quarta-feira, julho 09, 2008

Treta da Semana: A falta de Olíbano.

A propósito da treta da semana passada, o leitor (leitora?) JATA sugeriu que não era útil criticar o milagre do beato Nuno Álvares Pereira (1). Como este blog é um serviço de utilidade pública sinto-me obrigado a redimir essa falha focando um problema grave que urge resolver. A falta de olíbano, nomeadamente do «verdadeiro Olíbano Somalês»(2). Porque «O Olíbano é o ingrediente central da amarração, é a oferenda que atrairá as entidades e as fará agir da maneira que queremos. Sem ele, elas simplesmente não vão fazer o que queremos, pois não terão razões nem incentivos para isso.»(2)

A amarração «é uma conjura de poderes para persuadir um homem ou uma mulher a desejar a pessoa que faz o feitiço»(3). Escreve-se num papel o nome do visado, faz-se um círculo de sal no chão, junta-se uma fotografia e duas velas negras, queima-se o imprescindível olíbano e profere-se este encantamento intrigante:

«Eu vos conjuro novamente, por todos os nomes secretos de Tetragrammaton, para que envies os teus poderes para oprimir, torturar e assediar o corpo, mente e alma de [nome da pessoa desejada aqui], ele(ela) cujo nome aqui esta escrito, (segure o papel) para que ele(ela) venha até mim e concorde de livre vontade com os meus desejos, nunca mais gostando ou amando alguém no mundo que não eu, enquanto eu assim o desejar.”»(3)

Parece contraditória esta noção de «oprimir, torturar e assediar o corpo, mente e alma» até que a pessoa «concorde de livre vontade». Mas o Bom Feiticeiro diz que se for «bem-feita, nunca falha», e eu tenho tanto respeito pela sua magia como tenho por qualquer outra “ciência oculta”, seja a astrologia, o pai-nosso ou a previsão do futuro na borra de café. São tudo formas legítimas de contactar a dimensão espiritual, também conhecida como terra do nunca nunca.

Mais a sério, a questão da utilidade de criticar estas coisas é interessante. É certo que o faço mais por gozo que por utilitarismo, mas penso que também é útil. Não por criticar o milagre do salpico ou a amarração em particular – se não fosse isto podia ser outra coisa qualquer – mas pela atitude crítica em si. Essa julgo que é sempre útil mesmo nas coisas mais triviais.

Por um lado porque estas coisas são triviais e inofensivas apenas se não as levarmos a sério. Milagres, magias e essas tretas têm uma grande influência na vida de quem acredita nelas e uma atitude crítica pode poupar muita chatice. E, por outro lado, é útil para não julgar estas coisas apenas pela primeira impressão ou sem impressão nenhuma. Quer a rejeição gratuita quer o politicamente correcto “respeito pela crença dos outros” desprezam a questão que a atitude crítica nos força a considerar: será que isto é verdade?

No caso da amarração e do olíbano não é preciso pensar muito. Não há vestígio dessas entidades que pretendem conjurar. E mesmo que existissem espíritos com a inteligência para identificar a pessoa visada e perceber o encantamento, e com o poder de a fazer amar alguém, o mais certo era desmancharem-se a rir do pateta que espalha sal no chão e lhes dá ordens enquanto queima olíbano. Mas até nestes casos de disparate óbvio parece-me que é útil perder alguns segundos a perguntar porque é que o consideramos um disparate.

E se isto não vos convence, deixo aqui alguns dos comentários ao post da amarração (3):

« Estou a confiar muito nesta amarração tendo em conta que já gastei milhares de Euros e o meu problema ainda não foi resolvido.»

« A foto pode ser substituida por outra coisa? Como um fio de cabelo,ou o esperma dele?»

« Bom Feiticeiro, o Sre. tem outro feitiço para ensinar, porque eu sou candidata a Vereadora e quero ganhar a Eleição e a Eleição é esse ano em Outubro.»

«FIZ TUDO COM MUITO AFINCO E INFELIZMENTE ONTEM VI O MEU AMOR RINDO E BRINCANDO MUITO COM OUTRAS MULHERES EM SALAS DE BATE PAPO, ENTÃO ISSO SIGNIFICA QUE NÃO DEU
CERTO? ME RESPONDA POR FAVOR, SE PREFERIR PODE ME RESPONDER POR E-MAIL, POIS HJ ESTOU PROFUNDAMENTE DEPRIMIDA E CHORANDO PELO QUE VI ONTEM.»


Obrigado ao leitor Quetretófilo pela sugestão do tema.

1- Treta da Semana: A crise chega aos milagres.
2- Bom Feiticeiro, Erro Número 1: Falta de Olíbano.
3- Bom Feiticeiro, Amarração explicada incluindo as dúvidas dos leitores.

110 comentários:

  1. Quer a rejeição gratuita quer o politicamente correcto "respeito pela crença dos outros" desprezam a questão que a atitude crítica nos força a considerar: será que isto é verdade?


    E que tal questionar a "crença" politicamente correcta do aquecimento global por acção do Homem, através das emissões "poluentes" (?!) do CO2, esse gás tão pouco abundante na atmosfera - menos de 0,04%! - e que é absolutamente vital à vida neste planeta?!

    Milagres, magias e essas tretas têm uma grande influência na vida de quem acredita nelas e uma atitude crítica pode poupar muita chatice.

    Ora se isto é assim, que dizer então de aldrabices grosseiras que podem ter uma enorme influência sobre a vida de toda a gente, tanto os que acreditam nas balelas ditas "científicas" do que lhes é agora servido todos os dias e a todas as horas, como aqueles que mantêm um saudável pensamento crítico, não engolindo de mão beijada qualquer patranha que lhes é impingida, tenha ou não o aval da ciência e seus sacerdotes?!

    É que, como actividade humana, não só ela está sujeita aos mesmos erros de qualquer outra via do conhecimento, mormente a filosofia e a religião, como também depende da integridade ética e moral daqueles que a servem. Ou seja, para além dos erros admissíveis pela ignorância que tenderá a diminuir com o progresso da humanidade, há que contar igualmente com a natural fragilidade dos cientistas e ainda as suas dependências bem conhecidas do poder político e económico.

    Deste modo, a treta potencialmente gravíssima do "aquecimento global", por via do efeito estufa assacado maioritariamente ao inocente CO2 - sem o qual NÃO podem existir as formas superiores de vida neste planeta! - vale por milhares de milagres e amarrações e todos os prof. Bambo e quejandos!

    É que nos ditos "cientistas", que assim nos enganam e dissimulam a verdade - ou escondem a sua ignorância! - na moderna magia das vistosas fórmulas encantatórias e gráficos computadorizados, muita gente acredita e a começar desde logo na escola, onde astrólogos e feiticeiros tribais não têm aceitação por aí além. Nem criacionistas, diga-se de passagem!

    Para se compreender melhor a inaudita gravidade do que nos pode esperar se passivamente engolirmos as despudoradas patranhas que até valem prémios Nobel (!!!), atente-se só nas notícias muito recentes em que se fala de "sequestro de CO2" e também de ozono, ou seja, na Europa começa-se já a enterrar estes gases, com o mesmo à vontade com que se destroem mortíferas armas químicas, por exemplo!

    Ora esta loucura, fundada na suposta racionalidade da ciência e com o aval desta, não diz respeito apenas às dezenas ou centenas dos tais crentes nos poderes do verdadeiro Olíbano Somalês, mas a todos os seis biliões de seres humanos que aqui habitam.

    The German Research Centre for Geosciences announced that it has begun underground storage of CO2 for up to 60,000 tons of CO2 at a depth of more than 600 meters during the next 2 years. Dubbed CO2SINK, the project is being funded by the EU commission, the Federal Ministry of Economics and Technologies, the Federal Ministry of Education and Research and about 14 companies.

    Comparada com esta pseudo-ciência que curva a cerviz a outros interesses que não os do rigor e da verdade, igrejas e mil seitas são meros aprendizes de feiticeiro. Infelizmente, já desde há muito tempo que a mor bruxaria habita no obscurantismo científico que não permite sequer o livre questionamento dos seus próprios dogmas sacrossantos, como inúmeros cientistas independentes bem o sabem.

    Mas, claro, há que ganhar a vida... seja com inocentes amarrações ou mais cultas e bem disfarçadas ricas mistificações... que valem muitos milhões!!!

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  2. Leprechaun:

    Os cientistas, influenciados que são pelos seus interesses económico-financeiros, decidiram alinhar-se com os poderosos interesses anti-petrolíferos e criar uma indústria anti-emissões.

    E inventaram essa tanga do aquecimento global, sem sequer ter reparado que o co2 é essencial à vida. Isto é impressionante, porque é uma coisa que qualquer miudo da primária sabe, e no entanto milhares e milhares de cientistas especialistas em todo o mundo se esqueceram. Até mesmo os poucos cientistas que estão contra a teoria do aquecimento global, não referem esse argumento decisivo: parece que ninguém reparou numa coisa tão óbvia!! Que estúpidos!!!

    Claro que existem aqueles que dizem que o problema não é existir CO2 na atmosfera, mas sim a concentração ser significativamente maior que a natural - que se um planeta sem efeito de estufa fica tipo mercúrio, um planeta com efeito de estufa a mais fica tipo vénus (que é mais quente que mercúrio apesar de estar mais longe do Sol). Há quem diga que nenhum cientistas se "esqueceu" do importante papel do CO2 para a vida, e que é ridículo assumir que se está a tentar acabar com o CO2 e não meramente a reduzir a sua concentração a valores próximos (ainda assim superiores) dos naturais.
    A esses, uma resposta: interesses. As petrolíferas sempre foram grandes vítimas destes grupos de interesses, e agora chegou a vez dos cientistas serem os instrumentos destes interesses ocultos que atacam as petrolíferas.

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  3. Leprechaun,

    «E que tal questionar a "crença" politicamente correcta do aquecimento global por acção do Homem,»

    Perfeitamente legítimo questionar. Mas a atitude de crítica deve aplicar-se igualmente às várias alternativas.

    Quando peso os teus argumentos, que o CO2 não causa aquecimento porque é vital à vida (isso é como dizer que as inundações não fazem mal porque somos 70% água) com as evidências do aquecimento global e da sua correlação com a quantidade de CO2 na atmosfera e o consenso de quem percebe mais que eu do assunto tenho que concluir que não deves ser tu a ter razão.

    Tens alguma evidência que o aumento de 34% na quantidade de CO2 na atmosfera e o aumento de 0.8ºC na temperatura média no mesmo período de algumas décadas são uma mera coincidência?

    É que tu estás-me a dizer que ter calor depois de se tapar com um cobertor não tem nada a ver com o cobertor. Acho duvidoso...

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  4. Este texto está muito engraçado, como todos os que têm a etiqueta "sarcasmo".

    PS- Mas tenho a impressão que há uns tantos textos sarcásticos que não têm levado a etiqueta.

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  5. A questão do CO2 é extraordinariamente interessante.

    Eu, por mim, acho que a questão está a ser polarizada internacionalmente, apesar dos cientistas, e não propriamente por causa dos cientistas. Que eu saiba, nem a Exxon nem o Al Gore são cientistas. Desde os que afirmam que não existe aquecimento global, até aos que afirmam que a Terra vai aquecer 7 graus centígrados até 2100, não faltam exemplos. Retóricas e truques estilísticos de apresentação de estatísticas não faltam a ambos os lados.

    Dito isto, parece-me evidente que sim, a Terra aquece devido à concentração de CO2, e que a sensibilidade do clima devido a um duplicar de CO2 é cerca de menos de um grau centígrado. Isto está estabelecido e corrigido já há decadas, no mínimo. Aquilo que é menos compreendido são as respostas do sistema, os feedbacks, que podem ir desde um feeback negativo (diminuindo assim o efeito do CO2), até um feedback bastante positivo (chegando assim aos 7º graus mencionados acima).

    O problema é que ninguém sabe exactamente quais são os efeitos da coisa. Exemplo perfeito são os efeitos das nuvens e da humidade, que nem sequer se sabe se o sinal do seu feedback é positivo ou negativo, quanto mais!

    Existem imensos pontos cépticos e críticos sobre a posição do IPCC 2007, desde as metodologias utilizadas, a opacidade de dados, métodos e critérios de avaliação que estão a ser alvo de muita polémica (este post de Steve McIntyre no Climate Audit é uma ironia perfeita do que se está a passar neste campo), apesar dos protestos de quem vê no aquecimento global uma oportunidade para salvar o planeta.

    Partilho também um link sobre quais são as dúvidas racionais sobre o tema aqui, assim como um vídeo do mesmo site aqui. Coloquem um grão de sal no que está escrito e lido, é como eu digo, a coisa está polarizada.

    Não quero dizer com isto que o assunto não me preocupa. Pessoalmente acho que devemos confiar nos especialistas e penso também que a política deve seguir os conselhos dos cientistas. Penso também, no entanto, que devemos apelar à comunidade científica para que a climatologia abra as portas à internet e à abertura dos seus procedimentos e metodologias, que nem sempre são claras e poderão inclusivé conter imensos erros na obtenção, processamento e inferências desses mesmos dados.

    Aproveito também para dizer que urge criar um teste à teoria do aquecimento global catastrófico (mais do que 2 graus centígrados) para que saibamos se ele é realmente verdadeiro ou não, ou seja, enquanto não for possível testar a hipótese, ela tanto pode ser verdadeira como não. Se a temperatura desce, como tem descido nos últimos anos, é "Weather", se a temperatura sobe, é "Climate". Assim não pode ser!

    Por último, também urge repensar sobre a polarização mediática desta questão. Hoje em dia, tudo é culpa do Aquecimento Global. Se existe uma seca, pimba. Se existe uma cheia, pimba. E isto acontece apesar das estatísticas apontarem para o contrário. Se neste ano há imensos furacões, pimba, apesar do facto de este ser um ano extraordinariamente frio e portanto a ideia de culpar o "aquecimento" é no mínimo estúpida. Existe uma irracionalidade nos média e na mente das pessoas que tende a culpabilizar o AG por tudo e por nada, e por conseguinte torna-se um modo de as pessoas desabafarem as suas frustrações contra o "consumismo", as "grandes corporações" e etc.

    Existe um enorme perigo de a ciência se deixar estrangular por um debate e discurso altamente religioso e cheio de tabus, e quem perde é a ciência.

    Outro site interessantíssimo para ler:

    Watts up with that

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  6. A quem se interessar:

    http://dererummundi.blogspot.com/2007/04/lgica-e-falcia-correlao-causalidade.html

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  7. kkkkkkkkkkkk, olha, isso seria trágico se não fosse cômico, mas como disse o lud, isso para nós , claro. kkkkkkkkk

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  8. Será que ele tem um feitiço para me tornar dondoca over night?

    E um para afastar clientes chatos?

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  9. «Pelo nome secreto Tetragrammaton (...)»
    Já não é secreto. LOL

    É assim que faz por livre-vontade: «Que ele (ela) comece agora a sentir a tortura da minha ausência!»

    Diz: «É importante que nem sequer pense que esta amarração vai falhar, porque não vai. Se bem-feita, nunca falha». O que acontece se dois vereadores para a mesma Câmara ou dois adversário para um mesmo amor realizarem o mesmo feitiço? Será que se escolherem o mesmo número do Oráculo de Belinni só um ganha o totoloto?

    É engraçado que perguntem se é correcto fazer assim ou assado (com pensamento em vez de uma foto, com menstruação na cuecas, com uma determinada panela, etc.). Basta experimentar, como qualquer coisa, e se não der podem expandir conhecimento. É assim que aprendemos, do gatinhar ao andar, com as primeiras comidas estragadas, com programas com erros, etc. Mas como é treta...

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  10. Barba Rija:

    « Pessoalmente acho que devemos confiar nos especialistas e penso também que a política deve seguir os conselhos dos cientistas. Penso também, no entanto, que devemos apelar à comunidade científica para que a climatologia abra as portas à internet e à abertura dos seus procedimentos e metodologias, que nem sempre são claras e poderão inclusivé conter imensos erros na obtenção, processamento e inferências desses mesmos dados. »

    Mas a climatologia é mais obscura ou esotérica que qualquer outra ciência?

    «Se a temperatura desce, como tem descido nos últimos anos, é "Weather", se a temperatura sobe, é "Climate". Assim não pode ser!»

    A explicação está aqui.

    A tendência macro-temporal é o clima, a tendência micro-temporal é o "Weather" (tempo).
    Por isso basta ver o gráfico para entender que quando a temperatura desce é "Weather" apesar do "Climate", e quando sobe é "Climate" além de ou apesar do "Weather".


    «Se existe uma seca, pimba. Se existe uma cheia, pimba. E isto acontece apesar das estatísticas apontarem para o contrário. Se neste ano há imensos furacões, pimba, apesar do facto de este ser um ano extraordinariamente frio e portanto a ideia de culpar o "aquecimento" é no mínimo estúpida»

    Isso não é verdade. A relação entre secas, cheias, tufões e aquecimento global está estudada e fundamentada.
    Não é que o aquecimento global cause uma seca em específico, mas aumenta a probabilidade de alguns fenómenos que, como seria de esperar, acabam por se verificar com maior frequência.
    Sobre os furacões, existe uma enorme correlação entre a temperatura da água do golfo do méxico e a ocorrência de tufões, só para dar um exemplo de como fenómenos aparentemente diversos podem estar relacionados.

    Sobre correlação não ser causualidade, veja-se a minha próxima mensagem.

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  11. anónimo do dilema correlação-causualidade:

    Quando temos uma elevada correlação entre A e B, há 4 razões simples que a podem explicar:

    a) A causa B

    b) B causa A

    c) A e B têm causa comum

    d) Foi uma grande coincidência (tanto maior a sua improbabilidade quanto maior a dimensão dos dados e mais próxima de 1 for a correlação).

    No que respeita ao efeito de estufa existe um mecanismo causal conhecido segundo o qual o aumento da concentração de CO2 deveria corresponder a um aumento de temperatura média do planeta. Isso seria previsível pelo conhecimento que temos de ciência, e independente dos dados empíricos a que temos acesso. Se os dados desmentissem essa relação causal, então algo da nossa física/química/metereologia/etc... estaria errado.

    Então nós temos razões teóricas para assumir que A (aumento da concentração de CO2) causa B (aumento da temperatura média da terra).

    E os dados empíricos, confirmam ou desmentem esta tese?
    Os dados empíricos mostram que a concentração de CO2 tem aumentado, e a temperatura também. Isto demmonstra correlação entre A e B. Qual das explicações será a melhor?

    b) Será o aumento da temperatura que tem causado o aumento de concentração de CO2?
    Temos uma boa razão para acreditar que não: ele nunca foi tão elevado.

    c) Será que o aumento de CO2 e o aumento da temperatura têm uma causa comum? A causa do aumento das emissões de CO2 são as nossas decisões de queimar carvão e petroleo em quantidades industriais. Se isto é que causa o aumento da temperatura, então o problema é o mesmo.

    d) Este era o ponto que o Ludwig estava a rejeitar com sarcasmo quando deu o exemplo do cobertor. Se temos um mecanismo teórico que explica que A causa B e apenas explicamos a correlação entre A e B como coincidência, não estamos a ser muito inteligentes...

    Parece que neste caso, por exclusão de partes, a correlação mostra como a causualidade existe.
    Os dados empíricos confirmam as previsões teóricas.

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  12. Lembro-me de uma professora de CVT (Ciências da Vida e da Terra; ie: Biologia e Geologia) ter perguntado a razão de Vénus ser mais quente do que Mercúrio, como indicado numa tabela, se estava mais afastado do Sol. Isso foi muitos anos antes do Al Gore e de George W. Bush Jr.

    Na Wikipedia, sobre o planeta Vénus:
    «A enorme quantidade de CO2 da atmosfera provoca um forte efeito estufa que eleva a temperatura da superfície do planeta até 460 °C nas regiões menos elevadas ao redor do Equador. Isto faz Vénus ser mais quente do que Mercúrio, apesar de estar a mais do que o dobro da distância do Sol que este e receber somente 25% de sua radiação solar (2.613,9 W/m² na atmosfera superior e 1.071,1 W/m² na superfície).»

    Deve haver muita vida lá com a quantidade de carbono que lá existe. Nos filmes de série B indicam que os habitantes são venesunianas sensuais que querem raptar homens para participarem em orgias.
    Por curiosidade: encontrei uma mapa de Marte. Lá os habitantes são guerreiros que invadem outros planetas por desporto, esgotando os seus recursos naturais até ficarem secos como uma maça podre com várias semanas.

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  13. Joaninha

    "E um [feitiço] para afastar clientes chatos?"

    Eu tenho um muito eficiente. Chama-se caçadeira. Para melhor lhe "oprimir, torturar e assediar o corpo, mente e alma", serram-se os canos.

    Escreves o nome dele num papel, acendes velas pretas, rezas uma oração idêntica ao da amarração e apontas a arma. Ou aponta só a arma, mas fica mais potente o feitiço se fizeres o servicinho completo.

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  14. Leprechaun

    A treta da teoria da conspiração já foi abordada há 2 ou 3 semanas.

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  15. Caro Vasco:

    E o Vapor de água não será mais importante do que o CO2? E o calor latente e consequentemente a "bomba de calor" que suga calor lá para cima?

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  16. Do propalado aquecimento se pode pois falar em tema próprio, já que o assunto tem pano para muitas mangas! Resta é saber se estas vão arder ou tiritar... vamos suar ou gelar?!

    O que é, contudo, indesmentível, é a profunda divisão entre os cientistas que defendem visões quase diametralmente opostas a este respeito. Incluindo aqueles que pensam estarmos é a caminho de uma nova Idade do Gelo, o que aliás até parece ter sido a opinião maioritária ainda até há poucas dezenas de anos, o que não deixa de ser curioso...

    Mas estou agora a reler "Uma Breve História do Tempo", de Hawking, e deparo no capítulo 2 com a interessante menção à mítica e indetectável matéria escura, uma espécie de mafarrico invisível, pois! Sim, que as semelhanças entre ciência e religião nos seus dogmas e postulados de fé são tremendas!!!

    Uma das coisas mais interessantes é que a matéria escura corresponde a aproximadamente 23% de toda a matéria do universo. O restante seria constituido de energia escura, 73% e a matéria convencional, 4%.

    Simplesmente fantástico, aqui não existe falta mas autêntica superabundância de Olíbano cósmico, que deve dar para fazer "amarrações" por toda a eternidade!!!

    Mas, matemática à parte, como é que se chegou a esta conclusão tão extraordinária que, no fundo, diz que nada somos... uns míseros 4% a matéria tal qual a conhecemos!

    Hawking explica-o assim no seu aclamado livro:

    A nossa e as outras galáxias devem, porém, conter uma grande quantidade de "matéria escura" que não podemos ver directamente, mas que sabemos que deve existir, por causa da influência da sua atracção gravitacional nas órbitas das estrelas nas galáxias.
    Além disso, a maioria das galáxias encontra-se em aglomerados e podemos, assim, concluir que existe mais matéria escura por entre as galáxias nestes aglomerados pelo seu efeito no movimento das galáxias. (...) Não devemos, porém, excluir a possibilidade da existência de outra forma de matéria, distribuída quase uniformemente através do Universo, que ainda não detectámos...


    Ou seja, ainda mais demónios, bem dizia Carl Sagan, que até prefaciou o livro, que o mundo estava infestado deles! Só que talvez se tenha esquecido de dizer que o mundo da ciência os produz em quantidade quiçá ainda mais assombrosa que todas as religiões juntas! É que 96%... são noventa e seis!!!... de matéria e energia negra é obra, cientificamente satânica, ó se é!

    Já agora, mas por que é que esses tais "infernos" também estão bem longe, sabe-se lá onde?! Se no Universo temos 24 (!!!) vezes mais "negritude" do que simples matéria, não parecerá algo estranho que tal possa permanecer indetectável aqui no nosso próprio planeta ou sistema solar ou até galáxia?!

    Em suma: existe alguma diferença substancial entre este tipo de raciocínio - irracional e que apenas serve para tapar buracos numa teoria ferida de morte e que somente sobrevive graças ao "apoio de vida" da poderosa maquinaria matemática... uma ciência formal, imaginação pura! - e as concepções do céu e inferno para além do universo material, logo não visíveis aos mortais?!

    No, there is NO difference whatsoever, it's all the same ignorant crap! High priests of religion or science are masters of tradition and ancient wisdom, NOT new knowledge!!!

    No fundo, aquilo que esta "treta" mascarada de "teoria científica" significa, é que os conceitos acerca da natureza da matéria e o universo estão profundamente errados e necessitam de ser urgentemente revistos de alto a baixo!

    O livro de Hawking é sobre cosmologia ou apenas algum guião de "negra" ficção científica?! E, contudo, ele próprio afirma:

    Se tudo no Universo depende de tudo o mais de uma maneira fundamental, pode ser impossível aproximarmo-nos de uma solução completa investigando isoladamente as partes do problema.

    Ora o maior problema aqui é que se está a partir de uma concepção errónea da própria substância do universo, claro! Para além disso, a brutal cegueira que consiste em negar que a inteligência está inscrita em todo este processo global impede que se possa fazer algum progresso real neste emaranhado de conceitos ilusórios e sem sentido!

    Logo, é com os "aprendizes de feiticeiro" daquilo a que chamamos "ciência", que mais nos devemos preocupar! Os outros são de somenos e o seu poder é residual, mas a irracionalidade que campeia em grande parte do edifício científico é extremamente preocupante, ainda que afinal reflicta apenas a tão frágil natureza humana.

    E sim, a barafunda do "aquecimento" ou "arrefecimento global" é um case study evidente!

    More in just a moment! :)

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  17. xp:

    Há vapor de água, metano, etc.. os cientistas sabem que todos esses são importantes. Mas aquele cujas concentrações estão mais acima do natural corresponde ao que emitimos em maior quantidade: CO2. É por isso que merece este papel de destaque. Mas os outros também são importantes.


    Leprechaun:

    A conversa de que antes os cientistas em geral previam uma era glaciar é um mito:

    «During the period we analyzed, climate science was very different from what you see today. There was far less integration among the various sub-disciplines that make up the enterprise. Remote sensing, integrated global data collection and modeling were all in their infancy. But our analysis nevertheless showed clear trends in the focus and conclusions the researchers were making. Between 1965 and 1979 we found (see table 1 for details):

    7 articles predicting cooling
    44 predicting warming
    20 that were neutral »

    http://www.realclimate.org/index.php/archives/2008/03/the-global-cooling-mole/langswitch_lang/po#more-536

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  18. b) Será o aumento da temperatura que tem causado o aumento de concentração de CO2? (...) Parece que neste caso, por exclusão de partes, a correlação mostra como a causalidade existe.

    Como já palrei demais e as imagens valem por mil palavras, eis os tais famosos gráficos com os dados da concentração do CO2 e das temperaturas, que parecem pois apontar para a hipótese b)... nice! :)

    Ainda que tal não seja perceptível a esta escala, a concentração de CO2 só começa a subir alguns séculos depois do aumento das temperaturas! Uma explicação simples reside na libertação do CO2 dissolvido nos oceanos, que se verifica quando estes aquecem.

    De notar ainda que as variações de temperatura são sobretudo negativas, com amplitudes cerca de 4 vezes superiores aos esporádicos picos, 5 no gráfico em 400 mil anos... not that much!

    Para tornar ainda mais caricata toda esta controvérsia, que nem teria razão de ser se tantos outros interesses não se sobrepusessem à simples verdade... que pode mesmo ser bem inconveniente!... tal como o XP acaba de apontar, o efeito de estufa do vapor de água é incomensuravelmente superior ao do CO2! Como é? Também o vamos enterrar?

    Por fim, a percentagem de CO2 atmosférico é tremendamente diminuta, só 0,037% (!), o que é mesmo insuficiente para manter o crescimento saudável da vegetação no planeta, conforme se pode ver no gráfico abaixo:

    Fotossíntese em função do CO2

    Em resumo, o maior perigo está no frio não no calor e, principalmente, na diminuição da biomassa que os baixos níveis de CO2 podem acarretar. É que sem plantas verdes... adeus, vida!

    Ah! Quanto a Vénus e Mercúrio não têm água, estão noutro campeonato.

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  19. A conversa de que antes os cientistas em geral previam uma era glaciar é um mito.


    O mito aqui, independentemente do que possa acontecer com a temperatura, é que o tão rarefeito CO2... 0,037% insisto!... possa provocar um efeito estufa tal que eleva a temperatura global.

    É que isso NÃO tem qualquer tipo de comprovação em dado algum, por mais que se desenterrem os gelos lá dos Árticos e façam mil e um estudos acerca do gás que é o MAIS vital para a sobrevivência deste planeta!

    É que há cerca de 600 (!) vezes menos CO2 do que oxigénio, não dá para brincar muito a aprendiz de feiticeiro, para isso já nos bastam os OGM e o que daí virá, sabe-se lá!

    De resto, a questão de aquecimento ou arrefecimento é secundária face à extraordinária gravidade deste apontar o dedo ao CO2, um disparate de todo o tamanho que pode ser defendido à vontade por políticos e economistas e industriais, etc., mas NÃO por cientistas, óbvio!

    Por fim, o argumento da intervenção humana na génese da subida do CO2 só se coloca mesmo ao nível da desflorestação, já que a diminuição da biomassa deve ser a grande preocupação na sustentabilidade da vida.

    O efeito da poluição industrial é desprezível no ciclo natural do carbono, utilizar um tal argumento nesta questão não é sequer sério.

    Plantas verdes e oceanos, este é o principal equilíbrio que deve ser mantido!

    Já agora, existe um termostato natural no clima, que eu até estudei em Geografia nos liceus: vapor de água e nuvens, eis os reguladores por excelência da temperatura à superfície da Terra!!

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  20. Tenho-me deliciado com a science fiction de Mr. Hawking, not bad at all, really! :)

    Repare-se só nesta belíssima magia à Harry Potter!

    As partículas que transportam força entre partículas de matéria chamam-se partículas virtuais porque, ao contrário das partículas "reais", não podem ser detectadas directamente por um detector de partículas. Sabemos contudo que existem porque têm um efeito mensurável: originam forças entre partículas de matéria.

    Ou seja, em linguagem corrente, trata-se de fantasias matemáticas sem representar necessariamente qualquer realidade concreta, de acordo aliás com a própria definição de Hawking:

    Uma teoria não é mais do que um modelo do Universo, ou de uma parte restrita deste e um conjunto de regras que relacionam quantidades do modelo com as observações que praticamos. Existe apenas na nossa mente e não tem qualquer outra realidade, seja o que for que signifique.

    Dito de outra maneira, a Física não descreve necessariamente qualquer realidade objectiva, mas apenas relações matemáticas formais... that’s it! Talvez elas possam corresponder a algo que exista ou não, o que importa é apenas que a teoria satisfaça dois requisitos: deve descrever com precisão um grande número de observações que estão na base do modelo, que pode conter um pequeno número de elementos arbitrários, e deve elaborar predições definidas sobre os resultados de observações futuras.

    Isto significa, sem apelo nem agravo, que a ciência serve apenas um propósito utilitarista e NÃO se preocupa primariamente com a compreensão da realidade última ou a busca da verdade, objectivos só ao alcance da filosofia e religião... ou talvez da intuição, o conhecimento directo e imediato para além da mui falível e lentíssima razão.

    Ainda outro exemplo de meras fantasias abstractas, para terminar:

    As partículas mediadoras de forças podem ser agrupadas em quatro categorias, de acordo com a intensidade da força e as partículas alvo. Deve acentuar-se que esta divisão em quatro classes é elaborada por ser conveniente para a construção de teorias parciais, mas não pode corresponder a qualquer coisa de mais profundo.

    Com tudo isto, pretende apenas salientar-se... uma vez mais!... que o alicerce da actual física está assente sobre areias mais do que movediças, num baralho de cartas que já está a ruir porque se fundamenta numa compreensão errónea daquilo que é a matéria e o espaço!

    A força gravitacional entre o Sol e a Terra é atribuída à troca de gravitões entre as partículas que constituem estes dois corpos. Embora as partículas permutadas sejam virtuais, produzem realmente um efeito mensurável: fazem com que a Terra orbite em torno do Sol! Os gravitões reais provocam aquilo a que os físicos clássicos chamariam ondas gravitacionais que são muito fracas e tão difíceis de detectar que nunca foram observadas.

    Lendo isto, está de facto mais do que justificada a crença em "vibrações positivas e negativas", ou a energia vital do reiki e o ki ou o prana e por aí adiante. Deveras, pelo menos estes efeitos podem ser sentidos em quem os proclama, ainda que fruto da autosugestão, quiçá. Mas aquilo de que o douto físico fala, nem ele nem mais ninguém sente ou observa, excepto nas mais angélicas elucubrações matemáticas! Ou seja, um verdadeiro manancial de místicas visões, traduzidas nos mesmíssimos símbolos esotéricos dos hieroglifos de outrora. Mas se alguém vir qualquer diferença entre os reinos do faz-de-conta que Hawking descreve e os outros ditos assombrados pelos demónios... be my guest!

    Citemos, por fim, alguém que os defensores do imobilismo e do statu quo proscreveram, o notável físico italiano Ruggero Santilli, que não vai em cantigas da carochinha e elaborou todo um edifício radicalmente novo em que uniu a relatividade e a mecânica quântica na nova "mecânica hadrónica":

    When matter is moved from one position to another, there is no actual motion of any "solid," but merely the transfer of the basic oscillations forming matter from one position in space to another. Stated in plain terms, a main view is that matter is totally empty and space is totally full.

    Sim, quem tem ouvidos que oiça, porque está aqui o gérmen do verdadeiro entendimento daquilo que é a matéria e o substrato deste universo, sem as muletas de virtualidades e outras pseudo-científicas "olibanidades"!!!

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  21. XP,

    A Terra recebe 174x10^15 J de energia solar por segundo. Isto equivale a 3 bombas atómicas como a de Hiroshima em cada segundo. Esta é a energia que a Terra recebe e a que tem que libertar para o espaço para que a temperatura média permaneça constante (sem contar com o aquecimento interno... isto é só para dar uma ideia da magnitude dos fluxos em equilíbrio).

    Agora imagina que um dos gases que ajuda a tapar a irradiação da Terra para o espaço aumenta 30% na atmosfera. Pode não ser muito em valor absoluto, e pode travar apenas uma fracção muito pequena da energia que sai. Mas o fluxo é tão grande que mesmo uma pequena fracção vai fazer acumular calor até que aumente a irradiação o suficiente para equilibrar os fluxos de novo.

    É isso o aquecimento global.

    O vapor de água é importante mas esse é constante. O metano é importante, e vai ser muito importante se o permafrost na sibéria derreter e libertar os milhares de milhões de toneladas de metano que lá estão presas desde a última idade do gelo.

    E este é o outro problema. O CO2 pode não dar para aquecer mais que um grau ou assim. Mas isso parece ser suficiente para despoletar outros processos que nos podem lixar...

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  22. Leprechaun,
    Lembras-te quando eras pequenino e ficavas a aquecer-te atrás da janela naqueles dias de inverno frios e solarengos!? Isso é efeito de estufa ! ;-)

    Pessoal,
    não sei se já conhecem este filmezinho feito do lado de lá do atlântico ?

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  23. Ludwig

    Lembro-me na altura de mudar para a gasolina sem chumbo que muitos defendiam que era só uma maneira de tornar o combustível mais caro e nem sequer estava provado que fizesse mal ao cérebro das criancinhas.

    A questão é a mesma que para o aquecimento global: estamos mesmo dispostos a fazer a experiência de continuar como estamos para depois arcar com as consequências? Sobretudo quando todos os indícios apontam para que seja verdade? Além de que uma mudança melhorará os padrões de vida de todos.

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  24. leprechaun:

    Então tu dizes que a elevada concentração de CO2 que se verifica acutalmente é consequência da temperatura. Só falta explicar porque é que a temperatura já foi mais alta, mas a concentração de CO2 nunca foi tão alta.

    E depois, se o CO2 aparecesse na atmosfera sem ninguém saber porquê... Podias dizer que vinha dos oceanos, etc...
    Mas não é o caso: nós sabemos que estamos a queimar muito combustível, e com isso a mandar CO2 para a atmosfera.
    Desculpem a comparação e a linguagem, mas pensar que o actual aumento da concentração de CO2 se deve ao aumento da temperatura é como dar um peido e ficar a pensar que foi azar logo naquela altura ter começado a cheirar mal. Nós sabemos a causa do aumento da concentração de CO2 nos últimos anos: somos nós que o estamos a queimar. As contas estão feitas.
    Claro que o aumento de temperatura também resulta num aumento de CO2: isso que tu dizes já se sabe, mas só torna o problema mais grave: se o aumento de CO2 faz aumentar a temperatura, e o aumento da temperatura faz aumentar o CO2, achas mesmo que é boa ideia queimar CO2? Em vez da temperatura aumentar ligeiramente, aumenta bastante.

    E a conversa da fotossíntese então é uma anedota! Achas que se não fossem os carros e as fábricas a emitir CO2, as plantinhas morrriam por falta de dioxido de carbono? Achas que elas não tinham que chegasse com a respiração delas e dos animais todos?

    Se a temperatura aumentou nos últimos 100 anos, precisamente tanto quanto seria de esperar (ou mais) dadas as emissões adicionais que estamos a enviar para a atmosfera, será complicado dizer que foi coincidência. Há quem o defenda, uma minoria.
    Agora tangas pós-modernas, a ciência são só interesses e o camandro, é que não vão dar conta do recado. Nós para já temos um interesse: não rebentar com o planeta. Se a ciência o servir, fico muito feliz.

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  25. Olíbano somalês para amarração? Para amarração não há melhor commodity do que pau de Cabinda portugaliano. Deixem-se de tráficos menores.

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  26. A coisa é mais complicada do que o que se está aqui a discutir, e o verdadeiro debate não é sobre o efeito do CO2, leprechaun, esse está estabelecido há mais de cem anos. Também poucas dúvidas existem sobre a causa do aumento do CO2 no último século. Essas tuas indignações surgem, como de costume, através da ignorância científica das questões em causa.

    Perdoem-me desde já pelo lençol. Os 400 pixeis do bspot tb não ajudam.


    O verdadeiro debate incide sobre os feedbacks do aumento da temperatura. Foi-me perguntado aqui se por acaso a climatologia seria mais obscura do que as outras ciências. Bem, a minha resposta não é simples, e como ciência que é, ela esforça-se ao máximo pela imparcialidade e objectividade. No entanto, existem forças psicológicas, políticas (inter e intra científicas), e até ideológicas que, combinadas com a fragilidade da ciência em si, fazem tremer o edifício todo.

    Quais são então as fragilidades do Aquecimento Global?

    1. A vagueza do termo. É impossível hoje negar a existência do fenómeno, mas a intensidade do mesmo, no próprio relatório do IPCC anda entre valores negativos (ah, pois é, a própria ciência não descarta a hipótese de que o CO2 tem um efeito negativo sobre a temperatura, e esta hein?), embora muito próximos de zero, e valores altamente positivos.

    Isto significa que quando alguém com alguma safadeza de espírito vem fazer um estudo sobre o "consenso" científico, e se descobre que poucos são os que não concordam com o AG, torna-se num trunfo político injusto e incorrecto, por razões óbvias. Esta falta de honestidade só serve para acerrar fileiras e polarizar a questão;

    2. A enorme importância da estatística, e as grandes margens de erro existentes. Practicamente todos os relatórios se fundamentam em modelos com variáveis "conjecturadas" de estudos científicos que com alguma margem de erro conseguem retirar da atmosfera o comportamento de cada variável sobre o sistema. O problema é que cada variável tem uma margem de erro grande, pelo que se recorrem a métodos estatísticos e de correlações por todos os modelos. Existe igualmente o receio de que os cálculos estatísticos não batem certo;

    3. GIGO, ou seja Garbage in, garbage out. O problema dos dados e do tratamento de dados, ou seja da colecção de temperaturas da atmosfera que se faz com estações metereológicas cujos arredores se modificam ao longo das décadas (tornam-se mais urbanas, por exemplo), ou alguém constrói uma estrada, ou alguém não poda a árvore que rodeia o mecanismo, etc. A qualidade destes postos é suficiente para o "weather", mas questiona-se muito a qualidade destes postos de discernir variações de temperatura na ordem dos 0.1ºC por cada década que passa sem enormes erros. Mais uma vez, métodos estatísticos e funções de "joelho" foram aplicadas sobre os dados;

    4. A opacidade dos dados de quem coleccionou estes mesmos dados e os "tratou" matemáticamente para nos oferecer gráficos que negavam a existência da Little Ice Age, e da Mevieval Warm Period, que durante décadas negavam o fornecimentos dos dados porque "iriam pegar neles e descobrir errozinhos" (isto aconteceu mesmo). Michael Mann, por outro lado, fundamentou-se em trapáceas estatísticas para nos dar o gráfico que engolimos no An Inconvenient Truth. Após essa bronca, o gráfico "Hockey Stick", desapareceu do relatório de 2007.

    5. A atitude prima donna dos principais cientistas mediáticos, que recusando-se a fornecer os dados, recusando-se a dialogar com quem é céptico, recusando-se a retractar de atitudes de opacidade com as suas metodologias, etc., acusa todos aqueles que torcem o nariz de cometerem o mesmo pecado de quem nega o holocausto.

    6. O silêncio absoluto sobre a efectividade das medidas de redução de CO2. Na realidade, o impacto da redução de emissões em 50% de CO2 por todo o globo tem um efeito mínimo na redução das temperaturas durante o século XXI, na ordem dos 0,1-0,3ºC;

    7. O silêncio absoluto sobre o impacto económico de tais esforços sobretudo nos países em vias de desenvolvimento, causando uma recessão e provavelmente uma depressão mundial, precisamente num período em que as energias já estão incrivelmente caras;

    8. O exagero brutal dos cenários do IPCC, que estão a considerar que no séc XXI se utilizarão 3x mais combustíveis fósseis do que se está a começar a compreender que existem. Dito de outra maneira, a escassez de combustíveis fósseis que já estamos a começar a sentir no séc. XXI serão mais eficientes na redução do CO2 do que qualquer medida política avançada pelo IPCC.

    Etc. Há mais, mas por agora chega que já é lençol bastante longo.

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  27. O carbono é um átomo, por isso deve haver um fenómeno desconhecido que anda a criar átomos, e assim a Lei da Conservação da Matéria é falsa, logo as continhas que se faz nas aulas de Química estão erradas. Excepto quando passa para laboratório, porque são feitas medidas antes e depois das reacções. A não ser que dependa das interpretações.

    Se calhar é por isso que um pau fica preto se queimá-lo. Mas por outro lado nunca ouvi falar em alguém que ficou com o pau preto. Ou a matéria orgância já tem carbono?
    Que eu saiba as lâmpadas não produzem carbono, mesmo as mais quentes. Talvez as coisas com carbono é que produzem o calor, e não o contrário. Já vi usarem carvão como forma de energia calorífica, mas nunca vi alguém a criar carvão com uma lâmpada ou algo do género. Mas então para que servia o carvão nas locomotivas?
    Será que se aquecer um copo fechado, o ar no interior transforma-se em carbono? Talvez com uma determinada pressão consiga obter diamantes. Se tiver água lá dentro, passa a ser água gaseificada (ie: com dióxodo de carbono)?

    Que tal uma experiência? Arranjas uma caixa e colocas um termómetro na parede. Desfaz pedaços de carvão até ficarem em pó e coloca-o na caixa. A temperatura fica igual, diminui ou aumenta?

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  28. Barba Rija:

    Acho que estás a misturar questões científicas com questões políticas.

    O aquecimento global envolve estas duas questões da seguinte forma:

    a) Existe aquecimento global causado pelo homem? Qual o impacto marginal das emissões deste e daquele gas? (questão científica)

    b) Devemos evitar emitir este e aquele gás? (questão política)

    A questão que me interessa é a segunda. Não sou um especialista em climatologia, mas sou um eleitor e um cidadão.
    Se fosse um especialista em climatologia, é óbvio que eu devia ignorar o argumento do consenso: esse é um argumento estúpido em ciência. Se percebesse do assunto e tivesse boas razões para acreditar que a maioria dos cientistas está enganado, tinha mais era que prosseguir a minha investigação, mostrar que esse é o caso, e fazer avançar a ciência.

    Mas como sou um cidadão, o argumento do consenso é obviamente um argumento muito importante. Existem cientistas que negam a relatividade restrita, a evolução das espécies, as leis da termodinâmica, e outros que defendem o geocentrismo, etc... Quem é especialista pode avaliar estas posições pelos seus méritos. Mas um cidadão que não seja especialista deve guiar-se pela opinião dominante entre os especialistas na matéria. Pode enganar-se (isso pode sempre) mas face à sua ignorância, esta é a melhor forma de acertar.

    Foi isso que fez o relatório do IPCC: expôs aos políticos o consenso científico. É fundamentalmente um documento para que os políticos entendam o que é que a generalidade dos especialistas pensam sobre esse assunto.
    Ora acontece que aquilo que lá está claro é que existe um elevado grau de probabilidade de que as emissões humanas acima de um determinado nível tenham consequências catastróficas.

    Mas e as consequências de não emitir?

    Quando uma transacção tem um efeito negativo sobre terceiros que não participam na troca, chama-se a isso uma externalidade.
    A eficiência máxima consegue-se quando uma entidade cobra aos que participam na transacção uma indemização a estes terceiros, fazendo com que só ocorram transacções em que os ganhos para os participantes são maiores que os efeitos sobre terceiros, sendo que estes são sempre indemizados.

    Ora acontece que a nível mundial nenhuma entidade cobra pela emissão destes gases. Isto, em termos económicos, é uma asneira.
    O que deveria acontecer, seria que se deveria estimar os custos marginais da emissão de CO2 (em vidas, perda de biodiversidade e património ambiental, e outros custos económicos simples) com a melhor informação disponível, e esse valor deveria ser taxado sobre quem emite.
    E que fazer com o dinheiro?
    O protocolo de Quioto, indirectamente, faz com que o dinheiro vá parar aos países pobres (visto que eles podem vender direitos de emissão aos ricos), pelo que estes estão longe de ser prejudicados pelas iniciaitivas actuais para fazer face às emissões.

    Por fim, não é verdade que a escassez de petroleo ajude directamente a diminuir as emissões. Se as emissões não forem taxadas - como devem ser - o carvão torna-se muito mais rentável: até é possível adaptar o carvão para os motores dos automóveis. Ora o carvão é mais poluente que o petroleo. Se o combate às emissões for para a frente, as energias renov´veis tornam-se a opção mais rentável, se não, será o carvão.
    Por isso, espero que o combate ao aquecimento global se intensifique, em vez de esmorecer.

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  29. «a) Existe aquecimento global causado pelo homem? Qual o impacto marginal das emissões deste e daquele gas? (questão científica)

    b) Devemos evitar emitir este e aquele gás? (questão política)
    »

    Bingo. O ruído na resposta à primeira questão justifica-se e parece-me saudável. O ruído na resposta à segunda faz-me lembrar o história do tabaco e do cancro do pulmão. Durante muitos anos a estatística apontou para a correlação entre fumar e desenvolver cancro, ainda que a demonstração da causalidade não estivesse ao alcance da ciência. Mas só um néscio poderia alegar que fumava porque isso não fazia mal nenhum. Enquanto isso, as tabaqueiras saboreavam a conveniência da dúvida. A diferença substancial entre os dois casos é que agora só temos um pulmão para todos, independentemente do número de néscios.

    «O protocolo de Quioto, indirectamente, faz com que o dinheiro vá parar aos países pobres (visto que eles podem vender direitos de emissão aos ricos), pelo que estes estão longe de ser prejudicados pelas iniciaitivas actuais para fazer face às emissões.»

    Errado. Os "países pobres" são já obrigados a dedicar até 40% do PIB ao serviço da dívida. Perpetuar a impossibilidade de gerar dinâmica produtiva industrial é seguramente um prejuízo grave.

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  30. bruce:

    Estás enganado: de acordo com o protocolo que Quioto, os países pobres podem emitir à vontade - aliás, foi essa a justificação do Bush para não participar.

    O que acontece é que se NÃO o fizerem, podem vender os seus direitos de emissão aos ricos. Assim o desenvolvimento dos países menos desenvolvidos nunca é prejudicado: apenas têm a escolha entre as soluções tradicionais ou ganharem incentivos para soluções menos poluentes.

    Podem dizer que o sistema é mau, mas é ridículo alegar que prejudica os pobres, porque se há coisa que o protocolo de Quioto não faz é isso.

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  31. Vários problemas surgem com essas questões, joão vasco.

    1. A primeira é óbvia. Se o dinheiro, que é enorme, vai ser sugado de uma economia de mercado e "dado" aos países mais pobres, não será o mesmo que deitá-lo ao lixo, dado os níveis altíssimos de corrupção existentes nesses países e de novos interesses surgidos por esta questão? Sem qualquer dúvida, estamos a falar de uma política económica de um estilo quasi neo-comunista, mas largamente irresponsável. Parece-me uma desculpa para os políticos retirarem imenso dinheiro da economia (leia-se, nós), para o meterem ao bolso de quem quiserem. Ao invés, não se deveriam tomar medidas para que o mercado funcionasse melhor? Eu gostaria muito mais de uma política de taxas, sim, mas que não houvesse pela parte da UN lucro algum para distribuir como "bem entendesse". Quem gastasse mais CO2, pagava a quem gastasse menos. Porém, imagino logo que tipo de jogadas sujas não se inventariam para contornar a questão. Acho que os resultados destas políticas são nefastas e não resultam em nada para a questão do "CO2", pois como já disse, mesmo que funcionassem, o resultado seria mínimo.

    2. Ora acontece que aquilo que lá está claro é que existe um elevado grau de probabilidade de que as emissões humanas acima de um determinado nível tenham consequências catastróficas.

    Pois isso não me é nada claro, por causa do ponto 4.

    3. Ora acontece que a nível mundial nenhuma entidade cobra pela emissão destes gases. Isto, em termos económicos, é uma asneira.

    E para onde iria esse dinheiro taxado? Para alguma entidade corrupta? Ineficaz? Sem qualquer motivação extra? Parece-me uma boa desculpa para nos retirarem ainda mais dinheiro dos bolsos, e o que me parece ainda mais estúpido é que as pessoas recusam-se a ver este simples facto!

    4. Por fim, não é verdade que a escassez de petroleo ajude directamente a diminuir as emissões. Se as emissões não forem taxadas - como devem ser - o carvão torna-se muito mais rentável: até é possível adaptar o carvão para os motores dos automóveis. Ora o carvão é mais poluente que o petroleo.

    Vários pontos.

    a) O carvão já não é tão barato como dantes. Tal como o petróleo, o seu preço sobe exponencialmente. Isto é devido ao facto que, tal como o petróleo, o carvão é finito, e pese embora ser bem menos escasso, calcula-se que haja um pico de produção do carvão já em 2030-2040;

    b) As renováveis já são rentáveis hoje, apesar de o preço dos fósseis ainda ter muito espaço por onde subir. As grandes empresas já viram isto. O mercado dos renováveis está a acelerar (duplicando de dois em dois anos) já desde o início do séc. XXI. Considerando que os fósseis apenas dupliquem os seus preços e os renováveis mantenham ou baixem significativamente (solar), espera-se uma explosão no mercado.

    c) É verdade sim senhor que o petróleo vai ajudar. O caso Sócrates-carro eléctrico é disso exemplo. Quem não imagina que daqui a dez anos o carro eléctrico não seja uma realidade bem possível, está na lua. Emissões: zero, vírgula.

    d) Por enquanto, no entanto, o carvão é essencial para o crescimento de países que não tenham a riqueza suficiente para criar energia com outros meios bem mais caros. Negar-lhes esta fonte de energia é negar-lhes o acesso ao primeiro mundo, cuja grande consequência seria dotar tais países da capacidade económica para alterar totalmente o seu plano energético, tal como a china já está a planear fazer.

    Aqui se percebe que as medidas draconianas defendidas servem apenas para manter metade do mundo na pobreza extrema, impedindo-lhes o crescimento necessário para ulteriormente melhorarem o seu ambiente e portofolio energético.

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  32. ...se deveria estimar os custos marginais da emissão de CO2 (em vidas, perda de biodiversidade e património ambiental, e outros custos económicos simples)


    Inacreditável... absolutamente inacreditável!!!

    Deveras, é inenarrável essa espantosa pseudo-causalidade... que se pode dizer perante uma cegueira assim?!?!?!?!?!?!

    Será preciso mentir de uma forma tão descarada para levar para a frente a completa "treta" dos ridículos "créditos do carbono"?!

    Este tipo de novo negócio... business as usual, always!... justifica que a política e a economia se sobreponham à simples verdade científica, obrigando tantos cientistas - não ligados sequer à área da climatologia, note-se! - a fazerem estas tristes figuras de meros lacaios dos "vendilhões do templo"?!

    Perante isto, que mais dizer, afinal?! Nada, excepto repetir a forte injunção bíblica:

    Quem tem ouvidos que oiça!

    Infelizmente, tal como a verdade também a honestidade parece ter poucos seguidores, que pela porta larga dos fáceis "consensos" todos cabem, mais ainda se tão facilmente se vendem pelos "trinta dinheiros" dos subsídios com que se calam as consciências!!!

    Logo, se é mesmo nestas "tretas" que por aqui alegremente se acredita, não vejo mesmo moralidade alguma para debater essas outras bem mais inocentes e que, no máximo, só poderão prejudicar os que a elas voluntariamente se sujeitarem.

    É que aqui, pela via da mentira e do embuste e da ocultação - com pseudo-simulações climáticas que se limitam a dar os resultados pretendidos, os algoritmos são programados e podem ou não representar a realidade física! - TODOS teremos de arcar com as consequências da miopia voluntária e da ganância dos novos comerciantes do carbono e as tecnologias ditas "limpas"!

    Por fim, e porque é mesmo disto que se trata, que razão há para montar todo este circo mediático, nos últimos 20 anos, em vez de se ter já desde essa altura começado a prevenir o inevitável "peak oil", claro?!

    Mas enquanto os cidadãos, mesmo os supostamente cultos e educados, se continuarem a portar como ordeiras ovelhas, curvando mansamente a dócil cerviz ao pastor político-económico que tudo governa, recorrendo a TODOS os artifícios possíveis para levar a sua avante, lá caminha o ingénuo rebanho para o matadouro colectivo onde a verdade - da sociedade e do indivíduo - é sacrificada em nome das vistosas patranhas daqueles que com a mentira mais lucram!

    É isto espírito crítico e informado?! No way, man... pensamento formatado e encarreirado, a apontar ao mesmo lado!!!

    Custos em vidas, perda de biodiversidade e património ambiental devidos ao CO2, o gás sem o qual só os microrganismos podem sobreviver neste planeta?!?! E cuja concentração é ainda tão baixa que a própria fotossíntese das plantas verdes se processa a um nível cerca de metade do seu potencial máximo?!

    Who are you kidding, man?!

    Quanto faltará para nos convencerem de que o oxigénio também é um gás tóxico, como aliás se descreve na própria evolução da atmosfera terrestre, justamente quando as plantas surgiram?!

    Infelizmente, é destas verdades e mentiras que depende o nosso futuro, embora não o do planeta e da sua biodiversidade. De facto, ainda ontem eu estava a pensar na espantosa escassez de insectos cada vez mais ausentes aqui nesta cidade, onde mesmo na rua e nos jardins ver abelhas ou borboletas se tornou uma autêntica raridade!

    Segundo os biólogos, a vida na Terra não resistiria 5 anos sequer se todos os insectos desaparecessem. Pelo contrário, se a humanidade fosse varrida do planeta - uma hipótese sempre em aberto! - talvez até se voltasse à exuberância do tempo dos dinossauros, pelo menos durante os curtos períodos quentes que são muitíssimo mais breves do que as eras gélidas a que a escassez de CO2 inevitavelmente nos levaria.

    Mas se outros ditos ignorantes acreditam no mágico "olíbano", como impedir que gente com cultura e conhecimentos engula o isco do CO2 perigoso... que poderosíssimo brainstorming e marketing político é capaz de fazer alguém aceitar tão tremenda aberração, tenha ela o fito de promover as energias alternativas ou não?!?!?!?!

    É que não é apenas o carbono que está a ser enterrado, mas o próprio conhecimento que é assim espezinhado!!!

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  33. Barba rija:

    1. É defensável que o dinheiro resultante da cobrança das externalidades não devesse ir para os países pobres. Isso é uma questão política interessante.
    Mas o que não faz sentido é alegar que os países pobres vão ficar prejudicados por receberem dinheiro que de outra forma não receberiam.

    2. Alegar que não é claro que existam externalidades negativas nas emissões com base no teu ponto 4, lembra ligeiramente os criacionistas a dizerem para rejeitar os testes de carbono 14 alegando a situação xpto em que a idade foi negativa...

    3. Este problema coloca-se em relação a qualquer externalidade. É possível que a solução não seja a melhor, mas deixar a externalidade por cobrar é uma das piores soluções. Sabe-se que vai resultar em asneira.

    4. O carvão tornar-se-á rentável se as emissões de CO2 não forem taxadas. A energia eólica e solar são rentáveis apenas até um determinado ponto. Hoje os moinhos estão a ser postos - logicamente - nos lugares mais ventosos. Se forem postos noutros locais, a energia pode ficar a mais do dobro do preço. Acontece que os locais mais ventosos apenas satisfazem cerca de 10% das nossas necessidades energéticas. Se não taxarmos as emissões, é natural que surja ineficiência e fiquemos TODOS a perder.
    Não é nenhuma heterodoxia: é teoria económica clássica.

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  34. João,

    Obrigado pelo esclarecimento, de facto pensei que o que estava estabelecido é que os países pobres estão desobrigados de reduzir a produção de CO2 no futuro próximo. Ora o CO2 que se produz hoje em dia nestes casos (tirando os gigantes "emergentes") é da rara indústria de capital estrangeiro que se balda não apenas para Quito como para as normas ambientais mais básicas. Os exemplos são abundantes e conhecidos. O efeito mais imediato da excepção de Quioto parece-me ser o benefício destes e não da economia local. Enfim, deve ser o meu pessimismo...

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  35. Lembro-me na altura de mudar para a gasolina sem chumbo que muitos defendiam que era só uma maneira de tornar o combustível mais caro e nem sequer estava provado que fizesse mal ao cérebro das criancinhas.


    De facto, esta "belíssima" comparação entre a mais que comprovada forte toxicidade dos metais pesados e o vital e inócuo CO2 está mesmo apropriada!

    E note-se que estes não são comentários do vulgar cidadão anónimo nos diários mais vendidos cá no burgo. Quem aqui comenta, além de ter estudos superiores e cultura acima da média, suponho, dispõe ainda do amplo acesso a uma panóplia vastíssima de informação aqui na Net, ou seja, não tem de se limitar a ler aquilo que os órgãos de informação debitam e que quase sempre é escrito por quem não tem conhecimento directo do assunto.

    Mas para quê tanta admiração, afinal, quando é o próprio PM australiano que profere esta inacreditável bobagem, ainda há poucos dias atrás?

    If we do not begin reducing the nation’s levels of carbon pollution, Australia’s economy will face more frequent and severe droughts, less water, reduced food production and devastation of areas...

    Poluição pelo carbono (CO2), note-se bem!!! É que esta cortina de fumo e marketing intensivo está tão bem orquestrada, que já quase nem se fala da poluição autêntica e real proveniente... ela sim!... da actividade humana sem freio, seja agrícola ou industrial.

    Onde é que estão as referências aos óxidos de enxofre e nitrogénio, metais tóxicos, CFC, amónio e ainda a poluição radioactiva, que estes sim, são mesmo uma ameaça à vida! Nada, apenas se fala do CO2 vital... repito e insisto uma vez mais!!!

    Depois, para que servem os tais gráficos de correlação das temperaturas com o CO2, não me dirão?! Onde estava o homem há dezenas e centenas de milhar de anos atrás, quando se verificaram igualmente períodos de mais calor coincidentes com picos no CO2?! E será que a vida sobrevive melhor com mais 2º ou com menos 8º?!

    Aquilo que se sabe é que as plantas definham com concentrações desse gás inferiores a 0,02% ou seja, uns 60% do nível actual. Por que razão um tal dado importantíssimo é sonegado destas discussões que continuam mal centradas sobre aquilo que NÃO representa nenhum perigo?!

    Mais ainda, sabendo-se igualmente que a desflorestação contribui inegavelmente mais para o aumento do CO2 atmosférico do que a queima de resíduos fósseis, como é que se continua a centrar a (falsa) questão exclusivamente nestes?! Negócio dos incríveis "créditos do carbono", não será?

    Por fim, aquecimento ou arrefecimento, humano ou não humano, com ou sem CO2, o ponto mais importante ainda é que a mentira NÃO deve ser utilizada, nem ao nível da ciência nem da política nem das relações pessoais... nunca! Claro que tal representa ainda uma utopia, mas quanto mais nos insurgirmos globalmente contra a manipulação das consciências - vide as eleições espanholas pós-atentados de Atocha - tanto melhor!

    Nesta questão, estamos perante a velhinha táctica do "terror", que apela não a mecanismos racionais mas à mais primitiva emocionalidade presente no ser humano. E não é o nível de conhecimento científico que nos salva de sermos joguetes nas mãos dos manipuladores de massas - indignos discípulos de Hitler! - mas apenas o autoconhecimento e autocontrolo que são o garante de um espírito crítico que não se subalterniza ao poder alheio!

    É que se isto se passa num blog deste nível, que dizer então da autêntica enxurrada em que os espíritos menos informados se vêm todos os dias submersos pelas aldrabices sortidas que convertem a humanidade no salivante e amedrontado cãozinho de Pavlov?!

    Aren't we better than that?! Renunciamos assim à capacidade de pensar por nós próprios e deixamo-nos simplesmente arrastar pela multidão dos ignóbeis fazedores de opinião?!

    Que é feito do famoso grito de Régio, tão entoado na juventude?!

    Não! Não vou por aí!

    Existe apenas um único caminho digno e humano: o da Verdade, recusando a mentira do embuste e do disfarce... no smoke and mirrors anymore!!!

    So listen to this... it is still true, and it makes one feel blue...

    John Lennon - Gimme Some Truth


    I'm sick and tired of hearing things from uptight-short sighted-arrow minded hypocritics
    All I want is the truth
    Just give me some truth

    I've had enough of reading things by neurotic-pyschotic-pig headed politicians
    All I want is the truth
    Just give me some truth

    No short haired-yellow bellied son of tricky dicky is gonna mother hubbard soft soap me
    With just a pocketful of hope
    Money for dope
    Money for rope

    I'm sick to death of seeing things from tight lipped-condescending -mommies little chauvinists
    All I want is the truth
    Just give me some truth

    I've had enough of watching scenes of schizophrenic-egocentric- paranoic-prima-donnas
    All I want is the truth
    Just give me some truth

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  36. A propósito de algumas referências ao IPCC aqui feitas, aproveito para deixar esta metáfora satírica do climatologista William Kininmonth, que fez parte desse painel até 1995, tendo-se depois retirado para não dar o seu aval às fantasias ideologicamente motivadas do "aquecimento global antropogénico".


    A person went to a doctor who diagnosed a potentially fatal disease.
    The doctor prescribed a course of treatment that was claimed to halt the disease and restore good health.
    Unfortunately the treatment was too much for the person, who died a slow and excruciating death.
    Many years later a post-mortem was carried out on the patient.
    It was discovered that there was no evidence of the potentially fatal disease.
    In fact, the disease was non-existent and the person was very healthy.
    It was the course of treatment that killed him!

    (Sound familiar? Just substitute modern economies for person; climate scientist for doctor; anthropogenic global warming for the disease; and eliminate CO2 emissions for treatment).


    É o que se chama morrer da cura e não da inexistente doença.

    Volto a recordar que os "aprendizes de feiticeiro" já começaram mesmo a enterrar o CO2, tais loucos mades in UE não brincam mesmo em serviço!

    Infelizmente, não deve haver nem compatriotas nossos nem juristas no meio dessa caterva de "sábios"...

    Por fim, quem quiser saber um pouco mais acerca daquilo que Kininmonth afirma sobre os "faz-de-conta" de Al Gore e seus apaniguados - comprovando aliás que estamos perante uma manipulação política a que alguma ciência se submete a troco do pratinho de lentilhas, claro! - eis um longo e muito pormenorizado artigo do cientista:

    Unmasking "An Inconvenient Truth"

    Bem, é claro que a "fast food" dos media é de bem mais fácil digestão - já está tudo mastigadinho pela varinha mágica da política correcção - mas só quem se interessa deveras pela verdade inadulterada é que se dá ao trabalho de pesquisar tudo o que puder encontrar!

    Read it and learn something more... Armageddon or Hell is NOT at our door!!!

    Ah, e por falar nisto... É de facto fascinante observar como o tal "cérebro reptiliano" toma as rédeas e põe o córtex superior em sentido! A este respeito, ciência ou religião é tudo a mesma treta: nada como infundir o temor para fazer de alguém um pateta!!!

    So... what creed do you follow: truth or falsehood, which one do you chose?!

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  37. «Podem dizer que o sistema é mau, mas é ridículo alegar que prejudica os pobres, porque se há coisa que o protocolo de Quioto não faz é isso.»

    João,

    esta tinha-me escapado. Não esqueças que tu é que disseste que o protocolo [...] faz com que o dinheiro vá parar aos países pobres (visto que eles podem vender direitos de emissão aos ricos), como se isso fosse uma vantagem. Ridículo é vender a bicicleta para comprar os pedais.

    Eu não digo que o protocolo seja prejudicial para os países que precisam de dinamizar (ou mesmo parir) a sua indústria. Digo é que as vantagens do protocolo são mais remotas do que por vezes se pretende.

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  38. Confesso que quando escrevi o post inicial, estava perfeitamente convencido que tanto o Ludwig como a maioria dos habituais comentadores neste espaço eram críticos das posições alarmistas e grosseiramente simplistas de Al Gore e companhia.

    Tem sido para mim uma completa surpresa ver que mesmo pessoas com formação superior e cultura claramente acima da média "engolem" tão facilmente tudo aquilo que lhes é servido e posteriormente ampliado pelos media, cujo principal negócio é o perpetuar um clima de medo e insegurança contínuo.

    Este autêntico fechar de olhos irracional e hiper-emotivo à simplicíssima realidade leva inclusive a comentários descabidos como um "efeito estufa" em Vénus, onde não há vida, pretendendo deste modo escamotear o facto incontroverso de que sem CO2 - e numa concentração que deve exceder os 0,02% - também a Terra "morre".

    Para melhor se perceber ainda de que modo a ignorância é alimentada, leia-se só esta notícia e todas as outras nos links ao fundo da página:

    Higher CO2 levels may be good for plants

    Acho piada ao "may be", mas claro que para quem considera o CO2 como um perigoso poluente(???), vá lá que uma tal possível admissão até já representa um progresso considerável!

    Weigel said that while the institute's findings may prove surprising to some, they are not intended to undermine the drive to slash CO2 emissions.
    "This research is not intended as an argument for doing nothing to curb the rise of CO2 levels," he said. "It is to find out what the effects would be."


    A surpresa a que o senhor se refere só pode ser para quem não tenha nenhum conhecimento de biologia, quem mais suporia outra óbvia conclusão que não essa, afinal?!

    Dr. Pérez-López's research concludes that the increase in CO2 enables greater growth of barley plants subject to saline conditions, thanks to the improvement in their hydric state and turgescence, but, above all, to the increase in photosynthesis.

    E como a loucura e a estupidez humanas não têm mesmo fim - mas podem muito bem pôr-nos um fim! - veja-se só como este reino do terror infundado está a inspirar cada vez mais os burocratas na supressão dos direitos individuais e no controlo sempre mais apertado sobre o vulgar cidadão.

    Every adult in Britain should be forced to carry carbon ration cards

    Note-se a ênfase nessa obrigatoriedade forçada, ou seja, imposta à força da bastonada, claro!

    Anyone who exceeds their entitlement would have to buy top-up credits from individuals who haven’t used up their allowance. The amount paid would be driven by market forces and the deal done through a specialist company.

    Será que não passará pela cabeça destes "iluminados" que tanto esforço e energia mal orientada seriam bem melhor empregues numa real promoção das energias "limpas", em vez destes horrorosos esquemas proibitivos... quixotescos, estúpidos e ineficientes?! Infelizmente, os movimentos ecológicos têm também a sua quota parte nesta grosseira desinformação pública, o que é deveras lamentável...

    Por fim, que seja necessário estar a explicar tudo isto tintim por tintim num blog desta qualidade é perfeitamente indicativo do terrível e infeliz sucesso que a mistura explosiva de mentiras e meias verdades, ampliadas pelo marketing do medo e da ignorância, conseguem ter mesmo entre espíritos que se suporia mais abertos e racionais e, por consequência, bem menos susceptíveis a manipulações grosseiras e sem fundamento, como o famigerado "aquecimento global antropogénico"!

    Quantas vezes será necessário repetir uma e outra vez a mesma coisa até que se faça luz acerca de algo tão natural e evidente?!

    Carbon dioxide has a very important role in life on Earth. The process of photosynthesis is the conversion of carbon dioxide and water, in the presence of light material and oxygen. Carbon dioxide is required for growth of land and marine plants.
    Without carbon dioxide in the atmosphere and dissolved in the oceans there would be no life
    on Earth as we know it. Carbon dioxide is not a pollutant but is essential to life.

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  39. De boas intenções está o inferno cheio, como é bem sabido.

    Ou ainda, como vulgarmente também se diz, "Livre-me Deus dos meus amigos, que dos inimigos me livro eu!"

    Serve isto para dizer que não será propriamente por "malvadez" ou até com segundas intenções – leia-se lucros com os créditos do carbono e outras arbitrariedades – que o movimento pró "aquecimento global antropogénico" vem propalando as suas fantasias infundadas, mas eficassíssimas como se vê!

    Ainda assim, agora que a roda já está a girar com um momentum tal que vai ser muito difícil pará-la, infelizmente, não se deve ignorar a montanha crescente de interesses à volta desta falsa questão das emissões do CO2. Ou seja, expor a verdade é cada vez mais nefasto a essa rede parasitária dos indivíduos e corporações que beneficiam com todo este negócio burocrático dos "créditos de carbono", os quais se pretende até alargar ao simples cidadão e não só as empresas e corporações!!!

    É evidente que não está de modo nenhum em causa a busca incessante por melhores soluções tecnológicas, cada vez mais eficientes e menos poluentes. Para além do mais, toda esta polémica em volta do pretenso aquecimento do planeta surge numa altura em que o fenómeno do peak oil começou a ser abertamente discutido, com a consequente necessidade da procura de outras alternativas energéticas.

    Até aqui, tudo bem! O problema é quando a emenda (das tais energias limpas) se torna pior do que o soneto (dos malfadados combustíveis fósseis). Um exemplo actual e patente é o da tragédia dos biofuels, em particular o etanol e mais ainda aquele que é extraído do milho. Só por curiosidade, lembro-me de já ouvir falar nos carros movidos a álcool, no Brasil, ainda estava no liceu, ou seja, em plena década de 60! Por outro lado, o etanol proveniente da cana de açúcar é muito mais vantajoso do que aquele obtido a partir do milho, mas como sempre outros interesses falam mais alto. E, claro está, que nada têm a ver com o futuro saudável do planeta, essa é somente a desculpa esfarrapada que tantos e tantos engolem, mesmo que um tal crime ecológico – produção de alimentos para biofuels – esteja a colocar centenas de milhões de pessoas numa situação em que cada vez menos têm alguma coisa para engolir!!!

    Biofuel caused food-crisis

    "Political leaders seem intent on suppressing and ignoring the strong evidence that biofuels are a major factor in recent food price rises," said Robert Bailey, policy adviser at Oxfam. "It is imperative that we have the full picture. While politicians concentrate on keeping industry lobbies happy, people in poor countries cannot afford enough to eat." (...)
    "Without the increase in biofuels, global wheat and maize stocks would not have declined appreciably and price increases due to other factors would have been moderate," says the report. (...)
    The report points out biofuels derived from sugarcane, which Brazil specializes in, have not had such a dramatic impact. (...)
    "It is clear that some biofuels have huge impacts on food prices," said Dr David King, the government’s former chief scientific adviser, last night. "All we are doing by supporting these is subsidising higher food prices, while doing nothing to tackle climate change."


    Não ouso dizer que este seja o resultado da ganância, mas por certo é um exemplo gritante da nossa colectiva ignorância, mesmo quando por trás dela até possa existir uma recta intenção, mas claramente mal informada e pior direccionada.

    Claro que este é apenas um exemplo extremo, ainda que actualíssimo, mas será que tanto os EUA como a UE estarão dispostos a reconhecer este erro tremendo, com consequências potencialmente catastróficas, e a voltar atrás nos perigosamente irrealistas objectivos dos 10% para o biofuel? É que à medida que o tempo passa e mais interesses se instalam – ou seja, mais se lucra com a miséria e morte alheias! – é cada vez mais difícil reverter estes disparates que são sempre pagos pelos mais fracos e desfavorecidos, nunca pelas nações que põem e dispõem da sorte de toda a humanidade!

    Depois, a proclamada especulação financeira nos mercados agrícolas, caso exista, é tão somente o mero resultado da completa falta de visão e incapacidade de relacionar os diversos factores, propondo assim soluções miraculosas e instantâneas que aliviam os sintomas à custa de prolongar a doença e mesmo matar o doente, como na história de Kininmonth!

    Ora, não será a altura de todos aqueles que estão a ser levados na conversa e falinhas mansas de Mr. Gore plus the IPCC staff se interrogarem acerca da bondade das soluções previstas, e isto pressupondo até que existe algum problema com as emissões do CO2, algo cuja comprovação está longíssimo de ter sido feita!

    Pretender resolver um, quiçá, falso problema para por seu turno criar uma série de outros ainda piores, não é por certo a intenção de um tal painel de sábios nem dos decisores políticos responsáveis. Só que, o Homem põe e a Natureza dispõe, sendo que esta tem por certo bem mais força que a tonta humanidade toda junta!!!

    É que treta, mas mesmo treta... e que TRETA!... é isto:

    World leaders enjoy 18-course banquet… then discuss how to solve global food crisis

    "It is deeply hypocritical that they should be lavishing course after course on world leaders when there is a food crisis and millions cannot afford a decent meal," he said.
    "If the G8 wants to betray the hopes of a generation of children, it is going the right way about it. The food crisis is an emergency and the G8 must treat it as that."


    Eu só não sei é se os pobres esfomeados lhes perdoarão porque eles não sabem o que fazem, mas é de recear que seja um perdão vindo já de um outro mundo onde, supostamente, não é preciso comer nem atestar o depósito!

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  40. Leprechaun:

    É impressionante como não vês as contradições e incoerências no teu próprio discurso.

    Na verdade não se está a fazer quase nada para combeter as emissões. Deviam estar-se a cobrar as externalidades devidas, como diz a teoria económica clássica, mas não estão. Sofremos todos em consequência.

    Depois falas nos bio-combustíveis, mas és tu próprio (!!!) que admites que isso pouco ou nada evita emissões. Por isso, poderias ter entendido que a razão pela qual os bio-combustíveis foram promovidos - retórica à parte - tem pouco ou nada a ver com a questão do aquecimento global.

    A razão prende-se com a escassez do petroleo. Os países querem diminuir a sua independeência energética, diversificar as fontes, etc... E estão dispostos a pagar caro por essa segurança energética. Por isso é que promovem os biocombustíveis: para consumirmos menos petroleo de um número limitado de produtores, e estarmos menos dependentes deles.

    É possível que tenhas razão e que seja uma má ideia. Eu próprio não sou muito fã dos biocombustíveis de primeira geração - os que estão a ser usados. Se não fossem eles a comida estaria mais barata, mas o petroleo estaria bastante mais caro. Mas era capaz de ser melhor, não sei.

    Uma coisa é certa: o aquecimento global tem pouco a ver com essa conversa.

    E, ao contrário do que dizes, não é fantasia nenhuma. Enfim, estou a dizer que algo não é fantasia a alguém que acredita em fadas e duendes. As fadas e duendes são reais, o aquecimento global é que é uma fantasia de meia dúzia de malucos.

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  41. Leprechaun,
    estava aqui a pensar se tu poderias ter uma ponta de razão nessa tua teoria.
    É obvio que a teoria da conspiração provoca sempre um apelo muito forte aos espiritos livres, mas, parece-me que, neste caso, a teoria da conspiração deveria funcionar em sentido contrário, ou seja: as grandes corporações, os "donos da economia mundial" deveriam estar interessados em defender a idéia de que as emissões de CO2 são benéficas para o ambiente, afinal o CO2 é um subproduto de quase todas as actividades produtivas e consumistas.
    Referes que o CO2 representa 0,037%, ou seja 37 partes por milhão, como se esse número por si só pudesse ter algum significado. Existem toxinas que em concentração muito menor podem levar qualquer ser vivo à morte e, no entanto, em concentrações menores até têm utilizações terapeuticas.
    É um dado estabelecido que um pequeno aumento percentual de CO2 pode ter efeitos dramáticos na absorção da radiação pela atmosfera; diria até que isso é resultado básico da física experimental: A relação é exponencial, estando a concentração de CO2 no expoente, entre outros compostos (metano por exemplo).
    Não sei o que é que tu andas a ler mas parece-me mais uma daquelas incursões o Uncle Travelling Matt por terras desconhecidas.

    http://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_estufa

    http://en.wikipedia.org/wiki/Greenhouse_effect

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  42. o aquecimento global é que é uma fantasia de meia dúzia de malucos.

    Antes fossem só meia dúzia, que assim ninguém lhes dava a imerecida atenção!

    E de malucos nada têm, são perfeitos peritos no marketing de converter em verdade qualquer mentira muitas vezes repetida, como é o caso do mítico "aquecimento global antropogénico".

    A "treta" de que eu falo não se refere a haver ou não "aquecimento global". Esses ciclos são normalíssimos e estão mais do que estudados, claro. A novidade prende-se com o facto de se imputar ao Homem a causa do aquecimento, por duas razões essenciais:

    1. Uso dos combustíveis fósseis (petróleo, gás natural e carvão)

    2. Desflorestação em larga escala

    Até aqui, tudo bem e pode admitir-se a razoabilidade de tais argumentos, discutíveis à luz da ciência e da razão.

    Mas quando se começa a falar das emissões do CO2 resultantes da actividade humana e potenciadores do "efeito de estufa" que leva ao tal aumento de temperatura, alto lá, que isto já é ir longe demais!

    A 1ª ironia consiste logo no facto de o efeito da desflorestação ser maior do que o da queima dos combustíveis, e só este é que gera directamente mais CO2 atmosférico. Ou seja, a ênfase está a ser posta na actividade humana mais inócua e NÃO na que é realmente perigosa para o equilíbrio ecológico. Menos vegetação significa menos fotossíntese e consumo de CO2, pelo que este terá tendência a subir percentualmente, claro.

    Aliás, tentei encontrar algum gráfico que pudesse relacionar o aumento do CO2 com as áreas florestais, mas não consegui ver nenhum. Ora este facto óbvio e que qualquer aluno do liceu tem obrigação de saber... espero!... é simplesmente escamoteado em toda esta discussão, o que não pode deixar de se considerar surpreendente!

    Em suma, o perigo não são as emissões acrescidas do CO2 pela utilização do petróleo e similares, mas bem mais a sua menor utilização pela diminuição da biomassa, em especial as grandes florestas tropicais! Aqui é que ambientalistas e companhia deviam concentrar baterias, mas não o fazem... why?!

    Por isso, aquilo que eu sobretudo mais tenho verberado é o circo mediático das meias verdades e patentes falsidades para aterrorizar o cidadão comum, com cenários apocalípticos dantescos, ligados a supostas alterações do clima pela subida de uns décimos de grau da temperatura ao longo deste último meio século.

    Provas reais disso?! Nenhumas, claro! Tal como no xadrez, a ameaça é mais efectiva do que a concretização, ou seja, o que importa é infundir esse medo e logo qualquer fenómeno atmosférico normal - furacões, ciclones, terramotos, etc. - pode ser assacado ao papão do clima alterado por esse mauzão do CO2, tornado agora o perfeito bode expiatório! Logo ele, o gás da vida... ó incrível e bárbara ironia!!!

    O ridículo deste raciocínio mais do que simplista, made in Al Gore and IPCC, deveria ser mais do que evidente a quem ainda possua dois dedos de testa e uns gramas de raciocínio crítico, onde está a dúvida?! Não somos obrigados a comer e calar, podemos e devemos protestar contra a enxurrada de mentiras com as quais somos bombardeados a torto e a direito a propósito de quase tudo!

    E esta "treta" perigosíssima tem sem dúvida uma grande importância no nosso futuro próximo, não é para ser tratada assim de ânimo leve e com 2 penadas!

    Por fim, o terrível exemplo do etanol é só o alerta mais evidente daquilo que nos pode esperar se continuarmos de braços cruzados e aceitarmos passivamente todo este manancial de patranhas que continuam a ser despejadas por quem põe as ideologias... e talvez os seus interesses!... à frente dos dados e dos factos honestos, que não suportam tais delírios da imaginação, pois não!

    E já que falei em gráficos, volto a repetir que os tais estudos nos gelos da Antártida, datando de há 400 mil anos, mostram que o aumento de temperatura precedeu sempre o aumento do CO2 atmosférico e não o contrário!

    Temperature and carbon dioxide appear to vary in tandem but detailed analysis points to temperature leading by up to one thousand years.

    Claro que desta vez pode ser diferente, mas utilizar estes dados para querer estabelecer uma relação causal inversa - aumento de CO2 causa aumento de temperatura - é simplesmente aldrabar o Zé Povinho, que come e cala, que remédio!

    Já agora, até vou aproveitar o próximo post para desmontar mais algumas invenções do Sr. Gore que, nesta matéria, se mostra mesmo um compincha à altura de Mr. Bush! Ou seja, nenhum deles quer nada com a verdade, mas já quanto a ocultar, assustar e intimidar... ah! nisso são uns barras, manipuladores à Hitler quanto baste!!!

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  43. Leprechaun,
    acalma-te !!!

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  44. Ó Matemático!

    É claro que se essas são as tuas fontes de consulta e mais nada... estamos conversados, pois!

    Por isso, repito a minha surpresa e decepção por ver como pessoas, por certo com mais estudos e cultas do que eu, parecem cair assim tão facilmente na esparrela montada por alguém bem falante e que lhes mostra meia dúzia de gráficos coloridos... et voilà!

    E aquilo a que se chama o "contraditório", onde está? É óbvio que devemos ler os relatórios do IPCC e ouvir Al Gore - afinal, até receberam um Prémio Nobel - mas não me parece nadinha inteligente ficar só por aí. Há mais especialistas em matéria de clima, ainda que não tão bons no marketing, já que infelizmente a verdade é coxa e a mentira tem o pé bem ligeiro...

    Já agora, e porque mais alguém o referiu atrás, isto não tem nada a ver com "teorias da conspiração" nem outras fantasias sonantes. Quando se fala de dados e factos concretos, com números passados e presentes e a sua possível extrapolação para cenários futuros, é isso e SÓ isso que se deve analisar! As ideologias ficam à porta, se queremos chegar a conclusões o mais honestas e verdadeiras possíveis.

    Por outro lado, repito que não penso de modo algum que os novos arautos do apocalipse - agora na ciência, que o da religião já era! - nos estejam a mentir deliberadamente ou que tenham segundas intenções, nada disso. Por certo, estão mesmo convencidos do que dizem ou da possibilidade de tais cenários se virem efectivamente a verificar. Além disso, como também já disse antes, é óbvio que o modelo económico actual deve ser revisto e a transição dos combustíveis fósseis para as novas energias é inevitável. Estes são certamente pontos de amplo consenso entre quem defende ou nega a intervenção humana nos fenómenos do clima.

    Só que... factos são factos, ainda que se possam distorcer e aproveitar para servir interesses e posições muito diversas, como é o caso.

    Já agora, aquilo que eu ando a ler são mesmo os trabalhos de climatologistas de renome, como Kininmonth Unmasking "An Inconvenient Truth", Marcel Leroux Le réchauffement climatique
    est un mythe!
    , CarlosMolion "Aquecimento global" é terrorismo climático e outros.

    E nenhum deles parece simpatizar muito com as teses de Al Gore e os relatórios do IPCC...

    Depois, esta táctica dos "bodes expiatórios" para explicar todos os males apenas comprova como continuamos tão longe da racionalidade que não nos cansamos de apregoar... em vão! Mas quando o tal "culpado" além de inocente é até importante... CO2, claro!... então o perigo dos simplismos exagerados aumenta e muito!

    Com tudo isto, e à conta do inocentíssimo "olíbano", espero pelo menos que os leitores deste blog tenham oportunidade de se documentarem um pouco melhor para então, na posse de mais dados e opiniões, poderem tirar as suas conclusões com melhor conhecimento de causa. É que a mim também me parecia lógica e positiva esta acção a favor de outro modelo de desenvolvimento económico mais compatível com a preservação do planeta. Logo, as teses ecologistas e o discurso de Al Gore faziam sentido, pese embora isso do CO2 já me soar exagerado. Só que, ao aprofundar mais o tema as pequenas dúvidas iniciais intensificaram-se no confronto da realidade dos dados... factos são factos e não projecções ou fantasias e wishful thinking!

    Por fim, ainda que a verdade também possa ser relativa, no mínimo temos a obrigação de ser o mais honestos possíveis para connosco próprios e os outros. Esta é a minha opinião informada e, enquanto não tiver sérias razões para a modificar, mantenho-a e proclamo-a alto e em bom som:

    There is NO global warming man made... it's all a charade!!!

    Temperatura desde 1980


    Ma pensée a cheminé au rythme de l’exaspération suscitée par ce tintamarre médiatico-politique autour du réchauffement de la planète. (...)
    Je ne conteste pas ce réchauffement, je fus même l’un des premiers à l’inclure dans mes propos météorologiques. Mais je réfute que l’on accuse l’homme de tous les maux sans tenir compte de la variabilité naturelle du climat et de l’approximation des recherches.


    Laurent Cabrol

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  45. Estamos a aquecer ou a arrefecer?!

    En réalité, le problème dit du climat est en permanence confondu avec celui de la pollution, deux domaines pourtant bien séparés, qui ne seront bien traités l’un et l’autre que lorsqu’ils seront dissociés. Il sert également de prétexte pour imposer une restriction à l’activité humaine, considérée à tort comme à l’origine du réchauffement climatique. La connexion d’intérêt qui s’est établie entre certains laboratoires, plusieurs institutions internationales et certains hommes politiques, a imposé la notion de réchauffement global.
    Suivre aveuglément les «recommandations pour décideurs» du GIEC fait passer à côté des phénomènes réels, dépenser vainement des sommes colossales pour des réunions par définition inutiles, et n’autorise pas des mesures de prévention efficaces contre les véritables aléas climatiques que nous allons connaître. A quoi sert de préparer l’économie d’un pays à un réchauffement, alors que tous ses thermomètres signalent un refroidissement?
    Finalement, le réchauffement climatique revêt de plus en plus un caractère de manipulation, qui ressemble vraiment à une imposture «scientifique», et dont les premières victimes sont les climatologues qui ne perçoivent de financements que lorsque leurs travaux vont dans le sens du GIEC.


    Marcel Leroux


    Pois, mas estas vozes ninguém as ouve, o bom senso não vende muito e ai de quem discordar da propaganda que isto está a esquentar!

    E atenção, que o último parágrafo merece uma séria reflexão, já que o mesmo se passa com todos os párias e proscritos da ciência, mormente os que ousam enfrentar dogmas e pretensos conhecimentos estabelecidos que nunca podem resistir à passagem do tempo, pois o conhecimento, tal como o próprio Universo e o Homem, é sempre dinâmico e nunca estático!

    Por fim, e apesar de intervenções sem dúvida muito válidas em relação a outros aspectos - mormente a questão económica global e dos recursos energéticos - ainda não li por aqui nada que possa justificar a tal suspeita de que, a existir um aquecimento global, o mesmo é causado pelo aumento do CO2 devido à actividade do homem. Ora é este mesmo o busílis da questão, somos culpados ou não?!

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  46. Acerca ainda dessa tal conjectura que relaciona o aumento do CO2 com o aquecimento global, eis mais um gráfico que não parece estar muito de acordo com tais projecções:

    Correlação temperatura vs CO2

    This is the latest decadal plot from February 1998 to February 2008 of global temperatures from Satellite (UAH MSU lower troposphere) (blue) and land and ocean variance adjusted surface (Hadley CRU T3v) (rose) plotted with Scripps monthly CO2 from Mauna Loa (green).
    You can easily see the downward trend in temperatures over the past decade and the increase in CO2 over the same time period of about 6%. A decade definitely is not a long enough period to determine a climate trend but it is clear that the correlation between CO2 and temperature over the past 10 years is nearly zero. Not one computer model has forecast this temperature trend correctly.


    Ainda quanto ao suposto "efeito de estufa" provocado pelo aumento do CO2, eis o cometário de Kininmonth ao gráfico respectivo (pg. 22 do artigo antes referido).

    The radiative forcing due to carbon dioxide is largest for the first 50 ppm (19.2 W/m2). For each doubling of concentration thereafter the increase in radiative forcing is only about 3 W/m2.
    The radiative forcing of the climate due to increased carbon dioxide from the last glacial maximum (near 200 ppm) to present values (near 400 ppm) is only about 3 W/m2. Nearly 40 percent of the forcing has been since industrialisation. A doubling of the carbon dioxide concentration from present day values to 800 ppm will only increase the radiative forcing by a further 3 W/m2.
    Water vapour is the dominant greenhouse gas through the range of carbon dioxide concentration and has a radiative forcing component of about 45 W/m2, more than double the forcing due to the introduction of carbon dioxide into the atmosphere


    Resta ainda acrescentar que o climatologista também refere a prática comum em algumas estufas de produtos hortícolas, que consiste em aumentar a concentração de CO2 para promover a fotossíntese e o melhor crescimentos das plantas. Estas também gostam de calor e humidade, claro, por isso a vegetação nos trópicos é luxuriante!

    Em conclusão: An increase in carbon dioxide concentration of the atmosphere is likely to be beneficial for food production.

    Os meus modestíssimos conhecimentos em química e biologia estão de perfeito acordo com estas conclusões, que têm sido comprovadas repetidamente na prática. Mas, claro, se alguém souber algo de novo que o diga!

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  47. Leprechaun:

    Eu diria que esses lençois lembram a malta criacionista, mas depois lembrei-me que também acreditas no criacionismo.

    Podem até existir argumentos aparentemente convincentes para defender a tese de o aquciemento global na fase em que andamos a emitir imenso CO2 é coincidência, mas com algum estudo um pouco mais aprofundado os especialistas rebatem-nos todos. Afinal parece que quem defende essa tese pode ser convincente para quem não domina a área - ao contrário dos criacionistas - mas os especialistas consideram que esses argumentos são meias verdades, falsidades, e enganos. Infelizmente, ao contrário do criacionismo, esse debate não está ao nível da conversa de café. A discussão entra em domínios um tanto técnicos, e nem eu nem o Duende temos capacidade para a acompnhar. De qualquer forma, se quiserem conhecer um sítio onde respondem a esse tipo de argumentos, sugiro dois:

    Um blogue de climatologistas, um tanto técnico, às vezes.

    Resposta a várias objecções dos negacionistas, a um nível mais elemtar, mas com tudo muito bem organizado.

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  48. Leprechaun,

    Não tenho tempo para ver tudo o que mencionaste, mas dei uma olhada em duas coisas.

    Primeiro, a ausência de correlação entre temperatura e CO2 nos últimos 10 anos. Não é de estranhar porque há uma grande variabilidade anual na temperatura medida e porque os oceanos têm uma inércia térmica grande.

    Mas se fizeres a mesma conta para os últimos 50 anos em vez dos últimos 10 já tens uma correlação bastante significativa.

    A outra foi que o forcing é só de 3W/m2 para cada duplicação do CO2. Na verdade o valor indicado é de 3.71W, pelo que suspeito alguma aldrabice nesse arredondamento. Mas também é verdade que os modelos climáticos têm usado muitas vezes um valor de 4W/m2, pelo que podem estar a indicar variações de temperatura 15% superiores às que deviam. Mas isso quer dizer uma redução muito pequena nestas projecções.

    Esses 15% serão fraco consolo para os muitos milhões de pessoas que terão as suas terrar debaixo de 85cm de àgua em vez de um metro, ou coisa do género...

    Em suma, por esta amostra dos teus argumentos suspeito que o que estás a dizer é treta :)

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  49. Ena, montanhas de informação, puxa vida!!!

    Mas o que tem o criacionismo a ver com isto, afinal? Deveras, mesmo essa menção de "negacionistas", em vez do mais neutral e correcto "cépticos", tem muito que se lhe diga...

    Seja como for, eu até sou céptico em relação ao Big Bang, melhor dizendo, penso que é uma teoria que cada vez se ajusta menos às observações cosmológicas e só tem vindo a subsistir devido a remendos sucessivos, como a actual hipótese da VSL e outras "esquisitices"! :)

    De resto, como também escrevi atrás a propósito do livro de Hawking, creio que a actual Física está mesmo a precisar de uma grande varridela, já que o "misticismo" patente nas teorias correntemente aceites é claramente incompatível com a racionalidade e clareza que deve existir na ciência. Mas esse é outro combate à la longue.... cada coisa à vez!

    O site das perguntas é muito interessante, mas limitei-me a ver apenas tudo o que se relaciona apenas com o CO2 e o "efeito de estufa", já que é simplesmente esse o aspecto central deste debate, em termos puramente científicos. Ora, mesmo na questão importantíssima da sua correlação com a temperatura, é afirmado textualmente o seguinte:

    When viewed coarsely, historical CO2 levels and temperature show a tight correlation. However, a closer examination of the CH4, CO2, and temperature fluctuations recorded in the Antarctic ice core records reveals that, yes, temperature moved first.

    Note-se que este "primeiro" significa entre 400 e 1000 anos... mas que grande vantagem! :)

    Mais importante ainda é o facto de serem continuamente escamoteados os dados que não servem as teorias de estimação. Afinal, isso é muitíssimo mais vulgar em ciência do que se possa pensar, e as fantasias cosmológicas e matemáticas de Mr. Hawking e apaniguados são a comprovação desta natural tendência humana para forçar as observações no sentido desejado, encaixando-as à bruta nos modelos teóricos preconcebidos, em vez de ajustar estes àquelas, como manda o bom método científico. Pois, mas isso é uma grande trabalheira, ó compadre! Meter ou tirar à sorrelfa um número aqui e outro acolá dá menos dores de cabeça... vá lá!

    As teorias da grande unificação não são teorias realmente completas, porque contêm um número de parâmetros cujos valores não podem ser preditos a partir da teoria, mas têm de ser escolhidos para se harmonizarem com as experiências.

    Em linguagem simples, não sabemos mas inventamos, desde que vá dar aquilo que queremos! E isto tanto serve para a física das partículas, como para a cosmologia ou a climatologia, é sempre à vontade da "nossa" teoria!

    Veja-se este documento repleto de gráficos claríssimos para se compreender o ponto da situação lá com as medições do CO2 nos últimos 2 séculos e não apenas as décadas mais recentes.

    The Real History of Carbon Dioxide Levels

    During the late 20th century, the hypothesis that the ongoing rise of CO2 concentration in the atmosphere is a result of fossil fuel burning became the dominant paradigm. To establish this paradigm, and increasingly since then, historical measurements indicating fluctuating CO2 levels between 300 and more than 400 ppmv have been neglected.
    Since 1812, the CO2 concentration in northern hemispheric air has fluctuated exhibiting three high level maxima around 1825, 1857 and 1942 the latter showing more than 400 ppmv.


    Estes são os factos! Obviamente, pode argumentar-se a partir deles, mas NÃO é possível ignorá-los, claro! Ora isso significa que afirmar que os actuais cerca de 385 ppmv são o nível mais alto de CO2 jamais registado é uma simples inverdade, é que não há volta a dar-lhe!

    E naturalmente fica então a pergunta: mas se houve assim esses picos no passado, poderão estas variações estar ou não relacionadas com o uso dos combustíveis fósseis?! Porque a questão não é apenas a do aquecimento mas das suas possíveis causas. Ora aqui, há mesmo climatologistas que até estão de acordo com a tese do "global warming" mas NÃO com a sua origem antropogénica, porque na realidade é esse mesmo o cerne de toda esta discussão!

    Ou ainda, qual o papel dos oceanos e da actividade vulcânica e geotérmica na libertação de CO2 para a atmosfera? Obviamente, a queima de combustíveis gera emissões de CO2, mas e quanto à desflorestação que, ao diminuir a biomassa, faz com que seja retirado menos dióxido de carbono da atmosfera?! É que desta possível causa importantíssima quase ninguém fala, o que é mesmo muito suspeito! Ou ainda, as talvez as florestas não tenham assim um interesse económico tão grande, sei lá...

    Muito para além de retóricas mais ou menos vãs, o que interessa são mesmo as acções, como a ideia peregrina de enterrar o CO2 e, pior ainda, a anunciada tragédia do biofuel que, só por si, deveria representar uma séria interrogação para todos quantos se interessam pelo futuro da humanidade: será que um aumento de 2º ou 3º na temperatura média justifica condenar à fome e à miséria centenas de milhões de pessoas nos países mais pobres e que, por certo, estão completamente a leste destas questões de "lana caprina" com que nós, de estômago cheio e bem nutridos, nos degladiamos?!

    E não serve a desculpa de que os biofuels não têm directamente a ver com a questão do "global warming", porque no fundo está tudo relacionado com a substituição dos combustíveis fósseis, claro. Logo, que preço queremos pagar por estas birrinhas infantis a que a ciência resolve dar o seu aval, em conluio com a política e a economia, claro?!

    Por fim, o mais importante aqui é que exista no mínimo um início de debate e não a monocórdica cantilena do "global warming, amen!", apregoada ad nauseum pelos sacerdotes de serviço. É que, apesar de muito lip service à racionalidade e não sei que mais, a natureza humana não evolui assim tanto como isso e ciência ou religião continuam a representar a mamã ou o paizinho cuja protecção e segurança sempre procuramos.

    And if they're all wrong, after all?! Que maior paradigma de verdade senão a consciência individual... sempre e para sempre?!

    E vou por onde quero ir e não por onde me querem conduzir!!!

    Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses!

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  50. Leprechaun,

    Se queres uma medida fiável do CO2 antes de 1960 tens que usar as medições das bolhas de ar no gelo da gronelandia ou do antártico. As medições químicas antes disso podiam ser relativamente precisas mas não eram de amostras representativas. É claro que o CO2 numa cidade está mais alto que a média global.

    As medições a partir de 1960 e os dados das bolhas de ar no gelo têm uma variação muito mais regular e não aquela flutuação errática das outras medidas.

    Esse artigo que apresentas está essencialmente a olhar para o ruído em vez do sinal para tentar defender que não há sinal nenhum...

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  51. Leprechaun e restantes comentadores,
    Se até os burros mudam de idéias porque não eu que sou um ser humano :-)
    Discutia-se aqui as correlações CO2 x ºC e as eventuais agendas politicas e, eu estava com uma impressão que esse caminho não iria levar a lado nenhum: correlações não são causa - efeito e motivações politicas todos têm.
    O fenómeno de absorção da radiação pela matéria é um tema mais que estudado, segue a lei de Beer-Lambert: I=Iox(1-exp(-L*T)) sendo L o comprimento atravessado e T uma constante que depende da concentração e do coeficiente de absorção (este é caracteristico do material).
    O artigo que encontrei é para mim muito mais convincente do que toda essa conversa sobre correlações. Básicamente diz que o CO2 tem 3 picos de absorção e que toda a energia que o CO2 pode absorver é retirada em cerca de 10metros apenas! Ora isto significa que se aumentarmos a concentração do CO2 na atmosfera apenas vamos encurtar aquela distância, ou seja, não tem efeito na quantidade de radiação absorvida, simplesmente esta é absorvida no percuso mais pequeno. Logo Não há aumento de Temperatura.
    Gostaria de ler um comentário sobre isto.

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  52. Com - da -:

    Esse argumento é respondido aqui



    Quanto à correlação, repito aquilo que disse: uma correlação entre A e B pode ser coincidência (tanto menos provável quanto maior a amostra e mais próxima de 1 for a correlação), mas se não for envolve causualidade: ou A tende a causar B, ou B tende a causar A, ou algo tende a causar tanto A como B.
    Se pensares que existe uma correlação entre: emitirmos CO2 e a temperatura aumentar, parece claro que não é a temperatura que está a fazer com que queimemos mais combustível...
    É verdade que a temperatura pode provocar maior concentração de CO2, mas isso só torna as nossas emissões mais perigosas: podem desencadear um efeito de retroacção (feedback) positiva. Mas é óbvio que não é por estar calor que vamos queimar mais carvão petroleo e gás que há várias décadas atrás.

    Se estão bem estabelecidas as razões teóricas pelas quais as nossas emissões deveriam causar um aumento de temperatura, a verdade é que os dados empíricos confirmam isso mesmo.

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  53. João Vasco,
    Parece-me bastante interessante esse link. Tem que ser digerido com calma:-)
    Eu entendo como funciona a correlação, mas o problema que vejo nesse tipo de argumento é que deixa sempre margem a explicações alternativas. Penso que o conhecimento rigoroso do mecanismo através do qual se processa o fenómeno é sempre mais convincente.

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  54. Um pouco off-topic, mas porque foi referido anteriormente aqui, eis a total mistificação do etanol extraído do milho, um processo bárbaro, não só a nível energético como pelos tremendos custos sociais que está a acarretar!

    Production of ethanol from sugarcane, which requires a tropical climate to grow productively, returns from 8 to 9 units of energy for each unit expended, as compared to corn which only returns about 1.34 units of fuel energy for each unit of energy expended.

    O problema é que denunciar estas autênticas tretas, como a falsa questão do "aquecimento gobal", politicamente orientada, requer demasiada coragem e pode trazer alguns dissabores, claro.

    Por isso, é bem mais fácil e cómodo falar de "olíbanos" e "criacionismos" e outras ingenuidades, que não levantam muitas ondas e estão, aliás, perfeitamente dentro dos dogmas laicos daquilo que é correcto ou não discutir.

    Por outro lado, também não custa nada assobiar para o lado quando se trata de indivíduos ou pequenas organizações isoladas, que ousam enfrentar as sacrossantas verdades instaladas, como é o caso de Santilli e o MagneGas, ainda que se possa mesmo tratar de uma fonte de energia deveras espantosa. Mas o passado já demonstrou repetidamente, o futuro dos visionários não costuma ser brilhante. Ou ainda, não é fácil ser profeta ou estar certo antes de tempo, vide só a história do carro eléctrico ou mesmo do motor a ar comprimido, 2 tecnologias que já datam do séc. XIX!!!

    Assim, a nível de crença e conforto psicológico, não existe mesmo diferença alguma substancial entre ciência e religião, a natureza humana é imensamente mais poderosa e os atavismos de séculos cá estão para nos atar muito bem, não permitindo que muitos se destaquem e saiam do rebanho. Depois, os que o fazem não parecem ter assim uma grande sina, todos invejam os génios mas duvido que muitos queiram arrostar com a vida de algum!

    MagneGas: From Sewage to Fuel Tank

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  55. Leprechaun,

    «O problema é que denunciar estas autênticas tretas, como a falsa questão do "aquecimento gobal", politicamente orientada, requer demasiada coragem e pode trazer alguns dissabores, claro»

    A ineficiência na produção de biocombustiveis é conhecida. Mas também todos sabemos que os agricultores que produzem milho para fazer etanol não o fazem por ser eficiente. Fazem-no por ser rentável, por dar dinheiro.

    Quanto ao aquecimento global, não vejo que fosse sofrer represálias, dissabores, nem era preciso coragem para dizer que é treta. Mas só o direi se achar que é. Os teus argumentos, que basicamente se restringem a dizer que é falso em negrito, não são persuasivos.

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  56. Tenho lido aqui muita treta misturada com coisas interessantes. Não tenho tempo para aqui discutir estas questões. Mantenho a minha posição céptica, e continuo a achar que o pico de produção dos combustíveis fósseis é um problema de maior escala e que, inesperadamente, vem resolver o dito problema do AG.

    Encontrei uma página bastante interessante com precisamente este ponto de vista, que compara os cenários ultra-optimistas (do ponto de vista energético) do IPCC com os cenários bem mais plausíveis.

    Aqui.

    Por favor, leiam-na.

    Outra questão. Ludwig, quando dizes:

    A ineficiência na produção de biocombustiveis é conhecida. Mas também todos sabemos que os agricultores que produzem milho para fazer etanol não o fazem por ser eficiente. Fazem-no por ser rentável, por dar dinheiro.

    Sabendo o pouco "EROEI" do etanol (energy returned on energy invested), e a imensidade de recursos que gasta, é muito pouco provável que renda seja o que for. A única razão pela qual se fala tanto disto é que é uma solução adiantada para combater a dependência energética e o AG, e para isso concorre a imensos subsídios que anulam essa falta de rentabilidade. No fundo, trata-se de um poço com consequências nefastas para o ambiente e para o mercado alimentar do qual os únicos beneficiários são uns tantos que comem os impostos que lhes damos.

    E ainda me perguntam porque é que eu abomino esta coisa de taxarem o pessoal por causa do "carbono"?

    Seja como fôr, acho que é uma discussão interessantíssima, e penso também que se deve abandonar a arrogância de vez, pois se há coisa que eu não engulo é que o Homem já consegue perceber o funcionamento da biosfera. E argumentar pela ignorância como se está a fazer pelos créditos de carbono cheira-me demasiado a um retorno às indulgências do vaticano, versão 2.0.

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  57. Barba Rija:

    A cobrança de externalidades deve ser feita independentemente da escassez dos recursos.
    Eu considero muito plausível que esses picos de produção ocorram nas datas aí estimadas, mas estamos longe de poder ter certezas a esse nível: há quem diga que o pico do petroleo está a ocorrer neste momento, e quem diga que só daqui a 50 (ou mesmo 100) é que vai ocorrer.
    Se for em 2016, a resposta mais eficiente neste momento é cobrar as externalidades devidas, mas se for em 2050, não só continua a ser essa a resposta mais eficiente, como a ineficiência de não as cobrar se torna bastante mais grave(!).

    «pois se há coisa que eu não engulo é que o Homem já consegue perceber o funcionamento da biosfera»
    O homem pode não pereceber completamente, mas não cobrar nada corresponde a estimar que o dano é nulo. Ora pelo pouco que se sabe esta não é a melhor estimativa, por isso só para defender interesses particulares é que pode fazer sentido que não se taxe. Para defender o interesse geral deve taxar-se tendo em conta a melhor estimativa de dano por emissão marginal, valor este que é diferente de 0.
    E ao fazê-lo, sem que seja esse o objectivo, a sociedade fica mais preparada para lidar com esses picos de produção que referiste, e cada país tende a ter uma maior segurança energética.

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  58. Barba Rija,

    pois se há coisa que eu não engulo é que o Homem já consegue perceber o funcionamento da biosfera

    concordo em absoluto, aliás como podes ter percebido lá atrás, armei-me em aprendiz de climatologista e só deu disparate.
    Penso que é um tema que, pela sua complexidade deve ser reservado aos especialistas que obtêm a aprovação da maioria dos seus pares. A teia de efeitos de feedback deve ser um tal pesadelo que, qualquer opção que não seja repôr as coisas como estavam antes de começarmos a mandar a mandar lixo para a biosfera, é no minimo temerária.

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  59. Braba Rija,

    «Sabendo o pouco "EROEI" do etanol (energy returned on energy invested), e a imensidade de recursos que gasta, é muito pouco provável que renda seja o que for.»

    Sim, é uma questão de impostos, subsidios e preço. Também a produzir bifes consegue-se uma fracção pequena dos nutrientes que se consegue com vegetais para os mesmos recursos mas há muita gente no negócio da carne. É uma questão de preço, não de eficiência.

    «se há coisa que eu não engulo é que o Homem já consegue perceber o funcionamento da biosfera.»

    Isso é uma confusão. A Terra absorve radiação de ondas curtas (visíve, UV, ...) e irradia em ondas longas (IV). Se aumentas a concentração de gases transparentes às primeiras e opacos às segundas a temperatura aumenta. Isso é fácil de perceber, consensual e neste momento só rejeitado por quem vem da terra das fadas :)

    Agora saber exactamente o que esse aumento de temperatura vai fazer é mais difícil. O que é que acontece ao metano todo dissolvido nos oceanos se a temperatura subir 0.5ºC? O que acontece se o gelo nos glaciares diminuir para 70% (e a luz que eles reflectem...)? O que acontece quando derreter o permafrost na sibéria e libertar o metano que lá está misturado no gelo? Ou se o gulf stream parar?

    Isso concordo que é lixado de prever. Mas uma coisa é razoável inferir: independentemente dos detalhes, muita gente se vai lixar com isso....

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  60. ...há quem diga que o pico do petroleo está a ocorrer neste momento, e quem diga que só daqui a 50 (ou mesmo 100) é que vai ocorrer.

    Há quem diga que houve um homem que era Deus, mas também era treta. Há quem diga isto e aquilo. Isso não me interessa. Ou concordas comigo, ou não, ou então não tens a certeza. Agora que digas que há quem diga tudo e mais alguma coisa é conversa da treta.

    Por mim, não sei se o pico já aconteceu ou se vai apenas acontecer na próxima década. A maior parte dos especialistas se debate entre estas datas. Daqui a 50 anos? LOL

    Se for em 2016, a resposta mais eficiente neste momento é cobrar as externalidades devidas

    Meu caro João Vasco, eu estaria totalmente de acordo contigo se esse fosse realmente o facto, mas até agora só vi palavras a dizê-lo. Onde é que foste buscar esta ideia de que a resposta mais eficiente é "X"?

    Repara. Imagina que daqui a um ou dois anos o petróleo atinge os 200 dólares. A economia global já está a levar porrada a sério. Isto significa que todos os negócios estão a perder imenso capital para investir seja no que fôr. Adiciona o problema bancário à equação e compreende-se que existe uma concentração de capital no sistema energético ao nível global ao mesmo tempo que existe uma contracção do mesmo. Ao forçar ainda mais uma taxa, estás a pressionar ainda mais a economia, e a aumentar o peso dos estados (única razão pela qual os estados discutem esta ideia idiota), precisamente numa altura em que eles deveriam diminuir de tamanho. Percebes porque digo que é uma questão ideológica mascarada de questão moral? Ao mesmo tempo, estás a penalizar todas as PMEs que até poderão ter alguma consciência ambiental mas carecem de capitais para investir nesse sentido. As grandes multinacionais, que no fundo são os "inimigos" favoritos do ambiente, apenas têm a ganhar com esta contracção económica.

    E nem estou a dizer que estou contra todas as taxas neste sentido. Por mim, se acham tão importante taxar a externalidade do CO2 (e aqui tenho de concordar com o Leprechaun, onde estão as externalidades dos outros gases, esses sim realmente tóxicos?), que o façam numa perspectiva de não-lucro. Ou seja, o total das taxas ser zero euros, e enquanto existem empresas a pagar altas taxas por colocarem grandes quantidades de CO2 na atmosfera, outras recebem por não colocarem.

    O problema é que estas coisas são bonitas no papel e no atirar ao ar. Mas na prática são quase irresolúveis e altamente passíveis de grandes corrupções e esquemas (como são todas estas medidas taxativas de carácter quase abstracto de grande dimensão). Por exemplo, será que um gabinete de arquitectura vai receber essas taxas (ou pagar menos) do que uma fábrica de betão? E no entanto, não foi o gabinete a considerar utilizar o betão? E porque é que existem actividades descriminadas se todas nos são necessárias? São coisas complicadíssimas, e é no fundo não uma solução mas sim um problema novo que se vai criar, para gáudio dos políticos e dos seus amigalhaços.

    Falam-me de que os cientistas não têm interesses e comparam isto às tabaqueiras e etc. E no entanto, estamos a falar de externalidades que vão ganhar no mercado valores multi-bilionários, com os ambientalistas a "tomar conta" do processo. Não houve tal fenómeno na questão das tabaqueiras. Se isto não é interesse suficiente, não sei o que será, mas por favor não me digam que não existe motivo para se mentir ou exagerar um problema. O Al Gore está a criar um mercado deste tipo, mas para isso tinha de exacerbar a questão. E fê-lo.

    A prová-lo temos até o Ludwig que fala de um metro de subida dos oceanos como uma "calamidade", esquecendo-se totalmente que o IPCC fala de uma subida dos oceanos entre os 28 e os 34cm, havendo a hipótese de se ficar entre os 11 e os 88cm. Um metro está fora de questão, e mesmo os 88cm não devem ser levados a sério, pois a única coisa que realmente dizem é que os cientistas andam à nora com as probabilidades da coisa. Se fossem ainda mais precisos, talvez diriam que o nível pode descer 110cm, e subir 880cm! O exercício da estatística pode dizer tudo aquilo que queiramos veicular na retórica. Existe um exagero do problema para motivar o pessoal a aceitar novos taxamentos.

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  61. Barba Rija:

    Em relação ao pico, é falso que "todos os especialistas" estejam de acordo que vai ocorrer na próxima década. O debate está em aberto, e se é verdade que a data que me parece mais plausível - pelo que tenho visto - é aquela que sugeres, também é verdade que nada justifica o grau de certeza com que a defendes.
    É engraçado que aches incerto que os efeitos do aquecimento global sejam desastrosos, algo em que os especialistas têm muito mais segurança.


    Quanto à questão das externalidades, isso é teoria económica clássica.
    Se tu tens uma transacção entre dois indivíduos que prejudica um terceiro em X, e os dois indivíduos não tiverem de pagar nada a esse terceiro, é de esperar que transaccionem mesmo quando o ganho obtido pela transacção seja inferior ao prejuizo do terceiro. Isto é uma troca ineficiente - além de injusta.
    É argumentável que proibir a transacção é justo mas ineficiente. No que respeita à eficiência, só mesmo quando os indivíduos tiverem de pagar X para transaccionar é que existirão apenas transacções eficientes.

    Outra forma de ver esta questão é pensando na tragédia dos comuns. Nós temos de partilhar a atmosfera terrestre. Sabes o que acontece quando se partilha a conta, não sabes? As pessoas menos educadas não pensam "será que vale a pena pagar X por este café, que me sabe tão bem?" mas sim "será que vale a pena pagar X/n por este café que me sabe tão bem?" em que n é o número de pessoas que partilham a conta. No fim, as pessoas pagam mais do que aquilo que estariam dispostas a pagar e todos ficam a perder.
    O mesmo acontece com as indústrias, se não existirem mecanismos para corrigir esse problema. Não taxar as emissões é caír na tragédia dos comuns, é não cobrar a externalidade devida. Não é apenas injusto: é estúpido e ineficiente.

    O que se faz com o dinheiro cobrado já é outra questão política. Quem defende que o estado deve ter pouco peso na economia deverá defender que, tendo essa receita acrescida, diminua outros impostos.
    Quem considera que o peso não é excessivo poderá ter outra opinião. Discuta-se, debata-se. Mas aquilo que não faz sentido é não cobrar as externalidades devidas.

    Quanto ao Ludwig e aos oceanos, não disseste nada que viesse contradizer o que ele afirmou. Ele disse que a subida era calamitosa, tu dizes que deve andar à volta dos 30cm. Mas isso é uma subida média, e em vários locais uma subida dessas pode ser calamitosa. Portugal tem estado a perder costa nos últimos anos (um amigo meu que trabalha nessa área tem confirmado isso), e nós nem somos dos países mais sensíveis a essas subidas. Há regiões em que essa subida é bem mais grave, e outros onde pode propiciar acidentes naturais bem complicados...

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  62. - com -,

    O teu link é interessante e mais fundamentado do que o link de "resposta" do João Tilde. Pessoalmente estou habituado a pensar nos amiguinhos Beer-Lambert por motivos espectrofotométricos e faz-me confusão (a culpa é minha) pôr a atmosfera ao barulho. Talvez por isso me salte à vista a brutalidade de interferências que teríamos que considerar ao substituir a célula de 1 centímetro em condições controladas por uma coluna de ar com vário quilómetros. A maior de todas, como eles próprios referem, parecem-me ser as correntes de convecção, com resultados não quantificáveis na dissipação de IVs. Mas espreita aqui no que se transforma a lei quando aplicada à atmosfera.

    Mas a escaramuça vai engraçada, e nota-se bem a importância dos parti pris no debate da parte científica da questão.

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  63. Ora façamos um ponto da situação de toda esta climática amarração! :)

    Na controversa e muito nebulosa questão do "aquecimento global", temos 4 pontos fundamentais relacionados entre si:

    1. Há mesmo um aquecimento global do planeta ou não?
    2. Será ele provocado maioritariamente pelo "efeito de estufa" devido a um possível aumento na concentração do CO2 atmosférico?
    3. Este aumento do CO2 terá causas naturais ou é sobretudo consequência da actividade humana, quer agrícola quer industrial?
    4. E a haver efectivamente um "global warming" isso é mesmo negativo para o clima e a ecologia do nosso planeta?!

    Esta última pergunta é vital, independentemente da concordância ou não que as 3 primeiras possam merecer. Ainda assim, convém salientar de novo que muitos dos dados que pretendem sustentar uma pretensa relação de causa-efeito entre o nível de CO2 e a temperatura média são simplesmente falsos!

    More than 90,000 direct measurements of CO2 in the atmosphere, carried out in America, Asia, and Europe between 1812 and 1961, with excellent chemical methods (accuracy better than 3%), were arbitrarily rejected. (...) [They] were completely ignored by climatologists – and not because they were wrong. Indeed, these measurements were made by several Nobel Prize winners (...)The only reason for rejection was that these measurements did not fit the hypothesis of anthropogenic climatic warming.
    Zbigniew Jaworowski, CO2: The greatest scientific scandal of our time

    Mas mesmo ignorando estas aldrabices muito convenientes, e nas quais infelizmente a ciência, como actividade humana, é demasiado fértil, teria interesse discutir já não as causas mas sim as possíveis consequências do tal aquecimento global.

    Bem, aqui temos uma dificuldade óbvia e que se prende com as previsões díspares do aumento da temperatura média no final do século, que variam entre 1,5º e mais de 5º consoante os diversos modelos climáticos utilizados. Como é evidente, os cenários são muito distintos num e noutro caso!

    Para piorar ainda mais a questão, esses modelos têm-se portado muitíssimo mal no passado, não tendo até hoje fornecido dados fiáveis das curvas de temperatura nos anos recentes. Contudo, e baseados também nos tais gráficos que datam de há 400 mil anos e até hoje, pode considerar-se um possível aumento de 2º-2,5º C como previsão razoável para os próximos séculos, ou até só ao final deste.

    Que mudanças, maléficas ou benéficas, seriam de esperar num tal cenário?! Tudo o que se possa dizer é simplesmente especulativo, mas se de facto tomarmos como modelo de comparação períodos mais recentes de temperaturas elevadas, então as conclusões só pode ser claramente benéficas. Por exemplo, no período mais quente durante a Idade Média, no final do 1º milénio, aquando da colonização da Islândia e sul da Gronelândia, estas e outras regiões sub-árcticas em latitudes similares, como Noruega, desfrutavam de uma clima bem mais amenos que o actual, propício à agricultura e a pecuária, para além da pesca. Tudo isto terminou nos séc. XIII-XIV com a diminuição gradual das temperaturas e a Pequena Idade do Gelo, a qual se prolongou até inícios do séc. XIX. Esta é também uma razão que leva os verdadeiros climatologistas a considerar que o período mais ameno nos últimos 2 séculos é apenas o correspondente ciclo natural que se segue a alguns séculos de invernia. Uma subida moderada da temperatura média teria pois a incontestável vantagem de tornar mais habitáveis e apropriadas para a prática agrícola algumas zonas do globo.

    Quanto ao efeito negativo que o possível degelo nas zonas polares, sobretudo a Árctica, poderia representar na subida do nível do mar, as medições por satélite dão algo como 2,4 mm (milímetros!) de subida média nos últimos 15 anos, o que não representa nada de alarmante, já que significa uns 25 cm por século, e não os infundados e alarmistas 6 metros (!) ou mais que os profetas da desgraça adoram irresponsavelmente debitar!

    Obviamente, as alegações de que os desastres naturais perfeitamente normais e cíclicos, como tornados, furacões, terramotos ou ainda vagas de calor e inundações são prova do famigerado aquecimento global, constituem simples e grosseira desonestidade intelectual que qualquer cientista sério e responsável deve denunciar com veemência, porque não é com mentiras infundadas que jamais se ganham causas! Para isso, já basta a tremenda desfaçatez de se ousar chamar "poluente" (!) ao CO2, algo que só pode mesmo passar pela cabeça de quem não tem mesmo vergonha ou conhecimento nenhum de biologia básica, só pode!

    Para além do mais, qualquer gráfico destas ocorrências nas últimas dezenas de anos não demonstra qualquer tipo de correlação significativa com aumentos de temperatura média, muito menos aponta para uma maior ou mais intensa ocorrência dos fenómenos nos anos mais recentes. E ligar estas perturbações atmosféricas a uma concentração mais elevada do CO2 não tem pés nem cabeça nem nadinha por onde se lhe pegue! Não há diferença alguma entre afirmar isso ou dizer que são "actos de Deus" ou lá do Eolo que se enfurece... é a mesmíssima treta sem tirar nem pôr! Mas cada um é livre de acreditar nas fantasias mirabolantes que lhe aprouver, desde que não queira impor os seus delírios e miragens como realidade irrefutável, o que infelizmente não parece ser o caso com Mr. Al Gore e seu séquito de fãs...

    Há ainda mais a acrescentar, agora acerca do papel do sol, mas fica para o próximo post.

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  64. Leprechaun,
    já agora, qual é o título do próximo post que vais publicar aqui ? ;-S

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  65. Ora bem, e qual é o papel do Sol em tudo isto? Afinal é graças a ele que existimos, logo será importante saber como tem variado a radiação solar. Por outro lado, o famoso ciclo das "manchas solares", que deverá conhecer um novo máximo em 2012, está também relacionado com a temperatura da Terra, já que esta é maior nos períodos de actividade solar mais intensa, como pode ser visto no gráfico seguinte:

    Temperatura vs manchas solares

    The number of sun spots and sun radiation over the past 400 years correlates and leads temperatures on earth nicely.

    Ora isto é inteiramente lógico e está também de acordo com observações noutros panetas do sistema solar. Afinal, TODOS os cálculos envolvidos nesta questão do aquecimento na Terra são efectuados a partir da irradiação solar que atinge a superfície do planeta e a respectiva absorção e reflexão de novo para a atmosfera. Ora é aqui que entra o fenómeno de "estufa" de gases como o CO2, metano e vapor de água, graças ao qual não somos um planeta gelado mas usufruímos de uma temperatura média ao nível do solo que é de uns 14º C.

    De notar ainda que a sensitividade da temperatura média à variação do CO2 atmosférico situa-se entre os 1º a 1,5°C de cada vez que essa concentração duplica. Daí os tais 3 W/m2 referidos antes. Deste modo, era preciso chegar aos 750-800 ppmv no final do século para se registar um aumento inferior a 2ºC só por efeito do CO2. Ora os cálculos mais habituais não vão além dos 550 ppmv, logo é só fazer-lhe as contas!

    Cosmic Ray Flux variations appear to be the largest driver of climate change over geological time scales. However, one of the secondary conclusions we reach in the paper is that CO2 had only a secondary climate role over geological time scales, and that Earth's sensitivity to changes in the radiation budget is not as large as most of the climate community believes.

    Cosmic Rays and Climate

    Que algo tão simples, intuitivo e auto-evidente seja convenientemente ignorado pelos promotores de fábulas requentadas, que são modernas versões do Capuchinho Vermelho e o Lobo Mau, diz de facto muitíssimo acerca da seriedade de tais contadores de historinhas para assustar as criancinhas! E claro, o objectivo é sempre que os meninos se portem bem e obedeçam ao papá... Polícia, Estado, Ciência, Religião, you name it! Ora aqui já vi que está tudo muito bem endoutrinado, salvo uma ovelhita mais rija e com barba... cuidado que o lobo ronda, ó desgraçado! :)

    Obviamente, esta é também uma questão de integridade e múltiplos interesses, como já foi dito antes. Ora quer-me parecer que andamos a ser comidos por lorpas, o que aliás não deve ser caso único, claro. Só que desta vez, a voz do bom senso e da verdadeira racionalidade se faz sentir com mais força, vá lá, pese embora as tentativas para abafar as opiniões contrárias e forjar números de acordo com as conveniências, uma prática que é infelizmente o dia a dia de alguma ciência... económica e política, ou seja, que vive e depende de subsídios.

    The problem we are faced with is that the meteorological establishment and the global warming lobby research bodies which receive large funding [about $5 billion per year!] are now apparently so corrupted by the largesse they receive that the scientists in them have sold their integrity.
    Piers Corbyn, meteorologist

    Por fim, para quem prefere as imagens à leitura árdua de muito palavreado mais técnico e menos atraente, eis 2 vídeos provocantes... just as I like them! :)

    Great global warming swindle

    Global Warming – Doomsday Called Off

    Com tudo isto, quero também voltar a salientar de novo que a ciência é uma actividade tão controversa e falível como qualquer outra, perfeitamente sujeita às arbitrariedades que são comuns ao espírito humano. Ou, como dizem os Evangelhos, O espírito é forte mas a carne é fraca.

    É também por isso que estas discussões acríticas que tanto se vêm por aqui, com olíbanos e milagres e quejandos, pretendendo opor arbitrariamente uma racionalidade superior – Ciência – à emotividade e superstição – Religião e afins – é inteiramente falsa e não tem base alguma sólida onde se possa apoiar. O único alicerce para fazer qualquer tipo de comparação é a própria Pessoa Humana em si mesma, e não os sistemas de conhecimento da realidade, que nesses continua a não haver diferenças assim tão substanciais, pois que a pretensa objectividade é amplamente superada pela subjectividade e o imobilismo conservador das velhas doutrinas e interesses instalados.

    Aliás, para o comprovar e dar ainda mais matéria para pensar, atente-se apenas em mais este pensamento provocante que questiona a bondade de toda esta mais que nebulosa questão onde múltiplos interesses se degladiam:

    If this concern is genuine, then why do we not see a storm of enthusiastic environmentalists and United Nations officials demanding to replace all fossil-fuel plants with nuclear plants, which have zero emission of greenhouse gases? (...)
    Why do we not see a global-scale effort to replace the internal combustion automobile engine with a zero-pollution compressed-air engine? (...)A pneumatic car is not pie in the sky, but a real thing, now under construction, which in its French version drives some 300 km before the air tank must be refilled, at a cost of about $2 per 100 km. Can you imagine the beneficial, stabilizing consequences for global politics and economy, and for urban hygiene, of such a replacement, combined with a switch from oil, gas, and coal into nuclear energy?


    É que esta é justamente a questão que eu também já abordei anteriormente: para quê um tal desperdício de recursos e de tempo e dinheiros públicos quando desde há muito se poderia ter investido em verdadeiras fontes alternativas, como por exemplo os carros eléctricos que até chegaram a existir em finais do século passado para serem depois descontinuados e mesmo destruídos?! Será que faz algum sentido lógico tudo isto? Mas claro que não!!!

    GM removes the electric car

    So who are we kidding? Queremos mesmo ter um apocalipse à força, não é? Se não real, pelo menos imaginado, mas felizmente sempre há quem já tenha ultrapassado tais infantilidades e não dê importância ao “Grande Líder” que ciclicamente por aí ainda aparece a prometer o paraíso, não sem antes ameaçar com o inferno, já esse terror ainda é preciso!

    E pensam pois os doutos iluminados que já se livraram da religião e do papão... oh really?! So why do you keep on listening to all these blatant lies... WHY?!?!?!


    PS: Mais um vídeo que acabo de encontrar agora mesmo, acerca das variações cíclicas normais do clima e que confirma TUDO o que se afirma acima!

    Unstoppable Solar Cycles


    It's the Sun, stupid... not CO2... the SUN!!!!!

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  66. Duende,

    Estás a precisar urgentemente de viajar para um país dos que sofrem na pele os efeitos das alterações climáticas. Não se sabe de facto se elas se devem a isto ou àquilo em particular, mas o que aprendias depressa é que neste caso a tranquilidade para "descobrir primeiro e decidir depois" baseia-se no conforto nababo dos espectadores separados do hemisfério errado pelo quilómetro sentimental (parte política) e na esgrima académica de virtudes diversas (parte científica) que facilmente nos desligam a todos da urgência.

    Só que o boi está na praça. Se quiseres nós pedimos à Abobrinha para te ficar com os gatos umas semanas e vais por aí fora colher evidências de que a única coisa sensata a fazer é agir primeiro para descobrir depois.

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  67. Bruce,
    ainda estou com a absorção do IV pelo CO2 atravessada na glândula pineal. O link do João Vasco ajudou mas não completamente. Parece-me que uma explicação mais simples terá a ver com os mecanismos de relaxação do CO2 e consequente transferência de energia para para os outros compostos (por exemplo vapor de água). Infelizmente não consigo encontrar nada sobre isso.

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  68. Ludwig,

    O teu blog já merecia um post sobre o
    AG.

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  69. Leprechaun,

    O que achas daquela treta que dizem que um tsunami matou mais de 200,000 pessoas? Claramente uma teoria da conspiração. Nós somos 70% àgua, o nosso sangue tem uma composição semelhante à da água do mar. Sem os oceanos não sobreviveriamos e os movimentos tectónicos foram indispensáveis para formar os continentes nos quais habitamos. Essa ideia que uma onda do oceano provocada por um terremoto pode matar tanta gente é claramente absurda. Correlação não implica causalidade, e deviam era procurar os Verdadeiros Culpados (tm) em vez de perder tempo a culpar o oceano, coitadito, que nem se pode defender.

    Alea jacta est, om mani padme hum, etc.

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  70. Mário,

    O meu blog já merecia um post sobre o que raio fosse. Mas esta treta de ter que trabalhar para comer dá cabo da vida a um gajo :)

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  71. Nem pensem que vou ler isto tudo!

    Mario que raio é o AG?

    Doende meu caro,

    Olha que eu só li o teu peimeiro comentário

    O aquecimento global é um facto. Não sou de todo extremista, mas é um facto.

    Aquilo que dizes, sobre os ciclos aquecimento e arrefecimento é verdade, a terra tem esses humores naturalmente. O problema, aquilo que levanta as questões, não é só o facto de a terra estar a aquecer (embora o pessoal aqui em portugal continue à espera do verão mais quente dos ultimos 30 anos)mas o facto de este ciclo estar a ser mais curto que os outros, e o facto da terra estar a aquecer mais rapidamente do que das outras vezes, em especial desde de que nós começamos a queimar combustiveis. Não te esqueças também que o CO2 é efectivamente essencial, mas também mortal se em excesso.

    É normal e saudavel duvidar do escandalo feito à volta do aquecimento global, mas olha que onde a fumo há fogo e é por demais evidente que algo vai mal. Se a culpa é humana ou não, não é relevante, relevante é evitar que venha a ser.

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  72. Bruce

    Se lhe interditarem o acesso ao computador eu fico com os gatos. Prometo! Não sei foi se leram o meu post do império dos sentidos...

    Mas vocês têm uma pachorra para ler os comentários do homem! E responder???? Nossa! Ao menos já verseja menos. O que possivelmente quer dizer que está doente. Ou deixou os cogumelos.

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  73. Ludwig

    Eu acho que isso do tsunami foi a pior e mais mal amanhada peta que se inventou. As ondas! As ondas, Ludwig!!! Tal como o famoso CO2 são inofensivas e essenciais à vida como as conhecemos. QUando muito matam 2-5 pessoas por ano, segundo dados fieis da TV Guia. Agora uma onda gigante matar 200 mil pessoas? Esta gente acha que eu ando a dormir, por acaso?

    E reparaste como as imagens demoraram a chegar ao Ocidente? Claramente foram forjadas! Tudo para incutir terror nas pessoas e fazer disparar o preço do petróleo. Ou de outra coisa qualquer.

    Obrigado por teres este blogue, ó lutador pelas liberdades e arauto das tretas e santo protector... não tinhas assim um título fixe que te deu um comentador anónimo?

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  74. Isso de ter que trabalhar para comer só demonstra como és parolo. Como eu!

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  75. Joaninha,

    Sobre AG, a Abobrinha já respondeu.

    Ludwig,

    Sim, é verdade... Por acaso tenho reparado que o número de posts por semana tem diminuído, é o que me parece. Será dos exames? Ou talvez falta de pica? Um dia vais te fartar.

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  76. Mário,

    Fslta de pica aínda não é. Ainda não me aconteceu não saber o que escrever a seguir (há sempre algo que me incomoda e do qual quero desabafar, que rica vida :)

    É mesmo por causa dos exames e mais outras coisas (relatórios, reuniões, etc) que ficam sempre para o fim de cada semestre, quando acabam as aulas.

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  77. Ludwig

    Deixa lá, quer-me parecer que a maioria do povo está de férias de qualquer modo.

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  78. Pois eu não sei se esta controvérsia do "aquecimento global antropogénico" é ou não a fraude científica do século, como alguns já lhe chamam, mas não restam dúvidas que temos aldrabice e da grossa, parece-me de facto impossível argumentar contra isso depois de pesar bem os prós e os contras apresentados pelos defensores e detractores da hipótese do CO2 como motor dessa subida de temperatura e, mais ainda, que o seu aumento é sobretudo devido à actividade humana.

    É que os gráficos demonstram à saciedade que NÃO existe qualquer relação causa-efeito entre a maior concentração de CO2 e a subida da temperatura, pelo contrário, tem sido esta que precede aquela! Ora assim sendo, o principal argumento que pretende culpar o Homem cai logo pela base e nem é preciso ir mais longe.

    Para além disso, a óbvia e indesmentível manipulação de dados, algo que infelizmente nem é assim tão invulgar, já que os números podem ser "esticados" ou "encolhidos" à conveniência daquilo que se pretende demonstrar, está patente em muitos outros gráficos, como aqueles onde apenas constam as temperaturas do último século e meio, desde que se começaram a fazer medições meteorológicas, e ainda o famoso "hockey stick", onde os períodos quentes da Idade Média e a Pequena Idade do Gelo estão ausentes, tudo para dar a falsíssima ideia de que a Terra nunca esteve tão quente como agora, pelo menos nos últimos milhares de anos!

    Parece-me muito óbvio que qualquer pessoa honesta, e que saiba pensar por si própria ou não se deixe levar em cantigas, comece a ter as suas dívidas quando confrontada com estas "habilidades", se bem que os "artistas" tenham sempre "científicas" explicações para a sua matemática ou estatística muito peculiar. Como aliás qualquer bom vendedor de feira e que consiga gritar mais do que os outros, claro, resta é saber quem vai ou não na fita. É que só se deixa enganar quem quer, pelo menos quando se dispõem de todos os dados e se ouve aquilo que cada uma das partes tem a dizer.

    Depois, não parece só por si já muito suspeito que apenas se fale do CO2 a toda a hora e se ignore a verdadeira fonte de calor que é o Sol?! Mas não terá ele uma palavra a dizer em tudo isto?! Qual a relação dos ciclos solares com as variações de temperatura, afinal? Ou seja, os períodos de inversão do campo magnético que se crê seja o responsável pelo aumento das manchas solares, a cada 11 anos sensivelmente, e que são fonte de intensa radiação com influência directa sobre a temperatura média do planeta?

    Ora pode comprovar-se que nas últimas décadas se tem assistido a uma maior actividade solar, a qual deverá ter novo pico por volta do ano 2012, alvo aliás de muita especulação e alguma da qual até sustentada em hipóteses científicas, não sei se credíveis ou não. É que eu de alarmismos gosto pouco e não alinho muito em apocalipses... made in CO2 or sun... e outros cenários dantescos. Tudo é provável, sim, mas se nos concentrarmos apenas no que de mais negativo pode acontecer, então quase nem vale a pena fazer nada!

    E aqui está até talvez uma explicação simples para esta histeria infundada e onde a influência das politiquices é mais do que evidente. É que quanto ao sol nada podemos fazer, excepto tentar prevenir as más consequências de qualquer pico mais forte que possa eventualmente acontecer, como já sucedeu no passado, em especial meados do séc. XIX, na chamada "tempestade solar perfeita". Já quanto ao CO2, e tenha ele a influência que tiver – mínima, ao que parece – se podem tomar medidas para "inglês ver", dando assim a sensação de preocupação e interesse pelo bem estar geral, que sempre fica muitíssimo bem aos decisores políticos, claro.

    Em suma, globalmente falando e salvo mesmo raríssimas excepções, quase todos os climatologistas estão de acordo com a tese do "aquecimento global", mas já nem tanto com a apressada e injustificada afirmação de que o CO2 resultante da actividade humana, e respectivo "efeito de estufa" seja o principal responsável. E esta é mesmo a questão, isto para além de nem sequer se saber se um tal aumento de temperatura teria ou não resultados mais positivos ou mais negativos. É que, afinal, o mundo está muito longe mesmo de estar a sofrer alguma vaga de calor imprecedente, na realidade mal estamos a sair de uma época bem fria, pelo menos na Europa, e que terminou há apenas uns 150 anos!

    E creio que chega de bater no ceguinho. Se o IPCC não consegue fazer melhor do que isto, não me parece que valha muito a pena ligar demasiada importância a este típico comportamento do "cuidado com o lobo!", não vão depois ser ignorados outros avisos bem mais sérios quando algo de autenticamente real acontecer. É que o drama da mentira política repetida é sempre este: um dia até podem falar verdade, mas quem lhes vai ligar quando perderam o respeito e a credibilidade?!


    PS: Quanto aos tsunamis, ou outros terramotos, que têm eles a ver com o CO2, afinal, ou mesmo algum hipotético aquecimento global ou regional? Isso é simplesmente desconversar ou misturar "alhos com bugalhos", sintoma de que infelizmente Mr. Al Gore vai levando a sua confusa água chilra a outros moinhos...

    A única possível relação, como já disse atrás, é que a explicação mais natural para o facto dos aumentos de temperatura precederem a subida do CO2 será a libertação deste pelos oceanos, onde a sua concentração é superior à da atmosfera.

    So, I rest my case... do not get caught in the maze! :)

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  79. Leprechaun

    Logo tu para chamar tretólogos aos cientistas. Tu que acreditas em tudo e mais alguma coisa que é treta e arredores.

    Por outro lado ajudaste-me. É que o Ludwig continua a achar que a religião é a mãe de muitos males, enquanto eu tenho sempre repetido que não é: é a ignorância nas suas várias formas. Uma é o não saber, outra é o não querer saber e outra ainda é negar o que de facto se sabe. Há mais, muitas mais, infelizmente.

    Tu optaste por ignorar por teimosia, falta de fé nos cientistas (que recomendo: têm que ser postos em causa, mas não assim só porque sim) e por uma fabulosa teoria da conspiração... em que acreditas piamente. Não me digas que não consegues ver a ironia?

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  80. «Se o IPCC não consegue fazer melhor do que isto, não me parece que valha muito a pena ligar demasiada importância a este típico comportamento do "cuidado com o lobo!"»

    Leprechaun,

    E eu que te fazia um filantropo. Tens noção dos milhões de pessoas cuja alimentação depende do equilíbrio das monções, cada vez mais desreguladas e imprevisíveis? Os excessos inauditos do Bangladesh? A instabilidade agrícola que desgraça os núbios há vários anos (abençoada pelos mercadores beneméritos como a Nestlé que passaram a pagar as colheitas de café a 1/5 do preço)? A planície mongol cada vez mais seca e incapaz de despromover este povo do podium macabro com 45% da população estruturalmente esfaimada (dirás que para estes o problema não é o aquecimento, pois grande parte do ano decorre entre os -30º e -50ºC)? O deserto a crescer pela África gretada? A "hurricane season" a ultrapassar em oferta o gosto dos noticiários? O risco de cancelamento dos Olímpicos por motivos de ar irrespirável?

    Duende, não brinques com coisas sérias. Sempre são dois mil milhões de malnutridos (duas Índias inteiras, dados da ONU) a depender mais dos frágeis mecanismos da natureza do que de consensos científicos sobre este ou aquele efeito do CO2. O clima está a mudar e a prudência é a palavra de ordem, deixa lá a dúvida metódica para os ébrios do costume.

    Se um médico te disser: "Duende, lamento mas estás lixado. Tens uma doença grave e não se conhece o tratamento. Há quem diga que apanhar sol no marsápio pode produzir algumas melhoras, mas não há a certeza de que funcione". Ora diz lá sem complexos para onde é que ias a seguir a esta consulta. Especular na biblioteca, ou apanhar sol no marsápio?

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  81. Leprechaun,

    «É que os gráficos demonstram à saciedade que NÃO existe qualquer relação causa-efeito entre a maior concentração de CO2 e a subida da temperatura, pelo contrário, tem sido esta que precede aquela!»

    É verdade que durante os muitos milhares de anos em que não se queimava petróleo e carvão o CO2 subiu em consequência da subida da temperatura e vários séculos depois.

    Mas também é verdade que nas últimas décadas a libertação de CO2 pela queima desenfreada de combustíveis fósseis e pela deflorestação tem feito subir o CO2 na atmosfera e a subida de temperatura tem acompanhado este aumento uns anos mais tarde. Além disso nós conhecemos o mecanismo pelo qual o CO2 causa o aumento de temperatura.

    O que estás a dizer é o mesmo que eu dar 100 tiros num alvo e depois dar-te um na cabeça e alegar que não fui o culpado da tua morte porque os outros 100 tiros não fizeram mal a ninguém...

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  82. Leprechaun:

    Sobre o teu argumento do atraso, tens aqui este texto que explica tudo muito bem.

    De qualquer forma quero fazer duas observações:

    a) Se o atraso tem 800 anos, então tens de considerar que o aquecimento ao longo do último século, precisamente quando lançamos CO2 e metano para a atmosfera sem precedentes, é uma mera coincidência. Logo no século XX deu para o Sol ir lentamente provocando mais calor, ao ritmo com que se enchia a atmosfera de CO2 - isto é que foi pontaria.
    Tens de acreditar que algures existe um engano na teoria que prevê o aumento da temperatura em resultado destas emissões, para descartar os dados que o confirmam como mera coincidência, mas como tens convicção para dar e vender, pouco importa que desconheças a física desse assunto.

    b) É verdade que o aumento da temperatura também causa uma maior concentração de CO2.
    Se entre as nossas emissões e a temperatura só pode existir relação causal num sentido (não foi por ir ficando mais quente que nós decidimos ir queimando mais CO2); a verdade é que entre a temperatura e a concentração de CO2 existe relação causal nos dois sentidos. Isso cria um fenómeno de retroacção (feedback) positiva, o que leva a que um pequeno aumento na concentração de CO2 devido às nossas emissões, tenha um efeito ainda mais devastador no clima. Nós aumentamos a concentração de CO2, esta leva a um aumento da temperatura, e esta levará a um aumento da concentração de CO2 ainda maior, e por aí fora. Quando o fenómeno chegar à saturação, sabe-se lá quantas mortes e quanto dano económico poderia ter sido evitado.
    Por isto tudo é que ignorar o problema ou fingir que ele não existe é um erro.

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  83. Duende,

    Já agora, vê estes aldrabões. A lata dos gajos:

    «Ethiopia’s immediate climate adaptation needs alone will cost US$800 million, the agency said. Besides the new funds, rich countries have pledged only US$170 million to the UN’s adaptation fund for all of the 49 Least Developed Countries.»

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  84. Esses etíopies... estão claramente a viver acima das suas possibilidades! Eu proponho que se extingam os etíopes. Resolve o problema da adaptação ao clima, pelo menos.

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  85. «Eu proponho que se extingam os etíopes. »

    Abobrinha,

    Não sugeres nada de novo. O inacreditável Hans Joehr, chefe da divisão “Agricultura” da Nestlé, citado por Jean Ziegler (membro da UN Human Rights Council’s Advisory Committee) diz isto sobre a queda brutal de preços do café, catástrofe etíope de que ele próprio é em parte responsável:

    “Dos 25 milhões de famílias produtoras de café que hoje existem no mundo, pelo menos 10 milhões devem aceitar desaparecer”. O verbo é este.

    A discreta Nestlé é um dos maiores trusts agro-alimentares, e na prática controla vários mercados globais em conjunto com mais dois ou três gigantes. Que dizes deste liberalismo?

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  86. Bruce

    Além de sádica não sou original! Garanto-te, contudo, que escreveria um guião sádico mais eficiente para o Funny Games - U.S. (entre outras coisas porque não seria difícil, porque o filme foi uma seca fenomenal).

    Agora sem gozo, digo eu que ele devia estar a falar de famílias como "famílias que se dedicam à actividade"... acho! Também sem gozo, não compreendo como ainda não se extinguiram os etíopes nem os iraquianos. Há aí sem dúvida uma qualquer teoria da conspiração! Eu acho que alguns nascem por geração espontânea! É que só pode!

    De qualquer modo, para grande pena minha, tive que largar o café... foi um dia triste, mas teve mesmo que ser! Por isso podem também extinguir esse amiguinho da Nestlé e as suas teorias. Mas compraria o café nem que fosse só para lhe sentir o cheirinho...

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  87. Ludi!

    Larga a playstation!

    Anda lá postar alguma coisa e não me venhas com a desculpa dos exames e mai não sei o quê! Vá vite, vite.

    Beijos ;)

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  88. Bruce Lóse,
    acho que há aí um mal entendido: o Joehr estava a referir-se à actividade como produtores de café, e não às pessoas em si(se quiseres a citação de Ziegler no original alemão, diz). Não se tratou de um apleo ao extermínio mas de uma constatação de facto. Há uma grande diferença, por mais que se goste das teorias de conspiração.
    Cristy

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  89. Vá lá, meninas. Claro que não se trata de um apelo ao extermínio. Só que um tipo com responsabilidades e com um mínimo de consciência da projecção das suas decisões tem obrigação de evitar certas alarvidades.

    Não estou a ver o Joehr com vocação nazi, nem foi isso que interpretei das palavras dele, o drama é "apenas" a coincidência com o que está a acontecer de facto neste momento na Etiópia.

    Então eu esfalfo-me para aqui a desalinhar de toda e qualquer teoria, e agora querem-me fazer vítima de conspirações? Juro que estou amuado. Mais uma dessas e faço uma queixa ao Ludwig.

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  90. Joaninha,

    Já lá vão mais de dois meses desde que acabei o La Grange e o Pride and Joy em expert. E ainda por cima agora os miudos andam agarrados ao Ratchett and Clanck e não deixam o velhote jogar...

    Por isso aqui está mais um post :)

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  91. Bruce Lose

    não te zangues nem amues, que não era de todo a minha intenção. Se reagi foi apenas porque tenho lido aqui com cada disparate que alguns parecem levar mesmo a sério e receei que fosse o caso. Fico devidamente elucidada.
    Quanto ás queixinhas de mim ao(s) meu(s)irmão(s) - já houve quem tentasse. Não o recomendo, porque é um fartote de riso familiar :-)
    Cristy

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  92. Ludi!

    "Ratchett and Clanck" já joguei todos, foi mesmo esse jogo que me iniciou no vicio da PS2. Esse e o Jack and Dexter.

    Joga tb com os teus putos porque o jogo é lindo.

    Assim é que é, um lindo menino, eu pedi e ele postou :)

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  93. Christy,

    Amigos. Mas insisto que tipos como esse Joehr são para mim uns selvagens, apenas não necessariamente nazis. Quando se culpam os mecanismos abstractos do mercado por prejuízos irreparáveis de milhões de pessoas, é deste tipo de cromos de que estamos a falar. O "mercado" tem nomes, tem opções, tem decisores. Aliás, ao ler Ziegler sabes que é assim que ele apresenta os factos. Ver o óbvio é o contrário de ver conspirações.

    (e se eu ontem estava disposto a enviar uma acção cível ao Lud Wig, estou neste momento com tal dor de cabeça que caso alguém tente gozar comigo processo-o imediatamente por profanação de cadáver)

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  94. Bruce Lousy,
    isso não terá sido CO a mais !?

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  95. Já agora, e mesmo para terminar, eis alguns artigos de cientistas que apontam para uma descida, e não subida, de temperatura nos próximos tempos. Certo que são opiniões minoritárias e que talvez se venham a mostrar erróneas, mas convém saber os argumentos dos que se opõem à ideia do aquecimento global, independentemente da possível causa deste.

    Uma nova Idade do Gelo

    Sol deixou de aquecer a Terra

    Ciência por intimidação

    Este último artigo é especialmente importante porque chama atenção para a brutalidade da intolerância totalitária dos defensores do mito que se pretende converter em verdade, à força de tanto ser repetido, na pior tradição da propaganda política de todos os tempos. É que para se ter razão naquilo que se afirma é também necessário usar argumentos razoáveis e não mero terrorismo verbal, como aquele que está presente em acusações que não mostram senão o desespero de quem vê amplamente desmacarada a hipocrisia por trás de uma tese indefensável e desmentida pelos factos, quando honestamente analisados.

    Para a mente agitada do dr. Hansen [principal porta-voz da NASA sobre o assunto do aquecimento global], aqueles que levanta tais questões, os que injectam cepticismo no debate do aquecimento global são "negacionistas". A palavra aqui está a tornar-se lugar comum, mas ela permanece como uma calúnia estranha. Um punhado de crentes no aquecimento global gosta de arremessar todos os que argumentam com eles para a categoria do polémico, sendo polémicos todos os que discordam da opinião ortodoxa sobre o aquecimento global como o equivalente à negação do Holocausto. Trata-se de uma táctica sem vergonha e viciosa, e dificilmente de acordo com a nobreza que se supõe guiar a consciência daqueles que salvam o planeta. (...) Ele escreveu sobre "glaciares a desaparecer que funcionam como uma Kristal Nacht" e, embora posteriormente se haja arrependido da metáfora, comparou comboios de carvão a "comboios da morte – tão pavorosos quanto vagões a caminho do crematório, carregados com incontáveis espécies insubstituíveis". Esta semana, o dr. Hansen deu um passo em frente ainda mais nocivo.
    Ele clamou por um tribunal, ou como prefiro denominá-lo, por uma Inquisição, a fim de julgar por crimes contra a natureza e a humanidade os presidentes das grandes companhias de petróleo os quais, de acordo com frenética visão das coisas do dr. Hansen, alimentam a "desinformação" pública acerca da crise climática. Mais uma vez, o modelo implícito é Nuremberg, quando as tentativas do homem de se preocupar com um futuro – vamos chamá-lo de probabilidade – no terreno moral e factual emparelham com a inquestionável, histórica e comovedora enormidade do Holocausto Nazi.
    Será este o discurso de um cientista? Se for, é mais do que estranho que no século XXI esteja este cientista a clamar pelo equivalente secular de uma Inquisição.


    É que se são estes os "amigos" do nosso planeta... estamos perfeitamente conversados! E nem é preciso acrescentar mais nada, mas quando os argumentos começam a enveredar por este calibre edificante, creio que se torna muito fácil ver de que lado está a racionalidade tão apregoada afinal na impoluta ciência!

    Caso para dizer: haja decência... e inteligência!!!

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  96. Leprechaun,

    Eu proponho que o único argumento necessário e suficience para fundamentar a hipótese do aquecimento global é este.

    O resto são tretas.

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  97. Ludwig,
    eu penso que ninguem em seu devido juízo pode questionar a realidade do aquecimento global. Apesar de só ter lido o Leprechaun na diagonal não me parece que ele o tenha feito.
    As dúvidas são legitimas. Os meteorologistas também não conseguem fazer previsões detalhadas a longo prazo, apesar de terem mais ou menos uma idéia média do que será o tempo no próximo ano.
    Óbviamente que isso não justifica posições irresponsáveis como: "...vamos continuar a enviar todo o tipo de lixo para a bioesfera porque há alguns climatologistas que diferem dessa opinião ..." mas, defendo que deve existir uma atitude critica e equilibrada quanto baste para não perdermos de vista que há factores que não são bem compreendidos tais como os ciclos solares e os ciclos glaciares e que, eventualmente, até podem inverter esta tendência.

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  98. Este comentário foi removido pelo autor.

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  99. Ludwig:

    Esse argumento não é decisivo se o Duende argumentar que a culpa é do Sol. Por coincidência o calor que enviou para a terra aumentou imenso precisamente ao longo so século em que começamos a queimar combustíveis fósseis...

    Fica é por explicar em que ponto é que a teoria está errada quando prevê que a consequência da libertação desses gases seja precisamente aquilo que está acontecer.

    Quando o cientista diz "Por causa do mecanismo xxxx, se fizeres A acontece B", e alguém faz A e acontece B, o negacionista pode encontrar uma causa alternativa para B, e dizer que é coincidência ter acontecido depois de A, mas falta ainda explicar o erro no mecanismo xxxx. E isso é que parece que esta malta não consegue.

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  100. Pareceu-me que Leprechaun estava a dizer que é o calor que dá origem ao carbono. Talvez tivesse dito algo assim como sarcasmo. Um efeito pode estar associado a múltiplas possíveis causas, mas a causa corresponde a um único efeito (e o tipo de evento que é efeito ocorre necessariamente com uma tipo de evento que é uma causa).

    Ele insistiu com a ideia de que a actividade humana não seria a única responsável pelo aumento de temperatura. O metano das vacas tem influência na destruição da camada do ozono e a actividade vulcânica também lança matéria para a atmosfera. Como resultado da erupção de Krakatoa, a temperatura baixou 1,2º C um ano depois (nuvens bloqueavam raios solares) e provocou chuvas ácidas (o dióxido de enxofre é o principal componente dos gases vulcânicos).

    Associa-se o carbono ao calor, a tal ponto de o usamos para obter energia calorífica e como combustível, e em áreas com partículas de carvão ou com mais poluição sente-se mais calor, por isso é natural associar o carbono ao calor. Já se ouviu muitas vezes dizer que os Verões são cada vez mais quentes, mas pode-se experimentar anotar valores dos termómetros a partir de agora para testar de modo mais objectivo.

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  101. So basically scientists and engineers are good when they say and make things that people like but they cannot be trusted if they say things people don't like. It is true that science and technology helped to create all this mess, so it is fair they are now warning people about the consequences of it.

    The evidence for GW is just overwhelming, beyond any reasonable doubt. The rapid rise (first time derivative) of the global temperature is unprecedented in the last 50 million years or so and it might not be the biggest problem. Acidification of the oceans due to increased CO2 concentrations could turn out to be even worse.

    Joao Vasco already provided an excellent reference for anyone who really wants to know more: Global Warming for beginners

    To understand the origin of the American denial of GW, this is also a good report by Prof. Oreskes: The A to Z Guide to political interference. Note the interesting connections with the tobacco industry.

    It is no wonder that so many people are confused about GW when the current USA administration is doing everything it can to prevent the public from being informed. The political interference became so widespread that more than 15000 scientists, including 52 Nobel Laureates, formed the Union of Concerned Scientists and started to denounce it: The A to Z Guide to political interference
    (Click on the "chemical elements" of the periodic table)

    In my opinion this is the highest possible honour that G. W. Bush can achieve at the end of his term: Bush honour


    To be frank sometimes I do wish the deniers win and nothing is done. This will be a good way for the Earth to get rid of Homo Rapiens (usually known as Homo Sapiens) and hopefully some really intelligent life will emerge, some million years from now.

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  102. The evidence for GW is just overwhelming, beyond any reasonable doubt. The rapid rise (first time derivative) of the global temperature is unprecedented in the last 50 million years or so and it might not be the biggest problem.


    Ó Hidro!!!

    50 milhões?!?!?! Safa!!! Olha que deve haver aí uns 5 zeros a mais, não?!

    Então e o Medieval Warm Period nunca existiu?! A Gronelândia não foi colonizada e habitada pelos vikings ainda no final do 1º milénio?! Claro que segundo a Bíblia do IPCC tal é desprezável. Ah, mas apenas na versão pós-2001, note-se! Será a isto que se chama "revisionismo histórico" à la minute?

    E já sem falar na 1ª metade do Holoceno, que nem está assim tão longe.

    The hypsithermal was a period of warming in which the global climate became 0.5–2°C warmer than today. However, the warming was probably not uniform across the world. This period ended about 5,500 years ago, when the earliest human civilizations in Asia and Africa were flourishing. (...)
    The Holocene warming is an interglacial period and there is no reason to believe that it represents a permanent end to the current ice age. However, the current global warming may result in the Earth becoming warmer than the Eemian Interglacial, which peaked at roughly 125,000 years ago and was warmer than the Holocene.


    Ou seja, vamos ter de reescrever toda a história das eras passadas, pelo que se vê.

    Mas CINQUENTA milhões?!?!?!?!

    Aquilo que deveras constitui logo o mais imediato motivo para desconfiar de toda esta treta sobre o "aquecimento global antropogénico" é justamente a barbaridade anti-científica de tais afirmações. Ou seja, por que razão se hão de dizer mentiras tão grosseiras e que nem resistem à 1ª observação?!

    Obviamente, estamos de pleno acordo quanto às ligações entre a política e a ciência, é por isso mesmo que esta é a tal "construção social" de que tanto se fala.

    Aliás, que dizer da incrível ironia que representam os biocombustíveis, promovidos com tanta pompa pelos EUA e a UE, quando o etanol do milho produz o DOBRO das emissões de CO2 do que a gasolina convencional? Isto fazendo as contas a todo o processo da sua obtenção e sabendo que, contrariamente ao etanol da cana, o seu rácio energético é de uns baixíssimos 1,34... ou até mesmo negativo!!!

    The energy returned on energy invested (EROEI) for ethanol made from corn in the U.S. is 1.34 (it yields 34% more energy than it takes to produce it). Input energy includes natural gas based fertilizers, farm equipment, transformation from corn or other materials, and transportation. However, other researchers report that the production of ethanol consumes more energy than it yields.

    Logo, de pleno acordo, isto é política crua e dura, sim!

    Pior do que isso, a desflorestação em curso para sustentar estas loucuras promove um óbvio desequilíbrio entre o CO2 emitido e aquele absorvido pelas plantas, mas isso esconde-se debaixo do tapete, pois se o CO2 é um poluente!!!

    Peat swamps drained and burnt for palm oil production

    Logo, a quem servem estas mentiras e ocultações de factos?!?!

    Por fim, aquilo que se discute NÃO é o "global warming" - embora haja climatologistas que continuam a considerar mais provável um arrefecimento - mas sim as suas causas. Importa é saber por que se dá tal aquecimento e se o Homem tem algo a ver directamente com isso, é essencialmente aqui que se centra o debate.

    Depois, para além das bem conhecidas manipulações de dados, que razão existe para fazer ciência nos mesmos moldes apocalípticos e com as ameaças de infernos ardentes e outros monstros, a que já nem mesmo as religiões recorrem, salvo as mais fundamentalistas?!

    Um paralelo estranho e muito intrigante, que faz logo suspeitar de grossa marosca... hummm...

    Conclusão: quem se quiser fazer ouvido e respeitado deve, em 1º lugar, abandonar o fosso de mentiras em que se vai atolando, caso pretenda recuperar alguma da credibilidade perdida. As intenções são boas e os crentes estão bem endoutrinados, não se duvida, mas mais rigor e menos fantasia é o que se pretendia!!!

    Just give me some truth!

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  103. Note the interesting connections with the tobacco industry.


    Já não é a 1ª vez que leio esta referência ao GW e a indústria do tabaco, embora não perceba a ligação entre uma coisa e a outra.

    Mas se é de influências políticas e económicas que falamos - às quais a ciência está naturalmente sujeita, mas donde é que vem o $ para as investigações?! - é absurdamente ingénuo falar apenas das petrolíferas e esquecer o "boom" das energias alternativas, claro!

    Pela minha parte, e como nem tenho com que me sustentar quanto mais para investir, de há muito venho recomendando aos meus amigos que invistam em empresas emergentes neste sector, que é aí que estão as novas Microsoft e Google do futuro. O sector solar tem-se revelado uma mina, com diversas valorizações superiores a MIL (!) por cento nos últimos 5 anos!!!

    Um só exemplo, de uma entre muitas:

    ESLR - Evergreen Solar

    De 1.01 em Julho 2003 para 18.85 em Dezembro 2007 e cerca de 10$ agora. Not bad!

    Creio que ninguém duvida que as grandes companhias ligadas aos combustíveis fósseis irão dar o seu lugar às das energias renováveis, logo estas têm todo o interesse em apoiar as teses do GW man-made, claro! Em especial, neste período em que ainda não são economicamente viáveis, necessitando pois de fortes incentivos e subsídios económicos.

    Ou seja, há lobbies num campo e noutro, olha a grande novidade! Infelizmente, o do etanol nos EUA mostrou-se muito forte - facto a que NÃO é estranho o milho OGM, certo?! - com as péssimas consequências conhecidas...

    Deveras, esta ideia peregrina dos bons contra os maus está excelente no mundo artístico e literário, mais nos mitos da religião, mas que pessoas inteligentes e cultas a possam defender em pleno séc. XXI diz mesmo muito acerca dos tais mecanismos reptilianos que nos fazem rastejar emocionalmente!

    E depois eu é que acredito em anjinhos e num mundo cor de rosa, sim...

    Por outro lado, o IPCC também é um painel político para além de científico, logo o que é que nos leva a supor que ele é mais isento do que a administração americana ou qualquer outro grupo de pressão, afinal?

    Isto já sem falar no Al Gore, é que só isso deveria alertar os mais desconfiados! Ah, e os "créditos do carbono", lá me esquecia desse interessante malabarismo.

    Por fim, tudo isto é ruído em relação à questão de fundo: qual a influência do Homem no clima?! E, repito, não apenas pela queima dos combustíveis fósseis mas, talvez mais importante ainda, pelo uso do solo com a preservação ou não de grandes áreas florestais.

    Já agora, há cálculos muito díspares que apontam para uma superfície arborizada tão grande como os EUA necessária para absorver as emissões anuais de CO2. Mas há quem sustente que a décima parte já chegava. Claro que isto também significa que a real quantidade destas emissões é desconhecida, só em relação ao CO2 humano fala-se de 7 a 30 mil milhões de toneladas métricas... ena, grande variação!

    Ah, e não consta que tenham sido os alunos portugueses a fazer as contas... ;)


    Over 400 Prominent Scientists Disputed Man-Made Global Warming Claims in 2007

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  104. Sinceramente, quanto mais leio o que por aqui se escreve mais duvido que as pessoas que vão na cantiga do IPCC estejam mesmo BEM informadas e conheçam as objecções dos inúmeros climatologistas que contestam afirmações tão simplistas: CO2, CO2 e CO2... é a palavra de ordem do comício, até ao fim desde o início!

    Aliás, basta só pensar um pouco para começar a alimentar algumas dúvidas quanto a esta bola de neve... ou de fogo!

    Por que razão haverá o CO2 de ter um papel tão dominante nas temperaturas terrestres, quando há imensos factores envolvidos? E até podemos deixar de parte a questão da percentagem produzida pelo homem, só queremos mesmo deslindar a tal relação causa-efeito.

    A suprema ironia disto tudo é que os tais gráficos tão publicitados dos gelos da Antárctida, que mostram uma elevada correlação entre o CO2 e as temperaturas, apontam no sentido contrário ao que se pretende fazer crer, como já disse acima!

    Por outro lado, os gráficos das manchas ou ciclos solares, dos quais existem registos desde o séc XVII, mostram uma correlação muito mais notável e que está de pleno acordo com os registos das temperaturas dos últimos 150 anos. A perfeição é tão notável que até o próprio IPCC já se viu forçado a reconhecê-lo, pese embora se mantenha teimosamente agarrado à sua tese mirabolante do CO2 que nem a lapa à rocha, irra!

    A questão é que não faz sentido atribuir tão grande influência a um só factor isolado, num processo extremamente complexo como é o clima e que se conhece ainda muito imperfeitamente. Aliás, é por isso que os modelos climáticos têm falhado sistematicamente nas suas previsões, com os dados de diversas observações a contradizer o que seria de esperar, mormente a ausência de subida de temperatura na troposfera, que seria uma consequência do efeito estufa mas simplesmente NÃO se verifica!

    The weight of the current evidence, as outlined above, supports the conclusion that no model-observation agreement exists.

    Logo, como é? Modifica-se a teoria ou culpam-se os dados?! Ora, "ajustam-se", qual é o problema? Com a matemática e a estatística mais um pouco de imaginação criativa, tudo bate certo e os gráficos brilham na perfeição, ai não! Olha só o famoso "stick de hóquei" nas suas diversas encarnações, está p'ra lavar e durar... ou tacar! :)

    Já agora, e acerca deste autêntico "marketing do terror" promovido pelo menos por alguns círculos mais alarmistas dos apaniguados do GW, convém não esquecer que as crianças nas escolas estão a ser positivamente doutrinadas nesta fábula, e que elas são naturalmente bem mais sensíveis a uma tal campanha de intimidação e desinformação. Não vejo vantagem alguma em educar pelo medo, porque é simplesmente isso o que se está a fazer!

    Ou ainda, "scare tactics" podem funcionar bem de início mas cedo se tornam contraproducentes, em especial quando acompanhados por "ad homine" sem sentido e que só revelam a insegurança de quem recorre a tácticas tão grosseiras, esgotados os argumentos e a serenidade.

    Faço notar que do lado dos cépticos – a quem despudoradamente se ousa chamar "negacionistas", veja-se só a subtileza! – não existem ataques pessoais nem se pretende lançar qualquer descrédito sobre os defensores do "aquecimento global antropogénico", mas unicamente se discutem argumentos científicos e nada mais. Sem recorrer a malabarismos nem estratégias dúbias, que aliás não são precisas, tal a evidência e clareza dos dados. Ah, desconfia-se dos tais 5 biliões (!) anuais para as pesquisas, sim mas "money makes the world go round"... no big deal! Mais o negócios dos "créditos"... e são a pronto ou a crédito?

    Why are they subsidising the conversion of farmland producing food into forests producing nothing but carbon credits or crops producing ethanol motor fuel? What are future generations going to eat?

    Por fim, os debates públicos sobre o tema, mormente na TV ou mesmo aquele que teve lugar no Parlamento, são mais monólogos do que outra coisa, ou amenas cavaqueiras em que todos comungam da mesma opinião. É como fazer uma mesa redonda sobre política ou economia só com partidos de uma certa área ou ideologia. Há sempre uma ou outra diferença menor, alguma nuance mínima, mas no fundo todos dizem o mesmo. Ou seja, uma missa com o povo bem ordeiro a escutar compungido o sermão e esperar a absolvição!

    Em suma: tudo isto é apenas uma caça aos gambozinos... mais os dólares, euros e ienes, claro!... que se dará por terminada quando as energias alternativas estiverem bem implantadas. Tal pode ainda levar uns bons 10 anos, sei lá, nas esperemos que os novos Nostradamus não nos façam sonhar com muitos infernos. Hummm... pois, como o negócio das igrejas anda tremido, alguém tem de lhe ocupar o lugar.

    Pronto, já nos arrependemos, venha lá o paraíso...

    Rui leprechaun

    (...que até eu prometo ter juízo! :))

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  105. Some Irish mythological figure wrote:

    "50 milhões?!?!?! Safa!!! Olha que deve haver aí uns 5 zeros a mais, não?!

    Então e o Medieval Warm Period nunca existiu?!"

    You clearly don't understand the difference between change and rate of change (1st derivative).

    There is no point wasting time arguing with incompetent people, it is like fighting with a pig in the mud, the pig will be the only animal enjoying it.

    Go and learn some very basic concepts.

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  106. Duende:

    O Hydrofluoric tem razão. Então tu não leste que ele insistiu que estava a falar na derivada da temperatura e não na temperatura. Escreveu mesmo "The rapid rise (first time derivative) of the global temperature".

    Ao responderes ao que foi escrito com 3 lençois de texto, ignorando o essencial do que foi escrito, mostras-te semelhante ao perspectiva. Ve-se que estás a falar do que não sabes.

    E pensares que iniciativas como o protocolo de Quioto, que não servem para subsidiar nada, mas sim para taxar emissões, podem beneficiar as petrolíferas ou os grandes interesses industriais em geral, também mostra que não entendes muito bem os mecanismos económicos.

    Os prinicipais interesses económicos que se têm movido a favor do protocolo têm sido os das grandes seguradoras, em que uma maior incidência de grandes desastres naturais não lhes dá muito jeito. Eu não sou fã das seguradoras, mas nesta luta estou com elas.

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  107. Bah! Simples palavreado e mais nada!

    Esse tal "rate of change" só se pode aplicar aos últimos 160 anos, desde que existem registos meteorológicos fiáveis. Ou seja, mas como é que vamos avaliar se existiu ou não no passado uma subida... ou descida... assim tão repentina num período curto?! Isso não pode ser feito por métodos indirectos, claro!

    Depois, já disse que NÃO é o aquecimento que se discute - aí há um razoável consenso, mesmo assim longe de ser total - mas sim as suas causas, que é algo bem diferente! Ora, já é um bom avanço que os orelhas moucas do IPCC comecem a prestar mais atenção à evidentíssima relação entre os ciclos solares - que atingiram o seu pico nestas últimas 4-5 dezenas de anos - e as subidas de temperatura.

    The Sunspots and temperatures

    Já agora, parece haver boas notícias, pois há indícios de que estamos num período de alguma acalmia e talvez 2012, o culminar do novo ciclo de 11 anos, não seja um ano muito activo, pese embora o calendário dos Maias! :)

    De resto, isto teria ainda a vantagem de comprovar essa relação mais próxima entre a actividade solar e as variações de temperatura terrestres. É que tal só se verifica muito imperfeitamente com o CO2, já que este vem subindo mas as temperaturas sobem e descem.

    Por fim, há ainda um outro ponto que diz respeito ao próprio conceito muitíssimo impreciso de "aquecimento global". É que o clima é local e não uniforme, claro, logo é inteiramente artificial pretender estabelecer uma temperatura média anual para toda a Terra!

    Ou ainda, talvez a concentração do CO2 seja relativamente homogénea na atmosfera, ou as suas variações não sejam muito significativas, mas claro que o mesmo já não se passa com as temperaturas. É que as diferenças atingem muito mais de 100ºC (!!!) quando se comparam extremos de calor e frio, isto falando apenas de valores máximos e mínimos, claro.

    Por fim, outro ponto importante diz respeito à fiabilidade dos valores do CO2 nas amostras de gelo, que muito provavelmente não correspondem às concentrações atmosféricas reais do gás. A razão é o aumento da solubilidade do CO2 na água fria, o que pode resultar em erros de 30% ou mais, explicando assim alguns valores muito baixos perto dos 200ppm. É que esse é quase o limiar abaixo do qual as plantas não conseguem efectuar a fotossíntese, ou seja, morrem à míngua!

    In cold water, CO2 is more than 70 times more soluble than nitrogen (N2) and more than 30 times more soluble than oxygen (O2). Liquid water is commonly present in the polar snow and ice (...)
    The CO2 ice core data are artifacts caused by processes in the ice sheets and in the ice cores, and have concentration values about 30 to 50% lower than in the original atmosphere.


    Ah, quanto ao comentário do irado anglófono, basta só confrontá-lo com o do outro extremista da NASA, o tal Dr. Hansen. Isto quando não se tem razão nem argumentos, já se sabe! ;)

    Look at the Sun, I do insist... look at the SUN!!!

    The current 11-year sunspot cycle 23 with its considerably weaker activity seems to be a first indication of the new trend, especially as it was predicted on the basis of solar motion cycles two decades ago. As to temperature, only El Niño periods should interrupt the downward trend, but even El Niños should become less frequent and strong.

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