domingo, junho 21, 2009

Treta da semana: Complementa o quê?

Quer lhe chamem tradicional, alternativa ou complementar, esta suposta medicina é sempre apresentada como procurando curas por meios diferentes daqueles que a ciência usa. Enquanto os cientistas se debruçam sobre tubos de ensaio em laboratórios estéreis, uma multidão de “terapeutas” alternativos recorre à intuição, à sabedoria popular, aos espíritos, às mezinhas e a muita imaginação para inventar terapias mágicas que tratam tudo de uma vez. Holísticas. Como a banha da cobra.

Não é que a tradição esteja sempre errada. Muita é baseada na experiência. A aspirina é derivada do ácido salicílico, presente na casca de salgueiro que já Hipócrates receitava para tratar a febre. Mas os remédios tradicionais curam por actuar como os medicamentos modernos. Só que não são tão bons. Uma dose controlada de ácido acetilsalicílico sem contaminantes é melhor que a lotaria farmacêutica da casca de salgueiro. O ácido salicílico, sem a transformação que faz dele aspirina, tem efeitos secundários mais desagradáveis. A dose na casca é desconhecida. E o fármaco vem misturado com tudo o que a árvore produz de tóxico para os seus parasitas, que também não é bom para nós.

Mas há um problema mais fundamental nesta ideia de complementaridade. Samuel Hahnemann notou que tratar malária com o extracto da casca de chinchona causava uma febre semelhante à da doença. Por isso propôs que similia similibus curentur, a cura se parece com a maleita. Inventou também que as doenças eram causadas por distúrbios na força vital (mas não chegou aos midi-chlorians) e que a diluição potenciava os efeitos benéficos dos medicamentos. Esta especulação filosófica é vista pelos defensores da homeopatia como diferente da ciência mas igualmente legítima. Complementar. E, como esta, muitas outras. Espetar agulhas, estalar as vértebras, cheirar flores, ver luzes de várias cores e assim por diante.

Mas todas estas hipóteses são científicas. Não têm nada de complementar. É verdade que os cientistas preferem formular hipóteses com base no conhecimento do sistema em estudo, mas apenas para aumentar a probabilidade de acertar em hipóteses úteis. Nada impede que uma hipótese científica se baseie na intuição, no efeito do extracto de chinchona ou num livro escrito por um chinês que vendia agulhas. Num exemplo famoso, Kekulé teve a ideia da estrutura do benzeno sonhando com uma cobra a morder a cauda. Desde que a hipótese diga alguma coisa em concreto pode-se usá-la para prosseguir a investigação. Não importa de onde vem.

Mas a hipótese é só o primeiro passo, e estas formas alegadamente complementares de tratar doenças não passam de hipóteses. São o ponto de partida do processo científico. Falta-lhes o resto. Prever observações, conceber experiências controladas, obter dados e confirmação independente, explicar anomalias, rever as hipóteses e repetir. E repetir. E repetir. Há sempre coisas para melhorar ou corrigir.

E quando se continua o processo, quando se testa estas hipóteses, conclui-se que a grande maioria não serve para nada. Ao fim de dez anos de investigação, e dois mil e quinhentos milhões de dólares desperdiçados, descobriu-se que cápsulas de gengibre ajudam a combater a náusea provocada pela quimioterapia. Do resto, não se safa nada (1). O que não é de admirar. Hipóteses formuladas ao acaso, sem compreender os mecanismos, são quase sempre inúteis. É por isso que na medicina a sério ou se parte de observações significativas ou só se inventa terapias com uma boa ideia do que passa.

Infelizmente, além dos recursos que se gasta com estes disparates “complementares”, inventar medicamentos ao acaso não é inofensivo. Por um lado, quando se tem uma doença grave é perigoso perder tempo com terapias inúteis, mesmo que inócuas. E, por outro, nem todas o são. O Zicam é um exemplo entre muitos. Um descongestionante nasal que, por ser homeopático, não foi sujeito a testes de eficácia ou segurança antes de ser comercializado. Ao contrário do que acontece com medicamentos a sério. Por isso 130 pessoas perderam irreversivelmente o sentido do olfacto (2).

Como em muitos casos, ajuda compreender os termos. “Alternativa”, “tradicional” e “complementar”, neste contexto, querem dizer “ou não foi testado ou não passou os testes”. Assim, quem quiser experimentar fá-lo consciente de ser cobaia. E a única coisa que isto complementa é o rendimento de quem aproveita o “complementar” para dar consultas e vender os remédios que receita. Coisa que os médicos a sério não podem fazer.

1- MSNBC, $2.5 billion spent, no alternative cures found, via Bad Astronomy. Obrigado ao Nuvens de Fumo pela referência.
2- Associated Press, AP IMPACT: Zicam not alone in side effect reports. Obrigado pelo email com a referência.

76 comentários:

  1. É certo que complementa a factura.

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  2. Pois é. As medicinas alternativas não são nem medicinas nem alternativas.

    O que me preocupa mais é que não ha clareza e divulgação suficientes e as cobais voluntariam-se sem saber realmente a que.

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  3. No entanto o efeito placebo é real. O Ben Goldacre fala disto e fundamenta-o bem no livro e blog Bad Science. É de facto impressionante este efeito, que vai ao ponto da cor do comprimido que se toma influenciar, em consonância com a patologia que é suposto tratar.
    A verdade é que num mundo em que há uma predisposição tão grande para as pessoas encararem estas tretas New Age, das energias e das abordagens holísticas, este é um mercado como qualquer outro. As medidas mais urgentes são assim, não tanto combater este midset, cada vez mais generalizado, mas sim obrigar a que esse mercado seja regulado, quer nos produtos quer nos “artistas” que a ele se dedicam, para que as pessoas tenham mais informação. Sem isto, temo que qualquer tipo de sensibilização seja pouco eficaz.

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  4. João:

    "No entanto o efeito placebo é real"

    O efeito placebo é limitado. Não é anti bacteriano, anti viral, anti-neoplasico, etc, etc.

    So por si, representa uma terapeutica pre-cientifica, baseada na fé de cada um, e que não dava uma esperança media de vida maior que 40 ou 50.

    A medicina baseada na evidencia, procura para cada caso ter mais efeito que o placebo, e é de facto esse o ponto de referencia que utiliza.

    Porque o placebo não é dificil de conseguir, o que é dificil é o resto.

    Quando estamos a tomar um antibiotico podemos contar igualmente com o efeito placebo, a não ser que acreditemos que aquilo é tanga.

    Adicionalmente ha estudos que mostram que o efeito placebo pode estar a ser sobre-identificado ao não se ter em conta variações normais do curso das doenças, por exemplo.

    E aqui poê-se outra questão, o diagnóstico é uma parte importante da medicina. Quem acha que a doença acontece por causa de duendes como por discernir que precisa de cuidados medicos?

    E quando não ha base real para uma pratica, como é que se regula a má pratica? (antes de chegar ao casos de policia).

    E se o placebo funciona porque as pessoas acreditam, porque não tentar explicar-lhes que devem procurar mais que o efeito placebo? Uma pessoa que acredite na medicina cientifica pode sentir-se melhor logo no fim da consulta. Ainda antes de tomar comprimidinhos, que muitas vezes até são receitados para satisfazer os doentes (comparar taxa de prescrição em portugal com o norte da europa).

    Não, regular a pratica do placebo como sendo real não é aceitavel, em nome da verdade, da consistencia das leis, do rigor cientifico e acima de tudo da SAUDE.

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  5. João:

    Ainda por cima, o efeito placebo é sobretudo notorios nos casos em que as melhoras são relatadas pelo próprio paciente. É ele que relata o que vai ficar no relatorio.

    Isso foi uma das razões porque so quando se conseguiu simular a acuntpuntura se mostrou que ela não fazia nada. E a sham é melhor que a verdadeira (hahahahaha), a tal milenar.

    Porque é que estas praticas mostram sempre a luz ao fundo do tunel em questões de analgesia moderada?

    problemas de percepção vs realidade em 90% dos casos?

    Talvez, através de condicionamento.

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  6. João:

    Mas para terminar. Por mim eles podem manter as casas e as "escolas superiores" abertas e até chamarem-se doutores.

    Desde que tenham como titulo em vez de medicinas alternativas que é mentira o titulo de "Terapias baseadas no placebo". E que isso tenha de vir na porta do consultorio, nos catões de visita publicidade etx.

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  7. Ludwig:

    O post é bom. Mas a homeopatia não tem midi-chlorias, mas sim 3 tipos de miasmas.

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  8. Proibir e mandar fechar todo o tipo de supostas clínicas, a não ser nos casos que se prove cientificamente existirem efeitos.
    Como até agora é zero fecha-se tudo.

    É enriquecimento ilícito , baseado em treta e que pode matar. Coisas como a urinoterapia merecem pouco crédito mas só o facto de existirem é assustador.

    Queria deixar outra questão, estas tretas new age, andam sempre associadas a algo pior, cursos e meditação que depois passam a seminários em hotéis aqui e ali que depois vendem viagens e acabam por sugar o dinheiro disponível das pessoas que de treta em treta se tornam especialistas em pensamento irracional.
    Eu falo porque conheço casos assim, isto é burla organizada, e ataca principalmente pessoas na reforma, que são mais vulneráveis a este tipo de cretinice. No entanto como as pessoas fazem isto na posse das suas capacidades mentais, não é ilegal. Mas que irrita irrita

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  9. Dizer que o efeito placebo funciona é como dizer que o formigueiro de uma televisão é uma imagem.

    Para eu poder dizer que a imagem da minha televisão é razoável, então o programa sintonizado tem de se sobrepôr ao formigueiro de forma notória. Caso contrário, não consigo ver televisão em condições.

    Quem sai da loja do electrotécnico contente com apenas um formigueiro foi roubado.

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  10. Francisco:

    Eu acho que não podes vender serviços inexistentes.

    Mas se o remedio disser placebo, em letras grandes? E depois em letras mais pequenas disser:

    Apenas 35% das pessoas podem sentir beneficios do efeito placebo e apenas em determinadas situações clinicas quando a pessoa acredita nisso. O efeito placebo, usualmente moderado, é mais pronunciado em crianças pelo que se pede juizo e que as levem ao medico convencional.

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  11. Caro Joao,

    Isso equivale a dizer: "este remédio não funciona". Dizê-lo de forma enganosa pode configurar uma burla.

    O efeito placebo toma conta de todas as variações sintomáticas que decorrem de:

    - Variações naturais nos sintomas (a febre não é sempre alta, a diarreia tem dias, as dores de cabeça às vezes não são tão más, etc);
    - Falibilidade dos métodos de diagnóstico, que podem ser indirectos e não completamente objectivos;
    - Interferência de outras patologias;
    - Factores psicológicos.

    Estes factores todos têm implicações estatísticas na medida da eficiência de um medicamento.

    Os factores psicológicos não são a história toda no que ao efeito placebo diz respeito, e no entanto são constante e convenientemente confundidos com o efeito placebo como um todo.

    De facto, a administração de pastilhas de açúcar ou farinha no grupo de controlo tem exactamente como objectivo incluir o factor psicológico no teste clínico, porque os outros factores já estão presentes numa população doente - pretende-se assim que o grupo de teste e o de controlo estejam em igualdade de circunstâncias.

    Os homeopatas e afins gostam de dizer que o efeito placebo é algo que funciona, mas não é. É o padrão comumente aceite para a ineficiência, porque uma doença estática não existe na realidade.

    Se um medicamento diz que o único efeito que pode ter é o placebo, mais vale ser rotulado de falso medicamento. E se aquele que o vai tomar já sabe que é um placebo, duvido que o factor psicológico funcione. Isso é como fazer um truque de magia e explicá-lo ao mesmo tempo...

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  12. Caro Francisco:

    Creio que me interpretas-te mal.


    O placebo não é tratamento para nada. "terapia baseada no placebo" é uma ironia que se pode tornar uma forma de combate.

    O que estou em desacordo contigo é que se incluam erros diagnósticos e factores relacionados com curso natural da doença como sendo placebo.

    De facto muitas definições correntes não excluiem esses efeitos, mas na pratica, quando se estuda especificamente o efeito placebo esses factores são descontados. Não faz sentido e estas na realidade a estudar outros problemas que não o efeito placebo, não leva a lado nenhum.

    AS questões de percepção, como ja disse são muito importantes. O mesmo medicamento é sempre mais eficaz durante um estudo não cego em comparação com mum cego.

    O aspecto psicologico, na minha opinião existe mas requer estudo adicional para compreender como funciona.

    Ainda assim, os efeitos observados quando se estuda apenas o efeito de placebo e tambem se compara com não fazer nada, sugerem que não existe uma via segura de tratamento por ai.

    Eu costumo dizer que o melhor placebo são umas boas férias. E enquanto o placebo não for comparado no minimo com o efeito de um chocolate quente eu considero o seu efeito ruido de fundo.

    O que acho é que se uma pessoa esta avisada que esta a comprar aquilo que se considera a referencia neutra a nivel de tratamento, e mesmo assim quer avançar, achas que a podes impedir? (ouve, ha gente que engole tochas e cenas maradas por gosto)

    O problema esta em que não podes ter a certeza de quem esta mesmo bem imformado e quem não esta.

    Acho que primeiro tem de informar bem a população e depois fazer as leis. Ao contrario vai dar sarilhos.

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  13. O que é preciso é uma campanha contra a medicina alternativa. E essa campanha começa nas farmácias e nos médicos de família.

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  14. Em relação aos placebos, os bons médicos também os prescrevem (férias, leite com chocolate, chá de tília, até "carinho familiar", etc.).

    Não é somente uma questão de convencer o paciente de que vai estar tudo bem e ele auto-engana-se. É também uma questão de se relaxar o paciente. E normalmente, com um maior relaxamento e descanso (e carinho, etc.), as doenças são mais fáceis de suportar e há maior concentração (foco) na solução.

    Aquilo que é perigoso é (1) substituir uma pela outra e (2) vender venenos sob a denominação de "medicina".

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  15. Caro Joao,

    Se calhar não fui claro. Creio que compreendi a ironia no teu comentário, mas vender "remédios" enquanto placebo é o que de facto pretendem alguns homeopatas!

    Quando disse que o "efeito placebo" inclui outros factores não relacionados com o efeito placebo propriamente dito, quiz dizer que depois de administrado um placebo a um paciente que não sabe o que está a tomar, é difícil dizer o que é efeito placebo propriamente dito ou não, já que todos os factores se sobrepõem no controlo. Ou seja, avaliam-se os efeitos gerais numa população de controlo que não está a tomar o medicamento real.

    Concordo que não dar nada não é o mesmo que dar um placebo - a diferença é aquilo a que correctamente se chama o efeito placebo.

    Mas na prática quanto um paciente melhora sem ter sido tratado fala-se em "efeito placebo": uma melhora espontânea, sem uma causa objectiva e temporária.

    Mas alguns homeopatas e afins pretendem fazer crer que os seus "medicamentos" ou "tratamentos" são eficientes através do efeito placebo propriamente dito.


    Resultado clínico: tomar o remédio Tretax Extra Fraco 30C como tratamento para a tosse convulsa é tão bom como tomar uma pastilha de farinha sem glúten.

    Homeopatas: Tretax curou pessoas através do efeito placebo!

    Esta é a confusão propositada a que me estava a referir.

    Eu até acho que, para poderem ser vendidos como algo dedicado à mitigação de patologias e sintomas, os produtos homeopáticos devem ser rotulados como ineficientes, em letras garrafais e com uma margem azul bem visível, como nos maços de tabaco.

    O mesmo se poderia dizer dos "produtos naturais", outra escapatória para a banha da cobra. Devia ser proibido fugir aos factos desta maneira.

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  16. Francisco:

    Ok, ja percebi.

    Não confundir efeito placebo com efeito terapeutico controlado.

    Impedir confusão com placebo e eficacia.

    Não sugerir soluções que possam ser interpretadas como o placebo ser mais que ruido de fundo e questões contextuais.

    Completamente de acordo.

    Acho que tens razão.

    Em vez de placebo deve dizer:

    "Não tem efeito terapeutico", e em letras mais pequenas, "nem outro qualquer, contem agua, o que pode tirar a sede, mas fica caro para isso"

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  17. Barba Rija:

    (2) vender venenos sob a denominação de "medicina".

    Podes crer. Essa foi uma batalha que ja está perdida...

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  18. Barba:

    "O que é preciso é uma campanha contra a medicina alternativa. E essa campanha começa nas farmácias e nos médicos de família."

    Sim, é verdade. E estes por sua vez têm de receber informação e formação melhor.

    Mas olha que fazer pesquisas na net e os primeiros hits serem sempre "pro-alternativos", também não ajuda muito.

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  19. Mário Miguel22/06/09, 20:36

    Francisco,

    «Dizer que o efeito placebo funciona é como dizer que o formigueiro de uma televisão é uma imagem.»

    O que dizes é um disparate, antes de mais parece-me que a homeopatia é claramente uma tanga em termos de cura, no entanto se o efeito placebo se manifesta - sei lá com o quê, e com efeitos secundários nulos -, reduzindo dor ou fazendo que as melhoras sejam mais rápidas, então esse efeito NÃO pode ser ignorado e é coisa a ter em conta, a tua comparação é infeliz.


    Ludwig,

    Um descongestionante nasal homeopático deveria ter efeito nulo ou próximo do nulo, ou unicamente ter o efeito de placebo, mostrando que a iteração com o organismo a nível biológico é próximo do zero. Mas neste caso particular, o efeito causado é demasiado evidente e distinto do placebo, e evidência uma forte iteração a nível biológico, visto o resultado dramático/evidente ocorrido (privação olfacto) ter ocorrido, o que parece ser uma contradição. Afinal estes ""fármacos"" hiper diluídos não são assim tão placebos...

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  20. Mario Miguel:

    "no entanto se o efeito placebo se manifesta - sei lá com o quê, e com efeitos secundários nulos -, reduzindo dor ou fazendo que as melhoras sejam mais rápidas"

    O efeito placebo existe em todas as situações medicas. Que o bem estar e o repouso ajudam a recuperação não são segredo nenhum nem são negligenciadas. Mas quase todo o efeito placebo é devido a questoes de condicionamento e alterações da percepção.

    O placebo é o zero da balança.

    Em relação aos medicamentos alternativos... Sabes la o que la vai dentro. E se esta nas concentrações que eles dizem. Ja para não falar que existem alguns venenos verdadeiramene potentes. alem disso 2 partes em 100 não é a tipico diluição homeopatica.

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  21. Mário Miguel22/06/09, 21:33

    João,

    «O efeito placebo existe em todas as situações medicas. Que o bem estar e o repouso ajudam a recuperação não são segredo nenhum nem são negligenciadas»

    Sim, concordo e isso concorda com o que eu disse.

    «O placebo é o zero da balança»

    Parece-me que não.

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  22. Um descongestionante nasal homeopático deveria ter efeito nulo ou próximo do nulo, ou unicamente ter o efeito de placebo, mostrando que a iteração com o organismo a nível biológico é próximo do zero. Mas neste caso particular, o efeito causado é demasiado evidente e distinto do placebo, e evidência uma forte iteração a nível biológico, visto o resultado dramático/evidente ocorrido (privação olfacto) ter ocorrido, o que parece ser uma contradição. Afinal estes ""fármacos"" hiper diluídos não são assim tão placebos...

    Bem visto. Aliás, os produtos homeopáticos são, aparentemente, pouco homeopáticos:

    In its review of homeopathy, the AP also found that:
    _ Active homeopathic ingredients are typically diluted down to 1 part per million or less, but some are present in much higher concentrations. The active ingredient in Zicam is 2 parts per 100.
    _ The FDA has set strict limits for alcohol in medicine, especially for small children, but they don't apply to homeopathic remedies. The American Academy of Pediatrics has said no medicine should carry more than 5 percent alcohol. The FDA has acknowledged that some homeopathic syrups far surpass 10 percent alcohol.
    _ The National Institutes of Health's alternative medicine center spent $3.8 million on homeopathic research from 2002 to 2007 but is now abandoning studies on homeopathic drugs. "The evidence is not there at this point," says the center's director, Dr. Josephine Briggs.
    _ At least 20 ingredients used in conventional prescription drugs, like digitalis for heart trouble and morphine for pain, are also used in homeopathic remedies. Other homeopathic medicines are derived from cancerous or other diseased tissues. Many are formulated from powerful poisons like strychnine, arsenic or snake venom.

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  23. «O placebo é o zero da balança»

    Parece-me que não.

    estas enganado. o efeito placebo é o que se procura anular ao estudar um novo medicamento.

    Ha razões para pensar que o efeito placebo não acrescenta nada do ponto de vista fisiologico. Algumas ja aqui referi em comentarios anteriores.

    Vou acrescentar mais uma. Ha um numero brutal de doenças com variação zero por efeito placebo. ISto se usarmos critérios objectivos e não auto-avaliaçoes por parte do doente.

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  25. BArba Rija

    E as coisas não se ficam por ai:


    "[...](excepto no que diz respeito à acupuntura possivelmente ajudar em algumas condições, uma afirmação para a qual a evidência é dúbia na melhor das hipóteses). As Ervas, se fazem alguma coisa, são drogas (ou contêm drogas(1)). Por vezes são adulteradas de propósito com drogas. Frequentemente, os suplementos são feitos por subsidiárias de grandes farmacêuticas, operando sob um nome diferente, de modo a não arriscar a reputação da companhia mãe, mas, acima de tudo, para não desiludir os crédulos à procura de curas "naturais" intocadas pelas grandes farmacêuticas."

    (1) drogas é tradução abusiva de "drugs" que quer dizer "princípio activo" ou "medicamento". Foi uma opção estética na tradução.

    Orac, no blog "respectfull insolence":
    http://scienceblogs.com/insolence/2009/06/the_infiltration_of_woo_into_medical_aca.php#more

    Sobre o que ele diz em noticias da Associated Press:
    http://www.msnbc.msn.com/id/31188920/ns/health-alternative_medicine/
    e sobre contaminates na "herbal":
    http://www.msnbc.msn.com/id/31088175/ns/health-alternative_medicine/

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  26. Mário Miguel23/06/09, 00:06

    Barba,

    Pois, só podia...

    João,

    «estas enganado. o efeito placebo é o que se procura anular ao estudar um novo medicamento.

    Ha razões para pensar que o efeito placebo não acrescenta nada do ponto de vista fisiologico.»


    Tanga, se o placebo, de forma indirecta, revela-se exactamente a nível fisiológico: aumentando os glóbulos brancos, por exemplo, pode e deve ser tido em conta.

    E dou um exemplo na ida ao médico com um familiar meu:

    O médico, oftalmologista, viu o meu familiar que tinha princípio de cataratas. Perguntei se havia remédio para retardar o efeito ou anular. Ele referiu que havia um, mas que o efeito era bem duvidoso e que a comunidade médica inclina-se para o efeito placebo do que para outro, no entanto, ele, conscientemente, referiu-me que não se inibe de administrar, mesmo achando que o efeito é o de placebo para o caso das cataratas estarem no início, o que não era o caso do meu familiar. Ou seja: É administrado placebo como medicamente do forma consciente por parte do médico, decido a haver efeitos INDIRECTOS ao nível fisiológico, o que me parece ir contra a tua afirmação de que «não acrescenta nada do ponto de vista fisiologico», pois de forma indirecta há, e o que interessa efectivamente é obviamente o resultado final, na saúde os fins justificam claramente os meios neste contexto.

    O ser zero da balança parece-me errado, o zero da balança é mesmo o "efeito nulo", ou seja sem placebo e sem efeito causal directo a nível biológico do fármaco, pois num teste do duplo cego, de um lado da balança está o placebo e do outro está o fármaco, sendo que o zero da balança não é neste cenário, claramente, o placebo. Logo o teu paralelismo (entendo onde tu queres chegar) parece-me ser infeliz.

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  27. Mario Miguel:

    Quais globulos brancos? E aumenta aonde? No abcesso? No pool marginal? na circulação?

    Repara uma coisa. AS hormonas do stress , como o cortisol, diminuiem as defesas e tem a capacidade de aumentar a contagem de leucocitos numa amostra de sangue.

    Para reduzir o stress, não deves estar a contar com o efeito placebo. a eficacia é no minimo dubia.

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  28. Mário Miguel23/06/09, 01:53

    João,

    Sobre os glóbulos brancos, resposta parece-me incipiente.

    Da Wikipédia temos:

    «Recent reviews have argued the placebo effect is due to top down control by the brain for immunity».

    E podes também ver aqui e aqui.

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  29. Mário Miguel23/06/09, 01:55

    João,

    Onde escrevo "Sobre os glóbulos brancos, resposta parece-me incipiente." deveria figurar: "Sobre os glóbulos brancos, a tua resposta parece-me incipiente."

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  30. MarioMiguel:

    A wikipedia diz muitodoquejaaquiescrevisobreplacebo. Para não fazer Spam peço-te que leias bem as duas coisas.

    Ha de facto aspectos mal explicados acerca do placebo mas isso não é suporte para argumentação.

    Uma enormidade de estudos sugere que grandee parte do efeito é perceptivo ou por percepçao sugerida - dos links que deixas-te:

    patients were classified as improved or not improved, the placebo group had no statistically significant improvement over the no-treatment group. Similarly, there was no significant placebo effect in studies in which objective outcomes (such as blood pressure) were measured by an independent observer. The placebo effect could only be documented in studies in which the outcomes (improvement or failure to improve) were reported by the subjects themselves.

    Acerca dos globulos brancos, é importante distinguir que existem varios tipos de acordo com a resposta imunitaria. Os neutrofilos aumentam com o stress, mas como tentei explicar em seguida isso não resulta num aumento de imunidade. Porque eles saiem do pool marginal para a circulação sanguinea (sem produção de novo) e ai ficam à espera. Não vão para locais de infecção.

    Por isso era importante saber a que te referias. Produção de novo de globulos brancos com maior actividade destes pode ser atribuida inversamente a melhoria de condições de vida, mas nunca li nenhum estudo em que um placebo fizesse o efeito (sem alterar os outros factores º- a causa do stress).

    Os linfocitos tipicamente descem na circulação apos estimulo stressante. A glicemia sobe.

    O controle de estimulos negativos é importante, mas não justifica falar em efeito de placebo.

    Este estudo é muito importante:

    http://www3.interscience.wiley.com/journal/118792130/abstract?CRETRY=1&SRETRY=0

    Eu não disse que o efeito placebo não era direto sobre o organismo. O que eu disse foi que ha razões para querer que não é (como no estudo acima).

    SEja como for, a evidencia acumulada é de que na melhor das hipoteses, efeito placebo sozinho é insuficiente. deves procurar algo que tenha mais que o efeito placebo.

    Repara uma coisa, vão sempre aparecer estudos que contradizem os outros estudos. procura meta-analises e cochrane reviews. Se forem bem feitas são oo topo da evidencia farmacologica.

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  31. Onde disse "Produção de novo de globulos brancos´" é exagerado se bem que ela exista, isto é em comparação com o que se passa sob as hormonas de stress

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  32. Efeito placebo à parte, as ditas medicinas alternativas não devem poder ser exercidas. Porque ? porque assumir que uma população fortemente envelhecida, profundamente ignorante pode resistir à fraude da propaganda de produtos médicos é um sonho.
    Todos os anos no verão são vendidas aldrabices para emagrecer, todos os anos as pessoas compram, todos os anos o número de gordos aumenta.
    QED

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  34. Mas pior que medicinas alternativas, na liderança da estupidez total, temos a negação de que o vírus HIV provoca a SIDA.

    http://www.newscientist.com/article/mg20227131.500-aids-denial-a-lethal-delusion.html

    como sempre , pensamento irracional e anti-científico. enfim uma miséria

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  35. Sim, o hiv não é a causa da sida, o aumento de co2 não tem efeitos assinalaveis na temperatura global, o homem não foi à lua e O Desejo é o livro mais importante desde o genesis.

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  36. Curiosamente eu tenho uma opinião bem menos crítica em relação às chamadas "medicinas alternativas".

    Não porque acredite em algo de sobrenatural, ou místico, mas porque acredito na incompetência.

    Que quero dizer com isto?
    Que se o cristiano Ronaldo tivesse um problema de saúde qualquer, rapidamente os melhores médicos do mundo preocupadíssimos fariam todos os exames necessários, perderiam todo o tempo que fosse preciso, e NADA bateria a medicina chamada "ocidental". Com o "house" a diagnosticar, e os melhores de cada especialidade para tratar, e outros tantos preocupados com a prevenção e a saúde diária, o Ronaldo poderá estar sempre bastante saudável se assim o quiser.

    Mas nós não somos o Ronaldo. Os médicos que nos atendem muitos deles querem "despachar" os utentes; e outros tantos querem impinjir medicamentos cujos fabricantes depois lhes dão brindes.
    Muitos querem apenas resolver "aquele problema" em vez de ter uma preocupação holística da saúde do doente como um todo. Uma parte significativa dos médicos está mesmo muito longe da perfeição.
    Não é apenas o facto de não tratarem os doentes com simpatia e respeito; é mesmo a atitude de despreocupação e muitas vezes arrogância com que os "despacham".

    Nós podemos falar nas cento e tal pessoas que perderam o olfacto por causa do medicamento homeopático. Mas e quantas pessoas já terão morrido por causa da depreocupação dos médicos? Uma amiga da minha mãe estava com dores de cabeça lacinantes e foi despachada pela sua médica com um "tome uma aspirina"; e por mais que ela descrevesse o quão lacinantes eram as dores, mais a médica reagia como se elaestivesse a fazer fita como quem diz "prooóximo!". Afinal, foi a outro médico que pediu para fazerem um TAC e ela tinha um derrame. Se não tivesse ido ao segundo médico em poucos dias - descobriu-se - teria morrido.
    Eu contei uma história deste género, mas podia ter contado umas vinte. E quantas mais haverá por aí?
    Desde o médico que receitou uma comprimidos para aumentar a tensão à minha namorada, quando ela sempre teve tensão alta, e só nesse dia a tensão deu ligeiramente mais reduzida - e ela explicou isso ao médico - para depois vir a descobrir, através de um familiar que trabalhava na indústria famrceutica, que aquele médico em particular "recebia muitos brindes"...

    Isto para não falar numa experiência que a minha mãe teve com uma carraça que transportava a doença de Lyme, em que ela foi à internet e viu bastante informação sobre o assunto, incluindo sobre como se deveriam arrancar carraças.
    Em vez de tirar a carraça foi ao centro de saúde, onde ela foi tirada com tudo ao contrário do que dizia na internet. Quando ela esclareceu os profissionais a respeito dos seus erros, estes riram-se como quem diz "Olha-me esta! Andou a ler na internat e acha que sabe mais que os profissionais". Entre outras coisas deitaram a carraça fora, quando isso é algo que nunca se deveria fazer, de acordo com o que ela tinha lido. Quando se descobriu que de facto tinha apanhado a doença de Lyme, já os especialistas nesse tipo de doenças perguntaram "onde está a carraça?". A minha mãe explicou tudo o que tinha acontecido - e afinal aquilo que lhe fizeram foi mesmo um "catálogo de asneiras" segundo descreveram estes especialistas.

    Seja por incompetência pura, seja por negligência e arrogância, seja por corrupção, a medicina "ocidental" a que a maioria das pessoas tem acesso não é o melhor que o conhecimento humano pode proporcionar.
    É perante este cenário que as medicinas tradicionais se afirmam.

    Um médico que depois tenha tirado o curso de homeopatia, por exemplo por acreditar mesmo nessas patranhas, pode ser um excelente profissional que se preocupa com os seus doentes. E como exerce uma prática em relação à qual muitos franzem o sobrolho, se calhar só se aguenta se for mesmo bom.
    Não apenas a receitar placebos, mas a ouvir os doentes com atenção, a dizer para não comerem a carne X ou leite, ou ovos. Ou fazerem exercício, ou etc...

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  37. Eu nunca iria a um profissional desse tipo, porque acho a homeopatia tão disparatada que nem os placebos exerceriam grande influência, nem teria um respeito adicional pelos conselhos do homeopata derivado de todo o ritualismo/mística em que ele envolve a sua actividade (pelo contrário); mas pessoas que eu conheço têm ido a homeopatas que antes tiveram formação em medicina e têm tido bons resultados, melhores que os da medicina convencional. E eu não acho nada de sobrenatural nisso.

    O segredo não está na força da homeopatia...

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  38. Joao Vasco:

    O que relatas são casos de ma pratica. A má pratica deve ser identificada e prevenida. Idem para a fraude, seja na medicina seja na econimia.

    É diferente de estar a discutir os fundamentos cientificos.

    Que a medicina convencional é melhor que a tradicional, mesmo com erro humano, a inevitavel corrupção, e falhas na ciencia é provado pelo aumento da espernça média de vida, redução de morte infantil, nados mortos, taxas de morbilidade, etc.

    O que te faz pensar que corrupção, incompetencia e fraude sao menores num meio em que a verdade não é um factor importante? E onde, por nada fazer sentido, nem se pode caracterizar a má pratica?

    Um médico que acredita na homeopatia não pode ser um bom médico. Deve haver muita coisa naquela cabeça que não faz logica.

    So preocupar-se com o doente não chega. As coisas não acontecem por força do desejo.

    É impossivel criar um sistema de saude perfeito. Se quiseres abordar este tema posso desenvolver, mas começa pelo pouco tempo que ha para ver doentes. De facto o tempo é tão pouco em alguns centros de saude que ha médicos que começam a acreditar que 5 a 10 minutos é o suficiente para acompanhar um doente.

    Outra coisa. O pior avaliador da prestação médica é o paciente. Trata bem um paciente e com estilo que até o podes torturar (espetar agulhas?) e ele agradece no fim. Não faz a minima ideia do que se está a passar. A prova disso são as terapias baseadas na serventia e féstinhas.

    A doença de lime é rara em humanos. Não conheço uma unica historia em que tenha sido correctamente abordada. Quem quiser fazer um trabalho sobre má pratica e incompetencia é seguir a doença.

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  39. Joao Vasco:

    Em resumo, penso que o teu argumento é falacioso.

    Estas a justificar uma asneira com outra asneira.

    Mas o Professor de pensamento critico que de uma palavrinha a este respeito.

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  40. Mário Miguel23/06/09, 17:09

    João (não o Vasco),

    «Ha de facto aspectos mal explicados acerca do placebo mas isso não é suporte para argumentação»

    Exacto, faltou dizeres: para nenhuma das direcções da argumentação.

    A falta de explicação não colide com os factos que surgem.

    E repito o que eu disse:

    «Tanga, se o placebo, de forma indirecta, revela-se exactamente a nível fisiológico: aumentando os globulos brancos, por exemplo, pode e deve ser tido em conta.»

    Clarificando. Quando digo a ter em conta, não significa retirar medicação tradicional para estimular o crescimento dos glóbulos brancos em detrimento de um qualquer placebo, mas sim ter em conta para se investigar o mecanismo ou usar em simultâneo (nada se tem a perder - e pelo menos algo se pode ganhar). Por isso o que referes, e o que eu enviei, não colide em nenhum ponto com o que eu disse.

    João Vasco,

    Sim, o que dizes vai de encontro do que eu acho sobre essa matéria.
    No entanto devias acrescentar algo: o próprio médico/"medicina alternativa" em causa, nesse contexto, é um placebo, e dos fortes; pois quem procura o médico/"medicina alternativa" normalmente tem essa abertura de espírito e vai desenganado pela medicina tradicional ou parcialmente desenganado, indo induzido que aquele é um médico especial munido de conhecimentos esotéricos eficazes (se não não ia); normalmente vai recomendado por conhecidos etc... o que ainda dá mais confiança, visto as recomendações partirem normalmente de bons resultados. E sem dúvida, o atendimento é bem mais calmo atencioso induzindo confiança no doente, tudo o que eu referi chegou-me através de relatos de pessoas que recorreram a essas técnicas, informação que pode estar enviesada, mas não me parece que esteja assim tão enviesada, pois isso faz todo o sentido.

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  41. Ainda vale a pena ver isto:

    Onset of symptoms of intracerebral hemorrhage is usually during daytime activity, with progressive (ie, minutes to hours) development of the following:
    Alteration in level of consciousness (approximately 50%)
    Nausea and vomiting (approximately 40-50%)
    Headache (approximately 40%)
    Seizures3 (approximately 6-7%)
    Focal neurological deficits

    A tua historia incluia estes sintomas? era so dor de cabeça?

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  42. Mário Miguel23/06/09, 17:12

    João (o que não é Vasco),

    Quando eu disse «(nada se tem a perder - e pelo menos algo se pode ganhar)» repara, como já referi aqui, com conhecimento na primeira pessoa, há médicos que usam esta abordagem na prática. Por alguma motivo será.

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  43. há médicos que usam esta abordagem na prática.

    Sim, o curso de medicina não é tratamento para a irracionalidade.

    Tambem ha medicos espiritas, biologos criacionistas, etx. Graças a deus não sao uma maioria.

    Mas por isso dizia que era preciso aumentar a formação em medicos e enfermeiros. A medicina baseada na evidencia é uma novidade relativa em portugal.

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  44. «Estas a justificar uma asneira com outra asneira.»

    Não, não estou.

    Eu não estou a dizer "a medicina alternativa não é uma asneira porque há parvoíces na convencional".

    Eu estou a dizer que não deve ser proibida, e que existe uma boa razão - nada esotérica ou sobrenatural - para o seu sucesso.

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  45. João VAsco

    Que quero dizer com isto?
    Que se o cristiano Ronaldo tivesse um problema de saúde
    Mas nós não somos o RonaldoOs médicos que nos atendem muitos deles querem "despachar" os utentes; e outros tantos querem impinjir medicamentos cujos fabricantes depois lhes dão brindes. . Generalidade, detectada

    Nós podemos falar nas cento e tal pessoas que perderam o olfacto por causa do medicamento homeopático. Mas e quantas pessoas já terão morrido por causa da depreocupação dos médicos? e depois? O que está em causa é a medicina, não os médicos, não confundir os temas

    Seja por incompetência pura, seja por negligência e arrogância, seja por corrupção, a medicina "ocidental" a que a maioria das pessoas tem acesso não é o melhor que o conhecimento humano pode proporcionar. Não, mas é muito superior à alternativa que são coisas que não funcionam. By the way, uma aspirina ou um anti-inflamatório são medicamentos utilíssimos se bem usados e podem fazer a diferença entre viver ou morrer
    É perante este cenário que as medicinas tradicionais se afirmam. um mal não justifica ooutro

    Um médico que depois tenha tirado o curso de homeopatia, por exemplo por acreditar mesmo nessas patranhas, pode ser um excelente profissional que se preocupa com os seus doentes. E como exerce uma prática em relação à qual muitos franzem o sobrolho, se calhar só se aguenta se for mesmo bom.
    quem acredita na memória da água e quem acredita que quanto mais uma substância é diluída maior a sua capacidade, deve ser internado pois tem de ter algum problema do foro psiquiátrico, qualquer pessoa com o mínimo de formação científica sabe que se passa precisamente o contrários.

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  46. Caro João Vasco,

    Em termos de profissionalismo, creio que ambos concordamos que os serviços prestados pelo SNS deixam muito a desejar nalguns casos.

    Mas se vamos falar de profissionalismo, temos de falar de parasitismo também.

    Porque o que me parece que acontece é que a pseudo-medicina não lucra apenas com os crédulos, mas também com os insatisfeitos e com uma certa caricatura do que se passa nos hospitais públicos. Eu, pessoalmente, nunca tive razão de queixa a não ser pelos tempos de espera. E já agora, para cada 20 dos vários casos que possas apresentar, quantos é que se podem apresentar em prova do contrário?

    O que se passa é um pouco como o que acontece com os insatisfeitos com a Democracia, que votam em partidos de extrema-direita, se quiseres.

    E nem pelas falhas da Democracia a extrema-direita merece alguma compreensão e menos críticas. Pelo contrário!

    Pelo teu raciocínio podia dizer que não era muito crítico da extrema-direita porque conheço casos em que a polícia não prendeu o gatuno, que as assinaturas para uma certa candidatura foram desconsideradas inconstitucionalmente, porque os políticos são corruptos, porque são populistas, etc...

    Mas eu jamais farei isso. Porque haveria de ser diferente com as pseudo-terapias?

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  47. Joao Vasco:

    " e que existe uma boa razão - nada esotérica ou sobrenatural - para o seu sucesso."


    A razão para o seu sucesso é um excelente marqueting e dar às pessoas o que elas querem e reconheceme não o que elas precisam e não compreendem.

    Ja tinha respondido a isso antes. Se não acreditas tens de demonstrar que o paciente comum sabe fisiologia, patologia, metodos de diagnostico e epidemiologia.

    Se não o fizeres tens de admitir que o paciente comum é um mau juiz. Graças a deus o peer-review é feito por peers (só para lembrar).

    Se admites que um leigo não tem competencia para julgar na materia de especialistas, não deves usar o argumento do "esta banda vende mais" logo tem melhor musica.

    Se admites então que o criterio cientifico é o unico a seguir, então as alternadinhas são um erro.

    Logo usar um erro medico para justificar o erro das alternadinhas não é um argumento cogente.

    QED

    :p

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  48. « Generalidade, detectada»

    Talvez porque esteja a descrever um sistema em que, infelizmente, para quem não tem muito dinheiro, a negligência e a corrupção são muito comuns. Quase generalizadas, por assim dizer.


    « depois? O que está em causa é a medicina, não os médicos, não confundir os temas»

    É precisamente isso que contesto.
    Não é a medicina que está em causa. Quanto a isso não existe melhor que a medicina "convencional".

    Mas, graças aos profissionais, graças aos interesses, graças a outros factores, não é bem a essa medicina que a esmagadora maioria das pessoas tem acesso... É a isso que estou a chamar à atenção.


    «Não, mas é muito superior à alternativa que são coisas que não funcionam. By the way, uma aspirina ou um anti-inflamatório são medicamentos utilíssimos se bem usados e podem fazer a diferença entre viver ou morrer»

    Não naquele caso.
    Segundo o especialista que detectou o derrame, a pessoa em questão teria morrido se tivesse tido um pouco mais de confiança na (alegada) incompetente que a atendeu da primeira vez.


    «um mal não justifica ooutro»
    Repito: a minha intenção não é alegar que a homeopatia não é treta. Eu acho que é.
    Mas acho que não deve ser proibida, e que não é por nenhuma razão sobrenatural que tem tido tanto sucesso.


    «quem acredita na memória da água e quem acredita que quanto mais uma substância é diluída maior a sua capacidade, deve ser internado pois tem de ter algum problema do foro psiquiátrico,»

    E quem acredita que Jesus ressuscitou e se transforma no pão da hóstia? Não, não tem problemas do foro psiquiátrico! Tem simplesmente uma crença estúpida.
    E acontece que as pessoas mais inteligentes e cultas podem ter crenças estúpidas.

    Aliás, uma coisa que dificulta o facto das pessoas perderem crenças estúpidas é esta ideia imbecil de que quem acredita em coisas estúpidas é estúpido.

    Isto faz com que as pessoas vejam o seu ego em jogo cada vez que criticamos as suas ideias, e mais dificilmente reconheçam o disparate daquilo em que acreditam.

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  49. Francisco:

    Em relação aos inumeros casos em contrario - de sucesso - ja lembrei ao Joao Vasco os numeros de longevidade. São aceites como sendo devido a medicina preventiva, conhecimento de habitos saudaveis, capacidade so serviço de saude e potencial medico e cirurgico.

    Mas ele ignorou :(

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  50. Joao VAsco:

    ainda mais uma coisa.

    Não te das conta do uso de evidencia anedotica que pretendes passar?

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  51. Francisco:

    Não creio que a analogia esteja adequada, no sentido em que os partidos de extrema direita não se apresentam como uma "alternativa" aos abusos da polícia ou às eleições menos transparentes.

    Por outro lado, podemos explicar perfeitamente o fortalecimento dos partidos extremistas com a corrupção dos partidos do centro, ou do "arco da governabilidade".
    Eu próprio fico em pânico na altura de votar porque tenho ideologias moderadas, e vejo uma gigantesca corrupção nos partidos "moderados".
    Estive a considerar o voto em branco, e só não o vou usar nas legislativas porque tenho mesmo medo que o PSD vá para o poder.

    Mas eu nunca usei medicinas alternativas, nem pretendo fazê-lo. Agora, acho que se o sistema de medicina a que os cidadãos em geral tem acesso fosse um pouco mais... eficaz, seria muito difícil que estas medicinas se afirmassem como se afirmam.

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  52. "Aliás, uma coisa que dificulta o facto das pessoas perderem crenças estúpidas é esta ideia imbecil de que quem acredita em coisas estúpidas é estúpido."

    Sim, ha excepções. Mas acreditar que magia tem poder curativo não é sinal de racionalidade num medico. É um sinal de alerta. Como dizia o Dawkins um medico avançar para a frente com um tratamentp para o qual admite que não ha provas mas que ele acredita é maior razão para um processo que um lapso ou distração.

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  53. E acontece que as pessoas mais inteligentes e cultas podem ter crenças estúpidas.
    Aliás, uma coisa que dificulta o facto das pessoas perderem crenças estúpidas é esta ideia imbecil de que quem acredita em coisas estúpidas é estúpido.
    Isto faz com que as pessoas vejam o seu ego em jogo cada vez que criticamos as suas ideias, e mais dificilmente reconheçam o disparate daquilo em que acreditam.


    Não me fio muito nisso. Pessoas que acreditam em coisas estúpidas ou estão mal informadas sobre o tema em questão, ou estão bem informadas e não tem as ferramentas de raciocínio para desmontar a estupidez da crença , ou são muito orientadas para um assunto e completamente imbecis em todos os outros, versão “idiota sábio”. Pessoas inteligentes , cultas, com conhecimentos ecléticos a acreditarem na pulseira tucson !?!?!
    Claro que com o passar dos anos as pessoas ficam menos críticas, mais susceptíveis a aldrabices, e a meu ver menos inteligentes, em média obviamente.

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  54. O argumento dos erros de diagnóstico vale zero, por várias razões:

    1) Ninguém é infalível. E um profissional habituado a casos normais e raríssimos casos excepcionais facilmente desconsidera a opinião do paciente.

    2) Os pseudo-médicos não recebem por norma, formação para fazer diagnósticos e a Ordem dos Médicos não os reconhece como capazes para o fazer.

    Um homeopata diz ao doente o que ele quer ouvir. Se isso não é o oposto de preocupação pela saúde, não sei o que é.

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  55. João Vasco,

    Os partidos de extrema-direita apresentam-se, claramente, como uma alternativa para pôr em prática medidas de combate à corrupção, criminalidade e desemprego: eles no governo e os estrangeiros todos daqui para fora.

    Vês argumentos da "mão de ferro", do "nosso país para os nossos", apologias de regimes autocráticos e a defesa de leis inconstitucionais.

    Repara como a minha analogia encaixa no que disseste:

    Curiosamente eu tenho uma opinião bem menos crítica em relação aos chamados "partidos de extrema-direita".

    Mas eu nunca votei na extrema-direita, nem pretendo fazê-lo. Agora, acho que se o sistema democrático a que os cidadãos em geral tem acesso fosse um pouco mais... eficaz, seria muito difícil que estes partidos se afirmassem como se afirmam.

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  56. Joao:

    Começo pela evidência anedótica. Se este comentário fosse uma tese de doutoramento sobre as falhas da medicina convencional, basear a minha tese em três "estudos de caso" seria idiota.

    Mas isto é um comentário num blogue, e eu remeto para as dezenas/centenas de histórias que vocês conhecerão, que não estão contabilizadas em lado nenhum, mas que são generalizadas.
    Se quiserem dizer que estes casos não têm qualquer significado, não passam de histórias que se contam por aí, acredito que demonstram autismo.

    Depois, se queres acreditar que o sucesso é "apenas" a estupidez das pessoas, acredita. Eu acredito que não deve ser proibido, tal como a religião.
    Mas percebo que a saúde tem a ver com todo um bem estar físico e psicológico, e que nesse sentido não é assim tão óbvio que "não percebam patavina" daquilo que as faz saudáveis.
    Saber que um profissional de saúde se preocupa com elas (seja um enfermeiro, um médico, um homeopata ou um bruxo - do ponto de vista delas é alguém que percebe muito de saúde) é muito importante para o seu bem estar, e isso conta para a sua esperança de vida, e para a sua qualidade de vida.

    Por outro lado, é pelas recomendações e histórias de sucesso que as pessoas que acreditam nessas coisas vão a este ou aquele profissional.
    E às vezes as histórias de sucesso podem ter simplesmente a ver com o facto deste profissional ter realmente dedicado tempo a ouvi-las, e a pensar no seu problema.

    Eu costumo ir ao SNS para tratar dos meus problemas de saúde. Já fui a vários médicos. Lembro-me do tom de espanto com que uma médica reagiu ao "ah e tal, era um check-up geral", como se eu, jovem e saudável, estivesse a tirar recursos a quem está a morrer, apenas pelo "capricho" de querer apostar na prevenção. Isto para não falar na forma como reagem quando pergunto qual a alimentção mais adequada para evitar uma comichão que tenho tido, ou coisas do género. Como se "epá, nós estamos a salvar vidas, não nos faças perder tempo com a tua saúde, que tão cedo não morres". E a esmagadora maioria dos utentes do SNS reconhece a situação: não deixam explicar ao certo qual o problema, não fazem muitas perguntas adicionais para conhecer o problema em detalhe, dão poucos conselhos quanto ao estilo de vida. Ainda a pessoa está a meio da explicação, já está a ser recomendado um medicamento numa letra que ninguém - a não ser os farmaceuticos - entende.

    Evidência anedótica? Concerteza. Até ao dia em que alguém se lembrar de fazer um estudo que mostre quão generalizados são estes fenómenos, não pode passar disso.

    Esta experiência contrasta com os relatos que me fazem dos "curandeiros", os quais muitas vezes tiraram o curso de medicina (aceito que só permitissem a estes exercer as práticas "alternativas") mas que lidam com os pacientes de forma diferente. Os pacientes explicam tudo, e eles ouvem com atenção, e demonstram uma preocupação genúina não só pelo problema do paciente, mas com a saúde deste em geral.
    Depois podem receitar meia dúzia de placebos, mas também receitam alterações no estilo de vida do doente, e quanto a mim são estas que - por serem levadas a sério dado o contexto que referi - resultam muitas vezes na resolução do problema.

    Acho que a saúde depende muito do estilo de vida, e no entanto os médicos da medicina convencional são muito rápidos a passar receitas, mas raramente falam muito - ou perguntam muito - sobre o estilo de vida.
    Se pensares nisso, vês que há algo de errado, e quanto a este erro, tanto quanto sei, outros profissionais têm outro cuidadinho.

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  57. Francisco:

    Revejo-me nisto:

    «Mas eu nunca votei na extrema-direita, nem pretendo fazê-lo. Agora, acho que se no sistema democrático a que os cidadãos têm acesso existisse menos corrupção, seria muito difícil que estes partidos se afirmassem como se afirmam.»

    Mas, acredito que há diferença. Porque se esses partidos estivessem no poder não seriam menos corruptos, por muito que reclamem contra a corrupção.

    No entanto, no que diz respeito às medicinas alternativas, os homeopatas e outros bruxos, realmente ouvem os pacientes com atenção, dedicando-se a cada um de uma forma que poucos médicos fazem.


    A forma de resolver este problema é simples: não ter a ordem dos médicos a continuar a impedir o aumento do número de vagas para medicina de forma totalmente disparatada, permitindo a formação de muito mais médicos.
    Existindo uma quantidade muito superior de médicos, eles tornam-se mais baratos e abundantes, e cada um terá muito mais tempo para dedicar a cada paciente.

    Enquanto assim não for, a medicina "alternativa" vai realmente constituir uma alternativa que em muitos casos funciona.

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  58. João Vasco

    Acho que tens razão , não tinha percebido o teu ponto de vista. Mas fico ainda mais preocupado : )
    Quando vou ao médico não procuro nada disso, procuro que me passe uma receita para o mal ou que o descubra, quanto menos me melgar melhor. Se tiver dúvidas pergunto e se não me responder convenientemente volto a perguntar, se não existe a ordem dos médicos. Se quiser sociabilizar vou a um bar com os amigos, não a um consultório. Mas esqueço-me dessa componente , o horror da tereceira idade, as pessoas sós.
    Muito provavelmente tens toda a razão.

    enfim,

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  59. «procuro que me passe uma receita para o mal ou que o descubra, quanto menos me melgar melhor.»

    O problema é quando o "melgar" pode aumentar a eficácia do processo. Seja por fazer as perguntas que permitam conehcer melhor o problema, seja porque muitas vezes a resolução do mesmo pode passar pelos hábitos alimentares/estilo de vida e não pelo medicamento Y ou Z.
    Ou até mesmo porque o medicamento Y ou Z pode ter efeitos secundários e é importante conhecer o paciente em questão para saber se esse emedicamento não deve ser evitado.

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  60. «Não me fio muito nisso. Pessoas que acreditam em coisas estúpidas ou estão mal informadas sobre o tema em questão, ou estão bem informadas e não tem as ferramentas de raciocínio para desmontar a estupidez da crença , ou são muito orientadas para um assunto e completamente imbecis em todos os outros, versão “idiota sábio”.»

    Discordo em absoluto.
    Nunca conheceste um católico informado, culto e inteligente (em vários assuntos)?
    Caramba!
    Só para este exemplo de crença estúpida conheço excepções aos magotes!

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  61. "Mas isto é um comentário num blogue, e eu remeto para as dezenas/centenas de histórias que vocês conhecerão"

    aceite pedido de falibilidade extra por ser comentario num blog.

    Pedido de mais evidencia anedotica negado fortemente. Tenho de explicar porque? Percepção vs realidade meu caro.

    "Se quiserem dizer que estes casos não têm qualquer significado"

    Têm, que errar é humano. Não justifica errar à balda.

    "Depois, se queres acreditar que o sucesso é "apenas" a estupidez das pessoas"

    strawman detectado! Não é a estupidez das pessoas, não foi isso que eu disse em relação às pessoas é a falta de formação. Se esta existisse não iam pedir carinho à bruxa. Estupidez é a de medicos que acreditem nessas tangas. Ou se calhar tambem falta de formaçaõ.

    "Saber que um profissional de saúde se preocupa com elas (seja um enfermeiro, um médico, um homeopata ou um bruxo"

    Ja viste a mistura que poes no mesmo balde? A unica coisa que tem em comum são as alegações que fazem.

    "do ponto de vista delas é alguém que percebe muito de saúde) é muito importante para o seu bem estar, e isso conta para a sua esperança de vida, e para a sua qualidade de vida."

    exagero. Afirmações extraordinarias requerem evidencias extraordinárias. Ter alguem que se preocupa com elas apenas não aumenta a esperança de vida. Ter companhia aumenta e amizade tambem. Mas não é disso que estamos a falar pois não? Ve o que ja aqui foi escrito sobre efeito placebo. Se te referes a defeciencias no sistema medico, estou de acordo contigo, mas não justificam que se engane as pessoas com alternadinhas. Deem-lhes ferias e melhores condiçoes de vida e melhores hospitais com medicos menos estafados.

    "não deixam explicar ao certo qual o problema, não fazem muitas perguntas adicionais para conhecer o problema em detalhe, dão poucos conselhos quanto ao estilo de vida. Ainda a pessoa está a meio da explicação, já está a ser recomendado um medicamento numa letra que ninguém - a não ser os farmaceuticos - entende."

    É verdade. Mas mesmo assim, ve numeros. isto so quer dizer que a medicina pratica portuguesa pode e deve melhorar. Não que se abra as portas à feitiçaria.

    Olha Joao Vasco, acho que te deves informar melhor porque francamente tens uma ideia errada acerca da bruxaria.

    FAzer festinhas, dizer o que as pessoas querem ouvir é agradavel mas não resolve problemas. Isso é a tal coisa do efeito placebo. Talvez ajude em casos de hipertensão, asma, reumatismo, pouco mais.

    Existe um conhecimento aprofundade do fisiologia e patologia. So depois de teres uma ideia do quanto se sabe a esse respeito e de como funciona um diagnostico e uma terapeutica poderemos discutir.

    Porque os meus argumentos não seram cogentes para ti enquanto não compreenderes a ineficiencia do efeito placebo, das alternadinhas e das palmadinhas nas costas nas grandes questões de saude.

    TEns muita coisa sobre o assunto no meu blogue. Incluindo placebo e porque é que a evidencia anedotica não presta.

    Mas podes ler o blogue do Steve Novella, um dos cabecilhas do movimento ceptico nos EUA que é médico em Yale e esta sempre a escrever sobre estes assuntos.

    No fundo tu não ultrapassaste o argumento de "o medico erra e eu conheço muitos por isso é verdade logo as alternadinhas justificam-se"

    Não é verdade.

    Quanto aos numeros de erro medico, ca em portugal é dificil, mas existem em outros paises. Tu queres mesmo convencer-me com a tua evidencia anedotica que nos curandeiros em africa é que se esta bem? Achas que a medicina mata mais do que cura? Ve os numeros de longevidade. Ve as estatisticas dos hospitais nos estados unidos.

    Se é possivel fazer melhor? CLaro que é. Mas abrir a porta às alternativas não é fazer melhor, é fazer borrada. Porque elas não funcionam.

    E se acreditas tanto nisso, compra "O Desejo" que vais ser o homem mais poderoso do mundo (esta foi um golpe baixo mas não resisti).

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  62. Nuvens de Fumo:

    "e quiser sociabilizar vou a um bar com os amigos, não a um consultório. Mas esqueço-me dessa componente , o horror da tereceira idade, as pessoas sós.
    Muito provavelmente tens toda a razão.

    enfim,"

    ESpera, ha limites da preocupação que os medicos devem ter com os paciemtes. Não é a função deles estar a entreter velhotes.

    Nem a solução passa pelas alternadinhas. Isso é um outro problema.

    Não misturar as coisas. Pagar a medicos para entretainers da terceirta idade ou deprimidos é ridiculo.

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  63. João Vasco,

    «Mas, acredito que há diferença. Porque se esses partidos estivessem no poder não seriam menos corruptos, por muito que reclamem contra a corrupção.»

    Os homeopatas e afins são ainda mais incompetentes que os médicos menos preocupados, porque simplesmente não podem tratar ninguém. E são bem desonestos aqueles que sabem que vendem banha da cobra.

    «No entanto, no que diz respeito às medicinas alternativas, os homeopatas e outros bruxos, realmente ouvem os pacientes com atenção, dedicando-se a cada um de uma forma que poucos médicos fazem.»

    Poucos? Discordo. Mas preocupação qualquer um pode mostrar desde que compreenda a angústia alheia. Faz parte de sermos éticos e, julgo, também é parte essencial do trabalho dos médicos.

    Mas o que distingue um médico dos outros é a sua capacidade de nos tratar.

    O que dizes é como:

    "A sopa devia ser mais saborosa. Eu sei que é nutritiva e saudável, mas não sabe tão bem como devia... Por isso, não sou tão crítico e compreendo bem os pais que dão doces aos filhos... Nesse aspecto, torna-os bem mais felizes!"

    Mas malnutridos. Percebo porque as crianças gostem de doces e porque os pais cedem muitas vezes - mas nem por isso deviam deixar de os alimentar decentemente.

    Não vou dar um placebo de açúcar ao meu filho só porque é menos desagradável que o xarope azedo, mesmo que ele não compreenda porque tem de o tomar.

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  64. Joao:

    « Percepção vs realidade meu caro.»

    Se tu tivesses um estudo que mostrasse que, ao contrário daquilo que é a nossa percepção, os médicos em geral dedicam bastante tempo da consulta a ouvir e a pensar sobre os problemas dos pacientes, aí eu franziria o sobrolho e tentaria saber mais sobre o estudo. Mas se não encontrasse nada nas metodologias/pressupostos a que pudesse objectar, teria de reconhecer que a minha percepção era desadequada.

    Agora, dizeres-me que esta percepção é desadequada porque... sim? Que argumento é esse?

    Claro que é a minha percepção. Contrapões a esta a tua? Ou contrapões que em dúvida devemos assumir que os médicos são perfeitos? Nem sequer entendo.



    «Ja viste a mistura que poes no mesmo balde? A unica coisa que tem em comum são as alegações que fazem.»

    Aquilo que têm de relevante em comum não é as alegações que fazem, mas aquelas que as pessoas aceitam.

    Ou seja, para quem aceita que o homeopata é um profissional de saúde, é importante que este a oiça com atenção.


    «Afirmações extraordinarias requerem evidencias extraordinárias. Ter alguem que se preocupa com elas apenas não aumenta a esperança de vida.»

    Realmente não tenho nenhum estudo à mão. Mas a minha namorada é antropóloga e o seu estudo está relacionado com a área da saúde (etno-psiquiatria), e já me referiu dezenas de estudos científicos com essas alegações.

    Depois posso pedir-lhe referências.


    «É verdade. Mas mesmo assim, ve numeros. isto so quer dizer que a medicina pratica portuguesa pode e deve melhorar. Não que se abra as portas à feitiçaria.»

    A feitiçaria não deve ser proibida pela mesma razão que a religião não deve ser proibida.

    Mas o sucesso dos curandeiros deve-se em grande medida à incompetência de vários profissionais de saúde.



    «Existe um conhecimento aprofundade do fisiologia e patologia. So depois de teres uma ideia do quanto se sabe a esse respeito e de como funciona um diagnostico e uma terapeutica poderemos discutir.»

    Mas leste algo daquilo que escrevi?
    Eu acho que não existe melhor que a medicina convencional para resolver esses problemas? (Lembras-te do exemplo do Ronaldo?).

    Acho é que o acesso que as pessoas têm á medicina "convencional" é que é defeitoso. O problema não está, de todo, na medicina.


    «Tu queres mesmo convencer-me com a tua evidencia anedotica que nos curandeiros em africa é que se esta bem? Achas que a medicina mata mais do que cura?»

    É isso que tens percebido?
    Será que vale a pena continuar a escrever?
    Parece que estás a discutir com outra pessoa qualquer e não com aquela que escreveu aquilo que escrevi.

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  65. Francisco:

    «Os homeopatas e afins são ainda mais incompetentes que os médicos menos preocupados, porque simplesmente não podem tratar ninguém. E são bem desonestos aqueles que sabem que vendem banha da cobra.»

    Eu acho que isso é falso.
    A saúde não tem apenas a ver com fármacos eficazes, ao contrário daquilo que "parece" pelos médicos a que quem não pode pagar muito tem acesso.

    A saúde tem principalmente a ver com o estilo de vida. A alimentação, o exercicio, os vícios, etc..

    E a alimentação não deve ser igual para todos. Quem tem tensão alta não deve comer sal, mas quem tem tensão muito baixa já não faz mal. Quem tem antecedentes de diabetes na família tem de ter um cuidado adicional com o açúcar, e quem tem pele clara deve ter mais cuidado com o Sol. Isto só para dar meia dúzia de exemplos de algibeira.

    Um médico que olhe para o paciente com atenção, que o oiça, que tenha cuidado, pode fazer muito por ele. Principalmente através de recomendações. Consoante o caso, pode recomendar que não coma carnes vermelhas, que não beba leite, ou beba mais leite, que coma ovos ou que não lhes toque.

    E sim, recomndar placebos, que há casos em que são úteis. Desde que o profissional de saúde mostre preocupação com o paciente.

    E nada impede um homeopata de recomendar que o paciente entre no circuito da medicina convencional se suspeitar de algo que exija medicação eficaz. Nem que seja algo como "se o seu médico diz que isso não é nada, procure outro".

    ---

    «Poucos? Discordo.»

    Eu uso o SNS, não se eé o teu caso. Mas quando conto as minhas aventuras e desventuras, todos os utentes do SNS se reconhecem nas minhas histórias.

    Quanto aos médicos privados, haverá bons. Mas os casos de corrupção são mais que meia dúzia. E disto soube por quem trabalhava na indústria farmaceutica a distribuir "brindes", se é que entendes...

    ---

    Creio que com estas tuas duas observações já possas entender a falha no exemplo que deste do filho e da sopa.

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  66. «todos os utentes do SNS se reconhecem nas minhas histórias.»

    Aqueles a quem as contei, claro :p

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  67. "É isso que tens percebido?
    Será que vale a pena continuar a escrever?
    Parece que estás a discutir com outra pessoa qualquer e não com aquela que escreveu aquilo que escrevi."

    Francamente é a mesma sensação que tenho deste lado. Acho que não vale a pena continuar.

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  68. Ha, mas há uma coisa que quero que me mostres (porque disseste que havia).

    Estudos em que haver uma pessoa paga para se preocupar aumenta a esperança media de vida.

    Se sãoi estudos como o que ja referia acerca de redes sociais, qualidade de vida, situação economica, formação profissional, etc, afectarem a qualidade de vida e indiretamente a saude esquece. Não me interessa.

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  69. Este comentário foi removido pelo autor.

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  70. Joao:

    Se bem me recordo daquilo que a minha namorada me descreveu (ela é que os leu, no âmbito do seu trabalho) alguns destes estudos estão relacionados com o impacto da "atitude" do médico face ao doente na cura.
    Ou seja, para os mesmos tratamentos, será que com diferentes atitudes, a probabilidade de sucesso do tratamento varia.

    A conclusão era que sim. Que uma atitude de maior preocupação, uma atitude mais "humana" influenciava o sucesso do tratamento.


    Por outro lado, e confirmando isto, havia um artigo (em revistas com revisão por pares) que falava sobre casos em que os enfermeiros tinham mais sucesso do que os médicos na prescrição de tratamentos.
    Obviamente isso não se devia ao facto de saberem mais que os médicos, mas sim ao facto de nesse hospital passarem mais tempo com os doentes e conhecerem melhor os seus problemas.

    Outro artigo discutia que o conceito de saúde, ou seja, o quão saudável o doente se "sentia" independenetemente daquilo que poderia ser objectivamente comprovado, correlacionava com a esperança de vida.
    Ou seja, que se tu tiveres dois doentes e em todos os diagnósticos objectivos eles estão iguais, mas um sente-se mais "saudável" que o outro, é mais provável que ele viva mais.
    Isto não é grande surpresa, mas o artigo sugeria que parte do fenómeno se devia a efeitos psico-somáticos.


    Outros estão relacionados com a forma holística de encarar a saúde, por oposição a uma forma reducionista. Se bem me lembro tratavam-se de artigos revistos que criticavam precisamente alguns dos aspectos que tenho referido - a forma algo mecânica como os médicos (creio que franceses) se apressavam a passar receitas para aquele problema em específico por oposição a uma abordagem holística à saúde do doente.

    Estes artigos (sobre ambos estes temas e outros semelhantes deviam ser mais que 10) estavam relacionados com o estudo dela sobre etno-psiquiatria, ou seja, sobre como o exercício da psiquiatria deve ter em conta as diferenças culturais quando o paciente vem de uma cultura radicalmente diferente - isto era importante, por exemplo, para alguns emigrantes, etc...


    Assim que estiver com ela peço-lhe essas referências, e quando ela tiver disponibilidade para mas dar, coloco-as aqui.

    O padrão geral dos artigos era reforçar a importância dos efeitos psico-somáticos, e a importância da atitude dos profissionais de saúde nestes efeitos.

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  71. Agradeço-te.

    Se quiseres podes mandar para o meu mail.

    O interesse é genuino.

    é preciso no entanto avaliar a qualidade desses artigos.

    O reducionismo ou o holismo não tem significado - se todos os problemas forem identificados por exemplo. Toda a ciencia funciona assim. É preciso ver o que esta a funcionar mal e corrigir. Falhar a identificação de problemas não é reducionismo.

    a sobre prescrição é um problema no sul da europa. Portugal incluido. Qualquer medico te dirá que tem a ver com as expectativas do doente. Não estap para aturar doentes que se queixam que não passou sequer um remedio.

    Outra coisa. Se bem que haja muitos medicos que não ouçam os doentes, a percepção do doente que não foi ouvido é enganadora.

    As pessoas tendem a contar mais que aquilo que é importante e desviar a atençao ou conversa para topicos que não interessam.

    Por vezes o medico ja colheu os elementos que precisa e a pessoa continua a dizer coisas que p medico ja sabe.

    Por vezes tambem o medico tem de interromper para guiar a consulta do modo mais produtivo.

    Acontece as pessoas estarem preocupadas com uma coisa e o problema ser completamente diferente (acontece muito). E ser dificil explicar isso alem de moroso.

    Eu seui que ha ma pratica e maus profissionais. Mas não tantos que seja preciso recorrer às alternadinhas em vez de tentar perceber o que as pessoas realmente precisam e o que se deve fazer para melhorar a prestação medica.

    TEnho de ir.

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  72. João Vasco,

    «Eu acho que isso é falso.»

    O quê ao certo?

    «A saúde não tem apenas a ver com fármacos eficazes, ao contrário daquilo que "parece" pelos médicos a que quem não pode pagar muito tem acesso.»

    Claro que não. Mas nunca os médicos me deram essa ideia, no que à minha família diz respeito: nem os ortopedistas, nem os gastroenterologistas, nem os dentistas nem os oftalmologistas, nem o neurologista. Nem outros médicos de clínica geral. Nem o pediatra. Nem sequer os veterinários dos meus cães.

    «E a alimentação não deve ser igual para todos.»

    Alimentação? Bem, não discordo, mas creio que o assunto em debate é bem mais abrangente do que alguns aspectos afectos a uma vida saudável...

    Eu compreendo porque é que as pessoas vão ao endireita, ao homeopata, ao curandeiro. Mas o principal é que isso não me merece nenhum maior respeito pela pseudo-medicina.

    De facto, paninhos quentes é tudo o que a pseudo-medicina tem para oferecer.

    É preciso esclarecer isto: o SNS português tem problemas. Mas uma coisa é criticar esses problemas, outra é entender as pessoas desapontadas com ele.

    Outra coisa ainda é a grande treta que é a pseudo-medicina. É burla, é fraude, é mentira, não funciona.

    «Um médico que olhe para o paciente com atenção, que o oiça, que tenha cuidado, pode fazer muito por ele. Principalmente através de recomendações. Consoante o caso, pode recomendar que não coma carnes vermelhas, que não beba leite, ou beba mais leite, que coma ovos ou que não lhes toque.»

    Um médico, certamente! Tudo isso está muito bem. Mas o que isso tem a ver com ser-se menos crítico com a treta?

    Substitui os pseudo-terapeutas por exorcistas, atenciosos e preocupados com todos os problemas dos que a eles recorrem. Isso merece, da tua parte, alguma consideração? Existe algum diferencial de qualidade aqui que nos leve a olhar para os exorcistas com menos criticismo?

    O princípio holístico é importante. Aliás, muitos hospitais públicos se estão a esforçar por aplicá-lo: fazendo dietas dinâmicas para pacientes com necessidades diferentes, disponibilizando psicólogos, nutricionistas, etc.

    «Eu uso o SNS, não se eé o teu caso.»

    Eu recorro ao SNS e a única razão de queixa que tenho é o tempo de espera. Recorri ao sistema privado algumas vezes também. E tenho familiares que recorreram à treta - sempre sem resultados de qualquer espécie e com algumas consequências que podiam ter sido bastante graves.

    O meu irmão tem bastante razão de queixa do Hospital de Faro, em particular.

    A medicina convencional não está em causa aqui, como disseste. Parece-me que a sua coordenação conjunta e operacionalidade têm defeitos. Mas isso em nada abona a favor dos que prometem o que não podem dar. Dizes que oferecem sensibilidade e bom senso... E terapias de eficiência cientificamente reconhecida?

    (Já agora, não vês o Dr. House, pois não? É que é o tipo que menos se importa com os pacientes...)

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  73. Francisco:

    O Dr House trata mal os doentes, mas preocupa-se bastante com os seus problemas. Na série (que é capaz de ser a minha favorita, mas mesmo assim conheço mal porque não gosto muito de TV) ele é bastante obsecado, e chega a perder o sono.
    E não desiste enquanto o problema não for encontrado.

    Há bocado fiz referência à doença de Lyme que a minha mãe apanhou. Antes de se ter descoberto o que tinha, andou por médicos e médicos (cerca de 4) que lhe diziam que não sabiam o que eram aquelas tonturas, e assim desistiam do problema dela. Era um mistério.
    Isto é a realidade.

    No House, um problema destes dava um episódio. Eles não conseguem perceber o que o paciente tem porque o diagonóstico não é trivial, mas mandam fazer uma bateria de testes, debatem e estudam, tentam uma coisa e outra até descobrir.

    Na realidade, quem tem dinheiro vai tentando um e outro médico privado, rejeitando aquilo que dizem aqueles que não conseguem descobrir o problema, que nunca é "não sou suficientemente capaz para perceber" até acertar em alguém que tenha a competência para fazer um diagonóstico acertado.


    «Claro que não. Mas nunca os médicos me deram essa ideia»

    Acho que foste afortunado.



    «De facto, paninhos quentes é tudo o que a pseudo-medicina tem para oferecer.»

    Não concordo.
    Conheço uma pessoa com um problema de caroços que lhe surgiam, e os médicos da medicina convencional simplesmente marcavam cirurgias para os remover.
    Várias cicatrizes mais tarde, esta pessoa foi a um homeopata. Gastou balúrdios naqueles placebos tangosos, e nas consultas. Mas mudou os seus hábitos alimentares em resposta ao que lhe foi pedido pelo homeopata, que, curiosamente, tirou o curso de medicina antes de ser homeopata.
    Nunca mais nenhum caroço teve de ser removido (ela continua a ir aos médicos convencionais como é óbvio). Sempre que esta pessoa se descuida um pouco na alimentação os caroços ameaçam aparecer. Então ela cumpre mais à risca o "regime" e o caroço torna a desaparecer.

    Isto não é mérito da homeopatia. É desmérito da generalidade dos médicos que optou por várias cirurgias e nunca atacou o problema de fundo.

    Para quem tem acesso a bons médicos, as medicinas alternativas não servem de nada.
    O problema é que não é esse o caso de muita gente.



    «Eu seui que ha ma pratica e maus profissionais. Mas não tantos que seja preciso recorrer às alternadinhas em vez de tentar perceber o que as pessoas realmente precisam e o que se deve fazer para melhorar a prestação medica.»

    Repito-me, as medicinas alternativas não são a solução.

    O problema dos médicos é serem poucos. Haveriam de ser muitos mais, para que o seu tempo não fosse tão "precioso".
    Um médico que perca tempo e seja honesto, se tiver um mínimo de vocação e capacidade, é mais eficaz que qualquer bruxo. O problema é que estas condições não estão reunidas assim tantas vezes.
    Quando o tempo dos médicos for menos precioso e os doentes puderem comportar mais da sua disponibilidade, muitos dos problemas actuais vão ser significatvamente minorados.

    A solução mais importante, portanto, é resistir à pressão da ordem dos médicos para que a formação continue a ser tão restrita. Muitos mais deveriam ter acesso a essa profissão. (A OM agora quer pôr a "clínica geral" como uma especialidade. Mafiosos! Como se não tivesse feito suficiente mal ao país estes anos todos, ao impedir constantemente a formação dos médicos necessários)

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  74. A última parte da mensagem era dirigida ao João e não ao Francisco.

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  75. "Muitos mais deveriam ter acesso a essa profissão."

    Sim e a ordem devia ser processada pelos seus abusos.

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