal noutro tipo de animal diferente então isso [nunca] foi observado.»(1) A evolução é um processo gradual, como o envelhecimento ou a queda de cabelo. Os filhos herdam características dos pais mas não são sempre iguais aos pais, o que faz as populações mudar com o passar das gerações. E se bem que as mudanças sejam pequenas de geração para geração, acumuladas tornam as populações muito diferentes dos seus ancestrais longínquos.

No sentido usual, entre réptil e mamífero há uma fronteira difusa, tal como entre cabeludo e careca ou entre jovem e idoso. Não se define com precisão os limites destas categorias, ao contrário de outros casos como, por exemplo, os objectos com dois metros de comprimento. Podemos conceber um objecto ao qual falte uma milésima de um milímetro para ter dois metros mas é absurdo falar da pessoa a quem falta uma milésima de um cabelo para ser cabeluda. E é disparate argumentar contra a macro-perda de cabelo alegando que só se observa micro-perdas e ninguém passa de cabeludo a careca só por perder um cabelo.

É a confusão que os criacionistas fazem com os tipos de animal e até com a categoria de ser vivo. As fronteiras destas categorias ou não permitem distinções finas ou, quando permitem, são arbitrárias. É como definir cabeludo especificando o número mínimo de cabelos necessários à categoria. Pela necessidade de classificar fósseis, os paleontólogos fazem algo parecido, distinguindo os mamíferos e os répteis cynodontes por pequenas diferenças na articulação da mandíbula. Levada ao extremo, esta definição até poderia destacar o primeiro mamífero. Mas este iria diferir do seu pai réptil apenas naquele detalhe minúsculo que arbitrariamente se escolhesse para marcar a fronteira. O que importa notar é que estas fronteiras entre categorias, sejam precisas ou difusas, afectam apenas o uso dos termos. O processo em si não depende da definição das palavras. O cabelo vai caindo gradualmente até que o cabeludo fique careca e os filhos nascem ligeiramente diferentes dos pais de tal forma que uma população de répteis pode ter como descendentes, num futuro distante, uma população de mamíferos.

Penso que foi este o golpe de génio de Darwin. Que os filhos são diferentes dos pais já toda a gente sabia. E os agricultores, e criadores de animais, já tiravam partido disso para seleccionar as características mais desejadas. Mas Darwin percebeu que perguntar quem foi o primeiro é irrelevante. Seja o primeiro pombo, o primeiro mamífero ou o primeiro ser vivo, não vale a pena procurá-lo porque estas categorias são imprecisas ou arbitrárias. E não são estes tipos que importam à natureza, porque são apenas invenções linguísticas nossas. O verbo, ao contrário do que alguns defendem, não surgiu no início mas apenas ao fim de milhares de milhões de anos de evolução.

Como alguns criacionistas gostam de apontar, são as gaivotas que dão gaivotas e as moscas que dão moscas. Deus não faz nada aí. E apesar de ninguém se deitar jovem uma noite para acordar velho na manhã seguinte, as coisas mudam. Os filhos não são exactamente iguais aos pais e cada dia que passa deixa-nos um dia mais velhos. Entre esta manhã e a noite sessenta anos antes, ou entre os filhos de hoje e os seus antepassados de milhões de gerações atrás, a diferença pode ser enorme.

Até o início da vida se pode compreender com estes processos graduais, partindo de moléculas orgânicas simples que se acumulavam na superfície de minerais, que reagiam e produziam novas moléculas em sistemas cada vez mais complexos até se replicarem a si próprios e, eventualmente, produzirem algo claramente do lado de cá da fronteira indefinida que separa o que não é vivo e o que vive. Tudo isto de forma natural, sem precisar de deuses, milagres ou outros contos de fadas.

1- Comentário do Mats em O escaravelho bombardeiro e o pulgão suicida.
2- Marcos Sabino, Informando um evolucionista confuso e pouco esclarecido

17 comentários:

  1. A questão de ser ou não criacionista não tem a ver com ciência ou mesmo com religião.

    Trata-se de aproveitar um nicho de mercado. Só isso.

    A imensa maioria dos cristãos não são criacionistas.

    Só são criacionistas os Evangélicos e os Adventistas.

    Penso que eles primeiro deveriam dirimir a questão teológica:

    Como interpretar a bíblia ?

    O Génesis é uma narrativa ou não?

    Qualquer teólogo Católico, Anglicano, Protestante lhes diz que aquilo não é para ler assim...

    E o quer é mais fundamentam!

    E claro que basear uma teoria cientifica numa narrativa que consensualmente não é para ler como discrição de factos só pode dar asneira, não é ?

    Agora que a coisa vende livros e dá protagonismo isso é verdade.

    Mas eu penso que nem os próprios se levam a sério.

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  2. Porque é interessante tirarem conclusões que o facto A ou B corroboram a narrativa bíblica quando
    a imensa maioria dos teólogos diz que a bíblia embora não contendo erros não é a discrição de factos. A maioria dos teólogos afirmam que não houve criação naqueles termos que se trata de uma alegoria.

    É um trabalho tão interessante como pretender provar que TUDO o que se passa nos Maias é verdade porque a casa Havaneza é histórica, que o hotel Central em Sintra idem aspas e etc e etc.

    E daí inferir que os amores do carlos e da Maria Eduarda foram reais e exactamente porque o Chiado ou o Americano da ultima página existiam.

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  3. «“Genesis is not science”, said Mary Dawson, curator emeritus of vertebrate paleontology at the Carnegie Museum of Natural History in Pittsburgh.

    “Genesis is a tale that was handed down for generations by people who really knew nothing about science, who knew nothing about natural history, and certainly knew nothing about what fossils were.”»

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  4. Sabino,

    Sei que preparas uma resposta arrasadora e eu não ficava bem comigo se não te ajudasse de alguma forma!
    O texto do Ludwig está ferido pela falácia das três velhinhas no jardim. É que foi há 100 anos que August Haeckel propôs a estafada Teoria da Recapitulação (o paralilismo entre ontogénese e filogénese com que o Ludwig tenta iludir-te no final). Há semelhanças mas não há equivalência entre uma e outra, e tu saberás justificá-lo melhor do que ninguém. Queres desenvolver?

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  5. (pssst... Sabinito, desculpa lá o "paralilismo")

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  6. Esta gente lê numa revista de dentista um resumo da teoria da evolução, e depois acha que pode falar do que nem sequer percebe.

    Só uma nota para a acefalia do artigo

    “Estás a referir-te à experiência de Miller, já desacreditada há uns bons anos. Os mitos evolucionistas recusam-se a desaparecer.”
    A matéria básica À vida está espalhada por todo universo, nos ninhos de estrelas. Nem sequer necessitamos de explicar como pareceu cá, existe no frio do espaço, no vazio.

    E a pérola da ignorância total
    “Se um ser vivo estivesse a sofrer mutações há 500 milhões de anos, ele já não existiria. Já teria sido liquidado.”

    E foi, não é o mesmo , mutou. Socorro, preciso de ir ler algo inteligente.

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  7. Perspectiva, parece que o teu script de copy-paste parou. Põe lá isso a correr senão ainda te vês obrigado a escrever comentários relevantes.

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  8. Mário Miguel16/07/09, 17:35

    Krippmeister,

    Lá estás tu enganado novamente: não é copy-paste, mas sim copy-bosta.

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  9. RESPOSTA CRIACIONISTA AOS DISPARATES DO LUDWIG:


    1) Em nenhum dos casos em que a natureza cria seres vivos a partir de outros parecidos se cria vida a partir da não vida ou uma espécie menos complexa dá lugar a outra mais complexa. O que se observa é a especialização e redução de informação genética pré-existente.


    2) Os primeiros seres vivos foram criados na semana da Criação, reproduzindo-se de acordo com a sua espécie, tal como ainda hoje acontece.


    3) Existe mais evidência histórica de que Jesus Cristo nasceu de uma virgem, fez milagres, morreu e ressuscitou do que de que a vida surgiu da não vida ou de que uma espécie menos complexa dá origem a outra mais complexa.


    4) Os diferentes seres vivos reproduzem-se de acordo com o seu potencial genómico. Sempre foi assim e ainda hoje é assim.


    5) Nunca se observou uma espécie menos complexa a transformar-se noutra diferente e mais complexa. As mutações e a selecção natural degradam e diminuem a quantidade de informação pré-existente, pelo que nunca podem codificar estruturas e funções inovadoras e mais complexas. Tal nunca foi observado.


    6) Como não consegue demonstrar a evolução gradual no mundo real, na vida e no registo fóssil, o Ludwig tenta imaginá-la e apresenta as suas fantasias sobre hipotéticos e não observados milhões de anos de evolução como “prova” dessa evolução. Só engana os mais incautos e acríticos.


    7) As mudanças que observamos na natureza nunca criam vida a partir da não vida e nunca transformam espécies menos complexas noutras diferentes e mais complexas. Isso tem que ser imaginado. O Ludwig tem alguma imaginação, mas não passa disso.



    8) Milhares de gerações de bactérias observadas em laboratório mostram que as mesmas continuam bactérias, nunca se transformando em bacteriologistas. Isso tem que ser imaginado. O Ludwig tem alguma imaginação, mas não vai longe.


    9) A origem da vida permanece um mistério. As leis da física e da química não a explicam, na medida em que não explicam a origem da informação codificada de que ela depende. Ela tem que ser imaginada. O Ludwig tem alguma imaginação, mas infelizmente para ele, não passa da estaca zero.

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  10. EVIDÊNCIA DA CRIAÇÃO INSTANTÂNEA E INTELIGENTE DA VIDA

    1) Sempre que sequências não arbitrárias de símbolos (v.g. letras, números, zeros e uns, traços e pontos) são reconhecidas, como numa linguagem, como representando ideias ou instruções passíveis de serem lidas e executadas, por pessoas ou maquinismos, para a realização de operações específicas orientadas para resultados determinados, estamos perante informação codificada;

    2) Toda a informação codificada (v.g. em papiros, livros, computadores, robôs, ATM’s, telemóveis) não se confunde com o suporte físico.

    3) Sem um código (como os criados pelos Srs. Morse ou Braille), simples letras, zeros e uns, traços e pontos, etc., não têm informação. Do mesmo modo, os fosfatos e os açúcares que quimicamente compõem o DNA não têm, em si mesmos, informação.

    4) Toda a informação codificada (v.g. em papiros, livros, computadores, robôs, ATM’s, telemóveis) tem sempre origem inteligente, não se conhecendo quaisquer excepções a esta regra.

    5) A vida depende da informação codificada no DNA (em sequências de nucleótidos ATGC), que existe em quantidade, qualidade, complexidade e densidade (1.88 x 10^21 bits/cm3) que transcende toda a capacidade tecnológica humana, e que, depois de precisa e sincronizadamente transcrita, traduzida, lida, executada e copiada conduz à produção, sobrevivência, adaptação e reprodução de múltiplos seres vivos altamente complexos, integrados e funcionais;

    6) Acresce que a informação codificada no DNA requer a existência simultânea de maquinismos de descodificação (v.g. ribossoma), sendo que as instruções para construir ribossomas se encontram codificadas no DNA. Além disso, a descodificação requer energia a partir de ATP (adenosina trifosfato), construída por motores ATP-sintase, construídos a partir de instruções codificadas no DNA.

    7) Logo, a vida só pode ter tido uma origem inteligente e instantânea, não se conhecendo qualquer explicação naturalista para a sua origem;

    8) Assim sendo, o registo fóssil e a coluna geológica, com abundantes casos de deposição de sedimentos e sepultamento abruptos, não são evidência da origem casual e da evolução das espécies, mas sim da catástrofe global descrita no livro de Génesis (6-9), da qual abunda ampla evidência nos fósseis, nas rochas, nas montanhas, nos glaciares e nas diferentes concentrações de isótopos.

    9) Por sua vez, as mutações, a selecção natural e a especiação tendem a degradar e a reduzir os genomas, ao longo do tempo, e não a aumentar a sua quantidade e qualidade, corroborando assim a corrupção de toda a natureza criada, por causa do pecado humano, tal como mencionada em Génesis 3.

    10) Muitos dos grandes cientistas (v.g. Francis Crick, Paul Davies), quando confrontados com as quantidades enciclopédicas de informação codificada, extremamente complexa e integrada, constante no DNA, para a qual as leis da física e da química não constituem explicação suficiente, chegam a especular sobre se a mesma não terá tido origem extra-terrestre. Recentemente o próprio Richard Dawkins se mostrou receptivo a essa hipótese.

    11) Na verdade, a Bíblia revela a origem de toda essa informação codificada no genoma. A mesma foi criada por um Deus que se chama LOGOS (Razão/Palavra). Dificilmente poderia ser encontrada uma explicação mas lógica, racional e adequada.

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  11. “Existe mais evidência histórica de que Jesus Cristo nasceu de uma virgem”

    Texto extraído do Proto-Evangelho de Tiago

    Salomé confirmou a virgindade de Maria ...

    Ktreta !

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  12. A única desculpa de deus é que ele não existe.“

    Stendhal (Marie-Henri Beyle)

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  13. LEIS NATURAIS E MILAGRES DE JESUS

    A certa altura, uma tal Isabel Saraiva manifestou perplexidade porque não conseguia compreender como é que um Deus omnipotente e omnisciente, criador dos Céus e da Terra, conseguiu que a sombra do relógio solar do Rei Ezequias andasse 10 graus para trás, segundo uma narrativa bíblica.

    No entanto, devemos recordar que Jesus Cristo, que é Deus encarnado, transformou a água em vinho, curou os doentes, andou sobre as águas, alcalmou as tempestades, multiplicou os pães e os peixes e, finalmente, ressuscitou dos mortos.

    As pessoas que presenciaram esses actos assombrosos sabiam perfeitamente que eles violavam as leis naturais.

    Por essa razão, eles atribuíram-nos sempre a Deus, e não às leis naturais.

    Qualquer pessoa sabe que uma pessoas normal não consegue acalmar tempestades e ressuscitar dos mortos.

    É por isso que os Cristãos dizem que Jesus não é uma pessoa normal: é o Filho de Deus.

    Existe evidência histórica mais sólida de que Jesus fez milagres e ressuscitou dos mortos, do que de que a vida surgiu por acaso há 3,8 mil milhões de anos.

    Os milagres de Jesus foram vistos e registados por relatos independentes. A hipotética origem acidental da vida numa foi observada e registada, nem ninguém sabe como é que ela poderia ter acontecido.

    O mesmo Deus, que acalma as tempestades e anda sobre as águas, também pode ter usado uma nuvem para fazer com que a sombra no relógio solar andasse para trás.

    A questão é esta: quando falamos em actos sobrenaturais de Deus, falamos em eventos que só podem ser atribuídos às leis naturais.

    No entanto, quando falamos de leis naturais também falamos de uma realidade que só pode ser atribuída a Deus.

    De um Universo acidental e irracional não se espera qualquer regularidade.

    De um Universo criado por um Deus racional espera-se que funcione de acordo com leis compreensíveis matematicamente.

    Ou seja, Deus é responsável pelas leis naturais e pela sua derrogação.

    Para se provar cientificamente que os milagres são impossíveis é primeiro necessário demonstrar cientificamente a inexistência de um Deus omnisciente e omnipotente, coisa totalmente impossível.

    Dada a extrema sintonia do Universo para a vida e a dependência desta de informação codificada, essa operação é fútil.

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  14. DNA E INFORMAÇÃO SEMÂNTICA

    O significado biológico do DNA e do RNA encontra-se na sequência das bases de nucleótidos.

    Não existe nada nas bases, em si mesmas, que as fizesse adoptar uma organização de acordo com padrões pré-determinados que tivessem significado biológico, tal como não existe nada nas propriedades físicas das moléculas da tinta e do papel que as leve a formar palavras e frases com determinadas instruções.

    Tal como a informação contida nas sequências de letras de uma página impressa é estranha à química de uma página impressa, também as sequências de bases de uma molécula de DNA é estranha às forças químicas que operam na molécula de DNA.

    É precisamente a indeterminação física da sequência que produz a improbabilidade de cada uma das sequências e que, por esse motivo, torna possível que cada uma delas transporte um determinado significado, significado esse que tem um conteúdo informativo estatística, semântica e pragmaticamente determinado.

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  15. A DESGRAÇA DO DARWINISMO

    A desgraça do darwinismo é que é refutado por duas simples observações e uma única conclusão lógica:

    1) em todos os casos conhecidos, a informação codificada tem sempre uma origem inteligente.

    2) o DNA tem informação codificada numa dimensão inabarcável, não se conhecendo uma explicação naturalista para a sua origem.

    3) A única conclusão racional, empírica e cientificamente sustentável é a da origem (super) inteligente do DNA.


    Isso tem implicações demolidoras para a teoria do Big Bang e para a evolução naturalista. Não fica pedra sobre pedra.

    Assim se compreende porque é que o registo fóssil não apresenta evidência de evolução gradual e porque é que as mutações, a selecção natural e a especiação tendem a reduzir e a degradar o genoma.

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  16. O PROJECTO ENCODE: INFORMAÇAO E META-INFORMAÇÃO NO DNA

    Um aspecto que vale realmente a pena considerar prende-se com as descobertas propiciadas pelo projecto ENCODE, que desbancou definitivamente a ideia de “junk-DNA”, tantas vezes utilizada pelos evolucionistas como “evidência” da inexistência de um designer inteligente da vida.


    Diferentemente, pode concluir-se, tendo unicamente em consideração os dados observáveis, que o DNA contém não apenas informação codificadora de proteínas, mas também meta-informação, isto é, informação que regula o modo como a informação codificadora deve ser utilizada.


    Na verdade, o suposto “junk-DNA” é, afinal, informação necessária para tornar útil e funcional a informação codificadora de proteínas contida nos genes.


    É evidente que isto coloca sérios problemas para o neo-darwinismo, na medida em que ele requer uma sequência de eventos aleatórios para criar o conteúdo informativo do genoma e os eventos aleatórios são, por definição, independentes uns dos outros.


    Porém, a meta-informação, ou informação sobre a informação, é totalmente dependente, por definição, da informação genética que lhe corresponde.


    O inverso também é verdadeiro.

    Os genes são inúteis sem a correspondente meta-informação, na medida em que sem esta não é possível saber como utilizá-los.


    Isto é especialmente crítico nas fases de desenvolvimento, em que os genes têm que ser ligados e desligados de forma sequencial e altamente precisa.


    Existe, assim, uma ligação indissociável entre a informação dos genes e a meta-informação não codificante que nem as mutações aleatórias nem a selecção natural conseguem ultrapassar.


    Na verdade, podemos razoavelmente concluir que antes de ser codificada num suporte miniaturizado, o DNA, todas essas informação e meta-informação já tinham que existir perfeitas e completas na mente de Deus.


    Isto, tal como a informação contida numa enciclopédia tem que existir primeiro na mente dos seus autores.


    Nunca processos aleatórios ao longo de milhões de anos poderiam explicar a criação de informação e meta-informação no DNA totalmente interdependente e integrada.

    Tal nunca foi observado nem explicado.


    Tanto mais, que, para sobreviver, o DNA necessita de um complexo sistema de reparação que só existe se estiver previamente codificado em DNA.

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