segunda-feira, fevereiro 12, 2007

E o mistério dos mafaguinhos.

O António Parente pediu-me para explicar porque é que a vida não é um mistério. Tentei fazê-lo no último texto (1): «vida» é uma categoria arbitrária, com critérios flexíveis que aplicamos de forma diferente a coisas diferentes. Tal como o grande, o pequeno, o liso, ou o aborrecido, a vida não é um fenómeno que tenha que ser explicado. É mais uma das formas como classificamos as coisas.

O António não gostou da explicação, mas não explicou porquê. Pior ainda, não esclareceu o que queria dizer com «vida» nem identificou o mistério que queria explicado. É esta a fonte dos mistérios de muitos crentes.

Espiritual. Sobrenatural. Sagrado. Divino. Ou usar palavras com maiúscula. Toda a gente tem uma ideia do que é a verdade, por isso falam da Verdade, que é para não se perceber exactamente o que é. Os mistérios da crença assentam na ambiguidade de termos que não são definidos. Sendo incompreensíveis, não admira que sejam misteriosos.

É o mistério dos mafaguinhos. É apenas o mistério de não se saber de que raio se está a falar. Se fizessem um esforço para definir os termos dariam o primeiro passo para substituir o mistério por compreensão. Mas talvez seja esse o problema... é mais fácil venerar o misterioso que o compreendido.

1- Eu, 11-2-07, O mistério da vida...

17 comentários:

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  3. Caro António,

    Nem eu, nem mais ninguém, reconhecem a sua autoridade para permitir ou proibir qualquer texto que contenha as palavras "António Parente". Não é assim que funcionam os direitos de autor, e eu já deixei claro que os textos que eu escrevo são de uso livre. A sua autorização não é necessária, e temo que este seu pedido aqui possa ser completamente ignorado.

    Quanto à origem da vida, não foi isso que o António disse inicialmente. As suas palavras foram:

    «A vida não é nenhum mistério? Então, explique-me por favor. E não estou a ser irónico, é um pedido sério. Escreva uma série de posts sobre isso (se quiser, é claro).»

    E eu expliquei porque a vida não é um mistério. Para tentarmos compreender a origem da vida precisamos primeiro de saber exactamente o que queremos dizer com essa palavra. Células? Organismos? DNA? Proteínas?

    Quanto ao que significa isto tudo, tem que me dizer o que é significar. Para mim o que significa são os simbolos. As pedras, a chuva, as sobrancelhas, nada disso significa o que quer que seja. Simplesmente são.

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  4. Eu acho que a vida existe pela simples necessidade de que tinha que ser criada a música do Beatles. Por isso, quando o úlrimo Beatle morrer (já só faltam dois!) assistiremos ao apocalipse.

    Curiosamente, o meu corrector ortográfico estava a recomendar que "apocalipse" fosse iniciado com maiúscula! Mesmo a propósito...

    ´Tá tudo dito!

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  5. Por acaso tinha ideia que hoje existia uma definição relativamente precisa para o termo «vida»: um organismo capaz de se auto-reproduzir.
    Isto quer dizer que, de acordo com esta definição, se produzirmos um pequeno robot capaz de num depósito de ferro fazer outros robots iguais a si próprio, estamos perante um robot vivo. Na verdade as bactérias não estão mais "vivas" que este robot.

    Para esta definição precisa de "vida", não existe nenhum "mistério" no sentido que o António se refere: o gene egoísta explica bem como é que bactérias e vírus surgiram naturalmente. E como é que, através da selecção natural, foram evoluindo.

    Muito mais misteriosa do que a origem da vida é a origem da consciência. Como é que raio pode um algoritmo ganhar consciência de si próprio? Sentir dor e prazer?
    Isto por enquanto é um mistério profundo, mas está a ser investigado e somos a feliz geração que poderá ter acesso à resposta. Que sorte, viver no tempo em que provavelmente tal mistério será desvendado!

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  6. João,

    Essa definição de vida não é bem aceite. Até o fogo se reproduz...

    Normalmente exige-se homeostasia, metabolismo, crescimento e desenvolvimento, resposta a estimulos, e talvez outras coisas que não me lembro agora para além da capacidade de reprodução (que nem é muito importante -- uma pessoa estéril é considerada viva à mesma :)

    Helder,

    Penso que tens razão quanto à causa final da vida, mas acho que não vai haver apocalipse quando o Richard e o Paul morrerem. Já cumpriram a sua função (mais o Paul que o Richard, que sempre foi o mais fraquito ;)

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  7. A treta da viva não se explicar, é a mesma da fé em Deus não se explicar.
    Até hoje continua por se conhecer a origem das coisas, a seu tempo talvez se chegue lá, até porque a ciência não avança à vontade apenas do Homem, existem muitos outros factores condicionantes.
    Já agora uma pergunta.
    A mula é um ser não vivo?

    Helder,
    então o Paul não foi enterrado em tempos idos, já só deve faltar um.:)

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  8. "A mula é um ser não vivo?"

    Pela definição do João, não será! Já a eMula tem a capacidade de replicar todo o tipo de ficheiros e, ao mesmo tempo, fazê-lo em qualquer parte do mundo, mandando os direitos de autor dar uma curva, para gáudio do Ludwig. ;)

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  9. Não só replicar os ficheiros, mas a si própria. Essa mula deve ser um dos animais de estimação mais comuns hoje em dia (e dos mais uteis :)

    Citando o Dr. Frankenstein: "IT'S ALIVE!"

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  10. Caro Ludwig

    Tive muito gosto em conhecê-lo. A minha participação no seu blogue termina aqui. Não tenho intenção de ler mais nada do que vai escrever. Use o meu nome conforme quiser, se isso lhe dá prazer. Desde que eu não leia o que escreve.

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  11. Caro António,

    Longe de mim coibi-lo de deixar permanentemente este blog as vezes que quiser. Só queria que compreendesse que não tenho nada a ver com o Diário Ateista ou outros blogs, como o seu, onde os meus textos possam ser reproduzidos.

    Quanto a usar o seu nome, chamo a atenção, por mera curiosidade, que o seu blog:

    http://razaocritica.weblog.com.pt/

    desde 4 de Janeiro que tem o primeiro post intitulado "Caro Ludwig". Penso que há algo na biblia acerca de apontar defeitos nos outros e não ver os nossos :)

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  12. Seguidora habitual do blogue, há muito que contava com esta atitude de diva ofendida do Sr. Parente assim que lhe ocorresse a falta crónica de argumentos de que sofre. Para cumprir a preceito todas as falhas da cultura de debate portuguesa, nem se esquivou às – muito fracas tentativas – de insulto pessoal (as várias alusões pretensamente humorísticas à aparência física do dono do blogue), tão típicas do macho português que se sente encurralado. Agora meteu o rabo entre as pernas e fugiu: good riddance to bad rubbish.
    Cristy

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  13. Cara anónima

    O Sr. Parente, diva ofendida, tem dois blogues onde vai continuar a falar de assuntos comuns ao senhor Krippahl. Isto ainda nem começou, cara anónima.

    O Sr. Parente nunca pretendeu ofender o Sr. Krippahl, em momento algum.

    Todas as observações feitas por si a respeito do Sr. Parente, cara anónima, seriam insultuosas e ofensivas se me pudesse ofender quem quisesse. Mas não é assim. Só me ofende quem pode, e uma cara anónima não tem poder, nem inteligência, nem saber, para me ofender.

    Fique em paz com o Sr. Krippahl, uma mente brilhante que eu respeito. Assim como a cara anónima (quanto ao respeito, não quanto à mente brilhante, o seu toque final de estrangeirismo é apenas petulante).

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  14. Já agora, duas ironias.

    1- É mais parente a anónima que o António.

    2- Blogs novos, ambos sobre crítica e razão, e nenhum aceita comentários (há coisas na vida com que podemos sempre contar...)

    Bemvindo de volta, António :-)

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  15. Então? Então? O resto da família Krippahl não aparece para defender o primo/irmão? Onde está o arquitecto de óculos escuros e barbicha à lenine? One pára o artista plástico com o olho retrovisor?

    Quantos são? Quantos são?

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  16. Caro António,

    Mas estou a ser atacado? Para a próxima avise com antecedência para eu saber, que neste seu vai-vem constante nunca sei bem se está à ofensiva ou em retirada :)

    Um abraço,
    Ludwig

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