quarta-feira, junho 20, 2007

É o que eu faço!

Mais ou menos. Menos. Menos os supercomputadores e os gráficos xpto. Mas, basicamente, é isto. Ciência in silico.



Não destruo galáxias nem expludo bombas, mas também já fiz uns bonecos engraçados com as proteínas. Abaixo à esquerda o dímero da desulforedoxina, uma pequena proteína da bactéria Desulfovibrio gigas. À direita a reductase do superóxido, de Treponema pallidum. Sim, a bactéria da sífilis. Mas não mexi no bicho, só usei as coordenadas da estrutura.

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(Clique para ver maior)

Com uma pequena alteração no programa de modelação (1) exportei as estruturas para o POV-Ray (2) e o resto foi o computador que fez. Isto é que é trabalhar...

Estas imagens foram para a exposição Proteins we Love, em Março, na Faculdade de Ciências e Tecnologia. São mais artísticas que realistas; tanto quanto sabemos as proteínas não parecem berlindes deformados. Mas como são vinte vezes menores que o comprimento de onda da luz visível qualquer representação visual é irrealista. Errado por errado, ao menos que nos divirta.

Atrai-me esta forma de fazer ciência porque torna explícito o que é o conhecimento. Modelos abstractos de onde tiramos conclusões, previsões, ou bonecos giros, mas sempre cientes que nem tudo no modelo representa fielmente a realidade. Sem modelos não há compreensão, e sem observação não há nada para compreender.

Atrai-me também porque não tenho que lavar a loiça do laboratório. Essa parte era uma seca...

Obrigado ao João Moedas do Terra Que Gira pelo link do vídeo.

1- Chemera.
2-POV-ray

9 comentários:

  1. ...Sexy Science! pelo menos é assim que um amigo meu a descreve.

    Bjicos

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  2. Ludwig,

    Vamos com cuidado que essa pequena porção que não se consegue simular pode ser a "acção de deus...êze..ze". :-)
    É nestas alturas que me arrependo de não ter sido cientista.

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  3. Além disso, já que não se consegue provar a evolução das espécies no mundo real, ao menos pode-se fantasiar e dar largas à imaginação através do computador!

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  4. Temos aqui o "advogado de deus" no reino dos diabólicos ateus, e como tudo o que é divino, quer ser anónimo. É engraçado que o meu modelo conseguiu prevêr esta... Vai na volta afinal basta ter as premissas certas e completas. :-)

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  5. António,

    Concordo que não se consegue simular a acção de deus. Para simular é preciso primeiro saber o que se quer simular, e «acção de deus» é semrpe sinónimo de «não se que raio seja».

    Anónimo,

    Na verdade, a simulação é uma forma de provar modelos, no sentido científico de os testar. Podemos simular os processos que o modelo prevê e comparar os resultados com o que observamos.

    Posso dizer-lhe por experiência que a maioria dos modelos falha a prova, e os que passam merecem alguma confiança por isso.

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  6. O video também falava do que eu faço, eh!eh!

    Simulação de turbulência (num plasma quentinho).

    Fazer simulações tem os seus momentos divertidos, mas ainda fico com uma úcera de estômago com o stress que pode causar...

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  7. Ópá fiquei com saudades do tempo em que mexia nos bichinhos!!
    Muito giro!

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  8. Acho que a coisa mais científica que eu faço é misturar os chocapics no leite ao pequeno almoço...

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